Meredith Gruwell escrita por Karina A de Souza


Capítulo 9
De volta à Hogwarts


Notas iniciais do capítulo

Oi, pessoal



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A sra. Weasley perguntou dez vezes se todos tínhamos arrumado tudo para partir. Na primeira vez ela recebeu sete respostas positivas, mas não pareceu satisfeita, acreditando que estávamos esquecendo alguma coisa.

Logo alguns membros da Ordem estavam prontos para nos levar até King Cross: Remo, Tonks, os pais de Rony e Olho-Tonto (“Você vai se dar bem com ele, é paranoico feito você”, Fred brincou, antes de levar um puxão de orelha da mãe).

Me aproximei de Sirius para me despedir, ele estava numa pequena discussão com a sra. Weasley, então me afastei, ouvindo apenas alguns trechos.

—Se te reconhecerem... Algum Comensal pode estar lá, Sirius... Como se um grande cachorro preto não fosse chamar atenção!

—Tudo bem, tudo bem!-Sirius cortou, de cara feia. -Eu não vou!

—Ótimo, finalmente um momento de prudência. -E saiu, indo perguntar aos filhos se estavam prontos. Me aproximei de Sirius.

—Ela me trata como se eu fosse uma criança.

—Agora sabe como eu me sinto. -Retruquei. -Não vai fazer nada perigoso, vai? Ou que faça os Dementadores ou Aurores perseguirem você...

—Eu pareço alguém que faria isso?

—Sim. -Sorriu. -Tome cuidado.

—Isso vale para você... E você também. -Acrescentou, quando Harry parou ao meu lado. -Atualmente vocês são os estudantes de Hogwarts que mais têm inimigos.

—Não sei... É difícil competir com Harry Potter. -O garoto segurou o riso.

—Nós vamos tomar cuidado. -Prometeu.

—Não façam nada estúpido. -Sirius mandou. -Nem que possa fazê-los ser mortos ou...

—Meu Deus. -Murmurei. -Será que a sra. Weasley enfiou algum bom senso em você? Harry, alguém enfeitiçou seu padrinho. Esse não é Sirius Black.

—Temos que ir!-Olho-Tonto avisou, perto da porta.

—Então... Nos vemos. -Abracei Sirius, o rosto esquentando ao sentir vários pares de olhos sobre nós. O que os outros pensavam sobre o que eu sentia por ele? Errado? Normal? Fora de cogitação? Me soltei dele e corri para pegar minhas coisas.

—Por que tem tantos adultos indo com a gente?-Perguntei para Hermione, enquanto saímos para a rua. Foi Tonks que respondeu, caminhando ao meu lado.

—Segurança. Harry é um alvo, você sabe. E achamos que você se sentiria mais segura assim.

—Bem, na verdade me sinto. -Continuamos andando. Num certo ponto, Hermione e Gina começaram a debater o mundo trouxa, então Tonks se aproximou mais um pouco e abaixou o tom de voz.

—Sabe, não precisa sentir vergonha do que sente por Sirius. -Arregalei os olhos.

—Eu sou tão óbvia?

—Seu rosto estava tão vermelho quanto meu cabelo. -Apontou pra si mesma. Eu podia jurar que a cor era verde quando ela chegou na para nos buscar, meia hora antes. -Não faz mal ele ser um cara mais velho.

—Eu não acho, mas ele... E as pessoas... Ninguém vai entender.

—Ninguém precisa entender. Isso é entre vocês dois. Pode parecer bem complicado, mas... Acredite em mim, se há amor, pode ser resolvido.

—Experiência própria?-Sorriu, olhando rapidamente para trás de nós.

—Bem...

—Vamos lá, atravessem, pessoal. -O sr. Weasley pediu. -Não queremos perder a hora.

Tonks e eu atravessamos primeiro, juntas, depois Gina e Hermione; Harry e Remo; Fred e Jorge; Rony com a mãe e o pai, e por fim, Olho-Tonto.

Não tive tempo para terminar a conversa com a Auror. Tivemos que embarcar logo e então partimos.

Harry, Gina e eu escolhemos uma cabine, enquanto Rony e Hermione iam ter suas funções de monitores. Neville se juntou a nós no começo da viagem.

—Ah, Sirius queria te dar isso e se esqueceu se entregar. -Harry disse, me entregando uma foto, enquanto Gina e Neville falavam sobre Herbologia. -A primeira formação da Ordem da Fênix.

—São seus pais aqui. -Apontei. -Sirius, Remo... Olhe Dumbledore aqui... Hagrid! Eu adoraria ter feito parte disso.

—Lupin disse que quando sairmos de Hogwarts, nós podemos nos juntar a eles.

—Isso é fantástico. Espera, esses são os Longbottom?

—O que?-Neville perguntou, erguendo a cabeça.

—Hum?-Franzi a testa. -Você é um Longbottom, não é?-Assentiu lentamente. -Eu nunca liguei as coisas...

—Que coisas?

—Eu conheci seus pais. Alice e Franco?-Assentiu de novo. -O que houve com eles?-O garoto empalideceu um pouco. -Desculpe. Eu não devia...

—Eles não morreram. Eles... Foram torturados por Comensais da Morte e... Ficaram...

—Eu sinto muito. -Entreguei a foto a Harry e me aproximei de Neville. -Sinto muito, de verdade.

—Você era amiga deles?-Assenti.

—Fiquei amiga de Alice, e quando ela começou a sair com Franco... Bem, ele virou um amigo também.

Abri a boca, mas fui salva de continuar quando a bruxa dos doces apareceu na porta, distraindo todos nós. Como eu tinha pouco ouro, comprei apenas um sapo de chocolate. Harry comprou quase tudo do carrinho para dividir com a gente.

—Desse jeito não vai haver vassoura que te tire do chão, Potter. -Provoquei. Rimos.

—Ganhar peso não seria ruim, pode ajudar na hora de descer.

—Claro. Olha, tirei Newt Scamander!-Mostrei o cartão com o bruxo.

—Quem é ele?-Gina perguntou.

—Um famoso Magizoologista. Ele é incrível.

—Ele é autor de Animais Fantásticos e Onde Habitam. -Neville disse, pensativo. -Ele estudou em Hogwarts!

—Sim. E foi da Lufa-Lufa. Hagrid e ele se dariam bem. Ambos gostam de animais e criaturas... Um pouco “diferentes”. -Harry riu.

—Se eu te contasse... -Murmurou.

Continuamos a conversa e logo Hermione e Rony chegaram para fazer parte dela. Chegamos no tópico “aulas perigosas de Hagrid”. Eu achava as aulas dele muito boas, mas tinha que concordar que algumas criaturas eram perigosas.

—Gosto de Hipogrifos. -Comentei. -São interessantes e bonitos. O de... Você sabe, é incrível.

—Draco foi atacado por um. -Hermione contou. -Mas ele mereceu.

—Infelizmente não foi grave. -Rony disse, suspirando. -Mas Bicuço quase foi morto... Pra resumir, ele... Sumiu.

—Que bom. -Disse. -Hipogrifos não atacam por nada. Você deve ser gentil e respeitoso com eles, e com todas as espécies, é claro.

—Eles me davam medo. -Neville murmurou.

—Eles são legais, não precisa teme-los... A não ser que atraia a fúria de um.

—Bom, mesmo assim, são animais um pouco perigosos. -Hermione disse. -E Hagrid... Bem, ele ama animais perigosos. Ele adotaria a Lula Gigante se pudesse. -Ri.

—Uma vez seu pai quase foi comido por ela, Harry.

—O que aconteceu?-Perguntou, divido entre a preocupação e a diversão.

—Ah, eu o joguei no lago.

—Por que?-Dei de ombros.

—Ele estava se achando, deixando Snape pendurado com quase tudo aparecendo... Aí eu interferi e Tiago me mandou dar fora, por que não estava machucando meu “namorado”. Fiquei brava e o lancei no lago.

—Você namorou o professor Snape?-Neville perguntou.

—Não. -Rony respondeu, rindo. -Ela namorava Sirius Black. -Hermione deu um pisão no pé dele. -Ai.

—O que?-Arregalou os olhos. -Black? Aquele Black?

—Hã... Sim. -Respondi. -Eu namorei Sirius Black. Não tem problema nisso, tem?-Fez que não, rapidamente. -Okay.

***

“-Você escapou por pouco da detenção. -Lílian disse, tirando os olhos do livro que segurava. -Não pode ser tão irresponsável.

—Tiago me irritou. E eu não fiz nada demais.

—Você o lançou no lago, ele podia ter sido devorado pela Lula Gigante.

—Infelizmente ele está inteirinho. E aí vem ele...

—Eu juro que vai ter volta, Gruwell. -Tiago ameaçou, encharcado.

—Ah, eu adoraria uma desculpa para acabar com você, de novo. -Lílian me chutou por baixo da mesa.

—Gente, por favor, chega. -Remo pediu, puxando o amigo para longe. -Sem confusão. Não quero mandar vocês para a detenção.

—Sabe, você tem bons reflexos. -Sirius disse, se apoiando na mesa ao meu lado. Lílian abafou uma risada ao ver minha expressão

—Eu juro que está prestes a ver que isso é verdade. -Avisei, apontando a varinha pro rosto dele.

—Já entendi o recado. -E saiu com os amigos para o dormitório.

—Você viu isso? Tentando jogar aquele charme pra cima de mim... Como se eu fosse tola para cair nessa...

—Você gosta dele. -Lílian sussurrou. -Gosta de Sirius.

—Que horror, Evans. Eu? Não.

—Alice percebeu também.

—Ah, por favor. Isso... Isso é um absurdo. -Fiquei de pé.

—Aonde você vai? Temos muito dever.

—Vou falar com Severo. -Balançou a cabeça negativamente.

—Ele está andando com Malfoy, Lestrange e... A horrível da Bellatrix.

—Eu não vou desistir dele. -Comecei a atravessar a sala.

—Ei, Meri!-Me virei. -Não se meta em nenhum duelo pelo caminho. -Sorri.

—Eu vou tentar.”

***

—Sejam todos bem vindos de volta. -Dumbledore saudou. -Antes que possam ir para os seus dormitórios, quero anunciar que temos de volta o professor Lupin, para ensinar Defesa Contra as Artes das Trevas. -Um grande burburinho começou entre os alunos. A maioria já sabia que Remo era um lobisomem.

—Por que ele não nos disse nada?-Hermione cochichou. -Ele podia ter dito!

—Por favor, silêncio. -Todos se calaram. -É de meu conhecimento que boatos se espalharam sobre o professor Lupin ser um lobisomem. Quero deixar claro que isso é mentira. -Encarei Snape, ele parecia indignado. -Bem, podem ir agora. -Começamos a sair do salão.

—Ele não estava na mesa dos professores. Será que está atrasado?

—Será que hoje é lua cheia?-Rony retrucou.

—Não entendo por que Lupin não nos contou que voltaria.

—Talvez quisesse fazer surpresa. -Harry arriscou. Concordei com a cabeça.

—Hey, Meredith!-Me virei, parando de andar. Luna nos alcançou, sorridente. -Eu falei com meu pai, vamos nos encontrar com ele em Hogsmeade, no fim de semana. Eu aviso quando.

—Tudo bem. -Assenti. -Obrigada, Luna. -Ela acenou e saiu saltitando pelos alunos da Corvinal.

***

—Tem certeza que está fazendo tudo certo?-Hermione perguntou, espiando o meu caldeirão com os olhos desconfiados. -Não devia estar dessa cor.

—Eu não sei... Não faço ideia do que estou fazendo. -Olhei em volta, a minha poção era a única que estava vermelho vivo. A de Harry era laranjada e a de Rony amarela. A cor certa era azul escuro. Minha poção começou a borbulhar, soltando um cheiro forte. -Ela devia fazer isso?

—Não. -Recuou. -Meri, acho que tem algo errado.

—Eu tenho certeza...

—Gruwell, o que você está fazendo?-Snape perguntou, se aproximando rapidamente. A poção borbulhou mais. -Afaste-se do caldei...

Então tudo explodiu. Me joguei no chão antes que o líquido vermelho me atingisse. Algumas garotas gritaram, então tudo ficou quieto. Eu já estava achando que tinha matado a turma toda, quando ouvi sussurros apressados.

—Gruwell. -Ergui os olhos, encarando o professor acima de mim.

—Eu fiz besteira, né?

—O que não é nenhuma novidade. -Se afastou. Harry me ajudou a levantar, Hermione já movia a varinha, limpando a bagunça próxima a nós.

—Ai, isso arde!-Neville exclamou, agitando a mão. Um pouco da minha poção explosiva caiu nele. -Ai!

—Para a enfermaria, Longbottom. -Snape mandou, sem olhá-lo. Neville virou e correu para fora da sala.

—Que desastre. -Murmurei. -O que foi que eu fiz de errado?

—Aparentemente, tudo. -Rony respondeu, Hermione acertou uma cotovelada nele.

—Bem, você está certo. -Suspirei. -Acho que isso é um zero.

Fim da aula. Rumamos para a aula de Lupin. Harry tentou me animar, falando como as aulas dele eram legais e que com certeza eu me sairia melhor.

Isso era verdade, por que eu consegui não explodir nada.

—Por que não contou que ia ser nosso professor?-Perguntei, me aproximando da mesa de Lupin, enquanto o resto da classe saia. Harry, Hermione e Rony se colocaram ao meu lado.

—Por que eu achei que não daria certo. Acreditava que de última hora alguém me impediria de lecionar aqui. Eu sou um lobisomem, Meri.

—Lobisomem? Claro que não. Dumbledore disse que você não é. -Sorriu. -Adorei a sua aula. Acho que vou bem, dessa vez.

—Você podia ensinar Patronos. -Harry sugeriu.

—É um pouco complicado para o sexto ano, mas posso ensinar. -Prometeu. -Agora, acho que precisam ir. Logo é o jantar.

—Vocês podem ir, eu já alcanço vocês. -Avisei. O trio acenou e se foi. -O que Sirius achou disso?

—Disse que ficou feliz por mim, mas ficou um pouco chateado. Achou que eu ficaria em casa com ele.

—Deve ser horrível ficar preso lá, com Monstro. Vou tentar mandar muitas cartas pra ele, para distrai-lo.

—Isso seria bom. Você... Ainda gosta dele, não é?-Assenti.

—Vai me dizer pra esquecer isso?

—Não. Vou dizer que você não mudou nada, Gruwell. -Sorri.

—Você também não... Aluado.

***

—Seus N.O.M.s. são ótimos. -Hermione disse. -Você não tirou nenhum P, D e, ainda bem, nenhum T.

—Eu não era uma má aluna.

 

Defesa Contra as Artes das Trevas – E

Feitiços – O

Transfiguração – A

Poções – A

Herbologia – A

História da Magia – O

Astronomia – A

Trato das Criaturas Mágicas – O

 

—Como conseguiu recuperar isso?-Rony perguntou.

—A professora Minerva conseguiu uma cópia.

—Que carreira você queria seguir?-Hermione perguntou.

—Quando eu era mais nova, queria ser uma Auror. Parecia legal, mas... Um pouco arriscado. Depois me interessei por Magizoologia.

—Hagrid deve adorar você nas aulas dele. -Rony brincou. -Ele não está mostrando coisas que explodem de novo, está?

—Não. Ainda bem, parece que eu sou ótima em explodir coisas.

—Opa, temos uma sócia ou uma concorrente aqui?-Jorge perguntou, sentando a minha frente e começando a jantar.

—Eu só fiz uma poção explosiva na aula do Snape. E foi um acidente. -Olhei para Neville, que estava com a mão enfaixada por causa do meu desastre.

—Pena que não atingiu aquele morcego das trevas. -Fred resmungou. -Ele estava furioso na nossa aula.

—Será que foi por minha culpa?

—Não se sinta especial, Meredith, Snape sempre está furioso. -Nosso grupinho todo riu. -Sabe, eu aposto que ele está assim por que Lupin está...

—Olha ali. -Harry cochichou, cutucando meu braço. Lá na frente, na mesa dos professores, Dumbledore e Snape estavam conversando, as cabeças bem juntas, como se falassem de algo secreto. De repente eles olharam na nossa direção. Harry e eu nos viramos, fingindo prestar atenção na conversa do nosso grupo. -Do que acha que eles estão falando?

—Talvez Snape esteja reclamando do Lupin. -Sussurrei. -Ou de mim. -Sorri. -Não sei, mas parece sério.

—Talvez ele ache que você tentou assassiná-lo com aquela explosão. -Fingi estar surpresa.

—Como ele descobriu isso?

***

Foi uma semana difícil e cheia de deveres. Os professores tinham aumentado o ritmo para nos preparar para os N.I.E.M.s. no ano seguinte. Eu estava indo muito bem em D.C.A.T., mas péssima em Poções. Snape conseguia piorar tudo. Eu ficava nervosa, com medo de errar, e toda vez que Severo vinha dizer que eu estava estragando tudo, eu ia pior ainda. Por sorte, não explodi mais nada.

Porém, aparentemente, eu não precisava fazer nada ir pelos ares para me complicar e tirar Severo Snape do sério.

Naquele dia, ele estava infernizando Harry, que incrivelmente estava pior que eu para fazer aquela poção. Snape estava me dando dor de cabeça, alterando a voz bem atrás de mim. Então eu fiz besteira. Não percebi que tinha falado em voz alta, até Snape se virar pra mim, furioso.

—O que você disse?-Exigiu.

—Eu mandei você calar a boca. -Foi como se a sala toda tivesse recuado e prendido a respiração. Hermione, ao meu lado, tinha a aparência de quem ia desmaiar.

—Como você ousa...

—Está deixando todo mundo maluco, sabia?-Fiquei de pé. -Por que você é tão ruim? Está descontando em Harry tudo o que Tiago e os amigos fizeram com você. Não vê que isso é tão errado?

—Cale-se imediatamente, Gruwell...

—NÃO! Eu cansei de ficar calada. Cansei de você pisando em todo mundo. Mas você sempre foi assim, não é? Talvez tenha pegado essa mania dos seus amigos que hoje são Comen...

—CHEGA!-Agarrou meu braço, me puxando pra fora da sala. Harry levantou, puxando a varinha.

—Solta ela!-Gritou.

—Os dois, fora daqui!-Me empurrou porta afora. Harry se aproximou de mim, enquanto eu esfregava o braço. -Menos cem pontos para a Grifinória. Agora sumam!-Com um gesto da varinha, fez nossas coisas voarem até nós, então bateu a porta.

—Você está bem?

—Eu não devia ter feito isso. -Comecei a guardar minhas coisas. -McGonagall vai ficar chateada comigo por causa dos pontos e... -Reprimi um soluço. -Maldição. Eu não devia ter falado aquilo.

—Bem, ele mereceu. -Ficamos de pé. -O que fazemos agora?

—É melhor sairmos daqui, antes que Snape volte e nos envenene.

Nos refugiamos no Salão Comunal, e depois nos separamos. Eu tinha aula lá fora, com Hagrid e Harry tinha aula vaga.

Interagir com os Unicórnios me deixou mais calma, e bem longe de uma crise de choro.

—Como está o trio?-Hagrid perguntou, enquanto eu rabiscava um Unicórnio no meu pergaminho.

—Estão bem.

—Não aprontaram nada, não é?-Olhei pra ele.

—Ser expulsa da aula de Poções conta como aprontar?

—O que você fez?-Dei de ombros.

—Fiz o que não devia. Snape tirou cem pontos da Grifinória e bateu a porta na cara de Harry e eu. Provavelmente teremos alguma detenção horrível em breve.

—Harry teve a quem puxar. E você também. Sua mãe era ótima, mas tinha um gênio... Seu pai não ficava atrás... Muito teimoso. -Sorri.

—Verdade? Eu nunca soube nada sobre eles.

—Eram pessoas muito boas, muito boas. E evitavam se meter em encrenca. -Revirei os olhos.

—Entendi. Vou tomar cuidado para não irritar Snape. Espera, se meus pais eram trouxas, como você os conhecia?

—Bem, você foi uma bruxinha muito arteira, estava sempre fazendo mágica e deixando seus pais malucos. Isso chegou até Dumbledore e nós fomos fazer algumas visitas a vocês, para tentar tranquilizá-los e contar que havia um lugar especial para você, quando completasse onze anos. Ficaram muito animados em saber que você era “normal” e iria interagir com crianças como você.

—É uma pena que eles...

—Onde quer que estejam, se orgulham de você, Meredith. Eu sei disso.

—Obrigada, Hagrid. -Ergui meu pergaminho. -Terminei meu desenho.

—Muito bom. Cinco pontos para a Grifinória. -Sorri de novo.

—Eu já disse como adoro as suas aulas?

***

—Eu gostaria que vocês dois me explicassem como a Grifinória perdeu cem pontos de uma só vez, essa tarde. -A professora McGonagall pediu, olhando de mim para Harry. Engoli seco. -Quem quer explicar?

—Foi tudo culpa minha, professora. Eu fui desrespeitosa com o professor Snape e mereci a punição.

—A punição ainda não começou, Gruwell. Vocês dois estão de detenção, o professor Snape pediu para avisá-los, às nove horas. -Respirou fundo. -O que aconteceu?

—Eu mandei o professor calar a boca. -Minerva parecia chocada.

—Meredith!

—Eu sinto muito! Eu... Me descontrolei. Não vai se repetir.

—Assim espero. Mas onde Potter entra nessa história?

—O professor Snape agarrou Meredith pelo braço. -Harry começou. -Eu tentei fazê-lo soltá-la, e... -Deu de ombros.

—Ah, Potter... Não era hora de cavalheirismo... Porém, o professor Snape parece ter se excedido. Bem, espero que estejam prontos para a detenção. Creio que não será fácil. Vocês podem ir. -Nos levantamos. -Meredith?

—Sim, professora. -Respondi.

—Não se esqueça de que Severo Snape agora é seu professor, e não seu amigo. -Assenti. -Vão. E por favor, não percam mais nenhum ponto. -Assentimos.

Harry e eu saímos e pegamos o caminho para o Salão Principal.

—Obrigada.

—Pelo que?-Perguntou.

—Tentou me defender do Snape. Não devia ter se envolvido, mas obrigada.

Mais tarde, fomos para a sala de Snape como se estivéssemos indo para a morte. E, conhecendo o professor, eu não duvidaria.

—O que acha que vamos fazer?-Sussurrei, parando em frente a porta.

—Não consigo pensar em nada. É melhor não demoramos, ou pode ser pior. -Bateu na porta e a abriu. Segui Harry, hesitante, para dentro da sala.

—Vocês dois terão uma noite ocupada. -Snape disse, sem olhar para nós, escrevendo algo num pergaminho. -Preciso repor algumas ervas e plantas utilizadas nas aulas. Elas não são encontradas na estufa de Hogwarts. -Franzi a testa, olhando para Harry, que parecia tão confuso quanto eu. -Vocês vão encontrar tudo na Floresta Proibida.

—O que?-Perguntei. -Não podemos ir lá...

—Vocês irão com Hagrid. -Entregou um pergaminho, que Harry se apressou em pegar. -Entreguem isso a ele. E isso, -Outro pergaminho. -é a lista do que preciso. Vão. -Harry foi para a porta, mas eu fiquei onde estava.

—Professor, eu queria me desculpar por...

—Vá logo, Gruwell.

—Sim, professor Snape.

Me virei e saí, com Harry atrás de mim.


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Notas finais do capítulo

Vish, que treta não é mesmo? Vocês nem imaginam a bomba que vem por aí... Ou melhor, as bombas.
Queria saber o que acham dessa paixonite da Meri pelo Sirius. Alguns personagens apoiam, como Tonks, mas tem gente achando isso bem errado, como vão ver em breve. Qual é a opinião de vocês?
Obrigada por lerem e acompanharem ♥