Maneiras de dizer eu te amo escrita por Cuddly, Maegor


Capítulo 72
Capítulo 72:Tulior


Notas iniciais do capítulo

Melhor coisa é Touby correndo atrás da "coelhinha". Espero que gostem!
Pra não deixar costume de lado...
Maegor é fantástico.
Espero que gostem!



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(Ponto de vista)Touby

Eu estava trancado no quarto pensando no que o papai falou. Só pode ser a história dele e da mamãe se repetindo.

Meu celular começou a tocar. Fiquei observando por alguns segundos,mas decidi atender.

—Alô?—A voz parecia ansiosa.

—Alô. Hoje tem ensaio de dança?—Perguntei um pouco mais animado. Eu fiquei feliz da Banny ter me ligado e isso estava estampado na minha voz.

—Era exatamente sobre isso que eu queria falar. Hoje não vai dar,o professor de dança quebrou a perna e ele vai ficar umas duas semanas sem dar aula.Ela suspirou e continuou-Não precisa dançar valsa se não quiser. Eu estava pensando em cancelar,pois a gente treinou por uns três ou quatro dias,sem falar nos dias de folga. Ou seja,quase nem ensaiamos.

—Você vai cancelar a valsa?—Questionei não acreditando no que ela tinha acabado de anunciar.

Um silêncio ecoou do outro lado da linha. Esse silêncio durou cerca de alguns minutos,apenas poderia ouvir a respiração ansiosa.

—Por que se importa? Você não disse que não dançava muito bem?

Eu poderia responder essa pergunta facilmente,mas decidi seguir o conselho da Angel. Ela me disse que eu devo mostrar atitudes e não palavras. De novo o silêncio do outro lado da linha. Por mim,eu iria correndo lá agora e iria discutir com a Banny por ela não querer dançar a valsa. Eu poderia falar "não quero que você cancele essa valsa porque você é o motivo de mim passar dezenas de madrugadas acordado". Mas isso seria ridículo e ela iria se assustar. Então,finalmente encontrei uma resposta razoavelmente satisfatória.

—Eu estou animado. Ninguém precisa do professor,eu já decorei os passos,sabia? Isso não é tão ruim. O professor é um pouco chato e exigente demais,quase não dá pausas e ainda diz que eu não danço nada bem. Quase nem dá pra gente conversar.

—Por falar em conversar...—Pude sentir que ela mordeu os lábios de preocupação.-Eu queria falar com você pessoalmente. Você poderia ir ao parque ao meio-dia? É urgente.

—Eu nunca negaria algo a você.—Falei sério,mas ela riu.—Por que você riu?

—Nada não. Te encontro daqui a pouco,super atencioso.—Brincou em meio aos risos,que foram perdendo a intensidade,sendo deixados com um suspiro alto.—Só não vai se atrasar. Estou falando sério.

—Tudo bem!—Joguei a mão direita para cima.—Eu não vou me atrasar,prometo. Eu não sou uma garota para me atrasar.

—Machista.—Fez um comentário sério,porém divertido,me motivando a rir alto.

—Não é machismo,é a realidade.

—Está bem,está bem. Eu exagerei. Tchau.

E desligou. Eu ainda estava rindo,mas meus risos são encerrados em poucos segundos. Apenas vesti um moletom cinza-claro e saí do quarto. Coloquei meus fones de ouvido e ao chegar na cozinha,quando estava com a mão na maçaneta da porta,uma voz me interrompeu.

—Aonde pensa que vai,mocinho?

Virei minha cabeça devagar e franzi a testa,soltando um longo suspiro cansado.

—Eu vou ver o motivo de mim ficar sem dormir ontem,antes de ontem,hoje e vários outros dias.

Papai lançou um sorriso cúmplice e eu voluntariamente saí de casa. Fui andando pois eu estava com vontade de andar. Passei os quarteirões e finalmente cheguei no portão do parque. Estava lotado de pessoas,a cada canto havia uma multidão diferente e o pátio de patinação quase nem tinha espaço para andar. Fiquei procurando a loira e como de costume,ela estava naquela cafeteria que faz o café horrível.

Me aproximei e me sentei sem ao menos dizer "oi".

—Queria falar comigo? Eu estou aqui.-Saudei dando um sorriso divertido.

—Oi Touby.-Cumprimentou acenando com uma das mãos,mas cruzou os braços depois.

—Por que essa cara?-Questionei.

—Touby,não podemos mais ser amigos.

O sorriso que eu estava ficou um tanto quanto forçado. Isso foi um choque.

—Por que? É brincadeira?

Ela negou com a cabeça e abaixou a mesma. Então colocou uma mecha de cabelo atrás da orelha e continuou:

—Você disse que não conversa mais com a Lindsay,e isso é por minha causa. Eu sabendo que você gosta de mim e visse e versa me deixa incomodada. Eu já nem sei oque nós somos. Mas amigos não.

—Existe uma coisa chamada amizade colorida.-Dei de ombros e sorri de lado.-Deve ser isso.

—Não. Isso não é amizade colorida. Você está deixando de fazer várias coisas por minha causa e isso não é certo.

De um lado ela estava com razão. Mas de outro não. Eu fiquei sem retorno,inerte por alguns instantes.

—Eu já te pedi uma chance...-Falei em um sussurro perplexo,e sem mais delongas me levantei e dei meia-volta a caminho de casa.

Já estou cansando de correr atrás da Banny.

(Ponto de vista)Lucca

Estávamos nos preparando para ir pra casa. Eu estava ao som de "The lazy song" nos fones de ouvido. Em um movimento rápido,senti o outro lado do sofá afundar e vi a figura da namorada do meu colega de quarto.

—Lucca,posso perguntar uma coisa?-Indagou.

—Depende. Se for sério,pode sim.-Confirmei.

—A Giulia falou alguma coisa sobre você pedir ela como namorada?-Ela perguntou rapidamente.

—Sim.-Respondi e continuei.-Por que? Ela falou sobre isso com você?

—Falou. Ela disse que estava insegura com isso,aí eu dei alguns conselhos de relacionamento.-Justificou.

—Ah é,eu esqueci. Estamos oficialmente namorado.

—É sério? Ela não me disse nada!

Cassey colocou as mãos no joelho e fez uma cara um pouco brava.

—Não precisa ficar assim. Começamos a namorar oficialmente ontem,obviamente ela não tenha contado à ninguém.

—É,faz sentido.-Assentiu com a cabeça e com as palavras.

Me levantei do sofá e fui para a cozinha,onde todos estavam conversando naturalmente como se nada tivesse acontecido. Tomara Deus que isso dure tempos.

Giulia já estava um pouco alterada pela quantidade de bebida alcoólica. Ela pode ser uma ferinha,mas tem o estômago muito fraco.Na viagem para voltar,todos fomos de van. Fomos rindo e interagindo e durante a viagem a minha namorada acabou capotando. Eu acabei contando pra todo mundo que agora estávamos oficialmente juntos. Ashley deu um mini-surto e gritinhos pela empolgação,a Twilla ficou em choque com aquele jeito dela. Mark ficou com aquela expressão de "eu sou durão mas tenho sentimentos,por isso que fiquei feliz"(Não que eu ligue pra isso,claro) e Cassey não ficou surpresa pois eu tinha dito mais cedo.

Foi um caos pra tirar a Giulia da van. A Ashley tentou acordar ela diversas vezes,mas ela sempre dizia que a garota com cabelos tingidos da cor vinho(Ou seja,a Ashley) era a "mãe" dela. O pai da Giulia ficou me encarando,mesmo eu permanecendo dentro da van.

Ela não quis acordar de jeito nenhum. Então fui obrigado a levá-la para dentro da residência daquela pessoa impossível.

Eu a peguei e fui vagarosamente até a porta. Eu congelei. O pai dela é extremamente alto e tem um semblante ameaçador.

—Olá senhor.-Falei tremulamente.

—Posso saber oque aconteceu com a minha filha? Tenho quase certeza que foi coisa sua.-Desviou o olhar para a van e sorriu.-Olá,Mark!

—Fala coroa.-Mark gritou da van.

Meu subconsciente precisa absorver isso.

—Eu vou l-levar ela lá pra dentro. Depois eu preciso falar com você.-Afirmei já entrando sem pedir permissão dele.

Deixei a Giulia no quarto. Por mais que eu quisesse ficar lá,meus pés automaticamente foram para a sala de estar,onde estavam o pai e a mãe da Giulia. A mãe dela sorriu e parecia simpática,ao contrário do progenitor.

—Pode falar. Estamos a ouvidos.-Ordenou rudemente.

O pai dela,que eu não sei o nome,estava encostado na parede com os braços cruzados e a mãe estava sentada no sofá junto com o pequeno David,o mesmo que a Giulia me falou várias vezes.

—Vou ser direto. Eu e a Giulia somos oficialmente namorados.-As palavras fugiram.

Uma expressão de frustração apareceu no rosto do homem alto,que se aproximou de mim e com um sussurro tão ameaçador quanto seu semblante,falou grunhindo:

—Não ouse. Vai embora.

—Gavin,seja mais gentil com o menino!-A mulher suplicou com um ar de pena.

—Amor,ele não é um bom namorado para a nossa filha.

Eles começaram a discutir. Isso parece novela mexicana.

—Tudo bem,eu estou indo embora. E obrigada pela recepção,a Giulia está no quarto.-Saí desorientado.

Pude ouvir os berros e gritos. Eles não estavam brigando,estavam discutindo,oque é bem diferente.

Fiquei encostado na porta por alguns segundos até a van buzinar e eu acordar para a realidade,que estava bem distante da minha cabeça.

Entrei na van em passos lentos e o motorista continuou sua viagem.

Assim que voltei para dentro da van,Mark abraçou meu ombro e me deu uma tapinha não muito forte nas costas. Ele parecia entretido pela cena na casa da Giulia,Cassey também. Ashley e Twilla apenas me olharam com simpatia.

—Ainda há esperança para você Lucca. Como Ivar,o sem ossos você é corajoso,inteligente e não tem medo da morte. Tyr,o deus da coragem te favorece. -Mark afirmou satisfeito enquanto me abraçava.

—Obrigado Mark.-Respondi um pouco confuso,o que afastou um pouco o meu nervosismo.

—Nós poderíamos ter ido direto para a universidade. Isso teria evitado aquela cena.-Disse mais alto do que pensei.

—A Giulia disse que queria ir para casa para dizer pessoalmente ao pai que estava te namorando.-Cassey avisou do outro lado do ruivo tentando me confortar.

—Giulia estava um pouco alterada pela bebida,e não devíamos levar em conta o que ela disse nesse estado.-Respondi frustrado.

—Nunca ouviu a frase:"a bebida entra e a verdade sai"?-Comenta Ashley sorrido simpática para mim.

—A Giulia vai procurar você depois que acordar,seja como seu amigo ruivo bonitão aqui e apoia ela.-Cassey sorriu olhando para mim.

Twilla e Ashley concordaram com ela conversamos até chegar universidade onde desci devagar me despedi de todos,indo para o meu dormitório.

(Ponto de vista)Giulia

Acordei um pouco atônita. Olhei no relógio que marcava 15 para as 20:00. Me levantei em um movimento rápido e senti minha cabeça latejar.

Segui para a cozinha,onde mamãe e papai estavam. Papai me lançou um olhar mortal e eu,sem entender muita coisa,tomei assento no sofá. Ele ainda estava me encarando. Então eu forcei um sorriso,porém de nada adiantou.

—Precisa de alguma coisa? Tem alguma coisa na minha cara?-questionei.

—Olha o respeito! Não abuse que hoje eu não tô com paciência!-Esbravejou.

—O que eu fiz?-Indaguei confusa.

—Chegou bêbada em casa. Afinal,eu tenho que lhe interrogar algo.

—Pode falar,babbo.-Permiti,sabendo que mesmo que se eu não permitisse ele falaria.

—O tal de Lucas...

—Lucca.-Corrigi.

—Não me interrompa,menina. Ele te trouxe aqui hoje dizendo que vocês estavam em um relacionamento amoroso.

—Foi ele quem disse?-Perguntei um pouco inquieta. Olhei para a mamãe,que estava com o David no colo apenas assistindo à nossa discussão.

O meu papà confirmou com a cabeça enquanto cruzava os braços.

—Bom,querendo ou não isso não deixa de ser verídico.-Murmurei medrosa e percebi a expressão de frustração se formar com nitidez no rosto do papai.

—Giulia,eu já te disse que não queria você com esse rapaz!-Papai gritou,grunhiu e esclareceu. Estava bem claro que ele nunca iria deixar eu e o Lucca termos um relacionamento. Eu poderia ir correndo para meu quarto e me trancar como uma menina chorona,mas eu não iria porque minha idade não permitiria.

—Me desculpe,mas eu já tenho quase 18 anos. Você não pode dizer oque eu devo e não devo fazer! Pai,eu não tenho mais 8 anos.

Ele inspirou e expirou devagar. então se aproximou e pegou nos meus ombros,olhando em meus olhos.

—Giulia,você não sabe oque é melhor pra você.-Me chacoalhou de leve.

—Por que você implica tanto com o Lucca? Ele é estudioso,inteligente e muito educado.

—Não me interessa. Não gosto dele.-Meu pai contrariou levantando o queixo.

Eu dou um rugido e,batendo o pé,vou para o meu quarto.

(Ponto de vista)Mallory

Se eu fiquei surpresa de meu irmão e a namorada terem vindo me visitar aqui em Dublin? Não,eles já tinham dito que viriam. O que me surpreendeu  foi minha futura cunhada dizer que a Giulia talvez não seja tão má assim,e que meu gêmeo bom fez um acordo com ela.

— Mark,Cassey o que aconteceu para vocês terem feito isso?-Questionei erguendo uma sobrancelha sentada na minha poltrona na sala.

—Giulia tem seus problemas,e ela admitiu a culpa dela para mim enquanto estávamos no chalé nas montanhas.-A morena respondeu.

—Ela é descompensada,mas é corajosa. Cass disse que a garota Jotun estava determinada a voltar para o chalé com o namorado ou não voltar. E a deusa do inverno devolveu meu amigo para ela. Depois Cassey e a Giulia conversaram,só Odin sabe porquê. E minha linda e incrível namorada pediu que eu falasse com a Giulia para encerrar a rixa dela comigo.-Mark informou  com sua calma costumeira mas eu percebi que ele não estava muito satisfeito.

—Você é uma boa namorada para o Mark,para ele fazer sacrifícios em seu favor...-Comento ainda absorvendo o que eles disseram.

—Cassey é mais que uma namorada incrível,ela é uma benção de Freya. E se é a vontade da deusa que o castigo da Giulia termine,então quem sou eu para impedir?-Meu irmão menor responde com um incomum sorriso malicioso. 

—Thor guarde você,cunhada,se falar que essa garota não é tão ruim para Cath. Ela já amava o nosso irmão antes de você.-Avisei enquanto eles trocam olhares.

—Hoje eu estou de folga,então posso ficar aqui com vocês.-Começo os observando abraçados no meu sofá.

—Entretenha-me com uma resposta Cassey,o que você faz pelo Mark além de morder o pescoço dele e arrancar suas roupas?-Indaguei  para medir a reação deles. Ou eles acham que não vi os chupões nos seus pescoços quando chegaram?

—Eu cozinho muito bem,organizo a nossa casa e sou a metade esperta e sacana do casal. Mark cuida de mim e eu cuido dele.-A garota fala sorridente com um brilho nos olhos.

—Ótimo. Eu só queria confirmar que você realmente ama o meu gêmeo bom. Agora largue ele por um minuto e vou te mostrar a cozinha.-Chamei antes de atravessar a sala com a morena atrás de mim.

(Ponto de vista)Touby

Eu não estava bravo. Eu estava frustrado,irritado,enfurecido e muto,muito zangado. Simplesmente não consigo acreditar que ela acabou com a nossa amizade. Agora que eu estava indo bem!(Ou não...)

Não era de se surpreender que eu estava trancado no meu quarto assistindo um filme qualquer e comia alguns doces.

Fiquei surpreso ao ouvir o som da porta do meu quarto bater.

—Pode entrar.-Falei.

Não olhei para a porta,mas pude sentir que era o papai. Ele se sentou no puff que tinha do lado da minha cama e começou a interagir.

—Oque foi dessa vez Touby?-Perguntou olhando para a TV.

—A loira assassina de corações ataca novamente.-Brinquei sério.

—Hum,e oque a Banny te disse?

—Ela disse que não podemos prosseguir com essa amizade porque simplesmente não é amizade. Dá pra acreditar nisso?

—Vindo de uma menina,dá sim.-Confirmou e olhou para mim,finalmente.

—O que eu faço?-Levantei uma das sobrancelhas e o olhei sério. Se dissessem que não somos parecidos,estariam mentindo exageradamente.

—Bom,diz pra ela que só quer ser amigo,se é isso que você quer.

—Está insinuando que ela está certa e eu estou errado? Francamente,pai!

—Desculpa se isso é verdade. Isso é apenas um sinal de que você deve tomar uma iniciativa.

—Que iniciativa? Ela pensa que está sendo iludida!

Me sentei do lado do papai e passei os dedos no cabelo. Com a testa franzida,continuei:

—Ela é muito complicada. Sabe... Não quero mais me envolver com garotas.

—Ha ha ha,como se isso fosse possível.-Riu abertamente e continuou.-Você diz que não tem jeito,mas tem sim. E esse se chama Banny Collins.

—Não acredito. Falso.-Revirei os olhos. O papai riu novamente,porém um pouco mais tímido.

—Não sou falso. Só estou tentando ajudar. Você vai falar com ela sim,se reclamar eu ligo.

Mais tarde,na hora do jantar,fui para a sala de estar e para minha surpresa a minha irmã e o namorado(Se é que eu posso assim dizer) estavam falando com o papai. Fiquei inerte no final da escada observando a cena,inclusive a mamãe estava com o Andy no braço. Ele estava um pouco maior desde que eu o vi pela última vez,que foi a umas duas semanas atrás.

—Touby,vem dizer oi! Cadê meu abraço?-Ouvi a voz da Angel e dei algumas piscadas. Fui cumprimentá-los e me sentei junto ao grupo no sofá.

—Como estão indo as coisas?-Perguntei tentando parecer interessado.

—Vão bem. E como vão as coisas com a loira?

Papai ficou surpreso ao ouvir a Angel perguntar sobre a Banny. Ele de fato não sabia que ela conhecia a minha ex-melhor amiga.

—Bem...-Isso foi prolongado,mas era mentira.

—Bom,vou ali para a cozinha.-Meu pai afirmou e se levantou,se encaminhando para a cozinha onde a mamãe e o Andy estavam.

Voltei meus olhos para o casal,que estavam olhando diretamente para mim.

—Desculpa Touby mas eu te conheço bem o suficiente pra saber que as coisas com a Banny vão de mal a pior.

Eu queria contrariar,mas não posso negar nada. Muito menos vindo da Angel. Quando éramos menores,eu era bastante zoado na escola. A Angel não estudava no mesmo colégio que eu,mas ela descobriu isso e contou para os nossos pais. Foi uma das semanas mais doidas da minha vida. Um dos motivos era que a pessoa que me zoada pediu desculpas. Não,antes que você pergunte não era arrependimento. A Angel ameaçou quebrar o braço dele com um golpe de suas artes marciais,então ele nunca mais cruzou meu caminho de novo.

Ela é chata,mas é minha irmã e se importa comigo.

—Tá legal,não vou mentir.-Admiti um pouco tímido.-Hoje eu fui para o parque achando que seria apenas mais um daqueles passeios clichês que nós damos no tempo livre. Ou pelo menos dávamos,porque ela disse que nós não podíamos ser amigos,com todas as palavras.

Ambos se entreolharam e então riram.

—Não entendi. Qual é a graça?-Indaguei confuso enquanto ajeitava minhas costas no sofá.

—Bom,você está indo naquele caminho "pegar ou largar",suponhamos. Digamos que você veja um determinado objeto no shopping e você quer muito comprar. Você não pode ficar observando ele na vitrine,ou você compra ou você vai embora e esquece. O que você escolheria?-Angel perguntou séria.

—Comprar,é claro!-Respondi em um tom óbvio.

—Exatamente! É mais ou menos assim com a Banny!-Benjamin esclareceu animado.

—Hã? Ela é um objeto do shopping?-Cocei a nuca desentendido.

—Não,besta. Tipo assim... Ou você esquece ela ou você toma alguma atitude,entendeu?

—Ah sim. Agora que você falou está mais claro.

Angel levantou as mãos para o céu e respirou fundo,em forma de alívio.

—Finalmente você entendeu! Mas Touby,por favor,não vá fazer nada que afaste a menina,pelo amor de deus.

Dei um suspiro longo e respondi:

—Vou tentar.

Me levantei e fui para a cozinha junto com o papai e a mamãe.

(Ponto de vista)Mallory

Depois de mostrar a casa para os meus convidados,incluindo o quarto onde vão ficar no segundo piso perto da escada,voltei a uma diversão antiga que normalmente só tenho acesso no natal e em alguns feriados:

Zoar o Mark.

—Não acredito que você achou que o meu irmão não queria apoiar você em seus objetivos pessoais. Ele é muitas coisas,mas babaca egoísta não é uma delas. Ele é o gêmeo bom.-Iniciei sentada na minha poltrona na sala.

—Eu me lembro de ler em algum lugar que assim como os cães ficam com algumas manias dos seus donos,os casais realmente conectados emocionalmente também ficam com alguns traços um do outro.-Conta Cassey bebericando seu chá.

—Mark conhece astúcia,manipulação e reconhece uma mentira pelo tom de voz da pessoa. Ele cresceu comigo,afinal de contas. Já parou para pensar que talvez seja você que tenha ficado um pouco adorável?-Questionei olhando para minha futura cunhada.

—Se não gostasse tanto de você,Mallory,eu ficaria ofendida.-Retruca dobrando os lábios seguindo de um gole de chá.

—Eu nunca diria algo assim para Cass. Ela pode me punir e não de um jeito divertido.-Mark comenta sentado na outra ponta do sofá.

E agora vem a minha deixa. Sorriso maligno.

—Quando eu me mudei para cá durante os primeiros 2 meses,Mark me ligava todo dia para saber como eu estava. Não é fofo?-Contei sorrindo lentamente.

Cassey larga a xícara na mesa de centro devagar antes de rir e cutucar o namorado no sofá. E ele apenas sacode a cabeça em silêncio.

—Apesar das nossas diferenças,Lory é minha gêmea,somos do mesmo clã. E acredito que até mesmo Frey e Freya tem suas diferenças quando se encontram em Asgard.-Mark argumenta olhando para nós duas rapidamente.

—Você acha que estou um pouco fofa por que quero a paz com a Giulia?-Ela pergunta para meu gêmeo.

—Passou pela minha cabeça.-Comento com um indisfarçável sorriso diabólico.

Os dois me encaram por um momento.

—Ela é amiga da minha gêmea boa. E eu nunca disse que seriamos amigas. Mas você deve concordar comigo,cunhada. Inimigos são problemáticos.-Responde Cassey ainda olhando para mim.

Certamente.

Mudamos de assunto e continuamos a conversar tarde a dentro.

(Ponto de vista)Touby

Eu resolvi sair um pouco. Eram mais ou menos 16:00,e como eu estava achando cansativo ir apenas ao parque resolvi ir para o shopping.

Fiquei um pouco na lanchonete e fui para o cinema. Quando o filme acabou e eu estava indo embora,vi uma figura loira muito familiar. Fiz um sinal e ela parou. Fui em sua direção e estranhei o novo corte de cabelo,que iam acima dos ombros,jogados de lado. Não estava feio,só estava diferente.

—Oi!-Cumprimentei com um sorriso caloroso.

—Oi... Precisa de alguma coisa?-Indagou.

—Não mas... Você cortou o cabelo! Tipo... Uau. Ainda mais com o seu aniversário que é amanhã.

Banny revirou os olhos verdes e os voltou para mim.

—É,eu cortei. Mas não é por causa do meu aniversário... Eu fiz isso porque quis mudar um pouco.-Deu de ombros.

—Bom,de um jeito ou de outro você ainda continua sendo a Banny.

—Como assim continua sendo a Banny?-Levantou uma das sobrancelhas e piscou por alguns segundos.

—Engraçada,extrovertida e desconfiada.

Ela deu as costas e continuou caminhando. Eu fui atrás sem apressar os passos.

—Touby,qualé?

—Você não deveria fazer isso! mas não mesmo.

Quando me olhou nos olhos de novo,um pouco de irritação tomou conta de seu semblante imediatamente.

—Touby Smith,que brincadeirinha é essa?-Questionou antes de colocar as mãos na cintura,em um gesto que ela fazia quando tinha uns 11 ou 12 anos.

—Você acha mesmo que é brincadeira? Cara,eu tô totalmente ferrado por sua causa!-Cocei a nuca e a Banny fez uma expressão confusa.

—Minha causa! Francamente. Touby,sinceramente,pra que você está fazendo isso? Dias atrás você caía de amores pela Lindsay e agora me vem com essa de que tá ferrado por minha causa? E oque é que eu fiz? Vendi seus órgãos por acaso?

—Não.-Abaixei a cabeça.-Você acabou com qualquer expectativa que eu tinha de ficar com você.

Dei um sorriso sem-graça e ficamos cerca de um minuto em silêncio. Seu rosto se suavizou e aquela frustração foi embora. Eu me senti deprimido em pensar que não seríamos mais amigos. Ah Touby,é só uma garota que te conhece como a palma da mão! É só uma pessoa qualquer que sabe as suas coisas preferidas e conhece cada ponto da sua personalidade!

O problema é que assim como eu,a Banny não sabe lidar com um Touby ridiculamente apaixonado.

—Pelo menos eu evitei qualquer chance de você se magoar depois...-Ela argumentou um pouco sem jeito,então continuou.-Acho que nossa amizade nunca mais vai ser a mesma.

—Amizade,amizade! Sempre esse papo de amizade! Francamente Banny,eu não sei como você consegue ser tão teimosa!

—Está dizendo que eu estou errada? Eu sempre achei que essa coisa de romantismo ou seja lá oque for iria estragar a nossa amizade! Se é que a gente ainda tem alguma. Você nunca enxergou que eu sempre gostei de você,e por que é que eu tenho que enxergar?

—Porque você gosta de mim do mesmo jeito que eu gosto de você. Eu sei que eu nunca percebi isso,na verdade eu nunca percebi o quanto gostava de você. Meu deus,isso é tão estranho! Além do mais eu acho um absurdo quando você diz que não "somos mais amigos" pois deixamos de ser a um tempo. Eu sempre fui um babaca,mas eu sempre soube que você não merecia um babaca.

—Nenhuma garota merece um babaca. Aliás,nenhuma pessoa no mundo merece. Eu duvido muito que você fosse confiar em alguém que sempre ria das garotas por elas serem "fáceis" desconfiando que se você demonstrar alguma coisa esse alguém pode rir horrores da sua cara.

—Bom,você tem sorte. Porque eu não ficaria insistindo uns cinco ou quatro meses em uma menina qualquer. Muito menos se ela me desse mais de dez foras por dia.

—Mais de dez foras por dia? Não exagera.

—Vou pedir uma última vez na vida,e se você disser que é uma questão de tempo,eu vou contar pra minha mãe!-Falei juntando as mãos com os dedos entrelaçados,então perguntei:-Me dá uma chance? Só mais umazinha!

A loira que agora concedia cabelos curtos riu.

—Tá legal. Mas não faz isso de novo porque,não sei se você percebeu mas estamos em um shopping. E tá estranho ver você desesperado.

—Eu não estou desesperado!-Exclamei fazendo uma careta,que foi sendo deixada de lado.-Mas é sério?

Fez uma expressão engraçadamente séria e levantou a mão direita.

—Nunca falei tão sério na minha vida!

Riu e baixou a mão. Eu também ri,apesar de ser por estar nervoso.

—Posso pegar na sua mão?-Perguntei tímido.

—Pode,eu não mordo.-Deu de ombros de novo.

—Não sei se é verdade.-Falei ainda mais timidamente pegando em sua mão delicadamente. Isso era estranho,talvez a única pessoa que eu já tivesse pegado na mão fosse a mamãe. Ela me obrigava.

Agora é que o papai não vai mais me deixar em paz.

—Banny,eu adorei seu corte de cabelo novo. É sério.-Elogiei com o máximo de seriedade que eu poderia juntar na voz.

—Obrigada Touby. Você é legal.-Respondeu enquanto puxava uma das cadeiras da lanchonete do shopping.

—A valsa ainda tá de pé? Quer dizer... O professor de dança me ensinou tudo oque eu sei.

—Bom... Eu não sei se ainda tá de pé. Sabe,meu aniversário já é amanhã.

—Agora eu sei o motivo de você me dar sempre respostas frias.

—Como assim respostas frias?

—Você faz aniversário no inverno,e me dá respostas frias. Entendeu?

—E oque você quer? Tá bem,vou parar de ser "fria",amor da minha vida razão do meu viver.-Falou ironicamente.

Nós rimos um pouco antes de mim voltar a falar.

—Não exagera,eu tô dizendo do tipo engraçado mas não irônico.

—Falou o nada irônico.-Voltou a atenção para a garçonete que estava nos servindo.-Quero um sorvete de chocolate.

—Eu também,antes que me pergunte.

Quando virei minha cabeça para o outro lado me senti contra a parede. Era a Sam,uma das minhas 78738(Exagerei) ex ficantes. Quando ela me viu,deu um sorriso aberto,se levantou e veio em minha direção.

Só uma palavra veio em minha mente: F E R R A D O.

A garota chegou jogando seus cabelos pretos ao vento,e Banny levantou uma das sobrancelhas.

—Touby,quem é essa?-Banny questionou. Era a última coisa que eu queria nesse momento.

Quando a Sam chegou,ficou em pé diante de mim e da loira. Com mais um sorriso,cumprimentou.

—Oi Touby gatinho. Como você está?

Eu arregalei os olhos e Banny fez uma cara misturada com frustração e desentendimento.

—Bem...-Respondi trêmulo.

—Quem é essa? Ah lembrei,aquela sua amiga desleixada.-Riu jogando o cabelo.

Banny se levantou e vi seu rosto corar de raiva. Então colocou a palma das mãos sobre a mesa e se inclinou para olhar nos olhos da Sam.

—Sua mãe já te deu educação? Bom,eu acho que não. Não o suficiente pra você saber oque é uma pessoa desleixada. Seja ignorante assim que você vai ser repetente umas quatro vezes. Aliás,todo mundo tá vendo que essa tinta do seu cabelo tá mais passada que roupa.

Ouvi as pessoas urrando. Banny deu uma resposta épica.

Sam apenas empinou o nariz e deu as costas andando equilibrado em seu salto super fino e alto.

—Touby,se vierem outras cópias dessa girafa eu juro que vou dar na sua cara.

Engoli em seco. Ela não brinca quando está irritada.

Depois de tomarmos o sorvete,eu e a loira saímos em direção à área de jogos. Fomos jogar um game de corrida.

—Eu vou ganhar fácil de você,loirinha.-Anunciei confiante.

—Duvido muito,eu sou ótima com jogos.-Falou já colocando os óculos 3D.

Quando terminamos de jogar,deu de 3 a 0. Eu juro que foi porque deixei ela ganhar. Banny obviamente ficou rindo da minha cara,mas suas gargalhadas pararam quando uma voz feminina veio me chamando.

Oh não,oque há agora?

Uma garota de óculos e cabelos encaracolados mais conhecida como Hannah veio correndo até mim. Ela estava com um moletom cinza e uma calça preta rasgada,com um all-star da mesma cor.

Não nego que ela é bonita.

Mas eu não quero vacilar com a Banny.

—Oi Touby! Lembra de mim?-A cacheada perguntou ofegante com as mãos nos joelhos.

—Como esquecer,não é? AI!-Senti a Banny me bater com o cotovelo. DOEU.

A loira então me olhou séria com uma das sobrancelhas levantadas. Esse olhar significa "Se você ficar de gracinha eu te mato".

—Pois é,como não esquecer. Lembra que a gente tinha ficado umas duas vezes? Aí na outra semana você ficou com a Daisy...

—Hum,legal. Pena que ninguém perguntou,tchau!

Minha melhor amiga,que não é exatamente uma amiga,me puxou para fora da sala de jogos indelicadamente.

—Isso é uma pegadinha comigo?-Perguntou. Foi engraçado,porém tenso.

—Nem eu sei.-Falei baixo.

—Eu vi o jeito que você olhou pros cachinhos da Hannah.

—Está com ciúmes?-Indaguei e Banny corou imediatamente.

—Claro que não,mas essas ex estão sempre chegando. Essa já é a segunda em menos de trinta minutos! O que vai acontecer? Quando você olhar pra trás vai aparecer uma garota diferente perguntando...

Nesse momento ficamos inertes pois ouvimos alguns passos. Sim,de fato era uma garota que eu já tinha ficado: Jessica. Ela é gótica,usa sempre roupas pretas ou em tons pasteis e tem os cabelos tingidos de azul.

Ela se aproximou e encostou na parede,ao meu lado. Banny estava em frente à mim,então deve ter percebido que eu fiquei vermelho porque eu senti minhas bochechas entrarem em erupção.

—Fala Touby e... Banny.-Cumprimentou fechadamente com sua voz rouca enquanto mascava um chiquete.

—Oi pra você também.-Banny forçou um sorriso.

—Você anda sumido,não te vi mais nesse shopping desde a última vez que a gente ficou.

A loira impacientemente bufou e cruzou os braços.

—Jessica,foi muita gentileza sua vir aqui e falar para o Touby que ele não veio mais pro shopping,mas infelizmente temos que ir.

Outra vez Banny me puxou pelo braço. Mas foi bem mais forte que da última vez.

—Calma! O que foi?-Questionei,ela finalmente me soltou.

—Olha,eu sei que isso não é culpa sua mas eu não gosto que você dê crédito pra essas meninas... A não ser que você prefira alguma delas.

—Não,eu não vou não. Desculpa!-Pedi,então continuei.-Eu estou tentando mesmo mas eu não sou bom com isso.-Expliquei.

Foi um dos dias mais difíceis da minha vida e quando eu voltei pra casa eu teria que contar tudo... Para o pai. Mas isso será difícil.

...

Cheguei em casa às 18:00. Papai estava na poltrona lendo uma revista e bebericando uma xícara de café. Ele voltou os olhos para mim quando fechei a porta,que fez um ruído.

—Oi pai,chegou cedo hoje!-Cumprimentei trêmulo.

—Oi Touby. Onde estava?

—No shopping.-Falei me sentando no sofá.-Pode me responder uma coisa?

—Lá vem. Deixa eu adivinhar... A loira destruidora de corações.

—Certo...-Falei tímido e inconscientemente corei.-O que você faz... Quando a mamãe e você encontra alguma ex sua?

Papai arregalou os olhos e olhou tudo em volta,analisando o cômodo até perceber que a mamãe não estava por perto.

—Eu dava um beijo na sua mãe na frente delas. Isso quando eu não chamava ela de amor.

—Mas oque? Está meio cedo pra isso.-Admiti e continuei.-Acho que é normal a Banny fique brava comigo no início.

—Isso é oque você pensa. Se ela fica brava com você no início,pode saber que depois será muito pior.

Engoli em seco. Ele estava mesmo falando sério? Se não fosse meu pai,diria que estava maluco. Ouvimos um barulho da porta,mamãe chegou em casa com algumas tabelas e anotações em mãos,sinalizando sua vinda do trabalho. Ela tirou os óculos e ofegou.

—Boa noite pra vocês dois. Amor,chegou mais cedo do trabalho hoje?

Papai se levantou e foi até a porta. Ele e a mamãe se beijaram... Isso é de certa forma perturbador.

—Eu terminei os projetos mais cedo e resolvi chegar em casa o quanto antes. O funcionário novo é melhor que aquele último que eu demiti. Ele tem competência e isso adiantou muito as coisas do projeto.

—Parabéns,merece uma recompensa.

Eu fiquei só observando com cara de tédio.

—Hey,eu ainda estou aqui. Deixem essa melação pra quando estiverem no quarto,por favor.-Fiz gestos com a mão para eles pararem,então riram e a mamãe foi até o quarto. Papai foi para a cozinha beber um gole d'água,então voltou ao assunto de antes.

—Touby,aprenda. Pessoas do sexo feminino é tudo ou nada,se você enrolar muito a sua garota vai procurar outra pessoa.

—Bom,enrolando eu não estou. Ela até me deu uma chance,mas eu encontrei umas trocentas ex no shopping.

—Não exagera. Mas faz oque eu te falei.-Ele colocou o copo na pia e sorriu.-Estou indo para o quarto,o instinto me chama.

—Instinto. Sei.

Segundos depois eu estava no sofá sozinho pensando no que ele me falou. E se for verdade?


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Notas finais do capítulo

Boa leitura!



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