Ao Acaso escrita por ThaySillvs


Capítulo 4
Capitulo 3


Notas iniciais do capítulo

Oii meus leitores e leitoras lindas! (oi pra vocês também, fantasminhas) Trouxe para vocês um cap fresquinho!! Espero que gostem!! E novamente venho agradecer a Duane maravilhosa por deixar sempre um comentário para mim ♥



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— Está pronta Rory? – Ouço James socar a porta do dormitório – Temos que sair agora senão perderemos o Jantar em nossa homenagem.

Por mais que ele pensasse que eu não estava acordada o ouvindo, eu estava. Só não estava pronta para sair desse quarto e ter que mentir para todas as pessoas que eu mais amava. Ontem não havia caído a ficha de que eu estaria o ajudando, porém estaria mentindo. Na verdade, eu sabia, mas seu rosto desolado não me deixou dizer não.

— Aurora, agora não é hora de desistir – Ele bufa atrás da porta – Já avisei a mamãe que vamos e que temos uma novidade para conta-la

— Eu não consigo, James – Falo entre lagrimas – Me desculpa, mas eu não consigo

— Abre a porta – Ele implora – Vamos conversar, por favor

Sem muita vontade, me levanto da cama e caminho em direção a porta a abrindo para James. Então ele me puxa para si e me abraça com força.

—Rory, eu preciso de você – Sua voz está fraca, quase um sussurro o que me faz ficar em pedaços

— Jam, mas e a sua família? Não podemos mentir para eles! – Apoio meu rosto em seu ombro enquanto luto contra as lagrimas

— Eu também não posso deixar papai voltar a trabalhar na empresa, não quero que ele tenha que ficar internado novamente por causa de muito estresse – Ele se afasta andando de um lado para o outro em completo desespero — Eu prometo que se eles descobrirem eu assumo toda a culpa, só não me deixa na mão, eu preciso de você

Essas palavras junto com as lagrimas que ele deixou escapar foram o suficiente para me dar força e acompanha-lo nessa viagem. Não era certo o que íamos fazer, mas seu pai precisava dele e ele de mim, não posso deixá-los na mão.

— Me ajuda a descer com as malas – falo secando as lagrimas

— Oi? – James me olha como se eu tivesse falado em grego

— Eu disse para você me ajudar a descer com as malas – Reviro os olhos em forma de provocação

— Então você vai? – Seus olhos brilham, sua alegria é tão grande que ele nem nota que eu havia revirados os olhos

— Não, vou te fazer descer com minhas malas só como tortura mesmo. Depois vou vender as roupas e sair por aí como uma Hippie – Falo o encarando – É claro que eu vou, James.

— Muito obrigada, de verdade! – Sem pensar duas vezes ele me puxa para um abraço me fazendo sorrir com a atitude – Não sei o que seria de mim sem você

— Provavelmente um jovem morto – Dou de ombros – Agora fale menos e trabalhe mais

Sem falar nada ele levanta minhas duas malas como se fossem feitas de papel e as carrega escadaria a baixo. Sem saber definir se minha expressão é de espanto ou admiração me viro e começo a trancar a porta do dormitório. Parada de frente para a porta de onde eu esperava passar minhas férias, refleti sobre tudo que tinha acontecido. Agora eu não podia mais desistir, precisava ser firme e fingir estar apaixonada por James. Sinto que essas serão as férias mais longas da minha vida.

Desço as escadas me arrastando, tentando entender o que tinha dado em mim quanto aceitei fazer parte dessa confusão. Será que ele havia me dopado? Não, eu sentiria algo estranho.

— Sonhadora? – Uma das mãos de James estava sobre minha coxa enquanto a outra não largava o volante – Achei que ia continuar no mundo da lua durante toda a viagem

— Eu estava pensando em como iria fingir estar apaixonada por você, afinal você é ridículo e todos da sua família sabem que tenho bom gosto – dou de ombros. Não me lembrava de ter entrado no carro e nem de termos saído do estacionamento do dormitório, mas tinha a sensação de que já estávamos na estrada a um bom tempo. O que me faz cogitar novamente a ideia de estar sendo dopada

— Tão bom gosto que saiu por três meses com o Ed mijão – James fala e começa a gargalhar – Lembro até hoje de você voltando para casa chorando por ter visto ele aos beijos com a Anna. E eu como sempre fui lá te salvar! Dei um belo soco naquele nariz dele

— Como sempre você estava sendo meu herói – Começo a rir juntamente com ele. Realmente aquela noite foi inesquecível, Ed havia me chamado para ir ao cinema com uns amigos dele e James fazia parte do grupinho. Ele passou metade do filme me cutucando e me irritando, enquanto Ed segurava a minha mão e sussurrava coisas fofas. Eu estava tão feliz que achava que nada podia me entristecer, até eu decidir ir ao banheiro. Quando volto me deparo com Ed e Ana aos beijos, meu namorado e minha melhor amiga. Para mim aquilo foi o cumulo. Peguei o refrigerante de James, joguei sobre Ed e corri, corri como se não houvesse amanhã porque para mim aquele era o fim. Deixei para trás um James furioso e eu achava que o motivo da sua raiva era o refrigerante derramado. Até eu ir à escola no outro dia e descobrir que James havia quebrado o nariz de Ed e dito a ele para nunca mais se aproximar de mim. Desde esse dia eu e ele nunca mais nos separamos, até cinco meses atrás.

— Eu sou incrível, pode assumir – Olhando para mim ele dá uma leve piscadela

— Você é idiota, isso sim – Coloco a língua para fora o provocando

— Eu só queria que você entendesse que se continuar assim eu vou ser multado por excesso de velocidade, só porque eu quero chegar logo no nosso destino – Ele fala sem tirar os olhos da estrada

Eu simplesmente ignoro. Recosto minha cabeça na janela do carro e fico observando tudo passando como um borrão. As pessoas, as arvores, as casas, tudo passava tão rápido que me fez refletir sobre a vida. Nossa vida é exatamente assim, passa rápido, como um borrão. Às vezes sinto que não sou a personagem principal da minha vida e sim uma telespectadora. Fico apenas observando ela passar enquanto eu tento decidir o que é o certo a fazer. Pensando nisso sinto meus olhos vão se  fechando e acabo caindo no sono. Não sei ao certo por quanto tempo eu dormi. Só sei que quando dei por mim James estava do lado de fora do carro com as malas ao seu lado e que estávamos no estacionamento do aeroporto. Com os olhos entreabertos vejo ele se aproximar e abrir a porta com cuidado para não me derrubar, dou um leve sorriso torcendo para ele não descobrir que já estou acordada.

— Acha que não sei que você está acordada, Rory? – Ele fala beliscando minha bochecha – Vamos logo, ou perderemos o voo

— Cadê o cavalheirismo? Você poderia me pegar no colo – Falo fazendo biquinho

— Eu te pego no colo, mas deixarei as malas aqui – James deu de ombros. Sério, eu o odeio! Onde eu estava com a cabeça quando decidi aceitar esse acordo ridículo?

— Você não faria tal crueldade – O encaro esperando sua resposta

— Querida, eu sou a crueldade em pessoa – Seu sorriso era tão grande que dava até medo.

Sem falar nada me levanto e caminho em direção a minha bagagem de mão. James caminha ao meu lado com certa dificuldade devido as várias bolsas que ele tentava carregar.

— Vai deixar seu carro aqui? – Pergunto sem parar de andar

— Vou, o Patrick vai vir buscar aqui e levar para minha casa – ele deu de ombros – Qualquer coisa eu alugo um quando chegarmos lá.

— Às vezes eu esqueço que você é rico – Dou de ombros

Caminhamos em total silencio até o balcão onde faremos o Check In. Eu não conseguia parar de pensar nas mil maneiras que tinha desse plano dar errado e do quanto eu fui idiota em ter aceitado. Se eu pudesse voltar no tempo não aceitaria essa proposta. Sério, a quem estou tentando enganar? Poderia voltar no tempo umas mil vezes e eu aceitaria. Pelo simples motivo de não conseguir dizer não para ele, por simplesmente ser uma idiota que faria qualquer coisa para ver aquele sorriso perfeito brincando nos lábios de James. E quando digo qualquer coisa é qualquer coisa mesmo! Até mesmo enfrentar meu pânico de voo. Onde eu estava com a cabeça quando aceitei isso? Não era no corpo perfeitamente esculpido de James, afinal ele estava devidamente vestido quando foi me visitar.

— O nosso voo sai em 40 minutos – James fala me encarando – Mas parece que você já está viajando

Eu ignoro seu comentário e ando em direção a cafeteria que fica a alguns metros dali. Por mais que eu quisesse parar de ficar pensando em como esse plano idiota poderia dar errado, eu simplesmente não conseguia. Afinal eu sabia que estava me metendo em uma confusão daquelas que não tem como sair ilesa.

— Rory, poderia parar de me ignorar? – Jam me puxa pelo braço fazendo com que eu fique de frente para ele – Eu estou preocupado com você, então por favor me diga o que está acontecendo.

— Não é nada, Jam. Só estou tentando lembrar se não me esqueci de nada – Dou um sorriso fraco.

Odiava mentir sobre o que estava acontecendo, porém, voltar no mesmo assunto pela milionésima vez não me faria parar de me sentir uma idiota que mentiria para as pessoas que eram mais importantes para mim.

— Você viu o tamanho das suas malas? É possível que ainda esteja faltando algo? – Ele me olha surpreso.

— Não tenho certeza, se estiver faltando algo eu te peço para comprar para mim – Sorrio aliviada por ele ter acreditado na minha mentira. Afinal, eu sempre fui péssima mentindo. Especialmente para ele.

“Atenção senhores passageiros do voo 564 com destino a Jasmynia, compareçam à área de embarque“

 

Sem falar nada nos dirigimos até o local indicado. Antes mesmo de embarcar já conseguia sentir cada parte do meu corpo sendo petrificadas. Eu já respirava com dificuldades e previa um ataque cardíaco a qualquer momento. Quando finalmente embarcamos eu me agarrei ao assento com tanta força que sentia cada dedo ficando dormente, mas eu não podia soltar, afinal o avião decolaria a qualquer instante. Nunca consegui entender porque demoram tanto tempo para preparar um voo que pode dar errado em segundos. Droga, eu tenho que ter pensamentos positivos e não pensar em vários modos do avião cair ou pegar fogo no céu. Ok, isso não estava ajudando em nada. Como James conseguia trabalhar em uma hora dessas? Nesse exato momento ele estava com seu notebook no colo digitando algo que eu não queria saber o que era. Só queria ter esse autocontrole que ele tem. Enquanto eu estava quase pirando, James estava distraído digitando enquanto uma pequena mecha de seu cabelo brincava sobre sua testa.

— Ainda tem medo de voar? – James desvia o olhar da tela para me encarar

— Não – Reviro os olhos – Só estou vendo se esse assento é tão confortável quanto deveria ser.

— Rory, você mente muito mal – Então ele simplesmente volta a olhar para a tela do notebook e a digitar freneticamente.

— Sabe, como vamos ter certeza de que todos os procedimentos foram feitos corretamente? – Falo tentando disfarçar o pânico em minha voz

— Eles provavelmente fazem isso a anos, e estão acostumados – Ele fala sem nem ao menos desviar o olhar – Agora, para com essa bobagem. Não tenho tempo para seus medos. Preciso enviar vários e-mails e revisar algumas coisas.

Novamente veio à tona a besteira que eu estava fazendo. Eu devia saber que o momento bonzinho acabaria assim que entrássemos no avião e ele tivesse certeza que eu não poderia desistir. Afinal, ele era o James manipulador de sempre! Me senti pior do que já estava. Agora além do medo de voar, eu sentia nojo de tudo que eu estava prestes a fazer por ele. Me sentia uma idiota por ter concordado com esse absurdo. Minha vista estava começando a embaçar e eu sabia que ia desmaiar. Eu precisava sair de dentro desse avião o mais rápido possível, o que não seria possível. Afinal era um voo de 50 minutos, eu havia me metido em um voo de 50 minutos para salvar a pele de um idiota que não podia me ajudar a ficar distraída.

— Desculpa incomodar, mas você está bem? – Alguém se dirigiu a mim, eu não conseguia distinguir quem era e nem o que era. Certamente eram os ETS querendo me levar para a nave mãe

— Tirando o fato de eu estar quase desmaiando, eu estou bem senhor ET – Falo e dou um sorrio, que nesse momento deveria estar mais para uma careta do que para um sorriso

— Minha irmã também sofre com medo de voar – ele sorri, pelo menos parecia um sorriso – Quando ela fica muito assustada eu costumo segurar a mão dela e contar até dez. Assim ela se acalma e eu posso distrair ela.

— Eu adoraria me acalmar – Esfrego meus olhos de maneira frenética

Sem dizer nada ele pega minha mão e começa a contar, automaticamente eu o acompanho e logo minha vista começa a desembaçar. Para a minha surpresa eu não me deparo com um ser azul e sim com lindos olhos azuis me olhando fixamente

— Está mais calma? – Ele fala acariciando de leve minhas mãos

— Estou bem mais calma – Sorrio e dessa vez tenho certeza de que é um sorriso – Muito obrigada

— Viu? Esse truque é infalível – Então ele abre um sorriso tão branco e perfeito que parece daqueles comerciais de pasta de dente. Porém tão contagiante que eu não consigo parar de sorrir junto.

— Desculpa perguntar, mas quantos anos sua irmã tem? –  O encaro esperando que sua resposta seja pelo menos algum número acima dos 17

— Ela tem 5 aninhos – Ele dá de ombros

— Beleza, fui tranquilizada por um método usado com crianças de 5 anos – Reviro os olhos

— Funciona tão bem que você nem percebeu que já decolamos – O Rapaz do qual eu não sei o nome dá uma piscadinha para mim.

E pela primeira vez desde que começamos a conversar eu percebo que não estamos mais em terra. O que me faz voltar a tremer de pânico

— Pode ficar calma, você está segura! – Suas mãos voltam a acariciar as minhas de leve o que faz com que eu perceba que ainda estamos de mãos dadas

— Como você se chama? – Falo tentando não pirar por estar acima da terra

— Meu nome é Caleb – O Sorriso perfeito volta a brincar em seus lábios – E você?

— Sou Rory – Sorrio sem jeito, afinal ele ainda não havia soltado minhas mãos – Muito obrigada por...

— Com licença – James me interrompe – Você poderia soltar a mão da minha namorada?

 — Ela estava tendo uma crise de pânico, só quis ajudar – Caleb deu de ombros

— Pode deixar que eu cuido dela, não precisa se preocupar – Ele fala com um tom autoritário

— Cuida tanto que me deixou para responder e-mail – Tento não demonstrar minha raiva, mas falho miseravelmente

— Me desculpa se dou importância para o meu trabalho – Ele revira os olhos para mim – Serio, você age igual a um bebe

— Escuta aqui seu projeto de CEO – Começo, mas sou interrompida por Caleb

— Me desculpe por causar esse transtorno – Ele fala me encarando – Eu realmente só queria ajudar.

— Não se preocupa – Falo ignorando o olhar reprovador de Jam – Ignore, ele fica insuportável quando fica com ciúmes

— Ciúmes? Eu? – James começa a gargalhar – Você só pode estar ficando doida

— Então me dê outra boa razão para essa palhaçada toda – Falo o encarando

— Não te devo nenhuma explicação – James me encara com uma expressão indecifrável – Pode continuar o bate-papo com seu novo amiguinho de viagem, tenho coisas mais importantes para fazer do que ficar prestando atenção em vocês

Dizendo isso ele apenas se virou, voltando toda sua atenção para a tela do notebook.

— Me desculpa – Caleb diz com um ar triste e volta sua atenção para a janela

— Você não tem culpa – Falo encostando em seu ombro, ele logo tira minha mão sem nem olhar para mim.

Graças ao pequeno show de James, eu passaria o resto da viagem sem ter com quem conversar. Eu só queria que esse avião pousasse logo para mim ficar longe de James, mais alguns minutos em sua presença e eu acabaria cometendo um assassinato.


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Notas finais do capítulo

Então é isso, meus amores! Espero que tenham gostado. Ah, tenho que contar para vocês que o capitulo 4 promete algumas tretas hahaha. Não esqueçam de comentar se estão gostando ou se preciso mudar algo!



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