Dores do passado escrita por Mente suicida


Capítulo 4
O dia da covardia




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/740591/chapter/4

De volta ao dia da colação de grau.

Johnny e Yasmin naquele dia quando percebem que magoaram Andrew, vão à procura do garoto, mas quando encontram já é tarde demais. Eles se deparam com o nerd caído no chão e derramando muito sangue.

—- ANDREEEW, ACOOOOORDAAA – Johnny grita quando encontra o amigo desacordado – Me ajuda Yasmin, ele está desacordado, corre, pode ajuda, grita, faz alguma coisa.

Yasmin sai correndo desesperada pela escola. Enquanto Johnny não larga o amigo. Ele percebe que Andrew está com um corte profundo na cabeça, é quando ele leva a mão à cabeça e se questiona: "Isso tudo é culpa minha, eu não devia ter traído meu amigo, eu não devia ter o deixado sozinho, meu Deus".

O som no fundo da escola é parado e os alunos começam a se aproximar, cercando o nerd e o amigo para ver a cena. Yasmin chega após alguns minutos, acompanhada do segurança da escola e com duas funcionarias da limpeza. As mulheres estão com o celular nas mãos ligando para uma ambulância, enquanto o segurança pede para que todos se afastem do garoto.

Cerca de 15 minutos depois a ambulância chega. Os socorristas põe o garoto em uma maca e coloca na ambulância. Antes de fechar as portas, a diretora da escola chega e se oferece para acompanhar o garoto.

—- Eu também vou, diretora. Sou o melhor amigo dele, deixe-me ir. – Johnny implora para acompanhar o amigo.

—- Não! Sei que você mora próximo a ele, então tenta avisar ao pai dele – A diretora nega o pedido do aluno – Seu Silvio, ligue para o coordenador e explique o que aconteceu e acabe com toda essa festa – Ela pede para Silvio, o segurança.

Andrew ao chegar no hospital, é rapidamente atendido pelos médicos. Porém, entra em uma sala na qual ninguém pode entrar. Com isso, a diretora fica aguardando na recepção por noticias. Após alguns longos minutos, talvez horas, João chega desesperado para receber notícias do filho.

—- Eu preciso ver meu filho, por favor, me der noticias do meu filho – João chega aflito no hospital e pede informações a recepcionistas atrás do balcão.

—- Calma! Eu primeiro eu preciso que o senhor faça silêncio e depois me diga o nome completo do seu filho. – A recepcionista pede os dados do garoto.

—- O nome é Andrew Mendes de Souza... Ah, quanta pergunta, eu só preciso saber onde ele está – João bate no balcão e grita.

A diretora que estava sentada, também aguardando por notícias, ver João muito alterado e aproxima-se para ajuda-lo.

—- Olá senhor João, fique calmo, por favor. Vai dá tudo certo, faz um tempo que ele entrou e eu também estou aguardando notícias. – A diretora conforta o Pai de Andrew.

—- O que aconteceu diretora? Eu deixei meu filho bem naquela escola. Me explique o que fizeram com ele.

—- Nós não sabemos ainda João. Só sabemos que ele foi encontrado desacordado nos fundos da escola e todo ensanguentado. – A diretora explica – Mas calma, vai dá tudo certo, seu filho é forte.

—- Eu preciso vê-lo. Eu não vou aguentar perder o meu filho também. Não é justo isso que tá acontecendo comigo, não é justo!

A diretora ao ver o desabafo de um pai, fica comovida e emocionada. Então ela o abraça, mas é interrompida pela chegada do médico.

—- Quem são os responsáveis pelo paciente Andrew Mendes de Souza? – Pergunta.

—- Sou eu doutor – Ele solta a diretora – Fale o que aconteceu com meu filho? Ele vai ficar bem? Já posso vê-lo?

—- Calma! O estado dele é grave, mas vamos fazer de tudo para salva-lo. O senhor ainda não pode vê-lo. As agressões que ele sofreu foram muito fortes. Ele fraturou uma costela, quebrou uma perna e teve algumas lesões no corpo. Tudo isso já cuidamos, mas ele também perdeu muito sangue devido a um grave ferimento na cabeça.

—- Como assim agressões? Meu filho foi espancado, é isso que o senhor está dizendo doutor? – João ficou indignado com a notícia e interrompeu o médico.

—- Sim senhor, ele sofreu agressões muito fortes, onde sofreu alguns ferimentos e perdeu muito sangue antes de ser socorrido, o que causou uma hemorragia grave e ele precisa de uma transfusão de sangue o mais rápido possível. O senhor é compatível?

—- Sim, claro! Eu sou o pai dele, faça isso logo.

João e o Doutor entraram juntos e fizeram todo o procedimento de transfusão. Enquanto a diretora ficou na recepção ligando para algumas pessoas para saber tudo sobre o ocorrido. Tempos depois, João volta para recepção para falar com a diretora.

—- Eu não acreditei quando vi meu filho naquele estado – João volta, surpreso ao ver o que fizera com seu filho – Como isso aconteceu, diretora? Quem fez isso com meu filho? Ele é um garoto que não mexe com ninguém.

—- Eu ainda não sei, senhor. Estava ligando para os funcionários da escola pedindo que resgatem as imagens da câmera de segurança para saber quem fez isso. Eu prometo que quem fez isso vai pagar.

—- Meu filho é um bom garoto, nunca mexeu com ninguém. Ele não consegue fazer mal nem para uma formiga – Desabafa indignado – Alguém precisa responder por isso diretora. Eu quero que toda escola se mobilize ou então eu vou ser obrigado a processar a irresponsabilidade de todos da escola.

Eles ficam conversando por um bom tempo, até ser interrompidos pela chegada do doutor. O mesmo informa que eles podem entrar para ver o Andrew. Porém, só o pai pode entrar na sala, pois o garoto está na UTI. Então a diretora fica do lado de fora, vendo o garoto pelo vidro que separa a sala do corredor. Ela se emociona ao ver o estado do garoto com o pai desesperado implorando para o filho acordar.

Os dias se passam e João fica ao lado do filho a todo o momento. Até que Andrew mostra uma melhora. Então o garoto sai da UTI e vai para outra sala. Após 5 dias de internação, o garoto acorda, abrindo os olhos lentamente.

—- Filho? Você está acordando? – O pai levanta quando percebe que o filho mexeu a mão – Doutor, doutoooor. Ele está acordando. – João grita pelos médicos.

Um médico junto com a enfermeira entra rapidamente na sala e começa a fazer algumas avaliações com o garoto.

—- Pai, onde estou? – Andrew olha para os lados e percebe que está no hospital, cheio de curativos, com a perna quebrada e com fortes dores na cabeça – Eu não consigo me lembrar de nada. Como vim parar aqui?

—- Ainda não sabemos filho! Só sabemos que você foi covardemente agredido por alguém. Mas não se preocupe, pois já abrir um boletim de ocorrência na delegacia e provavelmente eles estão solicitando as imagens da câmera da escola.

Pai e filho ficam conversando por um bom tempo, até que o médico chega para informar dos resultados dos exames. O médico informa que o garoto precisará ficar por mais algum tempo no hospital em observação. O gesso da perna será retirado após alguns dias. As fraturas que o garoto sofreu, terá que ter bastante cuidado e muito repouso. Os curativos do corte profundo da cabeça também só serão retirados após alguns dias. A má notícia é que o ferimento da cabeça deixará uma cicatriz.

**

Longe do hospital, agora na casa de Johnny.

—- Johnny, sai desse quarto e desça para comer – A mãe dele bate na porta – Eu e sei pai estamos te esperando para almoçar.

Johnny que estava todo coberto levanta da cama, causa o chinelo e desce para almoçar com os pais.

—- Filho, Andrew está voltando para casa hoje, você não vai visita-lo? – A mãe de Johnny pergunta.

—- Não, eu não vou! – Ele responde friamente.

—- Agora já chega Johnny. Porque você está indiferente com Andrew. Ele sempre foi seu melhor amigo e você nem se quer visitou ele no hospital – O pai de Johnny para de comer – Eu preciso te perguntar: Você tem algo haver com a covardia que fizeram com ele?

—- Não pai, claro que não! O senhor está louco? Me deixa comer em paz e para de encher meu saco.

—- Olha o jeito que você falar comigo seu moleque. Agora está perdendo o respeito também? Você está grande mais eu ainda te dou uns tapas pra aprender a me respeitar – O pai fica curioso.

—- Parem vocês dois. O que é isso aqui agora? Pai e filho vai ficar que nem gato e rato brigando? Eu não quero isso aqui em casa. – A mãe interrompe a discursão .

—- Eu perdi a fome – Johnny levanta-se da mesa – Posso ir ou sou obrigado a comer sem fome também? – Ele caminha em direção as escadas.

—- Seu moleque – O pai de Johnny levanta para alcançar o filho e dar os tapas prometidos.

—- Para Wagner! Deixa ele ir.

O temperamento de Johnny mudou completamente depois do que aconteceu com o amigo. Ele ainda se culpa pelo o que aconteceu, mas o orgulho é maior e não tenta se desculpar com o amigo. 


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Dores do passado" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.