A Pena da Cura escrita por ShiroiChou


Capítulo 38
Capítulo 38 - Montanha.


Notas iniciais do capítulo

Galerinha, um avisinho. Fiz algumas pequenas mudanças nos capítulos 34 e 35. Uma leitora me avisou que eu coloquei a Wendy nele, e bem... Uma pessoa desacordada não corre atrás de ladrão
Desculpa meu erro, já está arrumando.
Não precisam voltar para reler, não mudou o rumo da história :3

Boa leitura!



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Lucy e Lionard estavam seguindo uma trilha de pedras que dava para a montanha, pelo menos era isso que a placa dizia. Os dois andavam silenciosamente e, para o lobo, esse silêncio era um tanto quanto constrangedor.

Ele queria começar uma conversa, mas não conseguia, pois se sentia meio culpado por ter perseguido ela alguns dias atrás, mesmo que ele apenas estivesse fazendo um favor para Tamandra. Ela já tinha o salvado antes, não podia deixar de retribuir.

— Lucy, eu...

— Não precisa se preocupar, não guardo rancor — sorriu.

— Como você sabia?

— Não sei... Apenas deduzi. Então, como conheceu a Dona Tamandra?

— Muitos anos atrás, um mago celestial de uma guilda das trevas ficou me perseguindo para conseguir minha chave. Tamandra interferiu dizendo que eu tinha contrato com ela, a partir dai nos tornamos amigos.

— Que legal, ela sempre está disposta a ajudar, né?

— Claro, mas assim como as pessoas, anjos e demônios também erram.

— Você sabe da história com a Cendy...

— Sei, por isso estou disposto a ajudar. Acredito no que ela contou, eu me sentiria culpado se não ajudasse...

— Eu também acredito, só espero que a Dona Tamandra não descubra... Não sei o porquê, mas não quero ver como ela fica quando está nervosa... — se arrepiou.

— Ela fica parecendo uma bruxa — riu com gosto. — Bem... Pronta para fazer uma trilha na montanha?

— Hã? — olhou para frente e se surpreendeu.

A montanha era enorme, mas diferente das que já tinha visto, essa tinha um caminho para subir, com escadas, pontes e corrimões para se segurar. Olharam o mapa e viram que o que procuravam estava escondido em algum lugar no topo, provavelmente deveriam achar um X vermelho já que era uma Caça ao Tesouro.

Lionard subia normalmente, enquanto Lucy ia lentamente, sempre se segurando com força com medo de algo acontecer e ela cair. A subida não era tão inclinada e, a cada nível de escada, tinha um banco, um bebedouro e uma máquina de doces e salgadinhos.

Pararam quando chegaram no meio da montanha onde tinha uma casinha toda equipada. Não pretendiam parar, mas tinha uma barreira impedindo a passagem, e o único jeito de passar seria esperando acabar o horário de almoço, era isso que dizia a plaquinha que estavam lendo.

— Isso quer dizer que podemos usar a casa? — a loira perguntou com dúvida.

— Acho que sim... E se não puder, usamos mesmo assim, estou com fome...

— Então vamos almoçar.

Entraram na casinha e viram que, realmente, ela estava ali para ser usada. Era pequena e feita de madeira, mas muito aconchegante e preparada para receber os viajantes. Até uma pequena enfermaria ela tinha.

Rumaram para a cozinha e começaram a trabalhar e foi nessa hora que Lucy descobriu que Lionard tinha uma forma humana. Ele era alto, de cabelos pretos e olhos azuis, mas mantinha seus dentes afiados, além de ser um ótimo cozinheiro.

Enquanto almoçavam, o lobo contou um pouco mais de si. Ele antes era um espírito “comum”, mas a cada cinco anos tinha um concurso para se tornar um espírito independente, quem quisesse tentar a sorte apenas precisava se inscrever e participar.

Ele também contou que muitos espíritos tentavam, pois morriam de medo de que suas  chaves caíssem nas mãos de alguém mal intencionado e, conquistando essa independência, eles poderiam evitar que algo assim acontecesse.

Terminaram e arrumaram tudo. Quando saíram da casa, a barreira já não estava mais ali, então seguiram o caminho. Subiam um pouco e paravam, e assim conseguiram subir até o final da montanha.

Olhando o mapa, Lucy viu que tinham que dar dez passos para frente, virar dois passos para a direita e rodear a pedra. Fizeram exatamente o que estava escrito, garantindo que não estavam dando passos muito pequenos ou muito grandes.

Rodearam a pedra e não viram nada, além de terra e outras pedras. A loira resolveu vasculhar ao redor e também refazer o caminho, talvez pudessem ter errado. Lionard continuou parado, tinha certeza que estavam no lugar certo, aquele era o único local onde ele sentia um cheiro diferente.

Começou a farejar, até ver que o tal cheiro vinha de debaixo da terra. Não pensou duas vezes, cavou para baixo, jogando terra para todos os lados até sentir algo sólido. Desenterrou e descobriu de onde vinha o cheiro, era uma garrafa térmica perfumada.

— Lio? O que está fazendo ai?

— Eu estou só olhando para essa garrafa cheirosa aqui...

— Você é incrível! — abraçou o lobo, logo abrindo a garrafa e pegando um bilhete de dentro dela.

Se você está atrás da tesoura, perdeu seu tempo, pois está na base da montanha.

Olhe o mapa no verso desse bilhetinho

— É sempre assim... — a loira virou o papel, com uma gota na cabeça.

— Não teria graça se fosse diferente.

— Podemos passar a noite aqui, já está escurecendo. Tem uma cabana naquele lado — indicou. — Assim não precisamos nos arriscar andando de noite.

— Ok.

Foram para a cabana, jantaram, tomaram banho e deitaram para dormir. Pretendiam acordar cedo para continuar as buscas.

—- // --

— É oficial, eu não aguento mais andar — Lucy praticamente se arrastava montanha abaixo.

— Com essa disposição nós só vamos chegar ano que vem — sussurrou rindo.

— Falou alguma coisa? — perguntou meio perdida.

— Eu disse que também estou cansado — mentiu. — Quanto mais rápido descermos, mais rápido terminamos a busca.

— Eu não sei não... Está muito fácil, você não acha?

— Parando para pensar... O líder nos disse que seria demorado... Alguma coisa não cheira bem...

— Ficar pensando nisso só vai nos atrasar... Vamos apenas seguir as pistas e ver no que dá.

Usaram a mesma tática, mas dessa vez para descer. Desciam um pouco e descansavam, até finalmente chegar no pé da montanha.

O mapa indicava que deveriam ir para a direita e na “parede” da montanha teria que ter uma pedra solta. Atrás dela estaria a parte da tesoura.

Seguiram o caminho e acharam a tal pedra facilmente. Lucy puxou ela, revelando um buraco com uma maletinha branca dentro. A maleta tinha alguma coisa escrita em cima em uma língua estranha, além de um outro bilhete.

Decifrem a charada, para abrir a maleta.

Dica: A resposta está em um livro na Biblioteca das Montanhas. Sigam o mapa no verso.

— EU NÃO DISSE! — gritou brava.

— Isso é muito divertido — Lio estava animado.

— Você acha?

— Claro, adoro essas coisas de ficar caçando.

— Olhando por esse lado... — olhou para o lado. — O mapa fala que é para lá. Quer apostar uma corrida?

— Claro, mas vou na minha forma humana para ser mais justo.

— Você quem sabe, não pretendo perder — saiu correndo na frente.

— Eu muito menos — sorriu a seguindo.


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Notas finais do capítulo

Pretendo mostrar o que aconteceu com cada dupla, então vai ter algumas mudanças de tempo.
Até o próximo :3



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