Doce Vingança escrita por Haruno Patthy


Capítulo 2
Capítulo 2


Notas iniciais do capítulo

Tenham uma ótima leitura.



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Sakura ficou parada diante do banco, o olhar preso no homem que descia a ladeira. Então deixou escapar o ar que segurava e se virou abalada para seu carro. Por anos depois do conturbado rompimento sonhara em ver Uchiha Sasuke de novo. O que resultara em noites de insônia e uma grande perda de peso. Mas, com o tempo, deixou de imaginar que todo homem alto e moreno que via de longe era Sasuke. Afinal, não o via e nem soube nada a seu respeito durante anos.

E agora que o encontrou casualmente, o destino decidira que tinha que ser depois de um dia de muito trabalho, quando certamente parecia ter envelhecido demais. Sorriu amarga. Certamente Uchiha Sasuke já era marido e pai há muito tempo. E a fisgada de dor que a percorreu ao pensar nisso foi à última gota. Tivera tanta certeza de que não sentia mais nada por ele. Mas era apenas natural sentir alguma coisa, pelo menos se perguntar o que estava fazendo lá depois de tanto tempo.

Seu celular tocou enquanto virava o carro na alameda que levava ao seu chalé, mas deixou que a mensagem do pai caísse no correio de voz. Depois daquele encontro devastador com Sasuke, precisava de um pouco de paz antes de enfrentar a noite que a esperava.

Quando Sakura se formara em contabilidade, rejeitou um convite tentador de uma empresa com sede em Londres e aceitou um emprego em uma firma local. Então deixara a família atônita ao anunciar que se mudaria de forma permanente para o chalé nos terrenos de sua enorme mansão.

— Por que diabos quer fazer isto? – exigiu saber Tsunade, a mais velha das irmãs Haruno. – É tão pequeno!

Era também independente e ficava a uma distância razoável da casa principal. Assim teria privacidade e a oportunidade de cuidar da casa, como prometeu à mãe.

— Gosto dele – respondera Sakura – e sempre o usei como estúdio. Agora posso viver num lugar só meu.

Haruno Kizashi rejeitara a idéia.

— Por que quer viver sozinha?

Porque seria infinitamente preferível a viver com ele na casa principal. Tsunade, a filha brilhante, era editora de uma revista de moda em Londres e raramente tinha tempo para visitar a House Haruno. A mais bonita, mas menos inteligente Temari se envolvia apenas com o filho e o marido e a vida social em Konoha.

— Se não concordar, pai, vou alugar um apartamento na cidade. – Sakura se mostrava irredutível.

E como era a filha sempre comportada, a não ser um episódio lastimável quando era adolescente que ele preferia esquecer, Haruno Kizashi e aceitara com relutância.

Seu consentimento aquela noite seria mais difícil. A boca de Sakura endureceu enquanto se arrumava com seu vestido favorito, para lhe dar coragem. Além disso, soltou os cabelos do coque apertado que usava no trabalho e escovou-os. Apenas ela herdou a cabeleira abundante e ondulada de sua mãe. Levou pouco tempo para se maquiar, calçou as sandálias de saltos altos e, tão feliz como Daniel a caminho da toca dos leões, subiu a enorme alameda até a casa.

Sakura entrou pela porta dos fundos, a cozinha enorme e vazia tomada por cheiros de dar água na boca. O som da conversa animada que vinha da sala de estar lhe mostrou que as irmãs estavam tomando um coquetel com o pai, sem pensar no jantar. Tsunade e Temari esperavam que as refeições aparecessem sem a ajuda delas e, como fazia regularmente, agradeceu silenciosamente à modelo de perfeição que mantinha a House Haruno em ordem.

Senhorita Kushina, passava três horas por dia na casa para deixá-la sempre imaculada. Cozinhava e congelava refeições para Haruno Kizashi, que precisava apenas aquecê-las no micro-ondas. Ele gostava de dizer que cuidava de si mesmo, mas não dedicava nenhum esforço a casa. Desde que se aposentara do banco, Kizashi passava grande parte do tempo jogando golfe, no bar do clube ou participando de almoços e jantares.

Sakura verificou o cheiroso cozido quente no forno, depois levou o primeiro prato para a sala de jantar. Tsunade, alta, bem vestida, exótica, entrou enquanto Sakura colocava pratos individuais de salada na longa mesa que arrumara na noite anterior.

— Aí está você. – Tsunade não estava de bom humor. – Papai tentou ligar.

Sakura beijou o ar perto do rosto pintado que Tsunade ofereceu.

— Saí tarde do escritório.

— Enquanto eu tive que vir de Londres e deixei de participar de uma reunião muito importante.

Sakura ergueu uma sobrancelha cínica.

— E passou toda a viagem de trem no celular, atormentando seus subordinados.

Tsunade nem tentou negar.

— Então, qual é o grande mistério? Por que estamos todos reunidos hoje? Não pode ser para rezar.

— Pode chegar a isso. Preciso do seu apoio esta noite.

— Isso é novidade. – Tsunade entrecerrou os olhos. – Não está envolvida com alguém inadequado de novo, está?

Sakura apenas lhe lançou um olhar gelado e voltou para a cozinha.

— Vou dizer a papai que chegou. – A voz da irmã se ergueu. – Quer uma bebida?

— Ainda não, obrigada.

Sakura sabia que a irmã, uma guru da moda, inspecionava seu traseiro no vestido justo. Não que se importasse. Um pouco do peso que perdera quando Sasuke partira tinha sido recuperado depois, mas ainda era mais magra do que as irmãs. Afinou os lábios enquanto aquecia aspargos no vapor. Depois de anos ausente, era a segunda vez naquele dia que Uchiha Sasuke se intrometia em sua vida. Era o “alguém inadequado” de seu passado.

Apenas um dos técnicos de uma firma de computadores fora descartado como impossível para a filha da House Haruno. E, para desespero de Sakura, sua madrinha, que até então tinha sido sua aliada constante, concordara com Kizashi pela primeira vez.

— Querida, você é jovem demais – disse Kurenai. – Está indo tão bem na faculdade, não é hora de pensar seriamente em ninguém. Se esse jovem é tão maravilhoso como diz, vai esperar você até se formar.

Mas Sasuke, que não queria esperar, persuadira Sakura a partilhar com ele um apartamento perto da faculdade enquanto ela fazia o curso. Quando Kizashi descobriu o plano, perdeu a cabeça. Vermelho de fúria gritava que ligaria para o dono da empresa de computadores, um companheiro de golfe, e lhe pediria que despedisse o namorado dela. E se Sakura teimasse, conseguiria uma ordem judicial para impedir que o homem se aproximasse dela sob pena de prisão. Sakura argumentara com paixão e desespero e até implorara. Mas o pai não cedera. No fim, Sakura desistira, temendo que, se continuasse a desafiá-lo, seu pai levaria a cabo sua ameaça de mandar prender Sasuke. Tinha sido obrigada a dizer a seu amado que não seria possível viver com ele enquanto estudava.

No começo, Sasuke rira, achando que estava brincando, mas, quando percebera que falava a sério, fizera o possível para ela mudar de ideia; então aceitara a derrota furioso.

— Então é isso? – A voz era pesada de emoção. – Vá embora, Haruno, e nunca mais apareça!

— É claro que não – respondera infeliz, as lágrimas lhe descendo pelo rosto. – As coisas serão diferentes depois que me formar…

— Acha mesmo que sou tão idiota a ponto de ficar por perto por tanto tempo, Sakura ? – O sorriso sarcástico a despedaçou. – Papai disse “não”, não disse? E como uma boa filhinha, está desistindo sem lutar.

— Não tive escolha.

— Sempre há uma escolha! Mas é evidente que fez a sua, garotinha. Assim, desapareça. Volte para o papai e cresça.


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Notas finais do capítulo

Bom, espero que tenham gostado do capitulo. Em breve, assim que tiver tempo postarei o terceiro. Aceito criticas e opiniões, e claro reviews também ! :D


Beijão, e até o próximo capítulo.



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