– Sinto muito meu filho. – Carlisle disse colocando a sua mão em meu ombro. Eu realmente lamento, achei que ela seria capaz de entender.

– Eu também. – Respondi ao seu pensamento. Esme se aproximou de mim e me puxou pela mão. Vamos para casa. Eu acenti, apesar de não querer. Eu dei uma ultima olhada para o camarim aonde Belle havia entrado. Estava ficando cada vez mais dificil segurar o choro e a dor em meu peito parecia se agravar a cada passo que eu dava longe dela.

Amanhã você conversa com ela com calma. Tenho certeza que vocês vão se entender. As palavras de Esme soaram totalmente sem esperança. Nem ela acreditava no que ela dizia, mas eu não podia deixá-la saber que eu sabia disso. Tentei sorrir então, mas fracassei. Eu deveria ter intervido.

– Não, Jasper, você não deveria. Belle tem que ter conciência das decisões que ela está tomando, não podemos influência-la. – Eu disse sério sem ao menos olhar para ele e me deixando ser quiado por Esme que tentava colocar pensamentos tranquilos em minha mente sem sucesso. Tudo bem, você quem sabe. Eu que sei? Quem dera, Jasper, quem dera.

Escutei um soluço que estava ficando cada vez mais alto. Era Nessie, ela não estava conseguindo controlar mais o choro e estava voltando a chorar descontroladamente. Rose tentava acalmá-la, mas de nada adiantava. Pai, não deixa ela ir embora assim! Trás ela de volta! Trás ela de volta pai! Um nó se formou em minha garganta e eu senti meus olhos arderem e me amaldiçoei mais ainda por não poder nem ao menos chorar diereito. Pai! Por favor!  Ver o desespero de Nessie estava me deixando cada vez mais desesperado. Minha filha estava desolada e não havia nada que eu pudesse fazer sobre isso. Por enquanto. Sim, por quê eu vou tentar provar o meu amor por Belle.

Ela precisa ver, ela precisa entender, que eu não a amo pela possibilidade dela ter sido a Bella ou por sua aparência. Eu a amo pelo o que ela é: sua personalidade, o seu jeito louco e animado de ser, a falta de controle na hora de falar o que pensa, a sua pouca paciência, o quão irada ela fica na hora de estudar Trigonometria, o quão vermelha as suas bochechas ficam quando está com vergonha e a sua coragem em admitir, a sua espontâniedade, o seu caráter, o altruismo que ela possui e não reconhece, o jeito que ela junta as sombrancelhas quando está com ciúme a deixando com uma expressão engraçada, o modo que ela meche as mãos quando está nervosa ou ansiosa, a sua mania descontrolada de morder o lábio inferior que ela não admite, o quão vesga e engraçada ela fica quando faz careta para o Jake, o quão bagunçado e lindo o seu cabelo está quando acorda, o quão birrenta ela é quando está com sono, o quão protetora ela é com a Nessie, os seus surtos quando Alice exagera em alguma coisa e sua cara de derrotada quando Alice faz biquinho, a sua vontade de socar o Emmet quando ele faz piadinhas sem graças e de colocar a Rose na fogueira quando ela da uma de mãe com a Nessie... tudo isso e mais um pouco eu amo nela. Ela é perfeita, única.

Eu nunca, nunca, a comparei à Bella em momento algum. Eu sei muito bem que as duas são diferentes, é óbvio. Elas são parecidas em poucas coisas, e são essas poucas coisas que me deixou intrigado. Eu só estava tentando achar a justificativa para tudo isso. Se ela tivesse me dado uma chance, eu poderia ter explicado melhor as coisas à ela. A quem eu estou enganando? A culpa é minha. A culpa é toda minha por não conseguir organizar bem as palavras e me explicar direito. Eu estava tão nervoso e desesperado com a possibilidade de perdê-la que eu mal conseguia raciocinar. Você não precisava ser tão sicero, cara. Eu bem que te avisei. Eu olhei para Emmet o fuzilando, isso não era hora para sermões. Foi mal, só tava dizendo o que eu penso. Ele desviou o olhar e foi em direção à Rose que ainda tentava controlar Nessie.

– Pai! Por favor, pai! Não deixa ela ir assim... não deixa!

– Querida, o bebê!

– Eu estou bem tia Rose, eu só... eu só quero a Belle perto de mim! Por favor... – Nessie olhou para mim suplicante.

– Ela não vai querer escutá-lo, amor. – Jacob me interrompeu antes que eu pudesse dizer alguma coisa. – Vocês vão na frente, eu vou depois. Vou tentar falar com a Belle. – Eu tenho que tentar resolver isso de alguma forma. A Nessie não está bem, isso pode prejudicar ela e o bebê.  Eu concordei mentalmente com Jake, Nessie precisava ser vigiada agora, esse nervosismo e estresse todo não é bom para ela.

– Venha querida, vamos para casa. – Eu disse segurando a mão de Nessie.

– Mas pai...

– Não se preocupe, eu vou trazê-la de volta. – Eu tentei dar o meu melhor sorriso. Pela minha filha, eu consegui.

– Jura? – Ela disse ficando mais calma.

– Juro. Interprete isso como uma briga de casal. – Ela sorriu e ficou mais tranguila. Limpou o rosto e caminhou para fora do teatro.

– Jake! – Alice disse.

– O que foi “Frodo”? – Alice deu um leve tapa nele e eu quase ri dessa cena. – Desculpe, “Rosinha”. – Alice deu outro tapa nele. Eu resolvi sair, eu já sabia o que ela iria falar. Ela iria tentar conversar com a Belle junto com o Jake, Alice também estava sofrendo com essa história toda. Ela não suportava a idéia de perder outra melhor amiga e irmã.

(n/a: Frodo, é o Frodo Bolseiro, ou Baggins, do Senhor dos Anéis. O hobbit que fica com o Um anel, saka? E Rosinha é a hobbit que o Samwise Gamgee, melhor amigo e jardineiro do Frodo, quer casar ^^)  

Fomos em direção ao meu carro e o da Rose. Nessie foi no meu carro, junto com Jasper, Carlisle e Esme. Rose e Emmet foram no carro dela. Chegamos em casa em 15 minutos. Ajudei Nessie a se sentar no sofá e depois me sentei próximo a ela. Soltei um longo suspiro e coloquei meu cotovelos sobre a minha perna para logo em seguida lançar as minhas mãos à minha cabeça.

– Pai, você está bem?

– Vou ficar. – Eu podia ouvir a preocupação ecoando na mente de Nessie. – E você, como está se sentindo? – Perguntei mesmo já sabendo a resposta.

– Meio nauseada, mas vai passar. Ele não para de chutar. – Ela disse mirando a sua enorme barriga.

Logo em seguida, o meu celular tocou e eu o atendi no primeiro toque.

– EDWARD! AI MEU DEUS, JAKE, FIQUE DE OLHO NELA, EU NÃO POSSO FICAR MUITO PERTO! – Eu me levantei num pulo e olhei para a minha família que estava toda atenta a mim e a conversa. Alice gritava desesperada no telefone e eu podia ouvir a voz de desespero e alguns chingamentos ao fundo por parte do Jacob.

– Alice, o que aconteceu? – Eu exigi sério e falando o mais rápido possível para não perder nenhum tempo. Eu estava com um mal pressentimento.

– EU NÃO VI EWDARD! JURO QUE NÃO VI! FOI DE ULTIMA HORA, E O JAKE ATRAPALHOU A MINHA VISÃO, VOCÊ SABE...

– Vá direto ao assunto Alice! – Nessie me olhava confusa, ela não estava conseguindo acompanhar a conversa direito.

– É A BELLE EDWARD! ELA ESTAVA NO ESTACIONAMENTO E UM CARRO VEIO E A ACERTOU EM CHEIO! ELA ESTÁ MAL, MUITO MAL! PESSA PARA CARLISLE...

– Eu já estou à caminho Alice! – Eu disse desligando o telefone. Eu já estava correndo assim que Alice pronunciou o nome Belle. Eu pude ouvir os pensamentos de Carlisle, Emmet e Jasper. Eles não estavam correndo e não estavam muito longe de mim.

Eu fiquei estático quando cheguei ao estacionamento do colégio. Belle estava caída no chão com a cabeça em cima de uma pedra e posicionada de um forma desajeitada que me preocupou. Jake estava perto dela e desorientado sem saber o que fazer. Alice estava à poucos metros do corpo de Belle, o cheiro de sangue estava muito forte. EDWARD EU JURO QUE NÃO VI EU... Alice gritava em seus pensamentos e eu tentei bloquiá-los o máximo possível. Eu precisava da minha mente funcionando bem para saber o que fazer para salvar Belle e poder ajudar no que eu puder. Fui em direção ao corpo dela, mandei Jacob se afastar e ele disse alguma coisa que eu não entendi. Carlisle já estava ao lado dela chamando a ambulância e fazendo o máximo que ele podia para ajudar. Ela não está nada bem, não sei se ela vai resistir.

A respiração começou a ficar dificil, o meu coração havia sido substituído por um buraco que havia sido fechado com a chegada de Belle, a minha visão ficou vermelha.

– Quem fez isso? – Eu disse tentando controlar a minha ira e vontade de gritar. Um rosto surgiu na cabeça de Jake. Eu a vi sair correndo do carro e ir em direção à floresta. – Não tem problema, eu cuido dela mais tarde. – Eu disse frio. Peguei a mão de Belle e a beijei delicadamente. – Você vai ficar bem amor. Por favor, você tem que ficar bem! – Eu disse já fugindo do meu controle.

– Edward, melhor você se afastar o...

– Não! O cheiro não me encomoda. Eu não vou sair de perto dela. – Carlisle apenas acentiu e continuou a tentar estancar o sangramento da cabeça da Belle.

Dois minutos se passaram eu já estava ficando louco, eu queria levar Belle em meus braços até o hospital mas Carlisle não deixou. Felizmente, a ambulância chegou antes que eu fizesse isso mesmo sem a autorização de Carlisle. Os enfermeiros chegaram e começaram a tentar locomover o corpo. Quando levantaram o corpo para colocá-la na maca, já com os devidos curativos, protetor de pescoço e prancha de madeira para a coluna, ao ver o estado da parte de trás da sua cabeça eu senti meu estômago revirar. Não de nojo ou qualquer outra coisa do tipo, mas de medo, medo de perdê-la. A pedra que Belle atingiu tinha uma ponta afiada e parte dessa ponta penetrou em seu crânio deixando um pouco da massa cefálica (cérebro) exposta. Eles a colocaram na maca com cuidado e depois dentro da ambulância.

– Você não pode subir! – O enfermeiro disse para mim quando eu estava entrando dentro da ambulância. A minha vontade era de arrancar a cabeça dele, algo que ele dever ter percebido por quê ele exalava medo pelos poros.

– Deixe ele vir. – Carlisle disse e o enfermeiro assentiu. Ele não era louco de discutir com o seu chefe.

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– E então? – Eu disse quando vi Carlisle sair da sala de cirurgia. O estado de Belle era grave e teve que ser operada às pressas, eu pude ver na mente de Carlisle que esse estado não melhorara.

– Fizemos o possível, agora só nos resta observar e ver como ela se recupera.

– Mas ela vai ficar bem não vai? Não é tão grave assim, é? – Jacob disse meio exasperado. Eu sentei na cadeira de espera e dei um longo suspiro enquanto abaixava a cabeça. Era bem grave.

– Jacob, Belle sofreu um Traumatismo Cranioencefálico acompanhado de Traumas Medulares graves. Além disso, ela perdeu muito sangue e temo que seu cérebro tenha sido afetado, mas só poderemos ter certeza disso após realizarmos alguns exames que só serão possíveis quando ela acordar, se ela acordar.

– Se ela acordar? O que você quis dizer com isso? – Carlisle olhou para mim e depois para Jacob.

– Jacob, Belle está em coma. No estado em que ela está, ela pode não acordar mais e, se acordar, ela provavelmente estaria portando algumas deficiências.

– Deficiências? – Jacob estava cada vez mais desesperado e, conseguentemente, deixando todos nas salas mais nervosos e desesperados.

– Acredito que seu cérebro tenha sido afetado de forma irreversível. Jacob, Belle pode apresentar problemas mentais quando acordar. Além disso sua coluna foi afetada. Seria um milagre se ela voltasse a andar.

– ELA ESTÁ PARAPLÉGICA? – Jacob gritou fazendo Nessie começar a chorar em desespero.

– Não, na verdade ela está Tetraplégica. – Carlisle deu um longo suspiro e continuou. – Isso tudo o que eu digo é caso ela saia do coma e sobreviva. As chances de Belle sobreviver são quase nulas. Eu sinto muito. – Carlisle disse se sentindo desolado. Tão jovem. Será que eu não posso fazer mais nada? Deve haver algum meio... Mas não havia e eu sabia disso. Carlisle havia usado todos os seus recursos possíveis e disponíveis. Belle estava perdida, e eu estava perdido junto.

Nessie chorava descontrolada e todos começaram a acompanhá-la à sua maneira. Eu apenas me limitei em esconder meu rosto em minhas mãos. Eu comecei a soluçar, eu não conseguia mais segurar. Meus olhos ardiam pela falta de lágrimas, meu corpo e minha alma (se é que eu tenho alma) pareciam estar se dilacerando. Eu deveria estar lá. Eu deveria estar lá, eu poderia tê-la salvado. Meu Deus, o que eu vou fazer? De novo não, de novo não! Eu não vou suportar perdê-la.

– NESSIE, SUA BOLSA! – Todos olharam para Nessie depois que Rose gritou. O vestido que Nessie usava estava todo molhado, assim como suas pernas e o chão logo abaixo dela. Droga! A bolsa dela arrebentou.

– AAAAH! – Nessie gritou após sentir uma forte contração. Desgraça pouca é bobagem. Emmet pensou e eu quis dar um soco nele.

– ENFERMEIRAS! – Carlisle gritou e logo duas enfermeiras apareceram. – Levem-na para uma sala de parto. Deixem tudo preparado para uma cesariana. Garantam que o local seja isolado das outras salas e que ninguém entre lá sem a minha autorização, entendido? – As duas acentiram e sairam correndo desorientadas assim que perceberam a urgencia na voz de Carlisle. Em cinco minutos, estava tudo providenciado.

– AAAAAH! – Nessie gritou mais alto e mais forte dessa vez. As contrações estavam aumentando. Eu tentei manter a calma, mas estava cada vez mais dificil.

– Jacob, espere aqui. Eu e Edward realizaremos o parto.

– Não eu quero que ele vá comigo... AAAAAAAAAAH! – Nessie apertou a mão de Jacob que segurou para não gritar junto. Não de dor, mas de desespero.

– As contrações estão acontecendo em intervalos cada vez menores. Não podemos perder tempo. Jacob, você pode entrar.

Entramos na sala de parto e Emmet e Jasper ficaram na porta de vigia para garantir que ninguém entrasse. A mesa de cirurgia foi preparada e Nessie começou a se despir e a tentar vestir a camisola do hospital rapidamente, mas ela parou quando outra contração veio.

– Amor, deixa a vergonha de lado e sobe em cima dessa maca logo! – Jacob disse desorientado e Nessie atendeu ao seu pedido. Eu a ajudei a subir e comecei a procurar pela anestesia.

– Não temos tempo para isso Edward, além do mais, a pele de Nessie ficou mais resistente com a gravidez. Duvido que agulhas e bisturis sejam úteis agora. – Carlisle tinha razão. Teriamos que usar os dentes e as unhas para a “cirurgia” de Nessie. Eu odiava isso, mas era necessário.

– Quer dizer...sem anestesia? – Nessie perguntou engolhindo seco.

– Você vai ter que ser forte agora querida. – Nessie acentiu e segurou a mão de Jake com força.

– Pela mamãe. – Eu olhei para ela e não pude deixar de dar um leve sorriso. Bella não aguentou o parto, mas Nessie aguentaria, por ela.

– Pronta? – Carlisle perguntou para ela e ela acentiu.

– Aaah... pronta. – Nessie disse depois de tentar controlar o grito provocado por uma contração. Essa é a minha garota. Ela daria conta.

Carlisle começou a rasgar a pele de Nessie com as unhas e ela fechou os olhos e mordeu os lábios por causa da dor. Jacob alisava os cabelos de Nessie tentando mantê-la calma e passar-lhe confiança. Depois que a barriga dela foi aberta, encontramos uma placenta protetora igual a de Nessie. Eu a rompi com os dentes e retirei a criança de lá de dentro o mais rápido possível. A sala foi preenchida com o choro do bebê. Carlisle arrebentou o cordão umbilical e logo em seguida começou tentar fechar o ferimento de Nessie com o veneno dele. Nessie gritou um pouco e o bebê chorou mais ainda.

– AAAAAH... Isso queima!

– Jacob, a toalha! – Eu disse pela milésima vez ao Jacob que revesava o seu olhar entre Nessie e a criança em meu braços. Acho que vou desmaiar. – Não vai não! Você vai pegar a porcaria da toalha e me dá para eu poder embrulhar o seu filho! – Eu disse já furioso e enquanto tirava qualquer resquício de líquido que poderia estar nas vias respiratórias do bebê. Jacob me entregou uma toalha branca e eu embrulhei o bebê que não parava de chorar.

– Me dá! – Nessie disse de forma urgente e esticou os braços para mim. Eu entreguei o pegueno embrulho que estava em meu braços para ela. O bebê parou de chorar no mesmo instante.

– Belle acertou, é um menino. – Eu disse sorrindo meio bobo ao ver o meu neto nos braços de sua mãe, a minha filha.

– Charlie. – Nessie susurrou e o bebê sorriu para ela. 

– Charlie? Achei que ia se chamar Gerard ou Frank se fosse menino. – Jacob disse meio intrigado. Eu dei um tapa em sua cabeça o repreendendo

– Ela é quem escolhe.

– E eu disse o contrário? – Ele revirou os olhos para mim.

– Mudança de planos, eu gosto mais de Charlie. Charlie Black Cullen.

– Eu prefiro Charlie Cullen Black. É o nome do pai que tem que ser passado para frente, e não o da mãe. – Eu dei outro tapa na cabeça dele e o fusilei.

– Pai! – Nessie me repreendeu. – E tanto faz Jacob. Pode ser Cullen Black então. – Jacob olhou para mim e sorriu vitorioso. Eu me limitei em apenas fechar a cara para ele.

– Prontinho Nessie. – Carlisle disse depois de conseguir fazer com que a pele de Nessie cicatrizasse e de deixá-la razoavelmente limpa. – Vou chamar Esme e Rose para te acompanharem até um quarto para você poder repousar. – Acompanhei Carlisle até a saída para deixar os dois sozinhos com o seu filho. Queria poder ter tido esse momento.

– Então, deu tudo certo? – Esme me perguntou toda exaltada.

– Sim.

– Como ele é?

– A cara do Jacob. Mas os olhos e o nariz são da Nessie.

– Então é um menino?

– Sim. O nome dele é Charlie. – Esme me deu um grande sorriso.

– Parabéns Edward.

– Obrigado. – Eu disse dando apenas um leve sorriso.

Eu estava feliz por Nessie e Jacob, eu juro que estava, mas eu não conseguia parar de pensar em Belle. Eu tive um dos melhores e um dos piores dias da minha vida. Eu era avô, mas em contrapartida a mulher que eu amo está morrendo em alguma sala aqui perto. Nessie saiu do quarto sendo empurrada em uma maca móvel para o seu quarto de repouso seguida de Esme e Rose. Os outros foram orientados a ficarem na sala de espera para que ela pudesse descansar em paz. O bebê iria ficar no mesmo quarto que a Nessie, não podiamos arriscar deixando-o longe de nossas vistas. Mais tarde todos iriamos visitá-la para bajular ela e o bebê. A minha cabeça estava passando por um turbilhão de emoções: amor, raiva, desespero, felicidade, contentamento, tristeza, esperança e ao mesmo tempo sem nenhuma esperança. Eu estava feliz por não poder ter dor-de-cabeça. Se eu fosse humano, com certeza minha cabeça estaria latejando.

Um por um, os  meus familiares foram se aproximando e me dando os parabéns.  Eu sorria e a agradecia quando achava que era necessário, na verdade eu nem estava prestando atenção. Eu estava com uma coisa em mente e eu precisava analisar para saber se eu fazia ou não isso. Inspirei fundo e captei o cheiro do sangue de Belle. Ela não estava muito longe. Me levantei e comecei ir em direção ao cheiro até chegar ao quarto aonde ela repousava. Parei na porta, sem saber ao certo se deveria ou não entrar.

– O que você está esperando? – Alice disse aprecendo do nada do meu lado. – Vai dar certo, eu vi. – Eu suspirei e sorri para ela.

– Eu sei. – Olhei novamente para o quarto. Belle não estava nada bem. O ferimento em sua cabeça parecia estar sangrando lentamente pois os curativos em sua cabeça estavam com peguenas manchas de sangue fresco.

Com certeza isso não iria parar tão cedo, com certeza isso só agravaria ainda mais o seu estado, com certeza ela iria morrer. Mas se eu posso escolher, por quê não lher oferecer outro tipo de morte? Eu sou uma pessoa egoísta, e eu prefiro vê-la passar por isso do que perdê-la de vez. Só espero que ela não me odeie. Olhei para Carlisle e sorri, ele acenou compreendendo o que eu queria. Vou providenciar tudo, ele pensou. Entrei no quarto decidido e eu pude sentir o êxtase na mente de Alice, Jacob, Emmet, Jasper e Carlisle. Eles aprovavam a minha escolha. 

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Capítulo novo na Heartbreaker ^^

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