Revival escrita por BeehCooki


Capítulo 8
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Suspirei depositando a garrafa vazia do elixir em cima da pia, por que isso agora? Elijah havia subido para ver Hayley no andar de cima, Por que lembrar? Tantos anos depois e agora isso? Não se pode remexer no passado a menos que não queira lembrá-lo. Lavei as mãos na pia passando-as molhadas pelo meu rosto, enquanto apoiava-me sobre o balcão da cozinha. Eu escolhi Niklaus, ele tem minha alma e é somente nele em quem devo pensar. Puxei o ar para meus pulmões com dificuldade.

Mais ele não pareceu sentir sua falta nesses oitocentos anos.  Minha mente insistiu em me lembrar. Ele não teve um pingo de consideração por você. Pelo seu amor. Pelo seu filho.

Eu não sou assim.  Quando me tornei tão amarga?

O sentimento de sufoco enpoderou-me de tal forma absurda, Eu queria gritar, Eu queria soca-lo, queria que todos sentissem a minha dor. Sei que preciso seguir em frente mais como perdoar?

Meu peito ardia. Sentia a marca queimar como o inferno, eu queria sentir Klaus, o queria para mim por que eu o amo.

Amar é sofrer, amar é abdicar sua felicidade pelo outro, é escolher outra pessoa para colocá-lo acima de si mesmo. Não existe amor sem sofrimento.

Seu rosto veio a minha mente fazendo-me ofegar. Permitindo-me mergulhar em uma enxurrada de sentimentos, revolta, angustia dor... Esse ultimo parecia fazer com que meu coração fosse esmagado.

Mil vezes pior que a sensação de medo. Era uma tormenta. Arfei. Oito séculos sem sentir seus sentimentos, quando foi que eu nos afastei tanto? Sentando-me na cadeira da cozinha respirei fundo, todo esse tempo eu estava nos afastando.

Klaus estava tão quebrado quanto eu, sua dor era pior do que a minha e isso me fez querer chorar. A marca é o sentimento responsável pela junção de duas almas, que por estarem interligadas permitem cada marcado sentir o sentimento do outro. Por sermos ambos seres sobrenaturais sentíamos tudo mais amplificados,  somos dois em um, um sentimento capaz de permanecer mesmo após a morte.

Eu o alimentei com o meu ódio, acumulei todos os ciúmes, todos os sentimentos repugnantes que sentia o peso da traição que acabei nos afastando. Cultivei o rancor por tanto tempo que o fez escolher desligar sua humanidade. Chegou a um ponto de não suportar mais o meu desprezo. Niklaus não era santo, sempre foi possesivo o que se amplificou bem mais depois do casamento, seu sentimento de paranoia por conta de Mikael trouxe-nos a discórdia. Eu a invés de mostrá-lo a luz, cultivei suas trevas. Eu cultivei um monstro. Eu criei personalidade de Klaus, O Híbrido original sem humanidade.

Eu sou um monstro.

— Marjorie! – ouvi Elijah gritar por meu nome, sua voz soava descontrolada. – Aqui em cima agora. Por favor.

Subi as escadas correndo e minha velocidade sobrenatural, com os olhos arregalados diante da sena, Elijah segurando Hayley enquanto a mesma ofegava e seus braços parecendo debilitada. Corri para seu lado. Sua testa escorria suor assim como todo o seu corpo quente como brasas, toquei dos meus dedos em sua têmpora.

Ela ofegou mais uma vez.

— Céus ela está queimando lentamente por dentro, a temperatura anormal fará com que perca o bebe. – A morena a minha frente arfou. Os lençóis da cama estavam ensopados.

— Ajude-me, por favor. – sussurrou fraca, quase perdendo os sentidos, Elijah estava ficando desesperado.

— Avise a Niklaus e Rebekah, ou seja, lá quem for. Alguém nesse Quarter deve está usando magia na tal Sophie para que Hayley possa perder o bebe, Preciso de algumas ervas que não devem ter por aqui. Então me arrume uma flor de fogo, sei que deve ter alguma na floresta, temos que abaixar essa temperatura e agora. – decretei, e Elijah apenas lançou-me um ultimo olhar e desapareceu do cômodo tão rapidamente que levantou partículas de poeira, essa casa está me dando alergia.

— Eu não quero perde-la. – a morena sussurrou fracamente, seu corpo estremeceu.

— Hey Hay, olha para mim. – segurei seu rosto com uma das mãos e sua mão com a outra que estava livre. – Você não vai perdê-la eu estou aqui. E ninguém vai morrer no meu turno. – zombei. - Agora vamos colocar uma roupa de banho precisamos dar um jeito de baixar essa temperatura.

Ergui-a com cuidado e seguimos apoiadas até o banheiro, ajudei-a a se trocar e descemos as escadas com o máximo de cuidado, seu corpo tremia muito.

Levei-a até a piscina onde havia uma concentração muito grande de água, olhei em volta procurando por alguém que me pudesse ajudar. Mais não, o idiota de Elijah desaparece-se logo agora? Irritei-me. Incompetente.

Hayley arfou segurando seu ventre. Olhei para o grande céu azul, vamos lá jorie agora é só você e a sua natureza.

Ajudei Hayley a mergulhar e ficar perto da borda

— Fica ai, preciso pegar algumas coisas e por tudo que é mais sagrado não desmaie. – Sai correndo pelo jardim, pegando com uma das mãos um punhado de terra. Voltei para a lateral da piscina e retirei minha camisola, ficando apenas de roupas intimas como Bekah falou como as chamava. Rasguei seu tecido em um movimento rápido e depositei a terra formando um circulo. Olhei para a loba que ainda tremia agarrada na borda.

— Aguenta firme. – pedi formando uma única bola de ar e água com as minhas mãos, Hayley pareceu ficar surpresa, deixei-a fluir bem no centro do circulo. Peguei uma faca da cozinha e pedi – preciso de seu sangue. – ela acenou em concordância rasguei seu pulso com cuidado enquanto seu sangue escorria dentre os dedos de minha mão direita.

Elijah chegou bem na hora um pouco ofegando segurando uma pequena flor flamejante em suas mãos, ele parecia preocupado. Seu terno estava meio rasgado e sua camisa manchada de terra.

 - Vai funcionar? – perguntou alternando seus olhares entre mim, Hayley e o circulo de ar.

Deixei o sangue escorrer por cima da bola de ar e água formando uma capa cobrindo toda a sua transparência.

— Entra na água logo e auxilia Hayley. – ordenei enquanto pegava a flor de suas mãos. Ele não pareceu contestar apenas retirou os sapatos e mergulhou levando Hayley para o meio da piscina grudada em seu corpo. Ela começou a gritar e soltar espasmos de dor, eu precisava agir rápido.

Sangue transfusio. Tribos in un, nunc duo in um. – o sangue começou a se dissipar escorrendo pelo pano da camisola, dois para o mesmo caminho e um sozinho.O ar e a água simbolizando a vida, a terra a fertilidade, o fogo queimará este feitiço selando-o para sempre. Ignis— sussurrei queimando a flor esmagando-a pelos dedos.  Hayley arfou. A bola se desfez assim como o pano tudo queimou. Estava feito...

Pulei na água e checando o pulso de Hayley, sua respiração estava normal. Concentrei-me no bebe e em seus batimentos cardíacos estavam bem, e fortes sorri animada.

— Não há com que se preocupar está feito. As duas estão bem. - Nós três sorrimos enquanto saiamos da piscina, Elijah a carregou nos braços e pôs em uma cadeira reclinada enquanto foi a casa pregar-nos toalhas.

Rebekah apareceu segurando rudemente o antebraço da bruxa e a jogou sob meus pés, ela estava bem machucada. Segurei seu queixo com uma das mãos ela pareceu ficar aterrorizada.

— Ora, ora. Pequena bruxa Sophie. Com sua licença. – finquei minhas unhas sobe a palma de sua mão fazendo-a grunhir de dor.  Olhei para a loba que agora um pouco mais calma olhava para a sua mão que logo em seguida mostrou-me sorrindo, estava intacta. – Você pode ir agora.

— Quem é você?  - perguntou tremendo da cabeça aos pés.

— Não importa quem eu sou. – falei risonha mantendo sempre o contato visual. – O que importa é...  Que de agora em diante saiba que sua vida pertence a mim, você foi cruel Sophie. – agarrei seu braço, Rebekah entregou uma toalha a Hayley enquanto olhava-me pelo canto do olho.

— Fiz o que era preciso. – respondeu a mesma rudemente tentando se soltar do meu aperto, só intensifiquei ainda mais ouvindo quebrar seus ossos.

— Eu também estou fazendo o que é preciso, trazer Niklaus e sua família para o próprio convenio é egoísmo pequena, ameaçar uma mulher grávida é um abuso e ponto final. – Sophie entreolhava-me assustada - Então, a partir de agora se você respirar é por que eu te dei ar.  Se você se mover será silenciosamente, e com a minha permissão, eu estarei em sua mente Sophie por que você esta marcada. –Soltei seu pulso deixando uma marca em sua carne, era uma folha símbolo da árvore do equilíbrio. – Não tente retirá-la amor e se você ousar tentar algo contra mim ou a minha família, saiba que queimará lentamente de dentro para fora. Você verá seu corpo se decompor diante de seus olhos enquanto sua mente sã tentara lhe dar com a dor.

Sophie segurou o pulso enquanto olhava-me com os olhos cheios de lágrimas. Seu olhar foi até a minha marca de nascença na barriga a mesma de meu grimório, a árvore do equilíbrio que ao contrario da sua não queimava. Eu sabia que não deveria deixa-la vê-la mais finalmente chegou a hora de todos os seres sobrenaturais saberem que as bruxas elementares não são só uma lenda. Seus dentes estavam comprimidos eu sei que a pequena folha era insuportável. Sorri.

— As coisas mudarão meninas – falei olhando todas as três – E será para melhor por que a rainha de New Orleans está de volta. Você já pode ir bruxinha, meu rei não será tão misericordioso.

***

— Bekah eu odeio essas roupas. – Ralhei olhando-me no espelho, estava vestida em um tubinho simples preto e saltos escarpam. – Odeio. – arranquei a peça de mim mesma e joguei os saltos para o lado ficando apenas com uma lingerie preta. A loira bufou.

— Mais está na moda. Eu gosto desse vestido. – Falou amarga estendendo-me outro.

— Não entendo a moda desse século mais eu e você definitivamente não temos o mesmo gosto. – Ralhei mais uma vez começando a ficar irritada. Calcei meus chinelos enquanto fazia uma careta de desagrado, ignorei os protestos de Rebekah e caminhei até o quarto de Niklaus abrindo sua porta num só baque. Há que se dane.

Tempo, é preciso de tempo

Para conquistar seu amor novamente

Eu estarei lá, eu estarei lá

O amor, somente o amor

Pode algum dia trazer de volta seu amor

Eu estarei lá, eu estarei lá

Abri suas gavetas procurando algo confortável para se vestir, por fim pôs sua camiseta cinza sem graça. Qual o problema dele ter uma camiseta vermelha? Eu amo vermelho. Bufei.

Joguei um de seus cobertores pelos ombros enquanto sentava-me de frente a lareira olhando o fogo crepitar.  Senti a aliança pesar em eu dedo anelar sinal de que Niklaus aproximava-se, o loiro entrou no cômodo completamente revoltoso, sua raiva exalava por todos os poros, era como uma tormenta levando tudo pela frente, quebrou a mesinha do canto e jogou os vidros de licor e conhaque na parede, mesmo estando coberto de sangue ainda continuava lindo. Ele urrava de puro ódio.

Lutar, querida, eu lutarei

Para conquistar seu amor novamente

Eu estarei lá, eu estarei lá

O amor, somente o amor

Pode quebrar o muro algum dia

Eu estarei lá, eu estarei lá

Os barulhos eram altos eu apenas observava calada em meu canto sem mover nenhum músculo, era fascinante mais ao mesmo tempo agoniante o ver sofrendo. Por fim Nik deixou o corpo cair escorado sobre a soleira da porta, seu olhar sombrio recaiu sob o meu, deixei minha calma invadi-lo e em silencio nós conversávamos. Não era preciso palavras apenas deixamos nossos sentimentos interligarem-se novamente.

E não queria deixar nosso amor me sufocar, Niklaus ofegava estávamos longe e tão perto ao mesmo tempo, eu estava disposta a recomeçar em meu tempo. E estava o mostrando isso.

Se nós percorrermos novamente

Todo o caminho, desde o início

Eu poderia tentar mudar

As coisas que mataram nosso amor

Seu orgulho construiu um muro, tão forte

Que não consigo atravessar

Não existe realmente chance

para começarmos novamente?

Estou amando você!

Nik levantou-se e caminhou até a mim, segurou minhas mãos e agarrou-me pela cintura aproximando-se assim nossos corpos, entrelacei meus braços pelo seu pescoço, sua respiração quente e ofegante sob a minha pele fazia-me queimar.

Eu estava em chamas.

Tente, querida, tente

Confiar no meu amor novamente

Eu estarei lá, eu estarei lá

Amor, nosso amor

Simplesmente não deve ser desperdiçado

Eu estarei lá, eu estarei lá

Movimentamos suavemente, como se uma musica estivesse tocando ao fundo.

— Nik, me desculpe. –pedi com a voz abafada contra seu peito. – eu não queria faze-lo sofrer. – referi-me a marca, eu havia o deixado, como pude?

Se nós percorrermos novamente

Todo o caminho, desde o início

Eu poderia tentar mudar

As coisas que mataram nosso amor

Seu orgulho construiu um muro, tão forte

Que não consigo atravessar

Não existe realmente chance

para recomeçarmos novamente?

— Vamos deixar o passado para trás e começar a vida novamente Jorie, temos a eternidade ao nosso favor, eu só peço que não nos distancie mais, eu preciso do seu amor. Eu preciso de você. – Niklaus sussurrou em meu ouvido.  Sua voz saiu rouca. – Eu amo você minha pequena joia.

Solucei como uma criança, Como eu amava esse apelido, nada poderia ser como antes mais podemos continuar novamente. Seus braços quentes envolviam-me enquanto eu me desmanchava em lágrimas. Nik afagava minhas costas, enquanto eu sentia suas lágrimas molharem o topo da minha cabeça. Eu fiquei em luto pelo nosso filho tanto tempo, focando-me em odiar e arrumar alguém para colocar a culpa que se eu sair não significa que vou deixar de amá-lo, nós dois erramos e não podemos falhar de novo. Seria nossa segunda chance.

Tomei coragem para olhar seus olhos azuis esverdeados, segurei seu rosto com as duas mãos ficando na ponta dos pés. Seu hálito quente contra meu rosto fez nossas bocas aproximarem-se lentamente para logo em seguida iniciar um beijo calmo, quando os nossos lábios se tocaram uma fina corrente elétrica percorreu nossos corpos, senti como se meu coração estivesse a bater ainda mais rápido mesmo que ele ainda não batesse, as borboletas preenchiam o meu estomago deixando a sensação de humanidade dentro de mim. Sentia a culpa e a raiva se esvair do meu corpo, e o amor preenche-lo por completo. Sorri nos afastando após alguns minutos.

Se nós percorrermos novamente

Todo o caminho, desde o início

Eu poderia tentar mudar

As coisas que mataram nosso amor

É, eu feri o seu orgulho... e sei

O que você já passou

Você tem que me dar uma chance

Isso não pode ser o fim

Eu ainda amo você!

— Eu ainda amo você meu amor. E eu estou disposta a recomeçarmos novamente. Eu preciso do seu amor.— mal terminei de falar e Nik já calou-me novamente com seus lábios macios e rosados, agarrou-me com urgência ele temia que fosse um sonho, mais eu não me importava se ele estava sujo de sangue, eu estava disposta a sofrer por ele novamente, estava disposta a correr riscos, por que não existe amor sem sofrimento, e o meu coração sempre o pertenceu afinal.

É perigoso se apaixonar
Mas quero queimar com você esta noite
Me machuque
Há dois de nós
Temos a certeza do desejo
O prazer que há na dor e no fogo
Me queime

 


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Notas finais do capítulo

Olá meus amores como estão? espero que bem, bom saibam que estou adorando ler todos os comentários e amei saber que temos sete favoritos e sete pessoas a acompanhar a estória. beijo duplo até o proximo capitulo e letra da musica traduzida é de Scorpions- still loving you super recomendo a escutarem e a letra encaixou-se perfeitamente no capitulo e bummm tivemos o primeiro beijo do casal. O trecho do final é da musica Fire Meet Gasoline - SIA



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