Bakugou estava impaciente. Por algum motivo, All Might tinha o chamado, mas tinha a impressão de que seria de algo que ele não gostaria de falar. Parou em frente a porta do escritório abriu a porta sem bater.

Assim que entrou, se surpreendeu com a cena. All Might estava totalmente magro, diferente de como sempre o viu. Seus olhos se arregalaram e seu corpo ficou paralisado por um tempo.

— Bem... Eu não esperava ter ver assim tão de repente. Esperava pelo menos que batesse na porta. – Disse All Might tentando se acalmar por causa do que aconteceu, já que agora mais uma pessoa sabia sobre seu segredo.

— Que merda está acontecendo?!

— Em uma das minhas lutas no passado acabei ficando assim. Mas não se preocupe. – Se transformou. – Eu ainda estou aqui. – E riu como sempre.

— E o que você quer falar comigo? – All Might voltou ao normal e assim se sentou no sofá.

— É sobre o jovem Midoriya, eu soube que foram amigos de infância.

— Hã? Eu, amigo daquele perdedor? Aliás, por que alguém como você iria se interessar em alguém como ele?

— Eu o encontrei antes dele desaparecer e por causa de algumas coisas, quero tentar encontra-lo. Pensei que poderia ter alguma informação que me ajudaria.

— Eu não sei de nada. – E assim saiu da sala.

— Eu consigo perceber que está preocupado. – Falou para si. – Espero que em algum momento perceba isso.

*

Na central da Liga dos Vilões, se discutia sobre a invasão na Yuuei. Deku apenas observava e não dizia uma palavra. Queria conhecer melhor eles, que tipos de planos e ataques faziam. Como não teria participação em nada, não via problema em ficar em seu canto ouvindo.

— Ei, Midoriya, o que você vai fazer? – Perguntou Shigaraki.

— Apenas observar. Quero apenas ver que tipos de individualidades os estudantes têm.

— São apenas crianças igual a você. Que mal podem fazer?

— Um dia crianças crescem e podem se tornar perigosas. O melhor é já coletar informações para o futuro. Eu não atrapalharei vocês e o sensei me disse que não tem problema. Pode continuar a bolar esse seu plano.

Nisso, Shigaraki se irritou, mas Kurogiri o impediu de fazer algo. Assim, ignorando o que acabou de acontecer, continuaram a conversar sobre a invasão.

Deku decidiu sair e andar um pouco pela cidade. Pegou um casaco com capuz e foi, evitando atenção. Encontrou a praia que havia limpado sozinho. Na época, tinha visto o tanto de lixo acumulado e então usou como uma forma de treinamento. Começou a correr como uma forma de complementar o treinamento de mais cedo. Como a praia era sempre deserta, não seria um problema continuar ali.

Depois de ter corrido por um bom tempo, decidiu sair dali. Durante o caminho de volta, por ser desastrado, acabou tropeçando numa pedra do caminho. Alguém o impediu de cair. Uma garota ao o ver cair, tocou nele e o deixou mais leve, conseguindo segurá-lo. Deku, ao perceber que foi uma garota que o salvou, começou a ficar nervoso por dois motivos. O primeiro por não estar acostumado com elas e o segundo por não saber se ela o reconheceria das notícias.

— O-Obrigado. – Disse Midoriya sem jeito.

— Não tem de quê. – Disse a garota de cabelos castanhos e curtos enquanto sorria. – Tome mais cuidado na próxima vez. – E assim ela seguiu o seu caminho.

Izuku ficou envergonhado por um tempo por causa do acontecimento. Balançou a cabeça para esquecer e seguiu de volta para o seu caminho.

*

Já em casa, Bakugou fazia sua série de treinamentos diários. Mesmo que tenha entrado na Yuuei, não significa que deve relaxar. Por mais que tentasse prestar atenção no que estava fazendo, não parava de ficar irritado pelo fato do Deku ter chamado atenção do All Might. Quase ninguém mais se lembrava desse caso direito, então por que ele se preocupa?

Duas batidas foram ouvidas e uma mulher parecida com o Bakugou entrou.

— Kacchan, você tem estado estranho esses dias. É por causa do caso do Izuku? Se você quiser, podemos... – Ela foi cortada pelo garoto.

— Hã? Eu estou ótimo! E aquele lixo finalmente saiu da minha vida, eu estou feliz. Não me perturbe e saia do meu quarto. – Gritou o jovem.

— Isso é modo de falar com a sua mãe? – A mulher se estressou e foi em direção ao filho, preparando as mãos.

Algumas horas se passaram desde o pequeno conflito entre dos dois. Bakugou estava com alguns pequenos roxos no corpo, mas nada que o realmente atrapalhasse.

“ Por que todos acham que eu ligo para aquele pedaço de merda? “ Isso o irritava. Parecia que os outros queriam saber sobre ele, mais do que ele mesmo. Deku era apenas alguém que sempre o seguia e que depois começou a tentar ser um herói, mas que fracassou uma hora.

Por mais que dissesse isso na sua mente toda hora, não parava de pensar no que realmente aconteceu. Se ele se matou, por que ainda não acharam o corpo? E se não, como ele conseguiu se esconder tão facilmente da sociedade? Ele não conseguia entender. Como alguém sem individualidade conseguiu fazer algo assim?

Esquecendo disso tudo por pelo menos um tempo, pegou uma muda de roupa e seguiu para o banheiro. Tomou um banho rápido apenas para se refrescar e voltou para o quarto. Deitou-se devido ao cansaço do dia e tentou dormir, porém sem sucesso. Resmungou alto sem se importar com o quarto dos pais sendo do lado do seu.

Levantou-se e colocou um moletom simples. Saiu de casa e começou a caminhar. As ruas estavam escuras, mas o garoto não se importou. Ele apenas queria esquecer de todos os pensamentos que o perturbavam. Encontrou uma lixeira perto e a chutou de raiva. Queria descontar sua raiva em algo e assim que via algo, chutava par fora de seu caminho.

Depois de esvaziar a sua raiva, voltou para casa e tentou dormir, desta vez com sucesso.