Estrela-do-Mar escrita por Mileny Gabrieli


Capítulo 5
O submarino e o foguete


Notas iniciais do capítulo

Bem vindos, leitores e colegas.
[Capítulo Editado]



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Deitadas na cama, ainda com a luz negra ligada, Pietra vai passeando, lentamente, seus olhos sobre cada desenho, absorvendo com mais calma os detalhes, por um tempo, sua atenção se prende no maior desenho do quarto, uma arraia, desenhada acima da cabeceira da cama, com traços em maori, apenas em cores azuis. Ela é mágica e brilhante.

Como ela é linda – Pi pensava consigo.

Mas logo atrás da arraia, em cores opacas, pois não estava destacado com as “tintas mágicas”, Pietra percebe uma baleia, muito pequena, dando uma dimensão de que está distante e ao redor dela havia muitos pontinhos brancos, ao que ela entende, é que os pontinhos são estrelas e pareciam estar fazendo um caminho para a baleia trilhar até o céu... No ápice de sua curiosidade, Pietra se levanta e pensa em perguntar o porquê daquele “fenômeno” tão estranho, mas antes que pudesse fazer qualquer pergunta, Dalila se adianta.

— É a baleia azul das redes sociais. Essas coisas mechem comigo, quando penso no que as pessoas fazem, me imagino fazendo o mesmo e me pergunto, por que faria? – Depois de uma pausa dramática, tentando montar a forma de abordar esse assunto, Dalila decide que apenas irá falar do jeito como as palavras vierem a sua mente. Mas quando ela finalmente abre a boca para tentar concluir seu pensamento, um clarão de repente adentra o quarto, pela janela.

— Meus pais chegaram. E já está ficando tarde, aposto que seus pais já devem estar preocupados.

— Ham, eles vão me matar se já estiver passando das dez.

— São quase dez.

— Mas que mentira!

As duas caem na gargalhada e se desmontam na cama, em seguida descem correndo as escadas e passam porta afora de casa, sem ao menos dizerem nada para os pais de Dalila, que entraram pela garagem e não foram vistos. Dalila acaba por preferir acompanhar a amiga até a sua casa, sendo oito horas da noite, Pietra também não vê problemas.

Conforme vão se aproximando da área dos fundos da vila, mais o terreno vai ficando escuro e com mais “povoação de árvores e arbustos”, Dalila acha isso muito agradável e até o clima frio faz com que o momento fique ainda melhor.

— Não está com medo, né? – Pergunta Pietra, superconfiante em seu território.

— Mas é claro que não.

Sem muitos ruídos, alguma coisa negra, não muito grande, mas muito rápida pula de uma árvore e sai correndo pela escuridão entre os arbustos.

Dalila pula para os braços de Pietra, desesperada de medo, com os cabelos arrepiados e os olhos em êxtase, Pietra se rasga de rir, sabia que a qualquer momento ela demonstraria medo, mas ela rir com mais graça ainda por ter sido um medo exagerado.

— MAS O QUE FOI QUE ACONTECEU?

— HÁHÁHAHÁHÁHÁHÁ, sua boboca, foi a minha gata que pulou da áb-árvore. Olha aí, até gaguejei, droga você é muito fofa.

Dalila nem sabia, mas ambas já estavam na frente do portão da casa de Pietra, uma luz externa estava ligada e antes que as duas chegassem perto do portão, um homem robusto e alto sai de dentro da casa.

— Pai! Estava na casa da Dalila, ela mora aqui na vila, lá na frente. – Pietra se vira de costas para o pai e aponta para o final da rua, estava evitando contato visual.

— Tudo bem, fica em casa, estou indo buscar a sua irmã no aeroporto.

— A gente vai entrar. – Pietra se adianta, antes que Dalila inventasse de se despedir dela agora e a puxa pela mão.

As duas sobem rapidamente para o quarto de Pietra, e lá, sem ligar a luz, deixando que a luz do corredor ilumine o quarto, ela tira um objeto de tamanho médio do chão, coberto por um pano branco e o leva para sacada do quarto dela, quando Dalila se aproxima, a moça se vira de frente para ela, com um grande sorriso de dentes no rosto.

— Venha, quero te mostrar uma coisa.

Pietra tira o pano e de lá surge uma telescópio de cor dourada, orgulhosa, Pietra continua com o sorriso estampado no rosto, enquanto presencia os olhos de Dalila brilhar de admiração. Ela notava esse brilho mesmo ela estando com o rosto nas sombras.

— É incrível, sempre tive curiosidade de passar algumas horas na companhia de um desse...

— Infelizmente nem vai poder usar, não com esse céu nublado.

— Tudo bem, só em saber que alguém que mora tão perto de mim tem um desses, já me deixa melhor. – Dalila faz uma pausa, coloca seu rosto na luz do quarto e encara Pietra com um sorriso sacana. – Então quer dizer que você gosta de outro tipo de estrela, é?

— Há! Há! Há! Há! Oh meu, e não é! Você comanda o mar e eu domino os céus. 

 

— Eu vou por um submarino, explorar o interior dos mares e você viaja num foguete.

— Gostei, gostei. Você vive num submarino e eu logo em cima num foguete. Acho que as pessoas não têm muito esses tipos de sonhos. – Pietra comenta de repente, pensativa sobre o que ela mesma disse e coloca uma mão no queixo, forçando o pensamento.

— Não, eu não sei no que as pessoas realmente sonham, mas meus sonhos têm a ver com o mar, exploração e as estrelas.

 


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Notas finais do capítulo

[Capítulo Editado]
Como ficou?



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