Blind Sky escrita por Gusta Oliveira


Capítulo 1
Uma nova chance


Notas iniciais do capítulo

Sejam bem vindos ao capítulo um do 1°volume de Blind Sky!



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Era manhã e a luz do sol entrava pela janela de um pequeno quarto, a cor da parede que estava um pouco mofada era amarela, o quarto estava lotado de papéis e anotações grudados nas paredes, vários livros e diários jogados no chão, incluindo um quadro negro que ocupava metade da parede, várias matérias de jornais recortadas que falavam sobre acontecimentos estranhos no mundo trouxa e outras conspirações foram coladas ao quadro. Por outro lado, tinha televisão, vídeo game antigo e um quite de química ao lado da cabeceira da cama.

     Havia uma cama também que ocupava metade do quarto, um garoto deitava na cama, parecia não ter dormido, um garoto moreno de cabelo comprido que ia até o pescoço e olhos muito pretos com grandes olheiras, seus olhos fitavam o teto pensando em algo que o incomodava muito, algo que ele sabia que aconteceria em breve.

    Enquanto ainda fitava o teto de seu quarto, o garoto ouviu uma voz vindo da cozinha, que ele reconheceu ser a voz aguda de sua mãe.

─ Henry, querido, venha até aqui, seu pai e eu precisamos conversar com você!

─ Já vou! ─ Disse o garoto. Ele se levantou com preguiça, olhou para o chão procurando chinelos para calçar, como não encontrou, ainda de pijama seguiu em direção a porta já aberta, foi a cozinha e chegando lá viu sua mãe e seu pai com rostos aflitos.

   Sua mãe era uma mulher com um rosto bonito, baixa, tinha cabelos negros curtos e estava vestindo uma blusa rosa e uma calça jeans, já seu pai alto e magro com olhos pretos (diferentes de sua mãe que tinha olhos castanhos claros), e ainda estava com sua roupa de dormir. Logo quando viu seus pais com aquela cara já imaginou ás mil coisas que ele tinha feito de errado nos últimos 3 dias.

  Caminhou até o bule de café na pia ─ Tá, a gente já falou sobre isso ontem ─ e colocou o café em uma xicara ─ E eu falei a verdade, a cara dele veio no meu punho!

 ─ Não o chamamos para falar sobre isso, é sobre algo mais sério ─ Falou sua mãe com um tom sério.

 ─ Ufa... achei que iam nos processar ─ disse Henry aliviado depois de tomar um gole de café ─ É sobre o que então?

 Seus pais se entreolharam. O Sr. Thawne percebendo que sua mulher não queria falar, resolveu tomar a frente ─ Bom, filho...ontem de manhã recebemos uma carta, bom, você recebeu, uma carta enviada por uma coruja...

 Colocando a mão em seu bolço, o pai retirou uma carta que ainda estava selada e entregou com cautela do que Henry poderia achar. Recebendo-a com uma certa estranheza, Henry pegou a carta e a abriu, e resolveu ler em voz alta:

Sr. H. Thawne

Casa n°7

Rua 2

Rushes Mead

 

ESCOLA DE MAGIA E BRUXARIA HOGWARTS

 

Diretor: Alvo Dumbledore

(Ordem de Merlin, Primeira Classe, Grande Feiticeiro, Bruxo Chefe, Cacique Supremo, Confederação Internacional de Bruxos).

 

Prezado Sr. Thawne,

Temos o prazer de informar que V.Sa. tem uma vaga na Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts. Estamos anexando uma lista dos livros e equipamentos necessários. O ano letivo começa em 1º de setembro. Aguardamos sua coruja até 31 de julho, no mais tardar.

 

Atenciosamente,

Minerva McGonagall.

Diretora Substituta.

 

Alguns segundos depois de ler a carta, Henry ainda olhava fixamente para a carta, porque mais cedo ou mais tarde ele sabia que este dia chegaria. Olhou para seus pais com uma cara séria e ele retribuíram com rostos ansiosos.

─ Porque não me disseram antes que eu sou bruxo? ─ Por parte, ele já sabia que poderia ser bruxo, mas ainda se sentia indignado por não terem lhe confirmado algo tão importante antes.

─ Bom, Henry, no começo até seus 10 anos não sabíamos se isso poderia lhe agradar ─ Disse o Sr. Thawne ─ Mas agora você sempre fica trancado no seu quarto fazendo tantas coisas nem Deus sabe, sempre metido em confusões e coisas ilegais e isso porque você tem apenas 11 anos e já está agindo como um gangster. E não sei se você lembra mais ontem você também recebeu uma carta dizendo que você não poderia voltar mais para sua escola primaria por ter agredido seu futuro professor de matemática que por nosso azar fica na casa da frente! Ah, mas agora você sabe o que realmente é. Vai estudar em Hogwarts, irá conseguir fazer coisas que eu nunca pude tentar. Como o seu tio, você irá fazer amigos, vai ficar na linha. Enfim, faça sua oportunidade valer a pena...    

   Depois da explicação do Sr. Thawne, Henry percebeu que seu pai não ficara muito confortável falando sobre bruxaria. Sua mãe resolveu tomar a frente para explicar melhor a situação ─ Olhe filho. Sente-se ─ Henry se sentou impaciente para ouvir que sua mãe teria a dizer ─ Eu e seu pai andamos pensando em te dizer algo. A família de seu pai vem de uma grande linhagem de bruxos-

─ Tá legal, já sei disso faz tempo. Vamos pular a parte da nossa arvore genealógica

─ Está bem, olha... eu sei que você já nos ajudou muito, ganhando diversos torneios e prêmios, até que foi por sua causa mesmo que conseguimos nos mudar do Brasil para o Reino Unido. O fato é que você mudou tanto desde que chegou aqui. Antes você era gentil e respeitoso, hoje você é frio e sarcástico. Você nem sabe mais o que quer ser da vida e sinceramente eu e seu pai achamos que você pode ter uma vida melhor se frequentar Hogwarts...

 ─ Vocês disseram a mesma coisa quando me levaram para a aquela escola de “crianças especiais”! ─ Henry não queria acreditar que tinha ouvido aquilo, de repente tudo muda, de uma hora para outra tudo vira de cabeça para baixo e a única opção é aceitar.  

Pois de lado sua caneca de café e olhou fixamente para a janela que por ali ofuscava a luz do Sol que dividia a mesa de jantar em que seus pais estavam sentados entre a sombra e a claridade. Pensou por um minuto, um minuto que para Henry demorou uma eternidade, pensou na luz que separava ele de seus pais, pensou que já era hora de mudar de caminho, pensou que seus pais estavam o abandonando, mas olhou para seus olhos ansiosos por uma resposta e percebeu que foi o contrário, era ele que tinha os abandonados. Cortando o silêncio ele resolveu falar ─Ta, eu vou. ─ Seus pais se entreolharam e deram um sorriso, mas Henry continuou sério.

 ─ Bom, já que está resolvido, vou lhe explicar algumas coisas que você deve saber sobre o mundo bruxo.

    Duas horas depois de uma conversa muita chata de explicação sobre coisas básicas sobre os bruxos que tinha vindo de uma carta para pais trouxas, Henry já estava começando a ficar com raiva de sua mãe por saber mais que ele em algo.

─ E por último, querido, eu e o seu pai o levaremos para a Rua diagonal amanhã cedo! ─ A mãe releu a carta para ver se estava certa ─ Perdão, Beco Diagonal! E não se esqueça, hoje teremos um jantar com os Granger então não comente nada sobre a escola, não queremos manchar ainda mais nossa imagem.

─ Porque os Granger? Temos tantos vizinhos! E a filha deles é muito chata ─ Disse Henry.

─ Porque sim! Eles são pessoas muito gentis e sempre nos ajudam. E sobre a filha deles, você não irá mais estudar com ela, então seja gentil e não faça piadas sobre os dentes dela! 

    Depois de toda a conversa, Henry ainda confuso, foi para seu quarto e ficou lá até os Granger chegarem. Já estava escurecendo quando Henry resolveu vestir uma roupa adequada para a ocasião.

 (n/a: Modo Henry Narration)

   Sentei na minha cama, segurando minha carta de Hogwarts, já reli a carta várias vezes, e, caramba, que semana estranha, primeiro acabo agredindo meu futuro professor, vou expulso de uma escola que nem comecei a estudar ainda e para completar, ah é claro, vou para uma escola de bruxos! É até engraçado por que meu pedido para ser wiccano foi renegado.

   Tanta coisa que eu ainda poderia fazer, meu futuro de empreendedor já era (bom, já tinha ido por agua abaixo mesmo), mas pensando melhor também posso ter um bom futuro sendo um bruxo, vou ter que agarrar a “oportunidade”, já que eu não tenho escolha né! Ouvi a campainha tocar e minha mãe pediu para eu ir atender já que ela estava ocupada arrumando a mesa para o jantar. Coloquei a carta na cabeceira da cama e fui atender a porta. Abri a porta com gentileza e foquei nos rostos de dois adultos altos na minha frente ─ Boa Noite, Sr. e Sra. Granger, meus pais estão na cozinha ─ Cumprimentei os dois sorrindo falsamente.

    Esperei os dois passarem para cumprimentar sua filha, já sem o mesmo sorriso no rosto de antes ─ Hermione! Que bom revela ─ Disse ironicamente ─ Tem cenoura na cozinha para você.

─ Ah, não enche, Henry ─ disse a garota com rispidez ─ E se o problema é me ver, não terá problema já que essa vai ser uma das poucas vezes que vai me ver. Fiquei sabendo que foi expulso da escola, de novo ─ Disse Hermione com um sorriso apático no rosto fazendo-me engolir em seco.

 Já na mesa de jantar, todos estavam comendo e conversando sobre suas vidas e eu só estava esperando chegar em uma parte da conversa em que eu fosse o assunto principal. Depois de uma conversa sobre um paciente (aparentemente criança) que tinha mordido a mão do Sr. Granger, ele começou a falar sobre a minha expulsão da escola.

   ─ Não se preocupe, filho, eu irie falar com o diretor da escola, não podem te expulsar sem provas, não é possível que acreditem que uma criança nocauteou um adulto ─ Disse ceticamente Sr. Granger e todos na mesa se viraram para mim esperando uma resposta.

  Quando meu pai estava abrindo a boca para responder para mim, eu resolvi responder ─ Não tem problemas Sr. Granger já consegui uma vaga em uma nova escola ─ Falei depois de tomar um gole de suco ─ Uma escola bem melhor ─ Disse olhando para Hermione.

   O Sr. Granger surpreso com a resposta, resolveu perguntar o que meus pais mais temiam ─ E qual é o nome dessa escola?

 Apressado na resposta eu falei: ─Ah, é a Escola de Magi ─ Vi o rosto dos meus pais nervosos que diziam “ Minta, por favor, Minta! ” ─ Magio-Tecnologia, senhor, é uma escola particular, que fica fora do país.

 Como vi que Hermione já tinha percebido a mentira logo de cara, resolvi sair da mesa o mais depressa possível.

─ Bom, já terminei de comer, posso ir para meu quarto? Tenho algumas coisas para arrumar para a viagem ─ Eu disse me levantando da mesa.

─ Claro, querido. Não esqueça de dar boa noite aos convidados.

─ Boa noite, Sr. e Sra. Granger ─ Ignorei Hermione e me dirigi ao quarto.

    Logo depois de sair, Hermione se dirigiu a palavra a Sra. Thawne ─ Sra. Thawne, onde fica o banheiro? Preciso lavar minha mão.

  ─ Claro, querida, fica ao lado do quarto de Henry no corredor.

      É claro que Hermione não queria ir no banheiro coisa nenhuma, queria é falar comigo! Tem alguma coisa de errada, será que ela sabe alguma coisa sobre o mundo bruxo? Ou que eu sou um bruxo? Não posso baixar a guarda, ela é muito inteligente...

Fechei a porta do meu quarto com calma para que Hermione não descobrisse que eu estava observando-a, e só depois que tranquei a porta com chave, coloquei minha mão no meu bolso procurando minha carta de Hogwarts e percebi que estava vazio, merda! Como eu sou idiota, eu devo ter derrubado a carta no corredor.

Quando fui terminar de abrir a porta me deparei com Hermione segurando minha carta com o rosto indignado e com as sobrancelhas arqueadas ─ Devolva isto Hermione! ─ Grite com ela e peguei a carta de sua mão e coloquei em meu bolso.

─ Agora que está com vergonha acabou as piadas, não é? ─ Ela disse com o sorriso torto enquanto eu guardava a carta em meu bolso.

─ Você leu? ─ Perguntei para ela olhando para o chão, já tinha desistido de argumentar contra isso.

­─ Já li sim, várias vezes e você? ─ Ela disse com o mesmo sorriso de antes.

─ Não seja idiota, estou perguntando da carta!

─ Já li sim, várias vezes e você? ─ Repetiu a garota.

─ Como?

Percebi que tinha algo de errado com o comportamento de Hermione. Então peguei a carta em meu bolso e li em voz baixa:

Srta. H. Granger

Casa n°8

Rua 2

Rushes Mead

 

ESCOLA DE MAGIA E BRUXARIA HOGWARTS

­    Só aí fui me lembrar que minha carta estava na droga da cabeceira da minha cama, cara, como eu pude me esquecer disso.

─ Ah! Qual é? Qualquer um pode ser bruxo agora? Maldição, é estou colhendo o que plantei ─ Eu disse irritado.

─ Bom já que infelizmente já sei que você é um bruxo, podíamos nos encontrar amanhã no Boco Diagonal para comprar nossos materiais, se você quiser é claro...

    Olhei para ela indignado ─ Quê?!

─ Ah, qual é, Henry? Eu não escolhi ser bruxa! E nem fiquei contente ao saber, mas é bem melhor ir com algum bruxo que já conhecemos, não?

─ Que droga, é amanhã que eu vou com os meus pais, acho que não tenho escolha, não é? Mas fique bem claro, Hermione...eu não sou seu amigo ─ Sibilei.

─ Ok ─ Disse Hermione ─ Nós vamos poder ter uma conta no banco dos bruxos, vai ser muito legal, e lá em Hogwa-

 ─ Ta bom, Hermione, já entendi, agora chispa daqui se não nossos pais vão achar que você está fazendo algo a “mais” no banheiro, se é que você me entende ─ Eu disse a interrompendo enquanto empurrava ela pra fora do meu quarto.

  ─ Hm, quer dizer que podemos ter uma conta em um banco bruxo...muito obrigado Hermione.

(n/a: Modo Narration)        

       Henry não conseguiu dormir bem naquela noite, pensava muito como seria o mundo bruxo, sua vida no mundo bruxo, seu futuro no mundo bruxo. Ficou a noite inteira vendo filmes e documentários sobre bruxaria e pensando se aquilo era real, que iria mesmo para uma escola de bruxaria, se não tinha enlouquecido de vez. Transcorria diversos pensando dele mexendo um caldeirão grande sobre o auxílio de uma bruxa verde e verruguenta, ou tentando invocar espíritos malignos em um quarto mal iluminado rodeado de alunos com capuzes pretos cobrindo o rosto e um bode decapitado no meio do quarto.

      Quando deu 09:00 da manhã a família Thawne já estava na sala lendo as instruções do Manual Guia Para Pais Trouxas, sobre como usar o Pó de Flu na lareira. Henry estava muito cético quanto a tudo isso “como é que vamos se tele transportar por uma lareira???” “Uma coruja entregando carta tudo bem, mas isso? ” Dizia ele com deboche para seus pais enquanto segurava o Pó de Flu.

  ─ Mas não custa nada tentar Henry ─ Disse o pai enquanto empurrava o garoto para lareira.

   ─ E se não der certo? E se explodir? ─ Disse Henry apreensivo.

   ─ Antes você do que nós ─ Dizia rindo enquanto a Sra. Thawne olhava para ele com uma cara de séria e as sobrancelhas arqueadas.

       A Sra. Thawne se virou para Henry ─ Bom querido, é só jogar o Pó de Flu na lareira e dizer “Beco Diagonal”.

      Henry pegou rapidamente uma mochila pesada que estava no sofá e a pôs nas costas.

  ─ Ta bom. Tchau para vocês! ─ Henry jogou todo o Pó de Flu com força no fogo da lareira e gritou “Beco Diagonal”, e no mesmo instante chamas verdes rugiram por todo o seu corpo engolindo-o por inteiro, e as chamas desapareceram levando Henry junto.

      ─ Bem... tchau. Acho que deu certo querido, agora é minha vez ─ A Sra. Thawne estava muito excitada sabendo que iria conhecer o mundo dos bruxos pela primeira vez.

     ─ Ah... droga Henry, querido, acho que ele fez aquilo de novo ─ Disse se virando para o Sr. Thawne segurando um pote acinzentado, porém vazio. Nada poderia ter tirado a emoção do Sr. e Sra. Thawne naquele momento, a não ser o fato de que Henry usou todo o Pó de Flu que tinham ganhado de Hogwarts, seguindo para o Beco Diagonal sozinho e deixando seus pais em casa.


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Notas finais do capítulo

Continua no próximo capítulo!



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