Mirror of the soul escrita por Miss De Lua


Capítulo 9
9. Quando a magia se desencadeia


Notas iniciais do capítulo

First things first
I'ma say all the words inside my head
I'm fired up and tired of the way
That things have been, oh-ooh
The way that things have been, oh-ooh
Second things second
Don't you tell me what you think that I could be
I'm the one at the sail, I'm the master of my sea, oh-ooh
The master of my sea, oh-ooh


I was broken from a young age
Taking my sulking to the masses
Writing my poems for the few
That look at me, took to me, shook to me, feeling me
Singing from heartache from the pain
Taking my message from the veins
Speaking my lesson from the brain
Seeing the beauty through the

Pain!
You made me a, you made me a believer, believer
Pain!
You break me down and build me up, believer, believer
Pain!
Oh let the bullets fly, oh let them rain
My life, my love, my drive, it came from
Pain!
You made me a, you made me a believer, believer... ♪♪



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A Hogwarts daquele tempo era dividida em grupos. A maioria eram formados dentro das quatro casas, mas quando os poucos corajosos saiam da área de conforto, era possível ver alguns grupos com membros das outras casas. Menos é claro, a sonserina.
Depois da primeira aula de feitiços compartilhada com a Lufa-lufa, Meredith ainda se preparava para o pior. Após o episódio na escadaria com Edwina, a monitora havia desaparecido, o que não foi o caso dos grifinórios.
Charlus havia gargalhado logo depois de sua última frase, quando Minerva interrompeu para avisar que se não tomassem o café da manhã logo, estariam atrasados para Transfiguração. Que surpresa ela estar obcecada por esta matéria!
   Logo depois do quarteto se separar, - cada um em sua mesa - Meredith sentiu os olhos novamente em si, junto com os cochichos. O café da manhã havia sido desconfortável perante os olhares, mas ela tentou ignorar, imitando Septimus na mesa da Grifinória, se empanturrando da boa comida.
As suposições que havia feito sobre Edwina naquela manhã haviam lhe distraído por todo o tempo, fazendo com que ela não conseguisse se concentrar em outra coisa. Até que a aula de transfiguração chegou e ela se encontrou passando pela porta  — atrasada — depois de ser acompanhada por um primeiranista grifinório, que lançara olhares curiosos por todo o caminho.

— Bem vinda, senhorita Helinor. — Dumbledore estava na frente da sala, com os braços abertos em um gesto que dizia você é bem vindo. — Estamos um pouco atrasada, não estamos? Sente-se, querida. A aula irá começar.

Sorrindo forçadamente, ela tomou coragem e encarou a sala ao seu redor. Mais olhos curiosos a encaravam, mas dessa vez, também havia deboche. O primeiro vinha da parte dos seus colegas de casa, já o último, era enviado por sonserinos.
A voz do Chapéu Seletor apareceu em sua mente, a fazendo cerrar a mandíbula.
Com uma rápida olhada ao redor do ambiente, viu que as duas casas sentavam separadas. Corvinal de um lado e Sonserina de outro. Da parte azul e prata, todos os assentos estavam ocupados. Mas do lado verde da força do deboche, percebeu com desgosto que havia um assento vago. Um maldito assento do lado do gentil Tom Riddle. Ah, o destino!
Dumbledore pigarreou, provocando risadinhas quando a bruxa se mexeu. Naqueles segundos decidiu que iria virar o jogo, e caminhando com toda popa que tinha, — esperava ter alguma. — atravessou mesa por mesa, entrando no espaço das cobras.
Meredith mantinha um sorriso radiante no rosto quando arrastou a cadeira lentamente para trás, se sentando devagar em seguida. Dumbledore a encarou divertido, logo depois se preparando para começar a aula.
Os alunos da Sonserina a encaravam, boquiabertos, enquanto ela arrumava a gravata azul, a deixando amostra. Por último, se virou para ver um Tom Riddle com a expressão em branco, mas com uma sobrancelha arqueada.

— Olá, Tom.

— Senhorita Helinor. — ele assentiu com a cabeça, em reconhecimento. — Como monitor, devo lhe desejar as boas vindas.

A bruxa quase revirou os olhos, frustrada. Riddle não lhe dignara um olhar depois da primeira frase, preferindo encarar Dumbledore enquanto o mesmo falava sobre suas férias estranhas.
Era ridículo!

— Então deseje. — as palavras escorregarem da sua boca, com sarcasmo.

A cabeça do sonserino virou automaticamente em sua direção, seus olhos profundos cravados nela. Meredith não desviou, sorrindo mais ainda.

— Eu já fiz, senhorita. — o  tom de voz frio a deixou mais frustrada.

— Acho que não. Você disse que devia, mas não desejou. E por favor, — ela piscou os olhos como vira uma das meninas de sua casa fazer no salão comunal, naquela manhã. — me chame de Meredith. Já pulamos a fase dos sobrenomes, não?

Riddle a encarou por mais alguns segundos, logo depois desviou o olhar, a ignorando. A bruxa sabia que estava sendo incômoda e infantil, mas esse era o ponto. Riddle havia a feito de boba na primeira vez que se conheceram, então por que não irrita-lo? Aliás, Meredith tinha que ter algum divertimento. 
Tirando seu material — novamente atrasada — da bolsa, a morena abriu o pergaminho, preparando a pena e o tinteiro. Olhando distraidamente pela sala de aula, viu que algumas pessoas ainda a encaravam. Como por exemplo, um garoto loiro sentado ao lado da mesa que ela dividia com Riddle. O sonserino continuava a encara-la mesmo quando a bruxa devolveu o olhar, com um sentimento de familiaridade a atingindo. Aqueles traços faciais não lhe eram estranhos, mas percebendo que a troca de olhares já estava ficando estranha, ela fez algo que julgou depois ser muito patético. Ela levantou o polegar, em cumprimento.
Se apreendendo, Meredith voltou a olhar para frente, encontrando a expressão risonha  de Dumbledore.
Ótimo, — pensava enquanto mergulhava a pena no tinteiro. — agora todos não terão dúvidas de que sou a pupila de Aberforth. Ah meu Merlin!

            
                                ☆

Para Tom Riddle, só existiam duas coisas que o impressionavam: poder e sabedoria. Mas era curioso a forma como a garota Helinor parecia atrair sua atenção. E o desprezo. Riddle deveria lhe mostrar como pessoas como ela eram tratadas em sua escola. E ele iria, principalmente depois do incômodo da aula de transfiguração.
A garota era associada com Dumbledore, e isso era algo desgostoso para o bruxo.  O que ela teria de interessante? Alguns parafusos a menos?
Riddle a ignorara durante toda a aula, concentrado no que o velho Dumbledore dizia, o que não era, nada que ele já não soubesse. Não, Tom tinha certeza que poderia realizar qualquer transfiguração que desejasse. Ele era o melhor aluno daquela escola e logo, seria o melhor bruxo de todos os tempos. Era apenas questão de tempo até que descobrisse como enganar a morte, e aí sim, seria invencível. Mas por enquanto, ele teria que se contentar em ouvir o discurso tedioso do velho bruxo, deduzir o motivo de Abraxas Malfoy encarar sua mesa e ignorar Helinor. Ah, e claro, por que não dar as boas vindas para a garota à maneira de um digno herdeiro da Sonserina?
Tom Riddle quase sorriu com o pensamento, olhando a garota que escrevia em seu pergaminho freneticamente. — ela havia parado de puxar conversa quando percebeu que não teria retorno. — Ele iria se divertir muito com a garota dos Dumbledore.

       
                                  ☆

O mar verde e azul se misturou na saída quando a aula terminou. Meredith observou Riddle reunir seu material com maestria, para logo depois se levantar e sair, sendo um dos primeiros a escapar da multidão. A bruxa jogou suas coisas na bolsa, frustrada por ser ignorada. Ninguém nunca ousara a ser tão rude com ela.
De mau humor, a jovem se levantou para seguir sua casa, — por mais que não tivesse ninguém para acompanha-la. — quando Alvo Dumbledore fez sinal para que ela esperasse. Lançando um olhar para a porta, Meredith percebeu que faltavam poucos alunos para sair. Ela suspirou, caminhando até a mesa do bruxo.

— Sim, professor?

—  Como está sendo seu primeiro dia de aula, querida? — o bruxo a olhou com os olhos azuis fixos nos seus, sorrindo.

Meredith sorriu, tentando imaginar o motivo da pergunta. Ela não havia feito nada errado, havia?

— Está ocorrendo tudo bem. Fora alguns atrasos. — deu de ombros quando Dumbledore sorriu gentilmente, observando a sala. —  Por que?

— Apenas queria me assegurar que você estava bem.

Os olhos azuis se detiveram na varinha pendendo em seu punho. Foi então que ela entendeu.
Bem.
O sorriso da garota caiu, sua expressão se fechando. Dumbledore não queria saber se tudo estava indo bem, ele queria ter certeza de que ela não estava usando magia. Magia sem varinha. A magia de Morgana.
Aquela raiva fria a corroeu por dentro, fazendo seu punho se fechar envolta da varinha, machucando sua palma quando suas unhas se cravaram em sua palma. A porta se fechou.

— O senhor acha que sou negligente?
— o sussurro de Meredith foi a pior parte. Era melhor ela ter gritado, porque aí sim ele saberia que ela estava prestes a estourar. —  Acha que  vou usar magia quando sei que não posso?

A sala estava vazia antes dela ter feito as perguntas, contudo, a bruxa se sentia observada. Como se alguém estivesse prestes a aparecer e descobrir tudo. Ela estava apreensiva e o suor cobrindo o seu corpo era uma prova disto.

— Acho que você é jovem e que precisa de ajuda.  — os olhos do mais velho ainda permaneciam gentis, mas havia um toque de seriedade. — Mas não acredito que seja negligente. Você só precisa ter cuidado.

Ela apertou mais a varinha, respirando fundo. Era difícil para ela ouvir aquilo depois de tudo.

— Eu sempre tive cuidado, professor.
— ela sorriu friamente. — Não estaria aqui se eu não tivesse, hum? Sendo descendente de Morgana Le Fay, você deduziria que sou ótima em tomar cuidado. Porque sou a melhor em tudo que faço, não sou?

Dumbledore continuou a encara-la, cruzando os braços em sua frente. E lá estava, a sensação de que ele estava olhando para sua alma, como se pudesse a ver perfeitamente. Como se ele enxergasse a própria Morgana em sua frente, zombando dele.

— Estou tentando ajudá-la, Meredith.

— Está, não está? — ela riu, segurando na alça da bolsa firmemente. — Ótimo! Quando tiver algum resultado me avise, pois vou adorar saber que meu tio encontrou uma forma de salvar sua pobre sobrinha. Agora se me der licença, eu tenho aula. — acenou com a cabeça para ele, caminhando até a porta. — E não se preocupe, sei bem os meus limites, assim como sei que magia sem varinha está proibido. — ela abriu a porta, parando quando um pensamento a atingiu. —  Assim como sei que não confio em você. —  e saiu, batendo a mesma.

Alguns alunos ainda estavam nos corredores, rumando para as salas de aulas. Fazendo algo que Meredith deveria fazer, mas que não faria.    Como se estivesse fugindo do próprio diabo, a bruxa seguiu para a escadaria. A mesma estava se mexendo, levando boa parte dos sonserinos para algum lugar que ela não queria saber. De relance, viu Riddle a encarando, mas desta vez, ela que o ignorou. Ele teria que provar do seu próprio veneno e ela teria que pensar a respeito dele depois, quando aquela raiva passasse. E por isso, ela  subiu as escadas, entrou em alguns corredores e seguiu para um armário de vassouras que tanto conhecia. Em seu tempo, a jovem usava aquele armário para se esconder quando sentia estar perdendo o controle.
Claro, havia o banheiro feminino, a floresta proibida, seu próprio dormitório ou a sala precisa. Mas em nenhum desses ela se sentia realmente segura, sozinha. Todos poderiam ser invadidos ou encontrados sem querer, e tudo o que ela não precisava era ser encontrada. Não quando a raiva queimava nela como as brasas de uma fogueira. Não quando suas mãos tremiam em espasmos, anunciando o que estava por vir. E principalmente, não quando ela sentia o fragmento de Morgana em si, poderoso.
Quando o encontrara, ela se jogou dentro dele, encontrando mais poeira do que se lembrava em seu tempo. Era claro que armários de vassouras eram pequenos e apertados, e que poderiam ser usados por casais, mas em seu tempo, Meredith se certificou de esconder muito bem o seu lugar secreto com um simples feitiço. Ela teria que se lembrar de fazer o mesmo com o daquele tempo.
Respirando fundo repetida vezes, a bruxa deixou que sua bolsa caísse no chão, para logo depois apoiar ambas as mãos na porta de madeira, sentindo o ar ficar pesado à medida que sua respiração aumentava. Seu corpo coberto de suor era um lembrete do que estava acontecendo, assim como a varinha firmemente em sua palma a fazia se lembrar da discussão com Dumbledore.  Ela tentava. Tentava andar na linha, assim como tentara durante anos renegar o que existia dentro de si. Helinor não conseguia se lembrar exatamente quando fora a última vez que usara magia sem varinha, mas tinha noção de que fora em uma emergência. A bruxa só usufruia daquele poder para se defender. Mas lá estava Dumbledore como um cão de guarda, a fazendo reviver seus piores demônios. Ele não tinha ideia do quanto era difícil conter todo aquele poder, aquela vontade, a magia em suas veias que vinha tão facilmente. Dumbledore não tinha noção da batalha que ela tratava toda vez que algum gatilho era imposto à ela, e o quanto ela lutava para ganhar, para passar por cima dessa vontade.
Tudo ficava mais difícil e fora de controle quando a raiva era acionada. E o resultado disso estava em sua frente, quando suas mãos entravam em espasmos. Como naquele momento.
A varinha caiu no chão, e o corpo da garota bateu contra a parede do armário, sua cabeça se chocou com o impacto, a levando a soltar o ar ruidosamente. Seus olhos estavam molhados pelas lágrimas que desciam por sua face. E finalmente ela estava chorando, por tudo.
A tempestade de dor se soltou dentro de Meredith no momento em que a magia desencadeou. Juntando as mãos em frente ao seu corpo, a bruxa observou a fagulha dourada dançar entre seus dedos. Uma sensação doentia de poder a atingiu, conforme uma risada estridente preenchia o silêncio do armário. Sorrindo em meio às lágrimas, Meredith sentiu algo nublar sua consciência. Era algo escuro, perverso e vil. Mas poderoso o bastante para ela gostar da sensação. A lembrança das palavras de Dumbledore voltou. Ele achava que sua magia vinha de Morgana. Ele estava tão errado.
Porque Meredith sabia, sempre soube, assim como naquele momento tinha certeza. As faíscas douradas mostravam isso.
A magia vinha da dor.


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Notas finais do capítulo

Considerações finais: a partir daqui, tudo se transformará em caos haha.
Para esclarecer a " explosão" da Meredith, pensem em como foi para ela crescer rejeitando a magia negra dentro de si. Sempre consciente que aquilo era errado, porém, era uma grande fraqueza. E depois de tudo, Ela estava farta!
Lembrem -se que a bruxinha não confia em Dumbledore e que a magia dela é movida pela raiva. Já deu para entender, né?
Parece que Riddle já está tramando algo e não, ele ainda não fez nenhuma horcrux.
Espero que tenham apreciado o capítulo, nos vemos no próximo ❤



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