Narração Sarah

No horário combinado, estávamos todas no jardim de rosas brancas da casa.

Sempre gostei de flores. Sempre gostei de natureza em geral, pra dizer a verdade.Animais, flores... tudo isso sempre fantástico pra mim, por algum motivo.

Mas aquele não era o real momento para a admiração de qualquer coisa. Se o que Vic, Nikki e Sôh estivessem dizendo era verdade, estávamos vivendo com vampiros! Isso é realmente assustador! Eu aposto que eles não são como os de Crepúsculo!

Não que isso importasse de alguma forma... Ugh! Por que eu estou pensando nisso logo agora?

—Se nós formos pegas, o que diremos?- Marie perguntou, me despertando de meus frequentes devaneios

—Nós não vamos ser pegas, Marie.- E Nikki resmungava, o que me fazia olhar para ambas com os olhos arregalados.

Quando conheci minhas irmãs, devo confessar que fiquei surpresa. Eu parecia ser a mais nova de todas elas. A maturidade de Sofie, Nikki e talvez até Lua eram extremamente maiores que a minha. Isso sem falar de Marie e Victoria!

—Por falar nisso.. Onde é que estão a Victoria e a Lua? – Perguntei, enquanto me acomodava melhor, escondida, na parte de trás de Marie.

Vantagens de ser baixinha, digamos.

—Elas foram buscar as mochilas que a gente jogou pela janela do quarto da Lilith- Sofie respondeu, bocejando(              Ato que fez Nikki revirar os olhos, acho que ela já estava lidando com pessoas sonolentas e preguiçosas demais pro gosto dela)- Do jeito que elas são, não duvido que tenham se perdido.

—Nossa, Sofie, você conseguiu acabar com a gente, obrigada.- Lua disse, aparecendo atrás da morena, carregando 3 mochilas.

—Ótimo, falando assim vai fazer todo mundo pensar que eu sou fraca psicologicamente.- Victoria disse, jogando outras 3 mochilas no chão. Reconheci uma lilás que era minha e logo a peguei.

—Uh... acho que todos já pensam, Vic- Marie disse, ouvindo uma bufada da de 18 anos que fez sua franja voar levemente.

—Isso é acabar com você, Victoria- Nikki disse, enquanto apontava pra Marie e ria levemente, colocando sua mochila nas costas.

—Ok, garotas, sem enrolação- Sofie disse- Vamos logo ou nós teremos que...

—AI MEU DEUS, AQUILO É UMA ARANHA?!- Victoria gritou de repente, o que me fez pular de susto e fazer a Marie pular nela tampando sua boca.

—PARA DE GRITAR VICTORIA!- Marie berrou ainda mais que sua irmã mais nova.

—É VOCÊ QUE TÁ GRITANDO AQUI AGORA!-  A morena disse, suspirando brevemente e se escondendo atrás de Nikki, que estava meio ‘’o que diabos...?’’

—O que diabos está acontecendo aqui?- Ouvimos a voz de Subaru soando. E eu soube de cara que estávamos com um grande problema- Por que vocês estão aqui fora e... isso são mochilas? Estavam pensando em fugir?

—O QUE? FUGIR? A GENTE?- Lua disse dramaticamente, como se o que seu noivo estivesse dizendo fosse um absurdo- Que absurdo, Tsunbaru... A gente nunca fugiria!

—A gente estava... A gente estava só...- Nikki tentou formular uma desculpa, o que não deu muito certo.

Ela olhou pra gente com desespero.

—Querendo acampar aqui no jardim.- Eu disse a primeira coisa que me veio na cabeça, me levantando- Sabe... não queremos ficar intocadas no quarto de vocês por um ano inteiro. E gostamos d-de flores, estrelas...

Ele não pareceu muito convencido da nossa desculpa, mas disse somente algo como ‘’tanto faz’’ e foi embora pra dentro da casa de novo.

Nós seis caímos no chão, soltando um suspiro de alivio.

—Meninas... Isso foi legal e tals... Mas eu estou com fome, então...-  Sofie disse, e nós todas concordamos.

—Sarah, não se esqueça de verificar o forno- Victoria disse, enquanto mexia na mistura da torta.

Eu assenti com a cabeça e fui fazer o que ela pediu

Com a consciência pesada sobre a mentira do acampamento( e o arrependimento em relação aos pernilongos), eu e as meninas nos responsabilizamos pelo jantar.

Quer dizer, só eu e Victoria estávamos realmente fazendo o jantar. Marie e Lua estavam numa briga sobre ‘’qual dos irmãos deve ser o mais... exótico na cama’’, enquanto Nikki e Sofie falavam coisas sobre lutas, estudos e... peitos?

Sinceramente, eu não entendo as minhas irmãs.

—Meninas, mudando completamente o assunto, vocês já namoraram com alguém?- Victoria perguntou aleatoriamente.

Um pequeno silêncio ocorreu na sala, antes que Marie o quebrasse:

—Bom, eu sei que você já sabe disso Victoria, mas... Eu já namorei muitas pessoas por aí. A primeira delas que eu namorei não foi tão aceita assim pelo meu pai.

—Ele era tão mau assim?- Lua riu.

—Era uma garota.- Marie disse e deu um sorriso suave quando viu o choque refletido na cara de todas suas meias-irmãs, incluindo eu.

—Então estamos juntas nessa- Eu tive coragem de finalmente falar- Eu namorei uma garota também. Uma péssima escolha, inclusive. Ela terminou comigo por causa da Sofie e nós mantivemos um relacionamento escondido por 5 meses.

E aí foi a hora que todas, menos Sofie( que estava concentrada na reação de Marie pra falar algima coisa) viraram seus olhares confusos e assustados pra mim.

—Inclusive, vocês conheceram essa garota- Sofie riu- Não sei se vocês lembram, mas tínhamos dois amigos quando éramos crianças: Natsume e Neyo.

—ESPERA AÍ!- Nikki estava em estado de choque profundo-  Você namorou a Neyo?!

Eu assenti timidamente.

—Não foi só namorar não- Sofie disse rindo- Um dia eu fui pro banheiro da escola e elas estavam no maior amasso lá em cima da pia.

Lua e Marie fizeram uma cara de ‘’eu achava que você era inocente’’, enquanto Victoria e Nikki não podiam fazer nada, só rir.

Mas, de repente, o lugar ficou com um clima pesado e eu me vi sendo puxada por trás e prensada no chão.

Quando eu pisquei meus olhos, Kanato estava em cima de mim.

Mas não num sentido romântico, sensual, ou qualquer coisa que a gente vê nesses mangás shoujo. Ele estava com um olhar raivoso e psicótico que me fez tremer. E a tremedeira aumentou ainda mais quando ele ergueu um garfo em minha direção.

—VOCÊ... ME... TRAIU!- Ele gritou e raspou levemente o garfo em meu rosto, perto das minhas olheiras.

Senti o sangue escorrendo pelo meu rosto, porém Kanato foi mais ágil que eu e lambeu todo meu sangue novamente.

—Me solte!- Eu disse, e percebi que estávamos num lugar diferente.

Era... o jardim de rosas? Mas como?

Teletransporte? Vampiros sequer podem se teletransportar?

—Oh... esqueci... eu devo fazer isso ser bom, não devo?- Kanato disse, e me deu um breve selinho antes de morder a parte onde ficavam minhas covinhas, me fazendo gemer de dor.

—HEY, O QUE ESTÁ FAZENDO?- Ouvi uma voz masculina que nunca tinha ouvido na minha vida.

Olhei para o lado junto com Kanato. O dono da voz era um garoto muito alto, com a pele bronzeada, olhos e cabelos azuis.

—Por favor, solte a minha irmã e me mostre onde estão as outras antes que eu me irrite.- O garoto disse, e eu arqueei uma sobrancelha.

Irmã?

— E quem diabos é você pra me dar ordens?- Kanato gritou. Quantos gritos num dia só.

O de cabelos azuis suspirou.

—Sou Jackson. Jackson Herbert.