— Que susto, Laxus... O que está fazendo aqui? — a loira perguntou curiosa.

— Fui até a guilda. O portal está aberto, vim te chamar, mas como vi que ainda estavam dormindo, decidi fazer o café — deu de ombros.

— COMIDA! — Happy abriu a porta com tudo, voando para a mesa.

— Bem, nesse caso acho que já vou indo — Loki se aproximou. — Chame sempre que precisar, meu amor — desapareceu.

— Francamente... Enfim, vamos tomar café primeiro, depois nos preparamos e vamos para a guilda — a loira sugeriu.

Fizeram exatamente o que foi sugeridos e, depois de Lucy e Happy tomarem banho, os três partiram para a guilda.

Dessa vez eles decidiram levar as mochilas nas costas, não sabiam se poderiam usar magia então preferiram garantir.

Chegaram na guilda e ela estava vazia, foi só então que Lucy resolveu olhar o relógio que tinha na parede, e se surpreendeu, era seis horas da manhã.

— QUÊ? LAXUS! Por que apareceu tão cedo? Eu achei que fosse ser dez horas, no mínimo...

— A culpa não é minha que você é desligada — riu. — O portal abriu antes do esperado, apenas fui avisar. A ideia de vim para cá depois de se arrumar foi toda sua.

— Engraçadinho...

Entraram na biblioteca e encontraram Tamandra, ela estava ao lado de um círculo branco e brilhante: o portal.

— Prontos, crianças?

— Com toda certeza — Laxus afirmou.

— Ótimo, então vamos nessa — ela entrou primeiro.

Os três a seguiram Tamandra para dentro do portal. Quando olharam onde estavam, se surpreenderam. Imaginavam um mundo completamente diferente do que estavam vendo.

O portal tinha sido aberto no alto de uma colina comum e cheia de flores. Era como se ainda estivessem na Terra, mesmo sabendo que não estavam.

Tamandra indicou para onde deviam ir, e logo se despediu, indo atrás do livro de maldições. O caminho que precisavam seguir era uma trilha de pedrinhas, até uma cidade mais embaixo.

A cidade era toda branca, com alguns detalhes dourados e pratas. Tinham anjos na rua, mas nenhum pareceu estranhar a presença dos três ali, talvez já soubessem da visita.

Seguiram a rua, procurando algum indício de onde deviam ir. Só quando chegaram na outra extremidade da cidade que finalmente encontraram o que procuravam.

Escadas douradas subiam uma montanha e, lá no topo, se encontrava um castelo enorme com as mesmas cores da cidade. Se aquele não era o castelo dos líderes dos anjos, não sabiam o que era.

Subiram, subiram e subiram, nada de chegar ao topo. Estavam tão alto que as nuvens impediam a visão da cidade lá embaixo.

— Um elevador seria perfeito agora — Happy resmungou no colo da loira.

— Olha quem fala, o folgado — Lucy o fuzilou com o olhar.

— Andando eu não alcançaria vocês, minhas perninhas são pequenas — se defendeu.

— Vou fingir que acredito...

Continuaram subindo, sem muito sucesso, pois já estavam cansados. Em certo momento Laxus perdeu a paciência, segurou a mão da loira e os teletransportou para cima. 

— Por que não fez isso antes?

— Não achei que fosse ser tão longe...

— Bem-vindos meus jovens! — um anjo alto de cabelos pretos e cavanhaque sorria para eles.

— É... Olá! — a loira falou.

O homem vestia um terno branco parecido com aqueles de mordomo, e uma blusa azul clara por baixo.

— Não sejam envergonhados, estávamos esperando por vocês — abriu o castelo.

— Ah, o senhor é...

— Sim, me chamo Pietro Angel, sou o líder dos anjos — sorriu. — Venham, minha esposa quer conhecer vocês.

Pietro guiou os três pelos corredores que mais pareciam um labirinto. O castelo seguia o mesmo padrão de cores, e era decorado com vários quadros e esculturas de anjos. Era como passar por um Hall da Fama, e talvez realmente fosse isso.

Chegaram em uma sala de jantar enorme, com uma mesa de madeira clara com mais cadeiras do que acharam ser possível. O líder indicou para se sentarem, e logo surgiu, literalmente, diversos bolos e doces na mesa, além de bebidas.

Enquanto ainda encaravam a mesa como se ela fosse uma ameaça, a porta se abriu. Por ela passou uma mulher de cabelo roxo escuro e longo, vestindo um vestido amarelo claro. Ela correu sorrindo e se sentou ao lado de Pietro.

— Fico feliz que tenham vindo, me chamo Mary, é um prazer conhecê-los.

— O prazer é todo nosso, somos... — foi interrompida.

— Lucy, Laxus e Happy. Tamandra nos falou sobre vocês.

— Bem, como leram na carta vocês precisam passar por um último desafio. Ele não é muito perigoso, mas é trabalhoso e demorado — Pietro explicou.

— O que precisamos fazer? — Laxus perguntou.

— Hum... Gosto dessa determinação — sorriu. — Cada um de vocês precisará ir em uma Caça ao Tesouro. Como já devem saber, eu meio que gosto de partir as coisas em pedaços... O objeto dessa vez é uma tesoura mágica, própria para cortar penas de asas angelicais.

— Cada um... Então vamos ter que ir sozinhos.

— Exatamente, assim é mais rápido. Se vocês forem juntos não vai dar tempo. A tesoura foi separada em três: as duas partes cortantes e o parafuso. Eu tenho mapas que mostram o caminho para cada lugar.

— Parece que não tem jeito... — a loira suspirou.

— Vocês podem começar quando quiserem, fiquem aqui o tempo que for necessário!

— Obrigada.

— Muito bem, agora vamos aproveitar e parar de falar de tesoura — Mary se animou.

Os três passaram a manhã e a tarde no castelo, arrumando suas coisas nos quartos, conversando e analisando os mapas que Pietro entregou.

Eram três mapas, cada um indicada uma direção diferente: montanha, mar e subterrâneo. Escolheram para onde iam e montaram as equipes com os espíritos celestiais.

Happy e Nights iriam para o subterrâneo, pois a visão da coruja ajudaria no escuro e os dois já tinham afinidade. Laxus iria com Virgo, porque sim. E Lucy iria com Lionard, queria se tornar amiga do lobo e sentia que ele seria essencial nessa busca.

Agora os três estavam em pé, na frente do castelo, recebendo as últimas instruções de como deveriam agir quando fossem pegar as peças, para não se machucarem.

— Usem as luvas, apenas anjos conseguem encostar nas peças sem se queimarem! — Mary instruiu preocupada.

— Pode deixar, Mary-san. Vamos ter cuidados, logo voltaremos com as partes.

— Certo. Boa sorte, crianças — sorriu.

— Obrigada.

Todos se despediram e partiram juntos para o meio da cidade, onde deveriam se separar. Os espíritos já estavam com eles, e manteriam seus portões abertos com suas próprias magias, fechando por um tempo se necessário ou mandando outro em seus lugares. Assim ninguém ficava sozinho, afinal não sabiam muito sobre esse mundo então era melhor garantir.

— Bem... É aqui que nos separamos... — Lucy olhava para os lados.

— Tenham cuidado, qualquer coisa liguem — Laxus avisou.

— Sim, você também. Não seja orgulhoso.

— Não sou orgulhoso...

— Não, imagina — riu.

— Tchau pra vocês, eu que não fico de vela — Happy riu sapeca, voando com Nights antes que a loira percebesse.

— Esse gato...

— Nos vemos logo — Laxus beijou a testa dela, antes de sair andando com Virgo.

— Hum, que fofo — Lionard se segurava para não rir do constrangimento de Lucy.

— Vamos logo — desconversou, seguindo para a montanha.