Três horas depois...

Niklaus entrou em seu quarto enquanto eu retirava algumas roupas que Rebekah providenciou para mim de dentro de seu cômodo chamado closet, era estranho para quem antes guardava suas vestimentas em baús guardar penduradas e engavetadas dentro de um só cômodo por demasiado de espaçoso. Niklaus estava visivelmente esgotado e parecia não saber quais palavras certas deveria pronunciar. Ele retirou sua jaqueta de couro enquanto eu sentia seu olhar penetrante em minha pele.

— Fale logo eu não mordo. Bom pelo menos não quando eu não quero. – disse risonha.

Nik colocou um sorriso de lado enquanto aproximava-se.

— Eu queria agradecer, e dizer o quão bela você está hoje.

— Fale a verdade eu não tenho dia todo. – resmunguei ainda com raiva.

— Você sabe que não precisa sair, o quarto é nosso. – falou referindo-se as roupas recém-dobradas em sua cama.

— Essa casa tem milhares de quartos, receio que haverá algum disponível para mim. – disse indo em direção ao banheiro trazendo em mãos os frascos que usei para limpar meus cabelos compridos.

— Você continua sendo teimosa. – resmungou Niklaus suspirando forte, passou os dedos das mãos por seus cabelos loiros que de grandes já entornavam cachinhos.

— Um sentimento recíproco!

— Marjorie eu só... quero te dar uma coisa. – Niklaus saiu de quarto em sua velocidade vampírica voltando rapidamente com um baú extragrande em seus braços. Observei curiosa – Todas as suas coisas estão aqui suas joias e alguns de seus vestidos achei que gostaria de recuperá-los de volta.

Percorri os dedos pelos desenhos esculpidos na madeira antes de abri-lo com cuidado enquanto sentei-me no grande tapete vermelho e felpudo no chão enquanto Niklaus sentava-se ao meu lado em silencio. Ambos estávamos apreciando o momento, dentro havia de tudo um pouco até mesmo algumas fotografias desgastas da nossa família.

 Eu me lembro desse dia! – exclamei animada segurando o vestido azul bordado enquanto a memoria preenchia minha mente.

“  – Está na hora de você cortar-te teu bolo Nik. Estou a ficar com fome! – Bekah gritou animada enquanto olhávamos para a mesa do bolo com expectativas. A geleia de frutas vermelhas escorria do bolo de laranja causando um aroma inigualável. Eu amava doces.

— Apaga as velinhas Nik bobão só não se esqueces de fazer o teu pedido. Pede muitas graças e moças bonitas. – Kol implicou comigo, enquanto Niklaus lhe lançava um olhar zangado.

— Eu já tenho tudo o que quero Marjorie e vocês. – comentou emburrado enquanto um biquinho surgia em sua face, sorri largo depositando um beijo em sua bochecha rosada enquanto o mesmo abraçava-me por detrás das costas.

Estávamos todos a comemorar os primeiros cem anos de idade de Niklaus no geral a noite foi maravilhosa, Rebekah e eu dançamos e cantamos em volta da grande fogueira enquanto Kol tocava sua flauta alegremente, os meninos apenas comiam e bebiam vez ou outra tiravam sarro. Meu vestido balançava suavemente sobre a brisa da floresta enquanto rodopiava perto da fogueira. Senti o olhar de Niklaus sobre mim e quando nossos olhares se cruzaram eu soube que era ali o lugar onde eu queria está. Éramos felizes e nem sabíamos. ”

— Você estava maravilhosa love. Esse foi sem dúvida o meu melhor aniversário.

Sorri sentindo o meu peito encher-se de alegria, coloquei o vestido de volta e... Meu grimório!

— Guardblook. – exclamei extasiada enquanto percorria os dedos pela capa extensa de couro com o grande símbolo dourado da árvore do equilíbrio ao meio.

— Eu nunca deixei ninguém saber sua existência, nem mesmo Elijah.

— Você fez o certo, ninguém além de mim pode possuir esse grimório. – disse manipulando o ar para deixá-lo invisível enquanto devolvia-o ao baú, só eu e Klaus poderíamos enxerga-lo, mas apenas eu poderia lê-lo. – É bom saber que parte de mim ainda pode confiar e você.

— Eu estou tentando mudar Marjorie, mas não espere que eu vire um poço de santidade de uma hora para outra. – seu tom de voz foi grosso. – Olhe para mim, eu mato pessoas inocentes eu tiro as vidas inocentes das quais vocês tanto se importa. Eu sou um monstro egoísta Marjorie Ann e você sempre estará comigo. Porque é isso que eu faço eu aprisiono as pessoas junto de mim, eu as destroço por dentro como um demônio interior, olhe o que eu fiz com a nossa família.

— Eu não estou pedindo isso Niklaus, com os nossos inimigos você pode ser quem você quiser afinal “Klaus o Hibrido Original” faz parte de você eu apenas quero o Niklaus que se importa e que ama a família de volta, sua humanidade está ligada já é um grande passo, mais eu preciso de atitudes e eu não me entregarei a você antes disso. Juntos não somos mais fortes, somos invencíveis.

— Então é isso que você quer? Marjorie eu estou aqui, você quer amor eu lhe darei amor, quer ver o mundo eu levarei você comigo exploraremos desde o Amazonas do Brasil aos desertos do Egito, você quer felicidade eu posso te dar a felicidade, eu posso ter dar o que você quiser basta dizer sim outra vez. Case-se comigo Marjorie Ann Maragon, seja minha por toda a eternidade. – Niklaus sussurrava as palavras olhando diretamente em meus olhos segurando minha face com suas duas mãos.  – Case-se comigo.

— Eu quero esperança. – falei com os olhos cheios de lágrimas

— O quê?

— Se eu aceitar você pode me dar à esperança? – peguei sua mão levando-a ao meu peito. - A esperança de que eu não sairei machucada outra vez? De que construiremos uma família, e que seremos felizes?

— Sim, eu estou disposto a catar todos os cacos e vidros de seu coração mesmo que eu me fira no processo.  Eu te darei a nossa esperança.

 - Então sim, eu aceito ser novamente sua esposa, mas agora que tal ressorvermos a nossa situação dentro da cidade? Eu quero saber de tudo e todos e com riqueza de detalhes, quero os nomes de nossos inimigos e aliados. Está na hora de recuperarmos a nossa cidade de volta.

— Eu estava esperando ansioso por isso amor. – Klaus abriu um sorriso sádico.

Talvez eu pode-se me acostumar com o novo Klaus, afinal quem não possui um pouco de escuridão dentro de si?

***

Estávamos ouvindo atentamente as palavras que Elijah tinha a dizer sobre a tal bruxinha Davina, ela era           talentosa eu não poderia negar, sua magia era bastante forte eu pude sentir.

— Tudo o que nos trouxe a New Orleans foi mentira. A história que Sophie Deveraux fabricou, essa luta pelo controle do Quarter, essa guerra entre vampiros, lobisomens e bruxas, não era sobre o território, isso era sobre Davina. Há oito meses Sophie e sua irmã Jane-Ane perderam tudo e agora a um dois meses atrás quando Hayley uma loba aparece grávida perambulando pelas ruas da cidade suas esperanças são renovadas. Jane-Ane sacrificou sua vida pelo o feitiço de ligação para elas terem a chance de devolverem Davina à morte e ressuscitar a sua filha de volta. Sophie lutará até a morte para concluir seus objetivos e isto a torna extremamente perigosa.

— Tudo sobre vingança. Um desejo nobre e sujo de sua parte.

Hayley moveu sua mão ao estômago assustada. 

— Ótimo agora eu posso dormir em paz sabendo que uma bruxa suicida está ligada a mim. – disse a loba utilizando o seu sarcasmo.

— Eu posso resolver isto. – falei levando um pouco de sangue da taça de Niklaus entre meus lábios.

— Mais como? Você é uma bruxa... Você é uma herege? – perguntou curiosa.

— Eu sou aquilo que basicamente a sua filha será quando vir ao mundo. Mais não nasci como ela uma Tribird, eu sou um desvio bruxa/lobisomem e vampira original criada por Esther.

— Isto te faz perigosa. – acossou-a.

— Para meus inimigos, para minha família me faz poderosa e você Hayley é parte da família a partir de agora. – disse recebendo um olhar admirado de Klaus e Elijah.

— Ótimo minha Jorie quebrará a ligação entre você e a bruxa bitch, Sophie não irá mais prejudicá-lo eu posso acabar com ela em um segundo. – Niklaus sorriu sádico tomando a taça de minhas mãos, revirei os olhos. Continua exibido.

— Isto não é um Show Niklaus. – Repreendeu Elijah

— Claro que não my brother, isso será um espetáculo. – Niklaus brindou no ar com a taça em suas mãos.

— Você não tem nada a temer Hayley, em partes Niklaus está certo. A última coisa que você precisa fazer é resolver toda essa bagunça. O estresse não é bom para você, ou o bebê. - disse Elijah lançando um sorriso reconfortante a morena. Eu notei os olhares discretos, Eli que me aguarde.

— Mais e se Sophie não aceitar a desvinculação e tentar matar a mim e ao meu filho. – Hayley continuou.

— Eu selarei um feitiço de proteção, vai dar tudo certo. – disse sentando-se ao seu lado no sofá a dois. – Protegerei sua menina com a minha vida. Ela virá ao mundo gloriosa e se orgulhará do que sua família fez por ela. Ela terá orgulho de você Hayley. – enxuguei uma de suas lágrimas com o polegar direto antes de ser esmagada por um abraço.

— Vocês estão muitos sentimentais nessa casa. – disse Rebekah surgindo de um canto da sala. – Vi Marcel com seus vampirinhos hoje estavam bebendo no bar da loira enxerida. Ele desconfia de algo e sugiro que você – apontou para Klaus. – descubra logo.

***

Acordei com braços rodeando a minha cintura... Eu não acredito, não acredito nisso! Abri os olhos virando-me devagar com a mente fervilhando de raiva. Niklaus apertou-me ainda mais em seus braços, trinquei os dentes seu peito subia e descia lentamente indicando que ele realmente estava dormindo. Levei uma das mãos a seus cabelos puxando-os para baixo com força, seus olhos abriram-se rapidamente.

— Bom dia amor. – murmurou com a voz rouca de sono, senti meus olhos escurecerem eu estava enxergando vermelho.

— Como ousa... Entrar aqui sem ser convidado. – falei entredentes puxando os seus cabelos ainda mais para perto de mim.

No instante seguinte eu me encontrava no meio da cama com o Nik por cima de mim prendendo-me os pulsos. As íris de seus olhos estavam amareladas com veias pretas por debaixo deles, suas pesas estavam modificadas duas grandes e afiadas com duas menores formando um quarteto. Era sua feição Hibrida.

Fiquei extasiada minha loba interior estava agitada eu precisa senti-lo em minha pele, eu precisava de seu sangue. Quando seus lábios estavam a centímetros de se encontrarem com os meus libertei-me de seus braços passando meus dedos sobre seus cabelos, nossos olhares sobrenaturais estavam conectados então inverti nossas posições. Sorri fraco, enquanto sentia sua respiração quente contra o meu pescoço.

— Não tão rápido pequeno lobo. – sussurro em seu ouvido voltando para ver sua feição confusa, então clique. Quebrei o seu pescoço.

Sai de cima de sua barriga com cuidado, escovei os dentes com o material higiênico e sai o quarto rapidamente. Desci as escadas e cantarolei.

— Bom diaa

Elijah ergueu uma de suas sobrancelhas, olhei para a minha camisola vermelha curta e dei de ombros. Hayley parou com um estranho liquido que levava a boca enquanto Bekah sorriu.

— O que você fez Jorie? – questionou-me Elijah depois de depositar um suave beijo na minha testa.

— Que ultraje!

Niklaus entrou no cômodo com o maxilar trincado enquanto passava uma das mãos pelo pescoço, peguei uma maçã.

— Mal dia amor? – perguntei enquanto saboreava o alimento, Ele apenas me lançou um olhar irritado confirmando ainda mais as suspeitas de Elijah.

— O que é isso? – perguntei vendo um líquido quente e escuro exalando fumaça em uma caneca.

— Chama-se Café, é uma bebida que serve de acompanhamento no desjejum. Tome cuidado é quente. – disse Elijah, pondo uma das mãos em minhas costas. Sorri. Até que era bem saboroso.

— Eli eu preciso falar com você. – disse depositando a caneca em cima da mesma, Rebekah sorriu prevendo um ataque de ciúmes. – Eu quero meu melhor amigo de volta. – fiz uma voz manhosa enquanto ajeitava a gravata de seu terno.

— Jorie... – ouvi Niklaus rosnar meu nome.

— Sabe do que precisamos irmã? – perguntou-me Lijah sorrindo de lado.

— Abrir o nosso melhor vinho! – falei juntamente com ele, Klaus saiu pisando duro ele sabia que Elijah ainda estava irritado com ele e que eu nunca abro mão de irrita-lo. Mais conhecendo o loiro como eu conheço ele não vai deixar isso barato. Seria abusar da sorte demais.

Eu vou enfrentar a mim mesmo
Para apagar o que me tornei
Apagar a mim mesmo
E deixar ir embora
O que eu já fiz