Maneiras de dizer eu te amo escrita por Cuddly, Maegor


Capítulo 71
Capítulo 71:Resgate


Notas iniciais do capítulo

Na minha opinião,esse é um dos melhores capítulos. Maegor,claro,não pode passar despercebido que ele me ajudou bastante.
Espero que gostem!



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(Ponto de vista)Lucca

Resolvi andar um pouco,afinal se eu ficar parado aqui pode não adiantar de nada. Ou alguém pode me achar quando eu estiver aqui. Ficaria feliz se a minha Giulia viesse me buscar.

O sol já está quase se pondo. Devem ser mais ou menos 18:00. Não sei onde eu estou. Não há nenhuma residência ou seja-lá-oque for aqui por perto,isso é oque me preocupa.

Continuei andando e andando,até chegar em um lago congelado. Será que eu estou perto? Parece aquele lago que nós passamos anteriormente. Dei uma chegada e havia uma ponte para atravessar. E assim fiz,além de me poupar tempo,era muito menos cansativo que dar a volta pelo lago. A vista era linda,com certeza quando voltar vou trazer a Giulia pra cá. Isto é,se um dia eu voltar pra cá. Meus pais não são super ricos iguais aos do pessoal que está nessa viagem,consegui entrar para a faculdade por conta de uma bolsa de estudos. Sempre tirei as melhores notas,mas em compensação sou péssimo em educação física.

Atravessei o lago pela ponte e vi algumas pegadas recentes. Estava nevando um pouco mais forte,mas com certeza irá demorar um pouco para as pegadas se apagarem.

Esfreguei as mãos para esquentá-las um pouco e ergui os olhos,franzindo um pouco a testa e pensei: Eu sou mesmo distraído.

Comecei a seguir as pegadas em passos vagarosos e não muito longe daqui,vi que davam a uma cabana. Me aproximei e abri a porta devagar. Nada. Continuei a seguir as pegadas deixadas por alguém,ainda mais lentamente que eu estava. Eu estou cansado e não consigo mais andar,acho que terei que passar a noite aqui. Ou não. Eu não posso desistir agora,amanhã as pegadas podem não estarem mais visíveis e isso me dá arrepios apenas em pensar.

E eu estou com frio,fome e cansado. E a vizinhança não é lá das melhores. Já posso ouvir o uivo de alguma alcateia de lobos e isso está me dando nos nervos.

PQP! Nervoso,logo eu!

Eu não posso desistir,ou é agir pela razão e ficar aqui até amanhecer ou é agir pelo impulso e continuar,oque pode me cansar ainda mais e eu tenho mais chances de me encontrar com os lobos.

Acho que dessa vez vou deixar a razão de lado e escolher a segunda opção.

(Ponto de vista)Giulia

Já procuramos ele por toda parte. Saímos da cabana de caças a algumas horas,ele não estava lá.

—Bom,parece que o seu "namorado" virou a janta de uma alcateia de lobos.-Afirmou sem nenhum tipo de emoção,oque me deixou ainda mais nervosa.

—E se ele estiver... Aqui por perto?-Falei com o último pingo de esperanças que me restava.

—Se liga,ele não vai aparecer em um cavalo branco dizendo que esse tempo todo era seu príncipe encantado. Isso é vida real,no mínimo ele se perdeu e já virou comida de algum animal.

—Eu não volto lá sem o Lucca.-Decretei,esbravejei ou algo assim.

—Você já me disse isso antes. Mas mesmo assim ele não surgiu do além,ele continuou sumido. E vai continuar.

—Mas eu não vou.-Me sentei no chão coberto de neve,fazendo meus joelhos e pernas sentirem o frio.

—Pára de ser teimosa e cabeça dura! A não ser que você prefira morrer virando comida de lobos e ursos!

—Por que se importa? Isso é problema meu!-Teimei uma última vez. Dessa vez foi ela quem ficou muda. Ela não é minha mãe e nem meu pai,por mais que eu quisesse que fosse. Eu preferia ter que enfrentar meu pai do que ter ela por perto.

E sua expressão foi se alterando para uma de frustração,me deixando ainda mais confusa com o fato dela estar se importando.

—Eu sei que você não gosta de mim e visse e versa,mas cara,oque aconteceu foi passado! Será que você não entende? Você prefere ficar perdida do que ter uma conversa civilizada comigo ou com o Mark,sabe,sem jurar ódio eterno para algum de nós! Eu duvido que se você não fosse teimosa,nada disso teria acontecido.

—Mas eu vou explicar uma coisa. Eu posso ser teimosa e tudo mais,mas eu também tenho sentimentos,tá? Você acha que eu queria ter essa fama de problemática,teimosa,cabeça-dura e explosivamente sentimental? Não,eu não queria! Eu só queria uma pessoa além da Angel que fosse minha amiga o suficiente a ponto de mim poder desabafar isso! Eu não sou perfeita,ninguém é perfeito e por isso que todo mundo erra! Eu cometi um dos piores erros da minha vida no momento que eu fiz uma pessoa se culpar por algo que ela não fez e no momento em que isso aconteceu,eu tentei me afastar pois quem estava se sentindo culpada esse tempo todo era eu! Feliz agora?

Cassey me olhou assustada,então eu percebi oque tinha acabado de falar. Eu já tinha conversado sobre isso com a Angel,mas ainda é uma ferida que eu tenho que tocar. Ela apenas virou as costas para mim e seguiu até a cabana,que ficaria a uns 5 quilômetros daqui.

Eu me deitei no chão macio com a neve e fechei os olhos. Mais tarde talvez eu fosse voltar,mas ainda me sentindo mal por não ter prestado atenção no Lucca a hora que ele supostamente tenha se perdido.

—Giulia?-Aquela voz estava cansada e ofegante. Foi então que abri os olhos e me sentei,sentindo a neve nas minhas costas. Me levantei e olhei para trás.

(Ponto de vista)Lucca

Segui os passos e ouvi algumas vozes. Era a voz da Giulia falando algo para a Cassey.

—...Eu cometi um dos piores erros da minha vida no momento que eu fiz uma pessoa se culpar por algo que ela não fez e no momento em que isso aconteceu,eu tentei me afastar pois quem estava se sentindo culpada esse tempo todo era eu! Feliz agora?

Cassey ficou a encarando com uma expressão confusa e virou as costas. Giulia ficou alguns segundos em pé,mas logo se jogos na neve e fechou os olhos.

Então era isso? Ela se sente culpada e por esse motivo tem dificuldade em se relacionar?

Me aproximei silenciosamente. Um dos motivos era meu cansaço,que me fazia dar passos lentos e isso deixava minha caminhada mais silenciosa. O outro motivo é que eu queria abraçá-la e dizer que vai ficar tudo bem.

—Giulia?-A altura da minha voz saiu escassa,mas ela ouviu e se sentou logo em seguida. Ela estava com as costas cobertas de neve,até seu cabelo estava um pouco. Quando se levantou,parte daquela neve caiu e ela deu meia-volta e veio até mim. Sem dizer nada,me abraçou por alguns minutos. Ficamos assim,imóveis com os olhos fechados. Queria que esse abraço nunca acabasse.

Eu te amo,nerd.—Decretou em um sussurro,com mais sinceridade do que poderia juntar.

Eu também te amo,esquentadinha.

Ouvi seu riso no meu ouvido. Enfim,ela parou de me abraçar e olhou pra mim. E sorriu.

(Ponto de vista)Cassey

Voltei para o chalé sem sentido. Eu simplesmente fiquei sem-graça com oque a Giulia me falou e quase sem reação.

—Acharam o Lucca?-Mark perguntou pouco depois de mim abrir a porta. Entrei e neguei com a cabeça automaticamente,mesmo que eu quase nem tivesse discernido oque ele tinha perguntado.

Twilla estava com a mãos nos joelhos prestando atenção em mim entrando e Ashley estava com a mãos cobrindo metade do rosto,encostando os cotovelos no joelho. Ela olhou pra mim,franzindo a testa um pouco e ainda com as mãos por cima da boca e do nariz,perguntou:

—E a Giulia?-Sua voz saiu um pouco baixa,mas eu fui capaz de ouvir. Fechei a porta atrás de mim e respondi calmamente:

—Ela preferiu ficar lá esperando o Lucca. Ela disse que não voltaria enquanto ele não aparecesse.

—Ai meu deus. Meu best e a minha amiga.-Falou escondendo o rosto entre os dedos. Twilla acariciou sua perna,na afinidade de acalmá-la. Mark estava na poltrona mexendo no GPS,possivelmente procurando algum ponto daquela floresta em que eu e a Giulia não fomos.

—Bom,nos resta apenas esperar. Estamos todos cansados e se o Lucca não foi morto pela alcateia dos lobos da vizinhança ou atacado pelo urso pardo que tem nas redondezas,amanhã nós o encontramos.

—Alcateia de lobos? U-Urso pardo?-Twilla questionou apavorada imaginando os animais como se eles estivessem em nossa frente.

Ela se encolheu e a namorada a abraçou. Eu e Mark nos entreolhamos preocupados. Isso não pode estar acontecendo.

Ouvimos a porta. Alguém bateu na porta.

Pode ser que a Giulia tenha desistido de esperar o Lucca em um quase gesto de suicídio com lobos ou urso. Ou pode ser o Lucca dizendo que nos pregou uma peça. Ansiosamente,abri a porta em um único movimento rápido e nem olhei quem adentrava pela porta. Dedurei quem fosse por causa do olhar de Twilla,que arregalou os olhos e abriu um sorriso perplexo.

Fiquei em frente à porta e vi o motivo dela estar sorrindo. Lucca,o motivo da Giulia estar aqui e Giulia,a sentimentalmente perdida estavam de mãos dadas sorrindo. Lucca dava um sorriso tímido,e Giulia dava um aberto mostrando seus dentes brancos e alinhados.

—Onde vocês estavam?-Mark questionou,pela primeira vez olhando nos olhos da garota que estava na porta,entrando pela mesma junto com o Lucca.

—Eu não sei. Não conheço muito bem esse lugar,imagina a Giulia.-Brincou dando um riso tímido e se sentou no sofá. Giulia se sentou no braço do mesmo sofá e abraçou o Lucca por trás. Cada dia,esse mundo está me impressionando mais.

—Eu... É... Já está tarde,vou fazer o jantar.-Ashley se levantou e foi para a cozinha em seguida,tentando fugir da situação que pelo visto ninguém estaria entendendo. Mark também se levantou e foi em direção das escadas,possivelmente se encaminhando para o quarto. Twilla foi com a namorada,"ajudá-la" a preparar o jantar e eu fui para o quarto,com meu namorado antes que eu ficasse de vela.

(Ponto de vista)Mark

Agradeci silenciosamente ao pai de todos e a Skadi por Cassey ter voltado em segurança,e fiquei tão surpreso quanto as garotas quanto Giulia e Lucca apareceram na porta do chalé.

—Você entendeu alguma coisa?-Cassey indagou entrando no nosso quarto e fechando aporta atra de si.

—Não. Mas os deuses valorizam coragem e lealdade,Lucca possui ambas.-Respondi olhando pela janela do quarto.

—Parece que nossa missão está completa. Vou ligar para a Mallory avisando que vamos visitá-la amanhã. 

—Você sabe se a Ashley cozinha bem?-Perguntei com uma sorriso lupino.

—Bem,ela mora com a minha irmã a alguns meses,pode ter aprendido algo.-Respondeu fingindo que não percebe a cara de malícia.

—Vamos tomar um banho relaxante e vou esquentar você antes da janta.-Sugeri abraçando ela mantendo meu sorriso de gato que engoliu o canário.

—Aceito o banho,nada de beliscar antes da janta,vai tirar o seu apetite.-Cutucou antes de se afastar e ir até o armário pegar toalha e uma roupa limpa e mais leve.

—Finalmente aconteceu de eu estar mais disposto que você linda-Provoco.É divertido.

—Gosto quando você está confiante assim,é sexy. Agora traga essa bunda definida e me ajude a lavar as costas.-Retrucou me olhando sobre o ombro. 

Um homem tem que ter prioridades. Banho junto com a Cassey primeiro,jantar depois.

(Ponto de vista)Twilla

Agora que tudo finalmente se acalmou e parece que Giulia e Lucca enfim se acertaram,acho que posso relaxar outra vez.

—Parabéns amor,seu plano foi um sucesso.-Ash me parabenizou preparando a janta.

—Ainda não terminamos. Temos que tentar fazer Cassey e Mark,e Giulia e Lucca se falarem sem complicações.-Respondi ajudando a organizar os potes plásticos com o que sobrou da lasanha e macarrão de ontem.

—Eu acho que depois de tudo que aconteceu hoje as hostilidades estão suspensas essa noite.-Sorriu Ashley para mim antes de olharmos para o casal agarrado no sofá.

(Ponto de vista)Giulia

Na hora do jantar,fomos todos à mesa. Me sentei ao lado do Lucca e da Ashley,que ficou em frente à Twilla. Cassey ficou entre a Twilla e o Mark. De novo aquele silêncio constrangedor reinava sobre o lugar. Todos se entreolharam.

—Como foi o dia de vocês?-Twilla tentou quebrar o silêncio,como sempre.

—O meu dia foi ótimo. Tirando o fato de que eu quase morri de ansiedade longe do Lucca,foi ótimo.

Senti os olhos surpresos sobre mim. Fiquei imaginando se isso era mesmo tão inesperado. Todos devem estar surpresos e positivamente espantados porque eu nunca disse isso antes.

—O meu também foi ótimo.-Lucca falou tímido,mas logo se soltou.-E hoje a noite promete.-Lançou-me um olhar malicioso e eu retribuí de uma maneira despercebível.

Comecei a comer,disfarçando qualquer coisa que seria possível. Observei o estado do ambiente,graças ao bom deus estava eufórico e sem mais silêncios indesejados.

—Depois eu quero conversar com você.—Sussurrou,me fazendo perceber que estava ainda mais perto que eu lembrava.

Está bem. É importante?—Perguntei no mesmo tom de sussurro.

—É,é bem importante. Eu acho que talvez você goste,mas seu pai não.

É óbvio. Tem que ser algo que o papai não goste. Se não for isso,não é o Lucca.

O que pretende fazer,vai me sequestrar?

—Hum,então você iria gostar de ser sequestrada por mim?

Eu ri alto e respondi em um tom sedutor,mas disfarçadamente irônico.

—Depende. Estou curiosa.—Afirmei levantando uma das sobrancelhas. Nesse momento percebi que o silêncio mortal tinha acabado e todos estavam conversando entre si.

—Giulia,quando vocês pretendem namorar de verdade? Sabe,assumir.-Cassey perguntou em um tom um pouco debochado,mas eu já estou acostumada com isso. Eu sorri forçadamente e minha resposta não foi uma das melhores.

—Eu não sei,isso não depende de mim.-Dei de ombros. Quem eu estou tentando enganar? Tenho certeza que dá para sentir a quilômetros de distância a minha preocupação.

Relaxei os ombros e me senti um pouco insatisfeita com minha própria resposta. Ela não era perspicaz. Rapidamente me levantei e fui em direção à pia. Lavei meu prato e meu copo,fui para a sala e fiquei em frente à lareira. Após alguns segundos,ouvi as gargalhadas do pessoal na cozinha. Ótimo,melhor assim. Eu sempre estrago tudo.

Joguei minha cabeça para trás e bufei. Estava brava e frustrada comigo mesma,por mais que isso não fosse motivo de mim me estressar.

Droga! Quando vamos namorar oficialmente?

Cruzei os braços,esperando,talvez,uma resposta surgir do céu.

—Você devia falar isso pra ele.-Uma voz soou enquanto senti uma mão sobre um dos meus ombros.

—Eu sei,mas eu tenho medo que ele me ache apressada e desesperada.-Reclamei insegura,olhando nos olhos de uma Cassey que,por mais estranho que isso seja,não estava rindo de mim.

Cassey se sentou,então se curvou para conversar melhor comigo,já que eu estava de cabeça abaixada.

—Eu entendo. Eu sei que você não curte falar sobre essas coisas,mas eu me senti ridícula quando perguntei ao Mark se ele só me via como uma amante ou se realmente gostava de mim.

—E oque ele respondeu?-Questionei um pouco mais interessada.

—Ele disse que gostava de tudo em mim,então a partir desse dia começamos a namorar.-Argumentou orgulhosa,com um brilho nos olhos. Eu respirei fundo e ajeitei a coluna ficando ereta e coloquei uma mecha de cabelo atrás da orelha.

—Obrigada,Cassey.-Agradeci e me levantei. Cassey fez um sinal com a cabeça e sorriu.

—Eu tento.-Afirmou segura de si,se dirigindo para a cozinha logo em seguida.

Fui para o quarto e fechei a porta. Andei até a janela que dava do chão até o telhado,dando a vista de uma cascata que descia a um pequeno riacho perto da residência. A neve caía,dando a impressão de que pequenas nuvens caíam sobre a grama já branca da geada e do inverno.

—Tudo bem,linda?-Um sussurro alto ecoou no quarto.

—Sim,está tudo bem.-Confirmei com um pouco de dúvidas.-Posso perguntar uma coisa?

—Já está perguntando.-Ironizou,eu dei um sorriso sarcástico em seguida.

—Isso é sério. Eu preciso perguntar isso,por favor,me deixe calma com isso.-Pedi gentilmente,tentando manter a calma.

—Pode perguntar,eu estava só brincando. Isso não é nada pessoal. A última coisa que eu quero é que você perca a calma.

—Ótimo,fiquei mais aliviada.-Sorri mais segura,me sentando na cama depois.

Pensei em quais palavras usaria,se eu poderia ser direta ou se eu poderia fazer algum discurso antes. Sem mais delongas,mas quase sem abrir a boca,eu perguntei.

—Quando você vai me pedir como namorada?-Perguntei apoiando o meu rosto com uma das mãos.

Eu achei que ele não tinha ouvido,mas eu me enganei. Ele riu.

—Você ficou insegura porque iria perguntar isso? Saiba que eu...

—Por favor,não dê nenhuma resposta infantil,obrigada.-Interrompi e ele riu novamente. Ele pegou minha outra mão.

—Giulia,quer ser minha namorada?

—Você só está pedindo porque eu perguntei? Saiba que se você não estiver preparado para um relacionamento sério nesse momento,eu te entendo perfeitamente.

Ele coçou a nuca e ficou um pouco tímido,suavizando o sorriso e ficando com uma expressão séria.

—Era sobre isso que eu queria conversar com você. Eu não queria comentar nada perto de você porque eu achei que iria parecer ridículo ou bobo. Eu estava planejando desde o início da viagem e fiquei com medo de você desconfiar qualquer coisa. Eu pensei muito sobre isso e fiquei na dúvida no início,mas depois daquele abraço,eu tive certeza. Então... Sim,não claro ou nunca?

—Não.-Falei negativamente e ele fez uma cara de desapontado.

—Mas eu pensei que... eu... eu... Desculpe!-Lucca se desculpou,me fazendo rir.

—Eu estava brincando! Sabe por quanto tempo eu esperei por isso? Você nem imagina.

—Isso é um sim?

—Não. Isso é um claro.

Meu riso foi enfraquecendo até eu respirar fundo e ficar apenas com um sorriso fraco nos lábios. Mal deu tempo de mim respirar que Lucca já estava me beijando e tirando a própria blusa.

Isso sim é um avanço.

(Ponto de vista)Cassey

Voltei para a cozinha e vi a Giulia indo diretamente para a escada. Por mais que sejamos nada mais,nada menos que inimigas decretadas,achei justo dar alguns conselhos de relacionamento. Lucca ficou pensativo sobre oque eu tinha perguntado para a Giulia,apenas mexendo as talheres no prato sem tocar a boca na comida. Mark achou essa atitude estranha,pois com certeza o baixinho estava cansado.

—Aconteceu alguma coisa,Lucca?-Ashley perguntou desconfiada,mas sem tirar o sorriso dos lábios.

—Não,tá tudo bem.-Isso foi mais fraco que os ossos dele.

Mark levantou uma das sobrancelhas e imaginou alguma coisa que o tenha deixado desconfortável.

—Não mesmo? Seu ânimo não diz isso por você.-Afirmou e eu tive que concordar.

Lucca abaixou a cabeça e continuou pensativo. A única coisa que mudou foi ele ter bebido um gole d'água.

Fiquei observando,até ele olhar para mim. Fiz um sinal com a cabeça para ele subir para o quarto. Ele sorriu e assim fez.

—O que deu nele?

—Não sei. Acho que ele a Giulia precisam conversar.

Mark me olhou surpreso. Seria por mim ter chamado a Giulia pelo nome dela ao invés de dizer "problemática"?

Depois do jantar todos foram a seus devidos quartos,inclusive eu e o cabelo de fogo. Primeiramente ele tomou um banho,a princípio eu "ajudei". Quando fomos deitar já cansados,comecei a falar sobre uma das coisas que estava me incomodando.

—Mark,eu acho que seria bom você conversar com a Giulia. Não é por nada,mas essa guerra entre todos nós me incomoda.

Ele arregalou os olhos e respirou fundo,de alguma forma estava achando inacreditável eu ter dito isso.

—A problemática falou algo desse tipo pra você?

—Não mas...-Quando iria finalizar,fui interrompida.

—Cassey,primeiro ela tem que engolir o próprio orgulho. Depois pensamos em conversar.

—Isso não é orgulho.-Murmurei,e continuei em um tom ainda mais baixo.-Isso é culpa.

—Culpa? Ha! Tenho minhas dúvidas se a problemática assumiria alguma culpa um dia.-Mark revirou os olhos.

—Mas assumiu. Pra mim. A propósito,todos temos problemas Mark.-Tentei esclarecer,mas ele contrariou.

—Ela nos deu problemas. Isso você não pode negar. Além do mais,o que deu em você?

—Eu não sei,talvez ela não seja tão ruim quanto eu pensava que fosse. Eu ficaria feliz se soubesse que vocês conversaram sem brigas ou intrigas. Acredite ou não,ela está mais calma que o normal.

Ele colocou o dedo indicador sobre os meus lábios,fazendo eu me calar,me beijando logo em seguida.

—Amanhã conversamos sobre isso. Ainda não estou com sono e muito menos cansado.-Falou entre os beijos.

Eu posso ser má e astuta,mas não gosto de ter inimigos e muito menos fazer alguém se culpar por algo que supostamente não tenha sido intencional.

(Ponto de vista)Touby

Acordei na madrugada pois tive um sonho estranho. Respirei fundo e pensei que talvez eu precise tomar um chá.

Estou pensando muito no que vou fazer. Nunca imaginei que um dia eu seria capaz de estar pensando em fazer isso.

—Touby? Acordado à essas horas?-Ouvi a voz sonolenta do papai,enquanto ele esfregava um dos olhos e me fitava com o outro.

—Acho que é insônia.-Afirmei brincando e sorrindo de lado.-Papai,quando conheceu a mamãe? Como soube que ela era a garota certa?

Papai ficou surpreso e sorriu abertamente,dado leves risos que se intensificaram e ficaram fortes.

—Qual é a graça?-Perguntei bebendo um gole d'água depois.

—Parece que o meu caçula está virando homem. Quem diria,Touby!

—Pai!-Berrei frustrado e ele parou de rir aos poucos.

—Bom,sua mãe era,sempre foi e ainda é linda.-Afirmou sem me questionar. Tenho que dizer que isso não deixa de ser verdade.-Eu tinha insônias por causa dessa mulher e fiquei alguns longos meses sem pegar geral. Sabe,também tinha fama de pegador.

—Você tem cara,pai.-Comentei brincalhão e ele me olhou sério.-Brincadeirinha.-Esclareci dando um sorriso brincalhão.

—Nem diga isso perto da sua mãe. Ela vai colar um rastreador em mim e um agente secreto pra me vigiar.

Soltei um riso alto,a Angel tem a quem puxar quando falamos em ciúmes.

—Você só ficou com a mamãe porque achava ela bonita? Tipo só por aparência?

—Não.-Sentou-se em uma das cadeiras e continuou.-Eu fiquei e casei com a sua mãe porque,diferente das outras garotas,ela sempre me fazia enlouquecer. Eu praticamente rastejava aos pés dela e sempre fazia de tudo pra Emily me dar um crédito. Pense numa mulher complicada,multiplique por dez e eleve a quarenta e cinco.

—Ela te fazia enlouquecer por que? No modo figurado? No bom ou mau sentido?-Questionei interessado.

—Ela sempre falava que não ficava comigo por medo. Sabe como as mulheres são sensíveis,ainda mais com alguém que tem fama de pegador.

—Vocês eram amigos ou conheceu a mamãe e se apaixonou em primeira vista?

—Ha ha ha,você acha que se ela não me conhecesse seria difícil assim de conseguir alguma coisa com ela? A Emily só me correspondeu só quando eu cheguei assustando o pai dela com um pedido de namoro.

—Namoro?-Fiquei chocado,boquiaberto e assustado.-Você deixou tudo de lado por causa da mamãe? Liberdade,festas e peguetes?

—Claro,você acha mesmo que o pai da sua mãe teria deixado ela namorar um cara que tivesse uma ficante pra cada dia da semana?

Fiquei espantado com a justificativa do meu progenitor.

—Com quantos anos você começou a namorar a mamãe?-Indaguei em voz baixa.

—De 15 pra 16 anos. Eu e sua mãe não temos muita diferença de idade,sabe. Era mais ou menos a sua idade...-Ele pausou e continuou,com um sorriso cúmplice:-E a idade da Banny.

Ele piscou e foi em direção ao segundo andar. Fiquei boquiaberto da revelação. Me perguntei várias vezes como ele sabia que essas perguntas estavam se referindo à loira que é minha amiga desde o sexto ano. Oque mais me assustou não foi ele teoricamente ter tido essa adivinhação em uma bola de cristal. Oque realmente me assustou foi o contexto dos fatos terem se encaixado exatamente oque está acontecendo agora.

Não surta Touby,isso é só coincidência.

Andei até chegar na escada e me sentei em um dos degraus.

Oque está acontecendo comigo?

Isso foi assustador. Me deixou perturbado. Tanto quanto filmes de terror.

(Ponto de vista)Mark

Acordar antes da Cassey é incomum,mas gosto de ver ela dormindo,tão serena e adorável. Ela certamente me bateria se a chamasse de adorável ou fofa. Apesar da ótima noite,nossa última conversa ainda ocupa os meus pensamentos. Por que a Cassey quer que eu fale com a problemática? E o que ela ganha ajudando sua inimiga declarada? Talvez Freya tenha se apiedado da Giulia e seja de sua vontade que ela canalizou pela voz da minha namorada ontem à noite.

Pai de todos,me ajude a entender o que está acontecendo com a mulher que eu amo. E com aquela garota Jotun também. 

Minha única resposta foi Cassey abrir os olhos e me olhar esticando os lábios em um sorriso sonolento.

—Bom dia.-Disse se espreguiçando.

—Bom dia.-Respondi a observando.

—Acordado a muito tempo?-Questiona Cass sentando na cama com os cabelos escuros cobrindo seus seios incríveis.

—A alguns minutos.  

—Pensando no que eu disse ontem?  

—Infelizmente. Por que você quer que eu fale com ela? Nada de bom vai vir disso.-Respondo sentando na cama com ela.

—Mark,você já fala com metade do casal.-Replicou me olhando enquanto se espreguiça.

—A metade pequena e razoável.-Murmurei implicante. 

—Ha ha ha. Engraçadinho.-Ri sarcástica me puxando para deitar em seu colo.

—A vista é ainda melhor daqui.-Afirmo usando meu charme.

Ela balança a cabeça em negativa antes de continuar.

—O nosso voo é hoje ás 13h,então temos arrumar tudo aqui e descer a montanha logo. Agora temos que nos vestir e começar a arrumar tudo.-Cass anunciou antes de levantar da cama e começar a se vestir.

—Você sabe que não pode dizer que a Giulia não é tão ruim para a Cath,não é ? E nem sei o que a Mallory vai dizer sobre isso,mas tenho certeza que não vai ser agradável.-Advirto levantando da cama antes de começar a me vestir.

—Pode tentar,por favor?-Pediu terminado de se vestir e vindo me abraçar.

Solto ar antes de responder.

—Não seria o primeiro sacrifício que fiz por você,Cass.

Sou recompensado com um beijo afetuoso e um abraço ainda mais forte. E talvez o principal,um grande sorriso. Se for para fazer minha mulher feliz,então eu vou tentar  falar com a Giulia.

Cassey saiu do quarto e fui me vestir,ainda pensando se ela estava com a cabeça no lugar. Lavei o rosto e tentei imaginar outra situação,no máximo alguma que não me deixe preocupado.

Desci as escadas e me sentei na única poltrona que teria na sala de estar.

—Bom dia cunhado!-Twilla cumprimentou animada,bebericando uma xícara de chá,encostada na parede.

—Bom dia Twilla. O café já está pronto?-Indaguei sentindo o cheiro do café.

—Bom,você sabe que eu não bebo café,mas está sim.-Declarou.

—A Giulia já acordou?-Questionei e ela arregalou os olhos surpresa,de certa forma nem eu esperava por isso.

—Não,ainda não. Por que?

—Eu preciso falar com ela a pedido da Cassey. Eu não queria fazer isso,mas é necessário.

—Ah,sim,claro. Ela não é de acordar cedo,mas possivelmente vai levantar daqui a pouco. Já são quase dez horas.

—É,são mesmo. Caso ela queira fazer alguma coisa comigo você vai estar aqui para me defender.

Twilla riu e acabou cuspindo o chá que estava bebendo,visto que saiu um pouco pelo nariz,me fazendo rir também.

—Idiota!-Afirmou ainda rindo.-Quase me afoguei por causa desse seu comentário!-Riu mais um pouco,limpando o rosto.

—Meus comentários são muito necessários.-Dei de ombros seguro de mim mesmo,oque fez Twilla negar com a cabeça,depois que seus risos estavam fracos e frouxos. Me levantei do móvel e fui diretamente para a cozinha tomar café da manhã. As torradas estavam um pouco queimadas,mas eu estava esfomeado e não liguei muito para o estado.

Cassey estava conversando com a Ashley. Por mais que eu não ligue,tentei escutar oque elas estavam falando. Tentei fazer o mínimo de barulho possível e suavizei minha respiração. Ambas olharam para mim e eu fui desprovido da conversa.

—O que foi Mark?-Ashley perguntou calmamente e ergueu uma das sobrancelhas.

—Nada não. Sobre oque estavam conversando que pararam de falar logo quando eu cheguei?

—Coisa minha. É importante.-Cassey manifestou-se e ficou um pouco brava,aparentemente pela minha intromissão.

—É sobre aquele assunto que conversamos ontem e hoje de manhã?

—Não,nada a ver com a Giulia. É coisa de garotas. Enfim,Ashley eu estou indo para o quarto terminar de arrumar as malas.-Cassey finalizou indo em direção das escadas um pouco inquieta.

—O que aconteceu? É algo ruim?-Questionei ainda com os olhos em direção às escadas.

—Não,é coisa de mulher. Você nunca vai entender.-Respondeu tranquilamente.

—Mas eu tento.-Prevaleci com minha pergunta.

—Não é nada que você tenha que se preocupar. Isso é coisa de garota adolescente,só isso. Além do mais,eu não vou contar porque a Cassey me mandou não contar,sabe? Eu não acharia justo. Até porque ela é minha amiga e irmã da minha namorada.-Justificou-se.

—Entendo.-Falei desapontado comigo mesmo por não ter tentado mais,então me encaminhei para a sala de estar. Fiquei por ali mesmo,então quando já haviam passado quase uma hora,Lucca estava descendo as escadas com uma aparência cansada. Estava com os passos arrastados,teve um momento que ele até parou em um degrau para bocejar. Quando,por fim,chegou ao final da escada,esfregou os dois olhos com as mãos em punho e murmurou um "bom dia".

—Bom dia Lucca.-Respondi e continuei:-Parece que alguém sobreviveu a um ataque de tigres.

—O melhor ataque de tigres que existe.-Por mais que estivesse cansado,acabado,com sono e com os olhos quase sem poder abrir,ele sorriu.

—A leoa furiosa ainda não saiu da jaula?-Questionei me referindo à problemática.

—Acho que daqui a pouco ela sai. Ela ainda está dormindo.-Bocejou com as palavras embaraçadas. Quase não captei oque ele disse.

Continuei em silêncio e Lucca foi tomar um pouco de café. Não demorou muito para ele se espertar e abrir os olhos por completo,então tomou assento no sofá. Percebi que ele estava dolorido porque grunhiu e fez cara feia.

—Quase pensei que você já tinha se acostumado com os ataques da fera.-Brinquei ironicamente.

—E eu devia? Na verdade eu estou acostumado a ficar dolorido. Isso é até bom.

Só tive uma conclusão: Lucca está louco. Ele vê seu corpo dolorido como algo bom. Tudo bem,super normal. Fiquei o encarando assustado com os olhos arregalados por alguns 40 e poucos segundos,até quebrar o silêncio.

—Amanhã eu só queria entender como você consegue sentir dor e mesmo assim achar algo bom. Me explique. A não ser que você seja a nova Pollyanna moderna.

—Eu não sei,acho que é o fato de saber o motivo de estar dolorido. Aí você só se lembra toda vez que sente que seus braços,pernas e outras partes quase caem.-Explicou.

—Bom,poderia te chamar de maluco mas lembrei que você é meu amigo.-Ri.-Pois bem,se fosse um conto de fadas você seria a princesa,a Giulia seria o dragão e o príncipe não existiria,pois seria um conto de fadas diferente que a princesa e o dragão se apaixonam.

—Eu não concordo.-Protestou e brincou.-Existem alguns contos de fadas que a princesa é a heroína da história e acaba salvando o príncipe.

—Não estou falando em salvar,estou falando de fazer o príncipe cair aos pedaços.-Documentei e ele se calou. Os últimos sinais da nossa conversa de menininhas de 5 anos era os risos que demoraram um pouco para se submeterem o suficiente ao ponto de que pudéssemos controlá-los.

Logo vimos o dragão e a minha mulher descendo as escadas juntas. Conversando. Meu deus,como assim!

Ao final da escada,Giulia parou e me olhou sem expressão.

—Quer falar comigo,Mark?-Perguntou e se aproximou.

(Ponto de vista)Giulia

Eu me acordei 9:30. Vesti uma lingerie e um blusão e fui beber um pouco de água. Ashley e Twilla já estavam de pé fazendo o café da manhã,oque eu não achei uma boa ideia pois senti o cheiro de torrada queimada.

—Bom dia!-Cumprimentei em um tom melodioso. Dei um pequeno berro depois,por incrível que pareça eu acordei um pouco dolorida.

—Bom dia. Já em pé,Giu?-Twilla perguntou em tom irônico nos braços da namorada. Eu ri fraco e respondi.

—É,eu não costumo acordar cedo assim. Na real,eu só vim beber um gole d'água. Podem terminar o café à vontade.

—Tudo bem. Até mais tarde!-Ashley sorriu e eu retribuí. Voltei para o quarto e dei de cara com o Lucca,pela primeira vez depois de uma noite daquelas,sentado na cama esfregando os olhos.

—Bom dia amor.-Falei sonolenta. Ele passou a mão no rosto incrédulo porque eu o chamei de "amor".

—Bom dia,amor da minha vida.-A voz dele saiu fraca pelo sono enquanto ele dava um sorriso fraco,porém sincero.

—A Ash e a Twilla estão fazendo café da manhã. Eu acho que tinha sentido cheiro de torrada queimada.

—Credo. Deus me livre. Essas duas juntas na cozinha é a mesma coisa que colocar um cego pra dirigir ou um mudo pra dar informações a alguém.

—Resumindo: É um desastre ecológico.-Falei em meio aos risos.

—Amor,você vai levantar ou vai voltar a dormir?-Questionou se levantando e indo em direção ao closet.

—Eu ainda estou com sono. Acho melhor eu voltar a dormir. Talvez daqui a pouco eu levante.

—Concordo. Aliás,esse blusão te deixou ainda mais sexy.-Declarou em um tom malicioso,complementado com um olhar 43.

—Hum,então agora eu sei oque usar na próxima noite.-Estimulei e ele abriu um sorriso encantador.

Saiu do cômodo e eu apenas tirei um cochilo. Mais ou menos umas 11 horas,eu levantei e escovei meus dentes. Vesti uma roupa de frio e fui para o corredor. Vi a Cassey,então falei "bom dia". Ela se aproximou e pela expressão,estava inquieta com alguma coisa.

—Está tudo bem?-Perguntei pacificamente.

—Está... Não sei. Eu pareço bem?-Interpelou.

—Aparentemente sim. Mas parece que você tá um pouco... Aflita com alguma coisa.-Fiz um esforço.

—Sabe oque é?-Começou insegura,coçando a nuca.-Eu queria voltar a fazer faculdade. O Mark já me disse várias vezes oque acha sobre isso e que eu não precisaria,mas eu me sinto um pouco submissa demais quando,talvez no futuro,eu vá depender dele. Eu queria fazer alguma coisa que eu goste. Sabe,ao invés de apenas cuidar de casa.

Respirei fundo e começamos a andar.

—Bom,eu já conversei sobre isso com a Ashley mais cedo. Ela tinha me dad como resposta que isso dependia de mim. Ela disse que se o Mark me ama de verdade,ele vai me deixar livre pra mim fazer oque eu quiser.

—Cassey,eu tenho que concordar com a Ashley. Se ele te ama de verdade,ele precisa entender que,querendo ou não,você tem seus objetivos. Ele pode até ficar um pouco bravo no início,mas eu tenho certeza que vai entender. Ele pode até se achar melhor que todo mundo,mas é uma pessoa compreensiva.-Expliquei acalmando-a.

—Giulia,eu tenho que falar uma coisa. O Mark quer falar com você.

—Comigo?-Indaguei em tom incrédulo.

—Sim.-Confirmou.

Chegamos no final da escada. Ashley e Cassey estavam sentadas em frente ao balcão conversando e Mark e Lucca estavam na sala. Cassey ficou parada no último degrau com uma expressão preocupada e Mark foi ficando com o sorriso enfraquecido a cada segundo depois que me viu.

—Quer falar comigo,Mark?-Interroguei sorrindo provocativamente,no mau sentido e me aproximei,sentando-me ao lado do Lucca no sofá.

—Sim,preciso sim.-Confirmou.

Eu enfim fiquei séria. Lucca e Cassey foram para a cozinha junto da Twilla e da Ashley. Fiquei os acompanhando até eles se sentarem e se juntarem à conversa,então olhei diretamente para os olhos castanhos do ruivo.

—Comece,por favor.-Pedi.

(Ponto de vista)Mark

Concentre-se Mark,seja claro e objetivo.

—Cassey me disse que você admitiu a culpa das suas trangressões passadas. Então estou aqui para ouvir o que tem a dizer.-Comecei olhando para ela da forma mais neutra possível.

—O que eu tenho a dizer,é que apesar das nossas diferenças,nós temos pessoas em comum. Como a Twilla,o lucca e até Cassey. E seria bom podermos conviver sem essa rixa entre nós.-Disse ela surpreendentemente calma.

—É uma proposta razoável. Mas considerando quem foi você que abriu as hostilidades a dois anos,preciso de uma prova de boa fé da sua parte antes de concordar.-Afirmei mantendo a postura neutral. 

—Justo. Qual o problema em a sua escudeira voltar a universidade?-Inquiriu Giulia olhando rápido por cima do ombro.

—Além de acharem que ela voltou dos mortos e complicarem a vida dela por isso,problema nenhum.-Respondi tranquilamente.

É a verdade,em nenhum momento eu disse que o problema era a faculdade. O problema são as pessoas.

—Então se eu,vamos dizer,encontrasse uma solução para esse problema você levaria a gêmea má com você para a universidade quando voltarem às aulas?-Propôs com as mãos no colo sem deixar de olhar para mim.

—Sim. Se conseguir resolver isso,considere a paz selada entre nós.-Afirmei atento a reação dela.  

—Gosto mais do Mark viking,ele é mais maduro e razoável que o meu Ex.-Disse Giulia entendendo a mão para selar o acordo.

—Temos um acordo,Giulia.-Respondi segurando a mão dela rapidamente.-Agora vamos brindar ao nosso acordo antes de arrumar o que falta e começar a descer a montanha.-Ofereci levantando da poltrona.

Giulia me seguiu até a cozinha e servi duas taças de vinho para nós,deixando a garrafa quase vazia no balcão sob os olhares surpresos e chocados dos nossos amigos e da minha namorada reunidos na mesa.  

—Skol.-Brindei apontando com a taça para a Giulia.

Giulia apontou a taça para mim e enquanto bebíamos pude ouvir Lucca explicando para todos na mesa o que estava acontecendo.

(Ponto de vista)Lucca

Sou colega de quarto do Mark a tempo suficiente para saber que ele literalmente vestiu a camisa nórdica. Então pesquisei um pouco sobre o assunto para poder entender e me comunicar melhor com ele agora.

—O brinde é uma costume para  selar acordos,encerrar disputas e claro,testar a confiança dos envolvidos.-Expliquei para Ash e Twilla que olhavam chocadas para minha namorada e meu amigo tomando vinho em frente ao balcão.

—Fico feliz que eles estejam fazendo as pazes. Menos uma coisa para me incomodar.-Cassey sorriu ao meu lado na mesa.

—Manda fotos da viagem de vocês para a Irlanda.-Ash pediu colocando a mão no ombro da Cassey e piscando.

—Claro,eu vou mandar.-Responde a dona do Mark assentindo com a cabeça.


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Notas finais do capítulo

Boa leitura!



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