Akame ga Kill! escrita por Kath Klein


Capítulo 4
Mate a Parceira


Notas iniciais do capítulo

Música: Partners in Crime (feat. Ash Costello) by Set It Off

Ora ora... achei até no youtube um AMV de AgK desta música Hahaha Segue aí o link:
https://www.youtube.com/watch?v=vjHg6PpMVAA&list=PLTdPUywNgdKYklpREmmuXKwFxTwEOZgku&index=15&t=12s

Apesar de que neste capítulo está mais focado em Chelsea e Akame. Gente... a história de Akame pode ser bem mais complexa do que apenas o romance com o dono do Harém, né? Hahahaha Tadinho do Lubba... Um dia ainda escrevo um one apenas com ele... projetos... projetos...



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Akame Ga Kiru!

Mate a Parceira

Por Kath Klein

‘Está com a guarda baixa novamente.’ Akame ralhou com Tatsumi antes de acertá-lo no lado esquerdo do abdômen com o bastão de madeira. O rapaz deu dois passos para trás mal conseguindo respirar pelo forte golpe.

Tatsumi arfou com a mão no local atingido, provavelmente ficaria com uma grande mancha roxa. Levantou o rosto encarnado Akame que o olhava com reprovação. Já tinha sido a terceira vez que ele havia deixado o lado esquerdo a mercê do adversário.

Ela sabia que estava sendo dura com ele, mas depois do que o próprio havia lhe contado sobre os Jaegers com mais detalhes e sabendo que Kurome estava entre eles, tinha que exigir que Tatsumi evoluísse em combate ou ele morreria. Não queria isso.

‘Merda.’ O rapaz soltou entre os dentes. Respirou fundo, soltando o ar devagar e tentando se recuperar. Balançou a cabeça e voltou a posicionar o bastão a frente para recomeçar a luta de treinamento. Não estava com raiva de Akame, sabia que ela estava fazendo o melhor para ele, mas era extremamente irritante saber que não estava ao nível dela.

Akame rodou os olhos. ‘Não precisa ficar envergonhado. Já deveria ter superado isso. A maioria de seus companheiros são mulheres.’ Ela falou com a voz calma e pausada, fazendo o rapaz arregalar os olhos. ‘Não somos o sexo frágil. Inclusive nosso maior inimigo é uma mulher, não?’

‘Esdeath…’ Ele murmurou franzindo a testa, lembrando-se do que ela havia lhe contado sobre sua arma imperial quando foram teletransportados para aquela maldita ilha deserta a sudeste da Capital. Levantou o rosto e voltou a fitar a instrutora. Engoliu em seco. ‘Akame… Existem armas imperiais… armas imperiais que se unem ao corpo do usuário?’

Akame sentiu a mudança do tom de voz dele. Soltou um suspiro. ‘Está falando da arma imperial da General Esdeath?’

Ele assentiu com a cabeça. Realmente estava assustado com o poder que tinha visto vindo daquela mulher. Ela era o verdadeiro demônio do gelo. Voltou a olhar para a jovem de aparência frágil a sua frente. Como Akame conseguiria lutar contra tantas armas mortais que aquela mulher conseguia formar num estalar de dedos?

‘A arma imperial de Esdeath é o Demon's extract, como Boss já nos contou. Esta arma imperial é nada mais do que o sangue de um demônio superior que vivia ao norte do Império. Alguns livros de bruxaria instruíam o princípio do vampirismo entre demônios. E assim eles conseguiam adquirir a habilidade de outro quando tomavam o sangue.’

‘Vampirismo?’ Ele repetiu tentando acompanhar o que a jovem lhe contava.

‘Exatamente. Esta teigu foi feita seguindo instruções de livros demonologia. Muitas teigu, e até mesmo  as shingu, foram construídas seguindo estas instruções. Incursio…’ Ela falou devagar observando as reações do rapaz que prestava atenção a cada palavra dela. ‘Incursio é uma teigu tipo armadura criada a partir da carne de um demônio chamado Tyrant.’ Ela desviou os olhos dele. ‘É como se até hoje Tyrant estivesse de alguma forma ainda vivo e preso dentro da espada Incurso que é o catalisador para a liberação desta energia e materializar a tão poderosa armadura em torno do seu corpo.’

‘Estranho pensar que tanto a arma de Esdeath quanto Incurso são provenientes de demônios.’

‘As teigu não são armas normais e nem mesmo especiais. São armas vivas. Elas escolhem seus usuários. Elas decidem quem é compatível para usá-las. No fundo… se Esdeath conseguiu controlar um demônio superior e usa-o como uma arma… Você possui o mesmo poder. Também manipula uma arma… um demônio.’

Ficaram em silêncio alguns instantes. Tatsumi tentando assimilar o que ela tinha lhe falado. Dando a ele outra perspectiva sobre as armas imperiais.

‘Então… Esdeath… ela pode ser derrotada.’ Balbuciou ainda incerto.

‘Ela é forte. Isso é evidente. Mas não é imortal.’

‘Ela bebeu o sangue de um demônio que agora vive dentro dela… Ela pode ser imortal.’

Akame assentiu com a cabeça. ‘Talvez… mas se até mesmo os demônios são abatidos, não é?’

‘Você falou que conseguiria derrotá-la. Como pode derrotar um demônio superior?’

Akame ficou mais séria ainda. Abaixou o rosto evitando encará-lo. ‘Deixe isso comigo. Não se preocupe, derrotarei Esdeath. Não importa o preço a se pagar por isso.’

‘Akame…’ Ele sussurrou observando-a.

Voltaram a ficar em silêncio por alguns instantes.

‘Akame!’ Chamou-a mais alta fazendo-a finalmente voltar a fitá-lo. Ergueu a arma na direção dela e a olhou de forma decidida. ‘Quero me tornar mais forte. Preciso fazer isso. Quero que Incurso evolua mais e se torne mais poderosa e agora entendi que isso depende de mim. Vou querer tirar o máximo dela e para isso preciso estar forte.’

Ela sorriu de leve para ele, sentia-se orgulhosa pelo rapaz. Tatsumi era obstinado e tinha um bom coração. O coração dele sempre o levaria a trilhar caminhos corretos. ‘Certo!’

Ele deu um passo a frente tentando golpeá-la. A jovem deu um passo para trás, girando o corpo e fazendo o bastão passar perto do seu rosto mas não conseguindo atingi-la. Ele tentou mais duas vezes golpeá-la mas da mesma forma da primeira vez, Akame fez movimentos leves desviando da arma de madeira. Tatsumi trincou os dentes, vendo seus golpes frustrados por movimentos suaves que a jovem fazia desviando do intempestuoso ataque sequenciado.

Tatsumi levantou os olhos para ela com o rosto suado. Passou o dorso da mão esquerda sobre a testa tentando aplacar o calor pelo esforço físico em tentar acertá-la sem sucesso.

Ela soltou um suspiro. Tinha as mãos para trás e balançava o corpo de leve. ‘Você fica tão obcecado em acertar o adversário que não consegue observar como ele se comporta. Lembre-se do que Susanoo lhe falou?’ Ele ergueu o queixo de leve, pedindo de forma silenciosa para ela mesma responder. ‘Precisa achar o ponto fraco do seu adversário para poder derrotá-lo e só será capaz de ver isso se estiver mais atento ao seu inimigo do que nos seus próprios ataques.’

‘Você não tem ponto fraco.’ Falou de forma queixosa.

‘Claro que tenho!’ Ela falou rindo-se. ‘Todos possuem algum ponto fraco e se você ainda não descobriu qual é o ponto fraco do inimigo que está combatendo, não vale a pena gastar esforço e energia desferindo golpes de forma violenta a esmo.’

O rapaz acenou informando que tinha entendido. Voltou a se posicionar para tentar mais uma vez golpear Akame. Observou a  jovem a sua frente e tentou analisá-la como uma adversária. Qual seria o ponto fraco dela? Um vento mais forte bateu neles fazendo os cabelos longos negros voarem e aquele perfume que ele tanto gostava parecia se espalhar pelo ar. Engoliu em seco, sentindo o rosto começar a esquentar. Ela era linda. Como poderia ser tão linda e tão perigosa? Como podia ter o rosto que um anjo enquanto lutava como um verdadeiro... demônio?

Levantou o canto esquerdo dos lábios com este pensamento, mas logo balançou a cabeça com força para tentar tirar aqueles desejos que andava atormentando-o durante a noite. Maldita Esdeath que havia tanto lhe atiçado daquela forma. Agora a única coisa que pensava era saber como era beijar Akame. Tinha certeza absoluta que os lábios dela eram quentes. Tão diferentes dos de Esdeath. Merda! Ele não deveria se comportar como um moleque pervertido idiota como Leone sempre havia afirmado que ele era. Talvez ela estivesse certa. Estava tentado a fazer como Lubbock e estreitar as garotas tomando banho nas águas termais… Era só curiosidade para saber como aquela garota a sua frente era sem roupa. Abaixou os olhos desviando-os de Akame que o observava sem entender.

‘Hei… o que foi?’ Ela perguntou reparando que ele estava ficando cada vez mais vermelho.

Tatsumi deu alguns passos para trás afirmando que não era nada. Balançou a cabeça com força novamente achando que assim seus pensamentos pervertidos fossem lançados para longe.

Voltou a olhar decidido para Akame que ainda parecia confusa com as reações dele. ‘Vamos tentar mais uma vez!’ Ele gritou e tentou atacá-la mas como antes a ansiedade e o nervosismo lhe foram mais que traidores, fazendo-o não acertar uma só vez sua instrutora naquela manhã.

Akame desviava dos ataques com sutileza, parecia que estava dançando ao redor dele. Tentava alertá-lo com relação a postura quando seus olhos cravaram na figura que estava debruçada no batente da porta que dava para a entrada lateral da nova sede dos Nigth Raids.

‘Green-kun…’ Ela sussurrou arregalando os olhos e reconhecendo o ex companheiro da Elite dos Sete.

Ficou estática de surpresa ou de pavor em revê-lo e por conta da distração finalmente Tatsumi conseguiu acertá-la pela primeira vez.

‘Akame!’ Ele gritou, assustado por ter conseguido atingi-la. Sabia que ela teria como se desviar do ataque dele como estava fazendo antes. Ele se aproximou dela com o corpo tremendo sabendo que tinha machucado-a.

Akame levantou o rosto e ele arregalou os olhos ao perceber a marca vermelha no lado esquerdo do rosto dela, no local onde tinha atingido-a em cheio.

‘Desculpe… Desculpe…’ Falou sem saber o que fazer. O bastão já estava largado no chão. Detestou comprovar que tinha machucado-a, mas detestou muito mais ainda quando percebeu que Akame não desviava os olhos de algo atrás de seu ombro direito. Quando virou a cabeça para ver o que era, trincou os dentes vendo a figura do rapaz de cabelos negros e de óculos. Quem era ele?

‘Droga fomos descobertos.’ Soltou irritado. Estava para ir até ele para atacá-lo quando Akame segurou o seu braço.

‘Não é um inimigo.’ Ela o alertou, impedindo-o de avançar no rapaz.

You'll never takes us alive

(Você nunca vai nos pegar vivos)

We swore that death will do us part

(Juramos até que a morte nos separe)

They'll call our crimes a work of art

(Eles vão chamar os nossos crimes uma obra de arte)

‘Como assim? Claro que é! Como ele apareceu aqui? Pode ser um espião do Império!’ Falou emendando uma palavra na outra.

‘É Chelsea.’ Akame esclareceu.

‘Chelsea?’ Tatsumi indagou sem entender, depois pensou um pouco e lembrou-se que a nova companheira tinha o poder de ficar com a aparência de outra pessoa. Tomou um baita susto quando ela tinha ficado na forma de Susanoo quando ele tentou lhe dar um susto durante o banho. ‘Como pode ter certeza?’

‘Green-kun…’ Ela balançou a cabeça de leve lembrando-se do ex companheiro. ‘Ele não sorria como um bobo como ela está.’ Finalmente explicou e afastou-se do rapaz. ‘Nosso treinamento por hoje acabou, Tatsumi.’ Declarou já caminhando em direção a Chelsea que ainda estava na forma do rapaz.

You'll never takes us alive

(Você nunca vai nos pegar vivos)

We'll live like spoiled royalty, lovers and partners

(Vamos viver como a realeza mimada, amantes e parceiros)

Partners in crime

(Parceiros de crime)

Tatsumi observou a jovem afastando-se dele e cravou os olhos na figura do rapaz. Quem era ele para ter desconcertado tanto Akame daquela forma? Fechou os punhos com força detestando perceber as reações da morena. ‘Green…’ Sibilou entre os dentes o nome do cara. Descobriria quem ele era.

Partners in crime

(Parceiros de crime)

Akame parou em frente a Green que sorria para ela. A jovem inclinou a cabeça de leve observando-o, no fundo realmente estava com saudades dele. Assim como também sentia saudades de Tsukushi e até mesmo do sempre metido do Najasho. Gostaria tanto de voltar a encontrá-los e tentar fazer com que eles enxergassem a verdade.

‘Então você quem descobriu sobre Green e espalhou a foto dele para os revolucionários?’

Chelsea sorriu de lado e cruzou os braços sobre o peito ainda encarnando o personagem. ‘Não vai dar um abraço em um velho companheiro?’

Akame rodou os olhos e soltou um suspiro cansado. ‘O que você quer com isso Chelsea?’

‘Oh! Você me descobriu!’ Fingiu surpresa. ‘Assim não tem graça… apesar de que foi bem interessante ver você apanhando do Tatsumi.’ Falou rindo-se. ‘Pena que ele não é tão forte quanto Susanoo. Por conta da sua distração e cara de espanto por ter visto um ex-namoradinho poderia ter sido cortada ao meio, não?’

Akame estreitou os olhos nela por alguns instantes. ‘Não mexa no passado. Deixe ele onde está ou quem vai acabar se machucando.’

Chelsea devolveu a encarada. ‘Quem vai se machucar um bocado ainda é você.’

‘Já lhe avisei… sua teigu é poderosa apenas para se aproveitar da surpresa do inimigo e da guarda baixa. Se perder esta oportunidade, vai acabar morrendo.’

‘Você vai me matar agora, Akame?’ Perguntou em tom de desafio.

‘Não vale a pena. A revolução é muito mais importante do que as nossas diferenças.’

‘Ah! Que maravilha!!!’ Ela exclamou e a abraçou ainda com a forma do rapaz. ‘Então vai poder me dar um beijinho, né?’

Akame empurrou-a, sentindo o rosto esquentar de embaraço. ‘Você é maluca.’ Disse por fim e se afastou para dentro da sede. Queria tomar um banho e tentar relaxar antes de começar a fazer o almoço.

Chelsea pegou um pirulito que tinha no bolso e abriu colocando-o na boca enquanto observava a jovem se afastando. Sorriu de forma maldosa. Faria ela ainda se arrepender por ter matado sua amiga. Apesar de que não podia negar que ela era muito parecida com Taeko, no fundo ter Akame ao seu lado, fazia com que a saudade que tinha de Taeko diminuísse um pouco. Soltou um suspiro incomodada, eram sentimentos contraditórios demais para gerenciar. Ao mesmo tempo que gostaria de se vingar da assassina de olhos vermelhos, ter ela ao seu lado era prazeroso.

‘Hei.’ Ouviu Tatsumi interrompendo seus pensamentos e virou-se para ele que se aproximava devagar. ‘É você mesma, Chelsea?’

Uma nuvem mágica explodiu a frente dele e logo a forma da jovem e espevitada ruiva apareceu sorrindo daquela forma maldosa própria dela. ‘Assim é bem melhor, não?’ Depois fez uma carinha de triste. ‘Pena que minhas chances de ganhar um beijinho de Akame se reduzem a zero nesta forma.’ Declarou gargalhando. Estava se divertindo muito.

Tatsumi endireitou o corpo incomodado com a colocação da nova companheira. ‘Quem você estava fingindo ser?’

‘Hãn…’ Soltou observando o rosto do rapaz que começava a se tornar corado. Tirou o doce da boca e sorriu mais ainda. ‘Curioso para saber quem era o namoradinho da Akame?’

Tatsumi arregalou os olhos de leve, mas logo desviou incomodado. ‘Do que você está falando?’

‘Ora… ora… não é que a assassina de olhos vermelhos tem um admirador. Toma cuidado garoto… Se o cara aparece… você não tem chances contra ele…’ Falou caindo na gargalhada novamente.

‘Fala de uma vez!’ Tatsumi gritou irritado. ‘Quem é o cara? Da onde você conhece… quer dizer… da onde Akame o conhece?’

Chelsea parou de rir e estreitou os olhos em Tatsumi. Ele estava realmente chateado pela reação de Akame quando viu a imagem de Green. Voltou a colocar o doce na boca e mordeu o palito hesitada. Estava começando a gostar demais daquele jogo. ‘Por que não pergunta para ela?’ Falou e percebeu que ele encolheu os ombros de leve. Não tinha coragem de fazer a pergunta, muito provavelmente porque não tinha coragem de ouvir a resposta. Ergueu uma sobrancelha. ‘Sabe Tatsumi… coração mole apenas mata assassinos. Meu trabalho é justamente descobrir o ponto fraco, emocionalmente falando, da vítima e tomar a forma dela para que o alvo baixe a guarda. Exatamente como fiz agora com Akame.’

‘Ponto fraco emocional…’ Ele repetiu, voltando a encará-la.

Chelsea sorriu de forma presunçosa. ‘Não está feliz por ter descoberto finalmente o ponto fraco de Akame?’

Ele trincou os dentes e desviou os olhos dela. ‘Não.’ Respondeu por fim, afastando-se de Chelsea que ainda ria de forma divertida.

‘Ah que pessoal interessante… vou procurar aquela nervosinha de cabelo rosa para me divertir mais um pouco.’

~*~*~KK~*~*~KK~*~*~KK~*~*~KK~*~*~

Akame caminhava devagar adentrando a residência luxuosamente decorada. Estava vestida com o uniforme de uma das serviçais que havia interceptado e agora usava suas roupas. Boss havia lhe enviado para aquela missão extraordinária enquanto os outros membros ainda estavam aniquilando os monstros nos arredores da capital. Cada vez surgia mais e mais daqueles seres bizarros que pelo que parecem um dia foram humanos. Franziu a testa pensando que pareciam obras do louco do Dr. Stylish. Cerrou os punhos com raiva do que aquele homem provavelmente fez a tantas vidas, mutilando seres, fazendo-os de cobaias para suas experiências loucas. O Império estava cada vez mais obcecado em se tornar forte que não estava dando a mínima para a vida humana.

This, the tale of, reckless love, living a life of crime on the run,

(Este, o conto de amor imprudente, vivendo uma vida de crime em fuga)

I brush to a gun to paint these states green and red,

(Eu saco uma arma para pintar esses estados de verde e vermelho)

Enquanto os Jaegers estavam ocupados assim como os Night Raids com os monstros, Najenda tinha deslocado ela e outro membro para atacarem a leste da Capital. O alvo era um dos homens fortes do Primeiro Ministro.

Respirou fundo e soltou o ar devagar, entrando pela área de serviço.

‘E aí graçinha? É a nova arrumadeira?’ Ela ouviu a voz masculina e rodou os olhos. Precisava continuar o disfarce. Murasame estava no meio do material de limpeza que carregava: vassouras, esfregões, panos, rodos…

‘Boa noite, soldado.’ Falou de maneira tímida sem encarar de frente o rapaz. Não sabia se poderia ou não ser identificada. Era melhor fingir-se de recatada. ‘Fui contratada ainda a pouco. Estou perdida… Esta residência é tão grande quanto um castelo.’

Sentiu ele passando o braço pelo seus ombros e a puxando para que ficasse perto dele. Abusado. Como a maioria dos militares quando encontra uma garota sozinha. Ouviu ele soltando uma gargalhada. ‘Queridinha… você precisa ir para a Capital. Lá saberá o tamanho verdadeiro de um Palácio.’

Akame tentou se controlar. Não queria chamar atenção ainda para si. Tinha que se livrar daquele inconveniente.  ‘Me desculpe, senhor… preciso voltar as minhas tarefas ou Tahashi-sama chamará minha atenção.’

‘Não se preocupe com aquela velha governanta!’ Ele falou ainda com o braço nos ombros dela e o rosto próximo ao seu. ‘Ela fica pegando no pé de moças bonitas como você porque está toda caída. Já você…’ Falou finalmente soltando os ombros da jovem em apertando a nádega direita com força. ‘Está com tudo em cima.’ Completou rindo.

Ela ficou rígida e engoliu em seco. Merda! Tinha que controlar sua vontade de degolá-lo de uma vez ou poderia colocar a missão em risco. Ela estava ali para suporte, não gostaria de iniciar um ataque de frente. Não era este o plano. Trincou os dentes e tentou se controlar. O cara não sabia com quem estava mexendo.

‘Me desculpe, senhor… preciso ir.’ Aproveitou que ele soltou seus ombros e deu um passo a frente tentando escapar do idiota, sem matá-lo. Mas o cara era insistente, segurou o braço dela, puxando-a para trás com força e deixando cair tudo que estava nos seus braços.

‘Calminha aí, lindinha. Não com tanta pressa…’

Ele estava tão distraído assediando-a que não reparou na espada que estava no meio das vassouras.  O homem a empurrou contra a parede, imprensando-a para que ficasse presa entre seus braços.

‘Seja boazinha, lindinha. Não quero machucar você.’ Ele falou ainda antes de se aproximar para beijar o pescoço dela e já subindo com a saia do uniforme que usava.

Everybody freeze, nobody move, put the money in the bag

(Todo mundo parado, ninguém se mexe, coloquem o dinheiro no saco)

Or we will shoot,

(Ou vamos atirar)

Empty out the vault and me and my doll will be on our way,

(Esvaziem o cofre e eu e minha boneca vamos vazar)

‘Idiota.’ Ela sussurrou entre os dentes. Agora já estava demais. ‘Estava querendo poupar sua vida, mas realmente ela não vale nada.’ Disse antes de pegar com força o punho dele e girar com força. Ao mesmo tempo que chutava para cima um dos esfregões que havia caído no chão para poder pegar com a outra mão o pano no ar.

O Soldado bem que gritou de susto, dor, desespero em saber que daí ele não sairia vivo, mas não conseguiu devido ao pano que ela enfiou com toda a força na boca dele para que não fizesse barulho. Soltou o punho apenas para envolver o pescoço do rapaz e girar a cabeça de forma rápida, ouvindo em seguida o barulho da coluna quebrando. Quando largou o corpo, ainda o viu no chão se movendo em espasmos. Rodou os olhos, irritada com o contratempo. Inclinou a cabeça de um lado para o outro tentando relaxar os músculos do pescoço e controlando a irritação por ter saído do plano traçado.

Ouviu o barulho de passos apressados vindos de dentro da residência e alguns gritou masculinos. Abaixou-se apenas para pegar Murasame e deixou o corpo do soldado abusado sem se importar de ser descoberto. Estava com um mau pressentimento.

Entrou pela cozinha que aquela hora da noite estava deserta e atravessou já chegando até o corredor e vendo os soldados correndo de um lado para o outro.

Our paper faces flood the streets,

(Nossos cartazes inundam as ruas)

And if the heat comes close enough to burn

then we'll play with fire cause,

(E se o calor chegar perto o suficiente para queimar,

então vamos brincar fogo porque)

‘Mataram o General Ioshi!’ Ouviu um soldado informar para os outros. ‘Mas pegamos a assassina.’

Akame arregalou os olhos. Droga. Chelsea havia se descuidado. Pelo visto, parecia ainda estar viva, tinha que agir rápido para salvá-lo ou a matariam. Abriu a porta completamente, já destravando Murasame da proteção e correu em direção ao pequeno grupo de homens que mal tiveram tempo de sacarem suas armas já haviam sido degolados pela afiada katana. Alguns gritaram em pânico ao sentiram a corrupção de murasame invadindo seus corpos.

A assassina correu pelos corredores, encontrou mais dois soldados que ainda tentaram alvejá-la, mas ela esquivou-se dos projéteis e avançou até eles, praticamente cortando-os ao meio. Um outro soldado apareceu, atirando como louco.

‘MORRA DESGRAÇADA!!!!’ Ele gritava ensandecido tentando acertá-la.

You'll never takes us alive

(Você nunca vai nos pegar vivos)

We swore that death will do us part

(Juramos até que a morte nos separe)

They'll call our crimes a work of art

(Eles vão chamar os nossos crimes uma obra de arte)

Akame fez um rolamento e invadiu um dos quartos saindo assim na mira da metralhadora. Correu até atrás da mesa de mogno e a virou protegendo-se atrás dela e bem a tempo de evitar novamente a rajada de balas que veio da porta do cômodo.  Contou de forma calma até cinco quando ouviu o familiar barulho da arma sem munição. Sorriu de lado, levantando-se e encarou o olhar apavorado do soldado que ainda apertava o gatilho de forma idiota. Correu até ele, flexionou os joelhos para pegar impulso e saltou por cima dele, degolando-o e logo depois chutando-o para que saísse de seu caminho. Pousou no chão ao mesmo tempo que o corpo do soldado caía pesadamente no piso de madeira.

Voltou a correr na direção onde sabia que Chelsea atacaria o General. Elas tinham traçado o plano várias vezes com Boss, esperava que pelo menos a parceira tivesse seguido-o ou ficaria realmente difícil cobri-la.

Encontrou mais um grupo de soldados que olhavam abismados para a lendária assassina de olhos vermelhos. Ela franziu a testa, analisando-os rapidamente e assim que um deles avançou na direção dela com a espada, defendeu-se do ataque com Murasame e saltando para trás, saíndo do alcance do soldado seguinte que aproximava-se dela pela direita. Girou o corpo, chegando até a parede e pegando impulso. Aproveitando a surpresa deles pela súbita mudança de estratégia, conseguiu atingi-los de forma mortal antes mesmo de tocar no chão.

Viu-se novamente cercada por um novo grupo de soldados que faziam a proteção da casa. Por sua rápidas contas deveriam ser os últimos do exercito particular do general que era o alvo das duas assassinas. Rodou os olhos pela sala e por trás da lâmina de Murasame que estava a sua frente pronta se defender e principalmente, atacar.

Reparou que os soldados estavam reticentes, mesmo os que tinham armas de fogo, não atiravam nela ainda. Tinha algo errado. Sentia pânico vindo deles, mas havia outra coisa. Também não havia visto Chelsea ainda.

‘Humph.’ Soltou injuriada já sabendo qual seria o plano idiota deles.

You'll never takes us alive

(Você nunca vai nos pegar vivos)

We'll live like spoiled royalty, lovers and partners

(Vamos viver como a realeza mimada, amantes e parceiros)

Partners in crime

(Parceiros de crime)

‘Larga a arma ou eu estouro os miolos dela!’ Ouviu o grito de um dos soldados e virou-se para trás, franzindo a testa e observando-o com a arma encostada na cabeça da ruiva.  Idiotas previsíveis.

Akame olhou para os lados, estava ainda cercada por um grupo de pelo menos outros dez homens com espadas em punho para matá-la. Se realmente solta-se Murasame seria o fim das duas. Encarou Chelsea nos olhos e se entenderam. Apesar de estar machucada ela apertava com força algo na mão direita. Tinha que ser parte de sua teigu e tinha que ser algo capaz de fazer ela sair daquela situação por pelo menos alguns instantes suficientes para que Akame eliminasse aquele bando de idiotas.

Partners in crime

(Parceiros de crime)

‘O que é isso?!’ O soldado que tinha Chelsea na sua mira, gritou assustado quando uma nuvem de fumaça  branca circulou a garota, fazendo-a desaparecer e o homem tinha preso em suas mãos um gatinho que o mordeu com toda força obrigando-o a soltá-lo tanto pela dor como pelo susto.

Akame usou a distração para avançar em cima dos soldados, que ainda tentaram tanto se defender dos ataques dela quanto golpeá-la.  O mais forte deles, ainda trocou alguns golpes com ela, fazendo as duas espadas se chocarem de forma violenta. No processo, ainda teve que golpear com poderosos chutes e voadoras os que se aproximavam.

Ela abaixou-se evitando que a arma dele cortasse seu pescoço e chutou com força suas pernas, fazendo-o cair no chão. Ele nem mesmo se levantou e ela já tinha cravado a lâmina de Murasame no peito dele.

Puxou a espada, já desviando de outro ataque furioso de dois soldados, saltou evitando ser atingida pelas investidas dos homens enquanto também acertava alguns neste processo. Eram muitos, mas tinham péssimos reflexos, não conseguiam acompanhar os movimentos dela que dizimou-os em poucos minutos.

Ergueu o corpo e olhou em volta para a quantidade enorme de corpos mutilados espalhados pelo amplo salão. Relaxou os músculos do pescoço novamente. Não gostava de sair do plano inicial traçado por Boss. Era para ser uma missão limpa. Olhou em volta a quantidade de sangue espalhado pelo chão, paredes e até pelo teto. Não era este o plano. Cortou Murasame no ar, para limpar o sangue dos inimigos que sujava sua lâmina colocando em seguida a perigosa katana na proteção, prendendo-a na cintura. Chelsea que a olhava realmente admirada para a destruição do enorme salão que antes era usado pelo General para traçar planos contra os revolucionários. Agora parecia um grande matadouro humano.

Here we find our omnipotent outlaws fall behind the grind tonight,

(Aqui encontramos nossos foras-da-lei atrás das grades esta noite)

Left unaware that the lone store owner won't go down without a fight,

(Deixados sem saber que o dono da loja solitário não vai desistir sem lutar)

As duas se encararam em silêncio. Akame analisou a companheira e viu que ela estava machucada. Caminhou até Chelsea que ainda permanecia parada com o rosto espantado pelo que acabara de presenciar. Já tinha visto cenas parecidas como aquela antes, mas nunca havia visto uma só pessoa matar tantos de forma tão rápida e eficiente.

Akame parou a frente dela. ‘Está muito ferida?’ Perguntou realmente preocupada com a ruiva que não parecia estar bem.  ‘Ajudo você. Venha.’

Chelsea não esquivou-se da ajuda da morena. Deixou que ela amarrasse um pano no machucado que tinha no braço e sangrava e também não se afastou dela quando Akame passou o outro braço sobre os ombros para ajudá-la a caminhar e saírem o quanto antes daquela mansão.

‘Vamos… logo é capaz de chegar mais esforços.’ Akame recomendou já caminhando de forma rápida e ajudando Chelsea a se movimentar em direção a sede do grupo de assassinos.  A curta viagem foi feita em silêncio entre as duas.

Where we gonna go, he's got us pinned

(Onde vamos ir, ele nos encurralou)

Baby I'm a little scared

(Querido, eu estou um pouco assustada)

Estavam próximos a sede quando a ruiva pediu para parar. Ela se afastou de Akame e sentou em uma pedra que estava no local. Levou uma das mãos até o abdômen e soltou um palavrão, amaldiçoando o soldado que havia golpeado-a ali por um forte soco e assim que caiu no chão chutes.

‘Melhor chegarmos o quanto antes e farei seus curativos.’ Akame recomendou.

‘Não precisa.’ Chelsea falou contrariada. ‘Por que me salvou?’ Perguntou de uma vez o que estava lhe incomodando.

Akame estreitou os olhos nela. ‘Porque você é uma companheira.’ Respondeu como se fosse óbvio.

A ruiva soltou uma risadinha nervosa e balançou a cabeça. ‘Você não existe. Realmente não há dúvidas que foi você quem a matou Taeko. Vi finalmente você lutando pra valer hoje. Faz bastante jus a fama que tem.’ O tom era entre o deboche, ressentimento e admiração.

Now, don't you quit

(Calma, você não sair)

He's sounded the alarm, I hear the sirens closing in,

(Ele soou o alarme, eu ouço as sirenes se aproximando)

Akame observou-a alguns instantes pensando que a nova parceira realmente era indecifrável. Enfim… não importava muito o que Chelsea pensava dela, agora elas lutavam pelo mesmo lado.  Não entendia muito porque a ruiva se apegava tanto a alguma coisa que sinceramente, fazia parte da vida de todo o assassino. Até mesmo ela que adorava romantizar as coisas, tinha real noção de que a vida, a profissão, a missão que tinham era traiçoeira. Não eram heróis. Eram apenas assassinos. O lado que estavam matando é que faziam com que as pessoas os vissem como vilões ou heróis. Heróis em tempos de guerra não passava de assassinos em massa em tempos de paz.

Our paper faces flood the streets,

(Nossos cartazes inundam as ruas)

And if the heat comes close enough to burn

(E se o calor chegar perto o suficiente para queimar,)

then we're burning this place to the ground cause,

(então vamos brincar fogo porque)

‘Olha Chelsea… Somos assassinos. Todos aqui são apenas assassinos. Podemos morrer a qualquer momento. Todos sabem dos riscos quando entram nisto. Não há como proteger nossos companheiros o tempo todo…’ Ela soltou um suspiro. ‘Por mais que seja o que nós gostaríamos.’

‘Você salvou a minha vida agora.’

‘Foi como eu lhe falei. Sua Teigu é muito poderosa, mas apenas enquanto não se é descoberta. Você não é combativa. Por que acha que Boss deslocou nós duas para a missão? Uma cobre a outra.’

‘Humph… Então me salvou pois fazia parte da missão?’

‘Claro. Você é uma companheira. É minha parceira. Meu dever era intervir se precisasse.’ Esclareceu. ‘Não era assim no seu outro grupo?’

Chelsea observou Akame por alguns instantes em silêncio. Estava contrariada por ter sido salvo por quem realmente gostaria de prejudicar. A morena tinha razão. Nenhum deles havia entrado naquilo achando que era um conto de fadas. Ela principalmente tinha entrada por conta de dinheiro. Conhecer Taeko foi algo inesperado que havia acontecido numa profissão completamente hostil. E verdade também seja dita, se ela estivesse em apuros daquela forma, não tinha tanta certeza que se arriscariam por ela. Talvez começasse a entender as mortes de Sheele e Bulat. Aquele grupo era realmente formado por companheiros. Começou finalmente a gostar de fazer parte dele.

You'll never takes us alive

(Você nunca vai nos pegar vivos)

We swore that death will do us part

(Juramos até que a morte nos separe)

They'll call our crimes a work of art

(Eles vão chamar os nossos crimes uma obra de arte)

‘Você disse que entrou nisso porque foi manipulada, não é? Boss me contou sua história.’

Akame soltou um suspiro e sentou-se ao lado dela. Olhou para cima observando a bela lua cheia que havia ajudado a iluminar o caminho de volta para casa.

‘Ela também me contou a sua.’

Chelsea soltou uma risadinha. ‘Não há muito a se contar de uma assassina de aluguel.’

‘Verdade. Sua história foi bem curta.’ Falou com sinceridade.

A ruiva riu com mais vontade, mas logo soltou uma exclamação de dor levando uma das mãos ao machucado no lado esquerdo do corpo.

‘Sabe, Akame…’ Ela a chamou fazendo-a voltar-se para fitá-la. ‘Sua irmã, Kurome, ainda acredita que o Império é o certo, né?’

A morena fechou os olhos de forma dolorida. ‘Não sei… mas nosso destino é uma matar a outra.’

‘Você acha capaz de fazer isso?’

‘Também não sei… Mas é o que deve ser feito.’

‘Sei sobre Yatsufusa… a Katana que transforma seres humanos em fantoches.’ Chelsea falou devagar observando as reações da companheira. ‘Acha capaz de conseguir derrotar todos os fantoches que protegem Kurome?’

Akame ergueu uma sobrancelha e olhou de soslaio para Chelsea. ‘Os fantoches não são o problema, apesar de saber que Murasame se comporta como uma katana normal com eles. Já não são seres vivos.’ Soltou outro suspiro cansada. ‘O problema é Kurome.’ Balançou a cabeça de leve. ‘Não sei nem mesmo o quanto de humano existe dentro de minha irmãzinha.’

‘Você não será capaz de matá-la.’ Chelsea decretou com a voz firme. Levantou-se e virou-se para encará-la de frente. ‘Eu farei isso por você. Assim pago esta dívida que tenho contigo. Não gosto de ficar devendo para ninguém. Principalmente alguém que eu gostaria que fosse um alvo meu.’

Akame estreitou os olhos em Chelsea que ainda tinha um sorriso presunçoso no rosto. ‘Não tente enfrentar Kurome sozinha Chelsea.’

A ruiva ainda tinha o rosto satisfeito por encontrar uma forma pagar a dívida com a morena. ‘Aprendi a lição. Serei mais cuidadosa. Prometo ser rápida fazendo-a sentir menos dor possível.’

Akame ainda estava séria. ‘Mantenha-se viva, Chelsea. Apenas isso.’

You'll never takes us alive

(Você nunca vai nos pegar vivos)

We'll live like spoiled royalty, lovers and partners

(Vamos viver como a realeza mimada, amantes e parceiros)

Partners in crime

(Parceiros de crime)

Levantou-se e começou a caminhar em direção a sede, gostaria de saber se o resto dos amigos já haviam voltado da missão dada por Najenda para eliminar aqueles monstros. A ruiva parecia estar muito bem para começar a falar besteira. Conversaria com Boss para dissuadir Chelsea e lhe tirar aquela ideia estúpida da cabeça. Eles já haviam perdido muitos companheiros, não gostaria de perder mais. Se o preço disso era enfrentar sua irmã, então que fosse.

Partners in crime

(Parceiros de crime)

~*~*~KK~*~*~KK~*~*~KK~*~*~KK~*~*~

‘Colocando em poucas palavras...’ Chelsea falava depois de voltar da missão onde matara um dos aliados do império. ‘Vazaram nossas informações e dei de cara com os Jaegers.’

‘E mesmo assim você escapou numa boa!’ Mine falou observando a ruiva que estava sentada na mesa ao seu lado. ‘Você é dura na queda mesmo.’ Exclamou evidentemente surpresa com a habilidade da nova companheira.

Chelsea encolheu os ombros de leve. ‘Como o porco tinha alguns gatos, me transformei em um deles e consegui escapulir.’ Olhou de relance para Akame. ‘Como me falaram minha arma imperial só funciona com o elemento surpresa.’

As duas se encararam por alguns segundos em silêncio. Chelsea brincava com o pirulito que tinha na boca de forma divertida.

‘Para mim teria sido difícil escapar desta situação.’ Mine falou chamando a atenção novamente da ruiva. ‘Me dói admitir, mas esta sua teigu vem mesmo a calhar.’

Chelsea sorriu vitoriosa. ‘Realmente seria difícil para alguém que tenha um rosto conhecido pelo inimigo como o seu, Mine.’ Pegou a xícara com o chá quente pronta para beber um longo e gostoso gole de vitória. ‘Daqui para frente pode deixar estas tarefas comigo.’ Falou antes de tomar o gole da bebida quente.

‘Chelsea…’ Mine soltou impressionada com a ruiva. Antes abater estes tipo de alvos era tarefa dela, inclusive Tatsumi tinha ido com ela quando eles finalizaram com um alvo que era ligado ao primeiro ministro logo quando o rapaz tinha entrado no grupo. Ela era uma sniper. Era a que conseguia atingir alvos a distância sem necessariamente se colocar em uma posição de frente com o alvo e naturalmente sofrer uma emboscada. Estava verdadeiramente feliz em saber que poderia contar agora com Chelsea que tinha maiores condições de eliminar poupando-os do perigo dos Jaegers.

‘Então cuide bem do esconderijo enquanto eu estiver fora. Minha re-ser-va.’ Falou irritando Mine que como bem ela imaginava não engoliu o desaforo de ter sido chamada de reserva.

Mine levantou-se gritando e apontando para a ruiva. ‘Como pode insultar uma companheira desta maneira?!’ Correu atrás de Chelsea que já se levantou para correr pela sede sabendo que Mine como uma criança birrenta correria atrás dela.  ‘Não há perdão para você!’ A jovem de cabelos rosados gritava, completamente irrada, enquanto a ruiva gargalhava correndo pelo salão onde todos estavam reunidos para a próxima refeição.

Tatsumi observava a cena rodando os olhos. Pelo menos desde a chegada de Chelsea, Mine tinha largado do seu pé e gritava nos ouvidos apenas da ruiva, dando-lhe muitos minutos de paz e sossego. Estava conseguindo até treinar com mais tranquilidade com Susanoo e Akame. ‘Hum… como se ela nunca tivesse insultado alguém antes.’ Murmurou antes de tomar um gole do chá servido para todos.

Akame mantinha-se séria pensando. Tinha uma mão no queixo analisando o relatório de Chelsea e bem indiferente a algazarra que as duas faziam. ‘Levando este incidente em consideração, parece que os Jaeger estão mesmo nos focando.’

Leone estava ao lado de Tatsumi com as pernas dobradas em cima da mesa tentando aproveitar aquele momento em grupo relaxada, antes da refeição que estava sendo preparada por Susanoo. ‘Agora que aquelas bestas já foram eliminadas, o nosso grupo é o único obstáculo no caminho deles.’ Ela olhou de soslaio para Tatsumi que tomava o chá e sorriu de forma maldosa. ‘Já que Tatsumi só pensa no que aconteceu naquela ilha, talvez nos deixem em paz se entregarmos Tatsumi a eles.’ Terminou a frase cantando e fazendo o rapaz cuspir a bebida que tentava tomar em paz.

‘O quê?!’ Soltou alarmado. ‘Já expliquei que não tive opção!!!’

‘Um homem, a sós, numa ilha deserta sulista, com uma bela mulher…’ Lubbock começou a falar adoçando de forma sistemática sua bebida. ‘Não é inveja minha, nem nada.’ Ainda tentou falar sem credibilidade alguma. ‘Mas porque não a abandonou lá?’ Perguntou mexendo com mais força do que no necessário a bebida. ‘Afinal, ela é um inimigo… novamente… não se trata de inveja nem nada… Sério! Não é inveja!’

‘Pare de chorar, Lubba!’ Leone falou irritada. Pegou Tatsumi abraçando-o e fazendo o rosto do rapaz ficar entre seus seios. ‘Venha cá… vou te ajudar a superar os horrores que você passou com aquela sádica!!!’

Akame observou o embaraço do rapaz. Realmente Leone conseguia colocar a todos em situação constrangedora. Inclinou o corpo encostando-se na cadeira que estava e desviou os olhos. Tinha sido uma loucura quando Lubbock havia informado que Tatsumi havia desaparecido depois que ele havia percebido um inimigo poderoso se aproximar rapidamente. Haviam imaginado que o companheiro havia sido abatido pelo adversário. Procuraram-no pelo dia inteiro, sem o menor sinal de vida do rapaz. Tinha ficado preocupada demais com ele. Como sabiam que os Jaegers também estavam atrás daquelas criaturas humanoides pensou que o rapaz tinha até mesmo voltado a cair nas garras de Esdeath.

No dia seguinte quando Tatsumi apareceu na antiga sede do grupo, tinha corrido ao encontro dele infinitamente aliviada por vê-lo bem. Pelo jeito, sua intuição de que o rapaz tinha caído nas garras de Esdeath não tinha sido em vão. Tatsumi contou o que realmente aconteceu. Sobre o inimigo misterioso e por ele ter usado uma arma imperial para teletransportar os dois para a tal ilha deserta. Najenda havia explicado sobre uma possível arma com este poder.

Bem… depois do relatório do rapaz sobre sua estadia com Esdeath e por ter conseguido voltar vivo, as brincadeiras começaram. E em grande parte por culpa dela que cometeu a grande besteira de contar para Leone o que Pavati havia lhe contado sobre o rapaz estar no cargo de amante de Esdeath. Leone, diferente de Akame entendeu tudo rapidamente e caiu na gargalhada, mal conseguindo respirar de tanto que ria. A morena ainda tentou tirar alguma explicação dela em vão. A loira só exclamava que Tatsumi era muito azarado. Além de falar que era bem feito por ele ser pervertido daquela forma.

Najenda se aproximou do grupo. Estava com os cabelos molhados e os secava enquanto caminhava em direção a eles. ‘Aquela lá sempre foi osso duro de roer.’ Falou chamando a atenção de todos. E inclusive fazendo a briga boba entre Mine e Chelsea se encerrar. ‘Mesmo que tivesse sido abandonada lá, daria um jeito de conseguir voltar. Ficar quites com ela foi o melhor que poderia fazer. Assim quando for enfrentá-la para valer, sua consciência estará leve.’

Tatsumi observou a mulher se aproximando. ‘Sempre foi…’ Tentou falar para si mesmo.

Akame observou-o por alguns instantes, esperava acreditar no que o rapaz havia falado, mas sabia do coração mole dele. Um enfrentamento entre ele e Esdeath, o rapaz já entraria em tremenda desvantagem pois sentia-se em dívida com ela. Soltou um suspiro, esperava que ela sentisse o mesmo por ele e não o matasse na primeira oportunidade.

~*~*~KK~*~*~KK~*~*~KK~*~*~KK~*~*~

‘Essa gente que não teve ainda o rosto reconhecido e nos panfletos pela cidade fica só de gritaria e se divertindo.’ Mine reclamou olhando para baixo os companheiros que estavam se divertindo na praia enquanto ela, Akame e Boss estavam nas montanhas.

Akame estava atrás dela observando a jovem que estava debruçada na beirada do rochedo observando os amigos brincando e se divertindo.

Eles tinham seguido para o sul do Império, na área das cidades que apoiam os rebeldes. Seguindo o plano de Najenda para separar os Jaegers e enfraquecê-los para que pudessem finalmente atacá-los. O alvo principal era Kurone, por isso Boss havia feito com que vissem Akame seguindo para o sul e alertassem para Esdeath. Sabiam que a irmã mais nova com certeza seguiria em seu encalço para matá-la. Ela tinha sido a isca para atrair Kurome.

The skies are black with lead-filled rain,

(Os céus estão negros com chuva cheia de chumbo)

A morbid painting on display,

(A pintura mórbida em exposição)

Akame era como mel para Kurome assim como Najenda era para Esdeath. Por isso a experiente ex-general do Império, fez com que rumores chegassem a Esdeath de que ela estava indo para o leste, na direção de Kyoroch, sede da religião Caminho da Paz. Najenda sabia que Esdeath seguiria em seu encalço. No fundo, eram previsíveis devido suas injúrias.

‘Ah! Infernoooo! Eu também gostaria de estar me divertindo!’ Mine continuou a se lamentar por se manter distante da praia como os outros.

Já para Akame estar afastada naquele momento era o melhor. Estava para enfrentar a irmã, encurralando-a numa armadilha. Não podia deixar de passar por sua cabeça que Boss tinha feito aquela armadilha pois acreditava que ela não era capaz de matar a irmã caçula. E no fundo… ela mesma não sabia ser capaz de fazer isso. Abraçou-se tentando se controlar. Estava ansiosa. Isso era raro. Apenas Kurome deixava-a naquele estado. Soltou outro suspiro pensando que Kurome e Tatsumi eram os únicos que a deixavam naquele estado. Gostava muito de rapaz de olhos verdes… como um irmão caçula, evidente.

Mine estranhou o silêncio da amiga, virou-se para trás e a encontrou a amiga com o rosto sério. ‘O que foi, Akame?’ Perguntou observando o semblante fechado e bem diferente de todos. Tinha percebido que a morena mantinha-se mais calada que o normal naquela missão.

Akame levantou o rosto observando Mine, não gostaria que a companheira percebesse seu estado de espírito. ‘Ah! Nada.’ Tentou disfarçar, mas não era boa mentirosa.

Mine franziu a testa observando as reações da morena. ‘Você está pensando na sua irmã, não é?’

Akame sentiu o vento bater mais forte no seu corpo por conta da altitude que estavam. Abaixou os olhos sem conseguir encarar Mine. ‘Sim.’ Não mentiu desta vez. Não conseguia. Sentiu um arrepio percorrer sua espinha.

Deu alguns passos e sentou-se no chão com os braços apoiados nos joelhos e soltou um suspiro dolorido demais.

‘Ela está vindo atrás de mim com certeza.’ Falou o que sabia que era verdade. ‘Não há nada que evite nosso confronto.’

This is the night the young love died,

(Esta é a noite em que o jovem casal morreu)

Buried at each other side,

(Enterrados lado a lado)

Mine se levantou, ignorando a algazarra que continuava do resto do grupo e observou a amiga. Era realmente difícil observar Akame daquela forma triste. A morena sempre foi a mais introspectiva. Fora difícil inclusive para as duas tornarem-se amigas. Enquanto ela era explosiva e barulhenta. Até mesmo ambiciosa e extravagante. Akame era discreta, ingênua e calma.

Enquanto ela gritava o que os outros deveriam fazer, Akame pensava no que ela deveria fazer com calma e traçava o plano no final dando ordens justificadas e não apenas por dar ordens como ela gostava de fazer. Eram personalidades opostas. Não era a toa que Akame havia se tornado tão complacente com o mole do Tatsumi enquanto ela detestava aquele molengão, praticamente peso morto para o time.

Mas todos ali tinham como objetivo libertar o Império daquela tirania. Mine lutava pela liberdade da tribo no Norte que fora invadida e praticamente escravizada pelo Império. Ela lutava para ser reconhecida já que era meio descendentes dessa tribo e colocada a marginalidade da sociedade daquele Império. Desde criança, era considerado nada por todos. Jogada pelas ruas, morrendo de fome e frio. Aprendeu a sobreviver. Aprendeu a se defender. Aprendeu muito mais que isso, aprendeu a lutar para salvar outras crianças como ela, não fossem consideradas o lixo que eram atualmente.

You never took us alive

(Você nunca nos pegou vivo)

We swore that death would do us part

(Juramos que a morte nos separe)

So now we haunt you in the dark,

(Então, agora nós vamos assombrá-lo no escuro)

Caminhou até Akame sentando ao lado dela e chamando sua atenção. ‘Mesmo com a morte de sua irmã, não pense que está sozinha.’ Virou-se para ela e sorriu de leve. ‘Você tem a nós. Então seja grata, sim?!’

Akame sorriu de leve para ela. ‘Sim.’

You never took us alive,

(Você nunca nos pegou vivos)

We live as ghosts among these streets,

(Vivemos como fantasmas entre essas ruas)

Lovers and partners in crime

(Amantes e parceiros de crime)

Realmente tinha uma nova família e era justamente por esta nova família e por tantas outras que estavam sendo massacradas e violentadas por aquele Império que ela lutava. Nem que fosse necessário, perder a única pessoa de sua família de sangue.

Partners in crime

(Parceiros de crime)

Este era o caminho que o seu coração a ordenou seguir. Não era o caminho mais fácil. Nunca foi. Olhando para Mine sorrindo para ela, tinha certeza que era o certo.

Partners in crime

(Parceiros de crime)





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