Bill cantava com uma voz invejável a qualquer um.

Enquanto Tom errava quase todas as notas e não tirava os olhos de mim. Estava começando a ficar irritada com o olhar dele.

-Dá pra se concentrar?! – perguntou o Bill irritado pro Tom.

-Eu estou concentrado! – ele exclamou irritado.

-Ah sim, e por isso não esta acertando nenhuma nota?

-Já chega vocês dois. – disse o David, empresário deles. -10 minutos de descanso depois vocês voltam.

Bill veio na minha direção sorrindo.

-Gosto? – ele perguntou ansioso pela minha resposta.

-Não – disse com uma expressão triste. E vi a expressão dele ficando desapontada – Nunca vou ter a mesma auto-estima que tinha antes de te ver cantando!

Ele sorriu e fez uma cara de alívio.

-Achou mesmo que eu não tinha gostado? – perguntei rindo e pegando na mão dele.

-Você é uma ótima atriz – ele disse simplesmente, me fazendo rir mais.

-E você é um ótimo cantor, de verdade. – disse sorrindo ainda de mãos dadas com ele.

-Dá para pararem de melação? – disse o Tom passando pelo nosso lado e saindo pelo elevador.

-O que deu nele? – perguntou o Georg.

-Não sei – disse o Bill confuso – mas ele não estava assim hoje de manhã.

-Deve ter levado um fora – disse o Georg rindo.

-Ah? – perguntei fingindo estar confusa.

-O único motivo pro Tom ficar de mal humor. Ele deve ter levado um fora – me explicou o Bill.

O resto da gravação seguiu normal. Tom voltou logo depois pro estúdio ainda mal-humorado, e eles continuaram a gravar as musicas.

Fiquei sentada olhando eles até terminarem.

-Vamos pra casa? – perguntei pro Gustav.

-Claro. – ele deu um sorriso travesso que sempre dava antes de aprontar alguma.

Tinham dois elevadores, no primeiro entraram o David, a equipe e o Georg. E no segundo o Bill entrou primeiro sendo seguido pelo Gustav que ainda tinha ao sorriso travesso no rosto.

Me perguntei porque eles não subiram pelo outro elevador quando eu fiz aquela brincadeira com eles. Devia estar ocupado.

Espera um pouco... a brincadeira. Gustav disse que se vingaria.

Agora ele o Bill sorriam pra mim.

Ah... ótimo, escalas lá vou eu.

-Nem pense nisso! – disse quando o dedo do Georg se aproximaram do botão do elevador.

Tentei correr para entrar.

-Tarde demais – ele disse sorrindo. Pude ouvir a risada do Bill no fundo.

-Bom acho que ficamos só nos dois... de novo – pude ouvir a voz do Tom vindo de trás de mim.

Me virei assustada.

-Por que não foi no elevador com o Georg e o David? – perguntei assustada.

-Porque eu sabia que você ia acabar ficando sozinha aqui em cima. Então decidi te fazer uma companhia. – ele disse com um sorriso sugestivo.

-Vai ficar me perseguindo agora, só porque eu te dei um fora? – perguntei irritada.

Seu sorriso desapareceu na mesma hora. Acho que ele levava isso meio que a sério.

-Eu acho que a gente devia começar de novo... Esquecendo o que eu fiz. Eu fui precipitado – ele disse me olhando nos olhos.

Porem eu não via sinceridade vindo dele.

-E você acha que eu vou cair nessa? – perguntou rindo – Tom, eu sou mais esperta do que você pensa.

Me virei e fui em direção as escadas pulando de 2 em 2 degraus.

-Hey, espera! – ele disse vindo atrás de mim.

-Me deixa em paz! – disse irritada.

-Isso é novo pra mim, o.k.? Nunca levo foras. – ele parecia nervoso ao dizer aquilo.

-E daí? – perguntei irritada.

-Bom... só quero que saiba que eu não vou desistir. – ele disse com um sorriso no rosto.

-Como assim não vai desistir? – perguntei confusa.

-Não vou desistir de você. De te ter. – ele disse de uma forma sedutora enquanto mexia com a língua no seu piercing e se aproximou novamente segurando meu rosto com uma mão e colocando a outra em volta da minha cintura me puxando pra ele.

Eu já devia estar recuando. Porque não estou recuando?!

Ele encostou seus lábios nos meus e sua língua pediu passagem.

Meus braços tomaram as próprias decisões e começaram a passear pelas costas dele em direção a nuca.

O que eu estava fazendo? Estava respondendo ao beijo dele com a mesma vontade que ele?!

Tinha que fazer algo rápido, então levantei meu joelho e dei uma joelha no... Jr.

Bom a cena a seguir foi bem, digamos... exótica.

Tom Kaulitz caindo no chão e quase chorando de dor. Quase senti pena.

Quase.

Depois de um tempo comecei a rir, não agüentei.

-Isso ri muito. Quando eu conseguir levantar  você vai ver só – ele tentou me ameaçar enquanto praticamente rolava pelo chão.

-Tem sorte de eu não ter te jogado escada abaixo. – disse rindo e continuando a descer as escadas enquanto ele ainda lamentava de dor.

A cena do beijo não saia da minha cabeça, que estranho.

E ele beijava tão bem.  E quando ele mexia naquele piercing...

O.k. melhor pensar em outra coisa.

Depois de um tempo eu finalmente consegui chegar ate o final das escadas.

Estava cansada e ofegante.

Era bom acreditar que eu estava com a respiração falha por causa do exercício físico e não por causa do beijo.

-Então Lizzy, o que achou da vingança? – meu primo perguntou rindo de dentro do carro.

Dei um sorriso sarcástico e entrei no carro.

-Que estranho, não tem nada pra me dizer? Como, você vai morrer? Ou eu juro que se você não tiver um seguro de vida é melhor arranjar um?

-O segundo é legal, mas não eu não vou falar nada – disse tentando estabilizar a minha respiração.

-Eu acho que ela está cansada demais para falar qualquer coisa – disse o Bill rindo.

-Hey! Eu pensei que você estava do meu lado – disse emburrada.

Bill me dei um beijo nas bochecha e continuou rindo.

O contato dos lábios dele com o meu rosto fez passar uma corrente elétrica por mim.

O que estava acontecendo comigo?