Henrique acordou já eram 6h30, tomou seu café e levou Giovana para a creche e Lucas para a escola, ser pai solteiro às vezes não é fácil. Naquela manhã ele sentiu que alguma coisa aconteceria, algo no seu subconsciente falava que algo de muito bom aconteceria. 

Nos últimos meses, todos os dias sempre se recordava do seu amor antigo e em como ela gostaria de voltar naquele tempo e ter feito diferente, ter dado mais atenção e se importado mais. Porém, era jovem e imaturo, não sabia como demonstrar seus sentimentos e sua confusão acabava fazendo outras pessoas sofrerem. 

Lembra como se fosse hoje quando fugiu de casa para ir a apresentação de balé de uma certa bailarina que tinha roubado seu coração. Não soube aproveitar seus momentos com ela. 

Ficava pensando onde ela estaria agora, se estava em Paris onde ela sempre desejou, se estava na mesma cidade onde moravam, se ela tem uma família, se já tem filhos..

— Gostaria de reencontrar aquela baixinha.

Estava tão perdido em suas lembranças que nem percebeu que a chuva estava ficando cada vez mais forte e por sua sorte (ironia) não trouxe guarda-chuvas. 

Foi até o seu trabalho, era engenheiro e tinha muitos assuntos para serem resolvidos.

Seu estômago roncou de fome, apesar de ser muito magro, comia por três pessoas. Foi até um restaurante qualquer que tinha a duas quadras do escritório e entrou todo encharcado.

Meio desajeitado, foi até o balcão e comentou com a moça que lá estava:

— Essa chuva me pegou de surpresa. Eu gostaria de um café apenas, na mesa decido o que comer.

A moça lhe entregou seu pedido e ele se virou para procurar um lugar para se sentar.

Seu coração pulou no peito e estava incrédulo com quem estava a centímetros de distância. O amor da sua vida, seu amor antigo, que ele não soube cuidar, que era jovem demais para saber o quão tolo era procurar por outras pessoas, enquanto bem na sua frente estava a mulher mais incrível que ele já conhecera.