Bubbly escrita por Ryoka chan


Capítulo 2
Momentos


Notas iniciais do capítulo

Olár~ Sei que demorei muito tempo, mas estava passando (ainda estou) por um momento meio ruim e escrever foi bem difícil...

MAS, consegui escrever este capítulo YAY
Espero que gostem ;-;



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O dia amanhecera e a Aurora já havia expressado sua alegria por meio do nascer do sol. Pássaros cantavam, flores desabrochavam, seria um dia belo se Keith não tropeçasse num caixote grande, próximo à porta de seu apartamento e quase quebrado o pé. Ele procurou de quem o objeto pertencia e descobriu a resposta, tendo como desgosto como reação. É lógico que pertencia ao seu agradável vizinho.

A porta de Lance estava aberta e vários outros caixotes estavam espalhados próximos a ela. Keith andou em direção ao apartamento, firmando seus pés no chão a cada passo. No momento em que se aproximou da entrada, encontrou-se com olhar de Lance. Este havia íris bonitas, admitiu, porém, estava irritado o suficiente e ignorou o detalhe.

— Por que sua bagunça está perto da minha porta?!

Lance pensou um pouco antes de virar para o lado e perceber o caixote maior.

— Ah, isso? Ainda estou arrumando algumas coisas, não prestei muita atenção onde colocava. É minha bola de boliche. — Ele andou e pegou a caixa, que continha bola, com as duas mãos.

— Mantenha tudo isso fora do meu caminho!

— Cara, tudo bem, já ia tirar.

— Enquanto você demora, alguém poderia se machucar!

— Quer dizer você? — Levantou uma sobrancelha, em zombaria.

— Qualquer um. — Keith rangeu os dentes. — Arrume isso.

— Ei, espere! — Chamou, mas ele fora embora, os passos ecoando pelo local.

Noventa e nove porcento da força de Keith se esvaíra, tudo foi direcionado a ajudar Hunk com ideias e montagens de mais de cem peças. Ele merecia um descanso; sinceramente, desejaria tirar uma folga de vinte anos, porém sabia que era a única forma de se sustentar. Ficou mais exausto ao pensar que amanhã seria o mesmo.Trocou a roupa por alguns trapos. Pijama para quê? E foi preparar a comida.

Dessa vez, ele se sentava numa cadeira de madeira na sacada, comendo macarrão com queijo. Então, ele ouviu a voz mais uma vez, apresentando uma nova melodia. Aparentava solitária, em tom rouco e mais baixo que o normal. Pela maneira que cantava cada palavra, podia sentir o timbre vibrando da garganta como fossem cordas de instrumento. Isso o deixou curioso.

O que afligia Lance? Não era da sua conta. Contudo, fez com que Keith pensasse naquilo que ocorreu de manhã. Por mais que a culpa fosse do vizinho, ele se estressou mais que alguém normalmente estressaria. Deveria pedir desculpas? O que Shiro diria?

Enquanto esses pensamentos inundavam a mente de Keith. Lance cantava para espantar a saudade. A letra de Summertime dizia para que a criança não chorasse, porque os pais estariam por perto. Lance cantarolava cada frase para lembrar a si mesmo de não se sentir só.

***

Suspirou quando viu Lance pela janela do coffe’s shop. Mesmo que não ouvisse os gritos, os ouvidos de Keith já doíam de imaginar. Como alguém pode aguentar o vizinho por todo esse tempo sem perder a paciência? Sua cabeça já doía apenas de pensar em conversar com ele. Era realmente necessário fazer esse sacrifício? Bem, seu lado racional na forma da voz de Shiro em sua cabeça dizia que era hora de agir como um ‘’adulto’’. Mas o que isso significava? Caso ‘’se virar sozinho’’ fosse uma característica disso, Keith devia ser há muito tempo. Desde sempre estava por sua conta.

Adentrou o local e observou Lance flertando com uma cliente. Clássico. O habitual. Desvencilhando do seu estado de irritação, notou uma pessoa mais irritada que ele. Allura apareceu com postura imbatível, mas sua expressão entregava seu abalo.

— Lance, não atrapalhe os clientes! — Mandou.

— Mas eu também sou um cliente! — Apontou, porém ao perceber o cenho franzido da mulher, suspirou em derrota.

— Tudo bem. Até mais, me liga. — Piscou e a pessoa com quem conversava riu.

Depois que Allura foi para os fundos, Keith reuniu coragem para conversar com Lance.

— Ei, sobre ontem... — Iniciou, arrumando seu cabelo na orelha, hesitante.

— Ah, está falando de quando você foi um idiota e foi embora sem me dar a chance de me desculpar? — Arqueou uma sobrancelha.

— Ei! Primeiro, foi você que deixou todos aqueles pacotes perto da minha porta! — Defendeu-se.

— Eu já iria arrumar! — Lance deu um passo para frente.

— Demorou demais! — Avançou também, diminuindo o espaço entre eles.

— Oi, gente. — Hunk cumprimentou ao entrar no coffeshop — O que está rolando?

— Nada, apenas esse idiota enchendo meu saco. — Respondeu Lance.

— Ah, oi, Keith! — Disse, Keith acenou em resposta.

— Você conhece o Lavaboy?! — Lance gritou, arregalando os olhos.

— Lava... boy? — Indagou, confuso.

— É tipo uma versão masculina da Lavagirl daquele filme, você é esquentadinho e fogo e lava são quentes, então Lavaboy. — Lance respondeu Keith, este aparentando entender um pouco. — Voltando, como conhece ele, Hunk?!

— Claro, é meu parceiro. — Hunk disse sem se importar enquanto comia um bolinho.

— Mas o que?! Seu parceiro ultra legal é... Espere qual é o nome?

— Keith. — Keith pronunciou com raiva.

— Não posso acreditar! Hunk, por favor, pare de cometer esse erro! — Suplicou.

— É... não, drama queen. — Disse o amigo. – Depois fica suportável, Keith; além disso, provocá-lo é divertido, tente um dia.

— Por que, Hunk?! — Lance implorou mais.

— Bem, vamos indo? — Indagou Hunk para Keith.

— Sim.

— Hunk, seu TRAITOR*

Os dois saíram e deixaram Lance reclamando para a parede.

                                          ***

Como o habitual, Keith e Pidge bebiam o café diário, esta teclava em seu notebook e aquele lançava um olhar distraído para a janela. O clima tranquilo entre ambos foi interrompido por Lance, que pegou uma cadeira e se sentou perto deles.

— Roubou Pidge também?! — Exclamou incrédulo.

— Não roubei ninguém. — Encarou o outro com raiva.

Será que podem parar com suas briguinhas ao menos uma vez?! — Pidge pediu nada amigável. — Acabou de lançar Hello 4* e realmente preciso comprá-lo.

— Já lançou?! — Perguntou Lance.

— Sim, dá uma olhada. — Lance se levantou e se posicionou atrás de Pidge para ver.

— Parece incrível! Mal posso esperar para jogar!

— É, mas a jogabilidade não está recebendo muito elogios, espero que eu consiga contornar ajustando as configurações.

Enquanto isso, Keith bebia o café, tentando se concentrar em outra coisa, pois não conseguia entender nada da conversa entusiasmada entre Pidge e o vizinho insuportável. Ele se concentrou no seu próprio silêncio e nas árvores que via fora de lá, evitando que se sentisse menos como um peixe fora d’água. Ignorou-os por um tempo considerável até Hunk aparecer, tirando-o de sua concentração.

— Gente, que tal irem comigo e Keith para oficina? Uma companhia é sempre bem-vinda. E... — Juntou as mãos. — Quero que experimentem uma nova receita...

— Já estou lá. — Disse Pidge.

— Mais uma? Além de gênio, é chef de culinária? — Lance sorriu divertido.

— Ah, nem é para tanto, só me acalma, esses dias estão sendo bem estressantes.

Isso Keith concordava. As demandas estavam enormes. O que eles poderiam fazer? Era só um emprego independente. Allura os ajudava, mas continuava sendo difícil apenas para duas pessoas.

— Nós vamos dar uma ajudinha. — Garantiu Pidge.

— Deixa com a gente, principalmente comigo, esses olhos detectam qualquer erro e é bem agradável com senhoritas e cavalheiros. — Afirmou Lance, convencido enquanto colocava sua mão no peito num gesto dramático.

— Valeu, gente. Vamos indo?

— Ao seu comando. — Lance bateu continência, brincando.

***

Pidge e Lance se impressionaram com a fúria apressada de seus amigos. Tudo era muito rápido, mas havia paciência quando usavam as ferramentas. Eles discutiam sobre algo, após isso ajeitavam os modelos, trabalhando simultaneamente em cada moto, que ia modificando-se lentamente, tornando-se totalmente diferente de antes. Lance e Pidge ficaram perdidos, no entanto auxiliaram o máximo que podiam, aliais queriam estar para provar aquilo que cheirava tão bem.

— Hunk, isso não vai dar certo! — Keith gritou.

— Vai sim, tenho certeza!

— O que foi? — Pidge perguntou.

— Avise para ele que estou certo! — Hunk cruzou os braços e virou o rosto.

— Posso dar uma olhada? — Pidge pediu.

— Claro. — Keith explicou a situação para Pidge, que ao mesmo tempo em que analisava o motor agachada, escutava o amigo.

— Então... A ideia de Hunk pode funcionar! — Anunciou Pidge.

— Eu sabia! — Comemorou Hunk, fechando os punhos perto do rosto.

— Ok, me desculpe, Hunk. — Keith se desculpou.

— Aceito suas desculpas... — O assunto aparentou estar terminado. — Se você me dar a receita daquele condimento estranho.

— Pelo amor, Hunk, é kimchi!

— Esse troço aí. — Por fim disse e voltou ao que fazia antes, assim como Keith.

— Por quê? — Lance se aproximou de Keith, que colocava um novo guidão na motocicleta.

— An? — Ele olhou para o outro em confusão.

— Por que você pediu desculpas para Hunk e não para mim?! — Colocou as mãos nos bolsos do moletom cinza e encarou emburrado.

— Talvez porque Hunk não é um vizinho barulhento. — Bufou.

— Pelo menos abro minha boca para falar algo que não seja: ‘’ mimimi olha como não ligo para ninguém. ’’— Provocou abrindo sua mão e fechando, imitando uma boca.

Antes que Keith retrucasse, Pidge apareceu.

— Calma, caras! Vocês deviam parar com isso e lembrar que fui eu que resolvi o problema, bem, alguém tem que ser a voz da razão aqui.

— Parem de conversar! Temos muito a fazer aqui e eu quero um sanduíche! — Berrou Hunk do outro lado.

— Sim, sim. — Os três obedeceram.

— Não, senhor, não precisa pagar de uma vez só. — Esclareceu Hunk ao telefone. — É customizável por cada peça... O-olha...

— Deixe que eu resolvo. — Lance estendeu a mão para pegar o eletrônico.

— É, senhor, vou direcioná-lo ao meu assistente.

— Sim? Ah, entendo!

Lance direcionava a conversa para um melhor caminho, explicando calmamente a tabela de preços e as opções. Ele demonstrava habilidade com as pessoas, era uma pessoa fácil de se falar, descontraída, que até levou o senhor a risadas. Não havia como Keith não admitir que isso era verdade, desde Lance chegara no ‘’café’’, conquistara a amizade dos frequentadores com sua energia reconfortante.

Mais tarde, caiu no sofá de cansaço, adormecendo ao som de uma melodia romântica dos anos 40, que era adornada por um timbre que se agitava de animação.

***

— E houve uma vez, quando criança, que sujei a cozinha inteira enquanto tentava fazer um bolo. — Hunk riu.

— Quem diria que o chef já passou por bocados! Isso me lembra que já tentei fazer um monstro de massinha, o resultado foi uma bagunça, a minha roupa ficou completamente suja. — Pidge comentou, rindo.

— Lembra daquelas fotos do Lance de super-herói?

— Claro, são icônicas, Hunk. Acho que tenho no celular. — Pidge pegou o celular e deslizou o dedo na tela.

— Ei! Não, não, não, esqueça todas! Elas estão no passado! — Lance advertiu, saltando da cadeira.

— Achei!

— Não se atreva a mostrar para Keith! — Pidge arqueou uma sobrancelha e esticou o braço pela mesa redonda e branca, entregando o celular para Keith facilmente.

— NÃO. — Já era tarde demais, os olhos violeta já via uma foto. Apenas era um ‘’mini’’ Lance pulando da cama e caindo de bunda no chão. Mini-Lance usava uma cueca de patinhos por cima da calça azul, que pertencia ao pijama. Também usava uma toalha branca como capa. Era um pouco fofo e engraçado ver Lance dessa forma.

— Foi uma queda e tanto. Dói até hoje, Lance? — Keith riu rapidamente.

— Fique quieto. — Murmurou Lance ao lado, que logo tirou o celular da mão dele.

— Tem razão, Hunk, zoar Lance não é ruim. — Keith falou com o colega.

— Eu te disse. — Respondeu em cumplicidade.

— Claro, ele é bobo de nascença. — Brincou Pidge.

— Ei! Estão achando muito divertido zoar com o melhor especialista em física desse país, não é?! Po...

— Muito. — Interrompeu Pidge.

— Bastante. — Concordou Hunk.

— Com certeza. — Assentiu Keith, que sorriu como todos.

Neste momento, refletiu, talvez a relação entre Lance e ele não fosse tão péssima perto de Hunk e Pidge. Era divertido estar com eles mesmo que na maioria das vezes falasse pouco. As coisas... pareciam ter mudado. Um pouco, pelo menos. Keith viu algo além do cenário de pinheiros da cidade, entretanto, ele desconhecia o que era. Sentia um sentimento estranho quando se divertia que nem no momento atrás. E ele gostava daquilo. Deveria se preocupar? Keith parou de pensar demais e se deixou ser preenchido pelas risadas dos seus... amigos. Talvez não fosse ruim se aproximar um pouco mais de algumas pessoas. 


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Notas finais do capítulo

Não sei se sabem, saiu um livrinho sobre Voltron, que continha um teste para saber qual leão você pilotaria. Numa opção para leão vermelho, você escolheria ir para um planeta de vulcões, sabendo que o fandom é louco, já assumiu que Keith era lavagirl e Lance era sharkboy, porque nesse mesmo teste, para ser paladino azul teria que escolher uma opção que escolheria um tubarão. Surgiram várias fanarts deles dois :v

* Traitor por causa daquele meme de Star Wars, um Stormtrooper chamou Finn de traidor.

Terminei há pouco e estou bem cansada... Então... Queria saber o que acharam ;u;
Bem, até mais! Vou tentar trazer o mais rápido possível.
Xoxo



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