Meredith Gruwell escrita por Karina A de Souza


Capítulo 14
Cuidado com o Estresse


Notas iniciais do capítulo

Oi, pessoinhas fantasmas.
Esse é um grupo que eu fiz pras minhas fanfics. Podem entrar, é de boas:
https://www.facebook.com/groups/1535257620021671/



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/741826/chapter/14

—Ah, querida, como está se sentindo?-A sra. Weasley perguntou, preocupada. Olhei em volta, eu estava no hospital e nem me lembrava de como tinha chegado lá.

—Melhor. Eu já posso ir?

—Assim que receber alta. Mas não pode voltar para Hogwarts, pelo menos não hoje. Precisa descansar um pouco, o diretor Dumbledore quer ter certeza de que está pronta para voltar. E ainda estão investigando o que pode ter acontecido com a sua poção. -Assenti.

—Eu vou ficar aqui até poder voltar?

—Não. Você vai para casa comigo. -Olhou em volta e abaixou o tom de voz. -Sirius queria que você ficasse na sede da Ordem, mas eu quero mantê-la por perto caso precise de algo.

—Obrigada, senhora Weasley. Obrigada, mesmo. -Sorriu.

—Só estou cumprindo meu papel, cuidando das minhas crianças. -Ajeitou a coberta. -Você pode contar comigo para o que for. Agora, descanse mais um pouco, tudo bem?-Assenti. -Ótimo. Bom sonhos.

***

Mais tarde, naquele dia, o senhor e a senhora Weasley me levaram para a Toca. Eu queria ter voltado para Hogwarts, mas já que não tinha escolha...

—Você precisa se alimentar direitinho. -A sra. Weasley disse, colocando um prato com sopa na minha frente. -Está tão magrinha. Você está se sentindo melhor?-Assenti. -Mas para garantir, talvez devesse tomar... AH!

Quase caí da cadeira por causa do susto. Alguém saiu da lareira. Sirius. A sra. Weasley colocou a mão no peito, então pareceu se recuperar rapidamente.

—O que você está fazendo aqui?-Ela exigiu, irada. -Você perdeu o juízo?

—Como se sente?-Sirius perguntou, sentando ao meu lado e ignorando a nossa anfitriã.

—Bem. -Respondi.

—Tem certeza?-Colocou a mão na minha testa. -Não está com febre...

—Hum, hum. -A sra. Weasley fez, cruzando os braços. Sirius suspirou e se virou para ela. -Eu posso saber o que está fazendo aqui?

—Não está claro?-Retrucou. Apertei o braço dele. -Remo me contou que Meredith vinha para cá.

—E você não podia perder a oportunidade de se arriscar.

—Por que seria arriscado? Há Dementadores no seu jardim?

—Você precisa ficar em casa, quieto e em segurança. Você é um homem adulto, eu preciso mesmo lembrá-lo de ser responsável?

—Eu não...

—Você é um fugitivo procurado em todo mundo bruxo! Até os trouxas estão te procurando! Se não quiser voltar para sua cela em Azkaban, eu sugiro que seja mais cuidadoso!-Sirius abriu a boca para retrucar, mas eu fui mais rápida.

—Só estamos todos preocupados com você. -Olhou pra mim. -Eu me sentiria péssima caso te pegassem quando viesse me ver. Seria minha culpa.

—Claro que não. -Disse, a expressão suavizando. -Eu não culparia você.

—Mas eu me culparia. Prometa que vai ser cuidadoso, por favor.

—Tudo bem, eu prometo. -A sra. Weasley jogou as mãos para cima e disse algo sem som.

O sr. Weasley apareceu e chamou Sirius para conversar na sala. Parecia importante, talvez algo sobre a Ordem.

—Eu não sei como você fez isso, -A sra. Weasley começou, em voz baixa para não ser ouvida pelos homens no ouro cômodo. -mas funcionou. Sirius é um cabeça dura.

—Imaginei que um tom de voz calmo e uma expressão inocente resolveria. -Rimos.

—Funcionou muito bem. -Parou, pensativa, então sacudiu a cabeça, como se espantasse algum pensamento. -Tome sua sopa antes que se esfrie. Eu preciso ter uma conversinha com Sirius.

Eu não sei o que ela disse a ele, mas quando se foi pela lareira, Sirius estava furioso.

***

Passei a noite na casa dos Weasley, e na manhã seguinte, bem cedinho, fui mandada de volta à Hogwarts, pela lareira.

Saí direto na sala de Snape, que nem deu sinais de ter reparado em mim. Comecei a sair, mas parei. De repente tinha uma sensação esquisita no meu estômago e eu estava me virando para Severo, furiosa.

—Você não ia me contar, ia?-Franziu a testa e ergueu a cabeça.

—Do que está falando?

—Sobre tudo. Sobre você ter sido, ou ainda ser, um Comensal da Morte, sobre a tal profecia que entregou os Potter, por que você contou ao Lorde das Trevas! Sabe o que é pior? É que eu não sei se você a odiou, ou se perdeu Lílian na noite em que ela morreu! Eu não entendo como você se rendeu às Trevas, você era tão esperto, mesmo andando com Malfoy, os Lestrange e o resto do grupo... Lílian temia que você acabasse como eles, mas eu me recusava a acreditar que Severo Snape, o garoto que conheci no Expresso de Hogwarts pudesse... Pudesse fazer parte de alguma coisa assim!-Respirei fundo. Sabia que estava quase perdendo o foco, e que não estava falando direito, mas as palavras estavam fugindo e o mundo estava se afastando de mim aos poucos.

—Meredith...

—Como você pôde? E ainda se mostrava indignado quando eu perguntava se tinha me empurrado da maldita torre... Você me matou? Teve participação na morte dos Potter? Você matou a mulher que amava, Severo?-Se levantou. Me apoiei nas costas de uma cadeira. O mundo estava se inclinando agora. -O que foi que aconteceu com você? Com o garotinho que eu conheci? O que aconteceu com todos nós?-Fechei os olhos.

—Meredith?

Minhas mãos escorregaram e eu atingi o chão com força. Ainda não acabei de falar...

Eu queria me levantar e gritar mais, mas não tinha forças para isso. Então o mundo desligou de vez.

***

Sem surpresa, eu acordei na enfermaria.

Madame Pomfrey afirmou que eu tinha desmaiado por causa de estresse. Ela disse que eu estava com a saúde delicada e qualquer coisinha podia me derrubar agora. Por isso, ela me deu duas poções: uma fortalecedora e outra para me manter calma.

A segunda me deixou meio abobada, mas aparentemente isso era normal.

Recebi a visita do trio, de Hagrid, Minerva, Gina com os gêmeos, Remo e por fim, Tonks. Sim, a Auror veio me ver, e acabou derrubando algumas coisas que estavam numa mesinha ao lado da minha cama.

—Foi mal. -Pediu, envergonhada. -Como se sente?

—Bem. Já quero sair daqui. Não aguento mais essa enfermaria.

—Eu vinha muito aqui. -Se sentou na outra cama e balançou as pernas. -Estava sempre tendo uns acidentes bobos. -Sorriu. -Eu era um pouco desastrada.

—Entendo. -De repente ela ficou séria e desviou o olhar por alguns segundos.

—Sabe, Meri... Ficamos preocupados com o seu desmaio. O Snape disse que você gritou com ele e apagou, mas não quis dar detalhes. O que aconteceu?

—Aconteceu que... Eu explodi. -Me ajeitei na cama, meu bom humor sumindo. Queria outra poção calmante. -Acabei surtando e... Foi isso. -Dei de ombros. -Não quero falar disso.

—Tudo bem. -Ficamos algum tempo em silêncio, até Tonks limpar a garganta. -Quer ver uma coisa?-Olhei pra ela, que do nada tinha um bico de pato. Comecei a rir imediatamente.

—Como você faz isso?

—Ainda não te contei? Eu sou uma Metamorfamaga. Posso mudar minha aparência. -E foi o que ela fez, pelos minutos seguintes, até que eu fui liberada da enfermaria.

Tonks me deixou na entrada do Salão Comunal da Grifinória e foi falar com Remo.

Encontrei Hermione no nosso dormitório vazio.

—Que bom que voltou!-Correu para me abraçar. -Estava preocupada. Está melhor?

—Sim. O que é isso?-Me aproximei do meu criado mudo.

—A professora McGonagall trouxe. É uma caixa para você guardar sua poção. Ela funciona com uma senha. Como ainda não foi usada, você pode escolher. -Sorri. -Aperte essa rosa na tampa e fale a senha. -Fiz o que ela disse.

—Torta de morango. -Me afastei. -É a minha torta favorita.

Analisei a caixa: era pequena, marrom, e tinha uns desenhos em branco, como rosas e ramos espinhentos.

—Agora não precisamos nos preocupar com alguém tentando mexer na sua poção. -Mione comentou, sentando na própria cama.

—Descobriram quem foi?

—Não. Mas a professora McGonagall ainda não desistiu. Tem alguma ideia de quem possa ter sido?

—Não. E espero que descubram logo. A ideia de ter inimigos desconhecidos me deixa muito incomodada.

***

A pior parte da manhã seguinte foi a aula de Poções. Isso não era novidade, mas depois da gritaria que eu fiz na sala de Severo, a aula parecia pior ainda.

Passei cada minuto mantendo o olhar baixo, evitando olhar Snape. Estava com raiva, mas também triste, envergonhada e confusa. Tinha me sentido ótima e péssima por ter colocado tudo para fora.

Me senti tão aliviada quando a aula acabou, que quase esqueci minhas coisas na sala.

—Deu tudo certo. -Hermione comentou, caminhando ao meu lado. -Você não surtou, não explodiu nada, nem usou uma Maldição Imperdoável.

—E Snape também não gritou, não tirou pontos da Grifinória e não te colocou em detenção. -Rony completou. -Foi seu dia de sorte. Ei, Mione, eu posso copiar...

—Ele nem olhou na sua direção. -Harry disse, enquanto Mione e Rony conversavam.

—Quem?-Perguntei.

—Snape. Era como se você não estivesse lá.

—Parabéns pra mim, consegui fazê-lo me odiar mais. -Suspirei. -Desisto. Eu não consigo consertar isso, só piorar. Eu não posso alcançá-lo, então tenho que deixá-lo ir.

—Talvez seja melhor. Eu sei que vocês eram amigos, e deve ser muito difícil. Não consigo me imaginar deixando Rony ou Hermione pra sempre.

—Sabe, ele não era ruim. Ainda não acho que seja... Não acredito que seja. Ele era um garoto fechado, estranho, se interessava pelas Artes das Trevas, andava com as pessoas erradas... Mas talvez eu esteja cega para o que Snape se tornou. Quando você ama uma pessoa, não quer ver que ela foi para o lado errado.

***

No dia seguinte, a professora McGonagall me chamou na sala dela. A avaliação de Umbridge, sobre mim, tinha chegado.

—Você poderá permanecer em Hogwarts. -Disse, assim que me sentei. Sorri. Eu não seria expulsa!-Umbridge falou com todos os professores e todos fizeram bons comentários sobre você. Incluindo... -Pegou um dos pergaminhos que estava sobre a mesa. -... O professor Snape.

—Verdade?-Ela sorriu e começou a ler.

—“Meredith é uma boa aluna. Tem tirado boas notas e se sai muito bem em todas as matérias que cursa. Poderia ser melhor em Poções, mas creio que vá se esforçar e melhorar”. Quando perguntado sobre a sua personalidade, ele disse: “Conheço Meredith desde a infância. Ela sempre foi uma garota gentil, educada, e não há maldade alguma nela. Meredith não representa perigo para Hogwarts ou qualquer outro aluno”.

Eu estava surpresa. Ele tinha dito tudo aquilo sobre mim? Mas era verdadeiro ou apenas uma mentira, para garantir minha permanência em Hogwarts?

—Essa é uma cópia da avalição de Umbridge. Eu gostaria que você entregasse ao professor Snape. -Estendeu o envelope, mas não o peguei.

—Eu? Entregar para...

—Eu sei do desentendimento recente entre vocês. Precisam conviver pacificamente. -Insistiu com o envelope. O peguei e fiquei de pé. -Senhorita Gruwell?

—Sim?

—Eu preferiria que você não dissesse ao professor Snape que eu contei o que ele falou sobre você.

—Tudo bem. Sem problema.

Fui para a sala de Snape, pensando em como faria para escapar o mais rápido possível daquilo.

Fiquei andando de um lado para o outro, enrolando, mas no fim acabei indo. Você é da Grifinória ou não é?

Bati na porta. Por um momento torci para que Snape não estivesse lá ou já tivesse ido dormir, mas ele logo estava dizendo “entre”.

Respirei fundo, entrei na sala e fechei a porta.

—A professora McGonagall pediu que eu trouxesse isso. -Me aproximei da mesa e entreguei o envelope. Snape o abriu e começou a mexer nos pergaminhos.

—Creio que McGonagall tenha dito que você pode ficar em Hogwarts.

—Sim. -Continuou lendo. Encarei a mesa. Já posso ir embora?—Professor, eu posso...

—Sente-se. -Suspirei e me sentei. -Umbridge disse que você ainda não sabe o que fazer depois que sair da escola. -Olhou pra mim.- Esse é seu penúltimo ano escolar.

—Eu não posso voltar para o orfanato. Vou ser maior de idade. Não tenho pra onde ir.

—Black quer que você fique no Largo Grimmauld. Pelo menos até encontrar seu caminho.

—Isso é verdade? Eu posso mesmo...?-Assentiu. Bem, pelo menos um assunto está resolvido.—Professor, sobre o outro dia...

—Você já está dispensada, Gruwell. Deve voltar ao seu Salão Comunal.

—Certo. -Fiquei de pé. -Com licença.

***

Achei que encontraria o Salão Comunal da Grifinória vazio, mas havia um grande grupo lá ainda. Quando entrei, Hermione se adiantou.

—E então, você foi expulsa?

—Não. Eu vou ficar!

Dois sons altos vieram do canto, Fred e Jorge explodiram algumas bombas coloridas, fazendo faíscas voarem pela sala.

—Que a festa comece!-Gritaram. Comecei a rir.

—Por que estamos comemorando?-Perguntei.

—Por que você vai ficar, dã. -Fred respondeu, enquanto doces e bebidas eram colocados nas mesas.

—A gente não queria que você fosse expulsa. -Jorge continuou. -E também, queríamos dar uma festa.

—Só precisávamos de um motivo.

—De nada. -Brinquei.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

O que vocês acham que a senhora Weasley disse pro Sirius ficar tão irritado? Em breve vão descobrir.
Bem, se preparem que no próximo capítulo teremos uma treta colossal! (Sem detalhes, foi mal).
E aí? Digam o que estão achando. Quero saber se estão gostando e tal.
Bjs e até o próximo capítulo. ♥



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Meredith Gruwell" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.