Bubbly escrita por Ryoka chan


Capítulo 5
Maybe


Notas iniciais do capítulo

Sorry pelo capítulo mais curto~



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 O sol desceu pelo horizonte e a noite chegou com suas adoráveis estrelas e a estonteante lua brilhante no céu azul-real. Percebendo que já anoitecia, Keith tomou um rápido banho e vestiu seu moletom cinza. Não havia a necessidade de usar uma roupa bonita, apenas visitaria o apartamento ao lado.

Foi ao banheiro mais uma vez e olhou-se no espelho. Seu cabelo estava despenteado como o habitual, porém, dessa vez, isso o irritava. Então decidiu pegar sua escova raquete para penteá-lo. Ela era preta no cabo, cerdas da mesma cor, e vermelha na parte superior. Como vivia com o cabelo num estado de embaraço constante, uma vez Shiro teve que se irritar e pressioná-lo para usar uma escova e lá estava ela.

Quando terminou, dirigiu-se para a sala e girou as chaves, saindo do lugar e indo encontrar-se com Lance. Keith não hesitou e bateu na porta marrom-escura. Logo pode-se ouvir a voz familiar do vizinho no volume alto.

— Já vou! — Não demorou e a porta já se abria. — Vamos, entre! Mal posso esperar para que veja os novos documentários que saíram!

— Espero que sejam realmente bons.

— Ah, são sim. E bem-vindo meu lar, doce lar! — Anunciou com os braços abertos para frente, apresentando o local.

— Mas é simples, fique à vontade... — Continuou Lance, esfregando a mão no pescoço, mostrando um pouco de nervosismo.

A sala parecia uma versão espelho da sala de Keith. O sofá, a televisão e a sacada estavam situadas nos mesmos lugares, contudo havia suas diferenças. Em contraste com a de Keith, a de Lance era muito mais colorida. Nas prateleiras do painel de madeira, onde ficava a televisão, havia copos coloridos, os quais eram simples e desgastados, os desenhos de bolinhas e flores demonstravam que foram pintados por alguém com técnica de uma criança; também havia uma pelúcia do Michael Wazowski ao lado de um deles.

Antes de se acomodar no sofá bege, mediano, Keith observou rapidamente a cozinha, que ficava ao lado esquerdo. As paredes eram cor de café-com-leite, diferente do papel de parede que imitava tijolos brancos da sala. Havia tudo que uma cozinha normal teria, claro, mas o que chamava atenção eram os porta-retratos de Lance com algumas pessoas que Keith não conhecia. Eles estavam espalhados, um estava em cima do micro-ondas branco, outro em uma prateleira do canto.

Keith limpou a garganta e perguntou, indicando para as fotos:

— Quem são?

— Ah... Minha família, estão longe daqui, em Cárdenas. — Respirou fundo. — Sinto falta das comidas da minha mãe, principalmente as ''quesadillas''. Dá até água na boca. — Lance olhava para o nada, talvez imaginando comendo a ''tortilla''.

— Ah bom... — Keith ficou sem palavras, decidiu de assunto antes que falasse algo inconveniente. — Como é essa Netflix?

— Ainda não consigo acreditar que você não sabia o que era Netflix.

— Corrigindo, eu já tinha ouvido falar, porém considerei irrelevante.

— Isso é pior! Netflix vai ser considerada umas das melhores invenções! — Afirmou. Lance sentou-se no sofá confortavelmente.

— Você só não está a superestimando? — Keith revirou os olhos.

— Nunca. — Disse enquanto mexia no controle. Sem muita demora, a logo da plataforma aparecia em vermelho na tela de quarenta polegadas. — Bom, qual vamos assistir?

— Hum... — Sem pensar que o gesto seria rude, ele tomou o controle de Lance para verificar as sinopses. — Esse dali, sobre a visita de um alienígena numa cidade.

— Mas eu quero aquele que o carro anda sozinho.

— Você que perguntou!

— Só estava tentando ser legal. — Cruzou os braços.

— Funcionou um pouco, mas acabou de estragá-lo. Aliás, tenho a vantagem, porque sou a visita.

— Tudo bem! Coloque nesse então! — Fez beicinho. — Espere!

— O que foi agora?! Nunca vamos assistir esse documentário!

— Calma, esquentadinho, esqueci a pipoca. — Respondeu e se levantou.

— Para quê? — Bufou e cruzou os braços.

— Como pode assistir a um filme sem comer pipoca? — Indagou Lance de boca cheia, voltando para a sala.

— Assistindo?

— Você não sabe as coisas boas da vida. — Ele sentou-se novamente.

— Claro, claro. Já vou colocar.

A longa-metragem parecia ser do gosto de Keith, já que seus olhos violetas estavam vidrados, como se não piscassem. Passaram-se minutos e continuava na mesma posição, concentrado. Lance sentiu-se tentado em irritá-lo, porém, decidiu que não, já que o outro demonstrava estar se divertindo.

Depois de um final inconclusivo, semelhante a qualquer obra do tipo, selecionaram aquela que Lance desejava. No início, tudo parecia normal, até que as cenas da simulação começaram. Keith perdeu a concentração, pois Lance roías as unhas incessantemente.

— Lance. Silêncio, por favor. — Pediu, mas ele não escutou. — Lance! — Chamou mais uma vez, porém sem sucesso, então, decidiu pressionar um dedo no ombro dele. Lance levantou-se assustado, sem saber o que estava acontecendo.

— Quem fez isso?! — Virou a cabeça para os lados. Ele respirava rapidamente. Sua face assustada se fechou quando encontrou o culpado. — Keith!

O amigo se encontrava rindo do outro sem remorso. Lance não hesitou em tentar acabar com o sorriso estúpido de Keith. Escolheu o cabelo que tanto odiava para desarrumar.

— Pare! — Keith gritou e empurrou Lance, entretando, este seguia firme com sua vingança.

— Oh, seu cabelo não está mais aquela teia de aranha! — Parou e comentou impressionado.

— Ótimo, mais um adjetivo para meu cabelo.

— Eu gosto deles. — Riu.

— Eu não.

Continuaram a assistir em silêncio. Faltava menos de quarenta minutos para terminar, contudo, parecia muito longo para Keith. Seu corpo foi relaxando, os olhos pesando e quando menos notou, caíra no sono.

 

                                                                 ***

 

Na primeira vez que Keith acordou, sua mente girava, ele estava mais dormindo que acordado. A única coisa que conseguiu pensar foi se ajustar para que não caísse no chão, pois Lance o empurrava com a perna. Encostou a cabeça no braço do sofá e tudo se escureceu.

Na segunda vez, ele sentiu cheiro de ovos e bacon sendo fritos. Ele se levantou, esfregou os olhos e andou até a cozinha.

— Ah, bom dia! — Lance, que cozinhava, virou-se e cumprimentou Keith, o qual, de súbito, percebeu que não estava em casa.

— Seu cabelo está uma bagunça. — Lance riu.

— Ah... O que é isso? — Era tudo que seu cérebro preguiçoso conseguiu fazer que ele perguntar.

— Café da manhã! Pegue o seu. — Ele apontou para a bancada de mármore que separava a cozinha da sala.

Keith assentiu e segurou com cuidado o prato que continha ovos e bacons tentadores. Cortou um pedaço com o garfo, quando quase colocava um pedaço na boca, Lance disse:

— Ei, vamos, sente-se para comer! Até peguei uma cadeira. — Assim que mencionou, Keith percebeu duas cadeiras de madeira. Lance levantou a dele e colocou perto da bancada para comer. Keith piscou três vezes lentamente e, depois, fez o mesmo.

— Hum... A comida está boa. — Keith elogiou, sem jeito. Ele não queria ficar num silêncio estranho enquanto comia uma refeição por outra pessoa.

— É porque você não comeu a da minha mãe, ela tem os incríveis poderes de deixar qualquer comida deliciosa. — Lance sorriu largamente. — O arroz com frango dela é a coisa mais gostosa que já comi, não sei o que ela põe naquilo, sinceramente.

— Você tem irmãos? — Keith perguntou, de repente, parecendo interessado. Lance ficou perplexo por um instante, no entanto, sem muita demora, sorriu e respondeu à pergunta.

— Três irmãos! E adivinha?! Sou tio!

— Você tem uma família bem grande. — Os lábios de Keith formaram uma fina curva.

— Verdade. Tenho saudades deles. — Suspirou. — Tio Miguel... Ah, uma vez ganhamos passagens e fomos para Londres; tio Miguel foi junto e ele tinha certeza que pegaria o Monstro do lago Ness...

Keith descansou seu corpo na cadeira, pois percebera que havia uma longa história a ser contada. Não que ele estivesse reclamando.

Ajudou Lance com as louças sujas e em seguida, voltou para casa. O ambiente permanecia o mesmo, todavia, havia um sentimento quente aconchegava em seu peito e o fazia sorrir. A voz entusiasmada de Lance ecoaria na sua mente por um bom tempo.

 

                                                               ***

 

Era um novo dia, entretanto, seus amigos estavam sentados no mesmo lugar de sempre. Fariam o de sempre: acenariam para Keith, que se juntaria a eles. Pidge estava com seu notebook, Hunk conversava com Lance, Allura, quando estava livre, que nem no dia de hoje, também se envolveria numa conversa entre os dois.

— Oi, pessoal.

— Oi, Keith. — Pidge disse sem desviar os olhos do notebook.

— Bom dia, Keith. — Hunk e Allura responderam.

— Keith, parceiro! — Lance exclamou e envolveu um dos braços ao redor do ombro do amigo. Não preciso muito esforço, pois sentavam um perto do outro.

— Oi... Sentiu minha falta? — Arqueou a sobrancelha e um sorriso zombeteiro se formou em seu rosto.

— Nem se eu quisesse! — Fez um biquinho e enfiou as mãos depressa nos bolsos da calça jeans clara.

— Lance, achei uma lista de documentários, será que tem algum desses naquele troço? — Keith perguntou.

— Por favor, não chama Netflix de troço. — Implorou e Keith revirou os olhos.

— Tudo bem. — Grunhiu. — Tem ou não?

— Não sei, posso verificar.

— Obrigado.

— Quer dizer que vai vir outra vez? Owwwn sabia que se importava.

— Sim, com as teorias.

— Keeiith!!

— O que deu nesses dois? — Allura cochichou para Hunk.

— Não faço ideia.

— Pensei que eles eram algo como Mozart e Salieri. — Pidge se pronunciou.

— Bem, parece que viraram parceiros que nem Patrick Stewart e Ian Mckellen. — Hunk concluiu.

— Do que eles tão falando? — Keith falou para Lance, o qual respondeu:

— Não faço a mínima ideia.

 

 ***

 

A época do ano em que estavam era a melhor e ao mesmo tempo a pior. Existia poucas demandas, o que significa menos trabalho, no entanto, também significava menor salário. Pelo menos, Keith conseguia administrar os gastos, economiza certas quantias para que não houvesse nenhuma surpresa. Entretanto, os boletos ainda eram o seu terror, como de qualquer outro jovem adulto.

Apesar disso, o dia estava bastante calmo, até mais brilhante que o habitual. Keith fazia a manutenção das motocicletas com mais tranquilidade do que faria normalmente.

— Parece de bom humor hoje. — Hunk comentou.

— Pareço?

— Sim, aconteceu alguma coisa?

— Hum... Nada demais, só Lance...

— Entendi. — Interrompeu.

— O que?

— Nada. — Hunk escondia algo, porém, Keith decidiu não forçar.

E então, um toque padrão de mensagem de celular foi audível. Keith percebeu que era o seu, um celular de teclado qwerty, e verificou a mensagem. Era Lance perguntando se estava livre sábado.

Bom, talvez ele estaria.


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Notas finais do capítulo

Vou tentar postar o próximo capítulo mais cedo~



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