Meant to be escrita por RayGrey


Capítulo 6
Rise up - Parte 2




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/740442/chapter/6

—Está tudo bem? - Parei ao lado da Lexie que estava parada olhando para a fachada do hospital. -Não vai entrar?

"O corpo pode ser teimoso quando se trata de aceitar mudanças. A mente tem a esperança de que o corpo pode ficar completo de novo. E a mente sempre lutará por esperança, com unhas e dentes. Até que encontra um modo de entender a nova realidade. E aceita que o que foi embora, foi-se para sempre."

—Está sim. - Ela sorriu e me olhou. -Vamos?! - Assenti e entramos no hospital.

Lexie e eu nos despedimos no elevador e cada um foi para um lado.

Narração: Autora

Pessoas são naturalmente curiosas, sempre procurando coisas para comentarem. Se acontece algo diferente, fora do comum, ou uma grande tragédia, seus alarmes soam e a cada sinal de novidade já estão elas lá para saberem mais. Em instantes, simples comentários passam a ser fofoca, e para quem é o alvo, as fofocas, muitas vezes, se tornam inconvenientes.

—Eu soube que hoje a irmã da Medusa volta a trabalhar. - Edwards se trocava no vestiário dos residentes, junto de seus quatro amigos internos.

—É, eu soube. Parece que ela teve uma das pernas amputadas por conta do acidente. Sinistro. - Shane Ross

—Espera... Eu nem sabia que a Medusa tinha uma irmã... - Leah Murphy tentando se situar.

—Esse acidente foi o do avião que caiu com os outros cinco médicos? Eu jurava que a irmã da doutora Grey não tinha sobrevivido... - Jo Wilson um pouco confusa.

—Ah não, ela sobreviveu. Aliás, esses médicos estão sendo chamados de lendas vivas, pois todos(deu ênfase) eles saíram vivos. E essa não é a primeira tragédia que acontece envolvendo algum deles. - Stephanie Edwards.

—Incrível... - Admirou-se Leah.

A quinta interna que tinha o péssimo costume de chegar atrasada, entrou sem muita pressa indo em direção á seu armário. De certo nem se dara conta do horário.

—Do que estão falando?

No exato momento se formou um silêncio no vestiário e cada um sem delongas voltou para seus armários terminando de se arrumarem, a última a falar tinha sido Heather Brooks, que percebendo, se virou, dando de cara com o chefe da cirurgia plástica que adentrara o local, parando próximo a porta.

—Doutora Wilson? - Ela o olhou imediatamente, terminando de pôr o jaleco, se moveu até ele.

—Ele namora a irmã da Medusa.

—Sério? O doutor Sloan? - Perguntou Leah em um cochicho e Edwards assentiu. -Que sortuda!

—Oi, doutor Sloan. Meu plantão começou agora, eu já estava acabando aqui... Precisa dos meus serviços?

—Na verdade, sim. Preciso que me faça um favor. Você já deve saber que hoje a doutora Lexie Grey está voltando a trabalhar e eu queria te pedir que ficasse como interna dela.

—Claro, doutor Sloan. Mas por quê?

—Passamos por um grande trauma e eu só quero me certificar de que ela esteja realmente pronta. Só isso. Então... me mantenha informado, está bem? - A interna assentiu, enrolou seu estetoscópio no pescoço e saiu. Ele, no entanto, se virou para as duas internas que cochichavam no fundo do vestiário.

—Doutora Edwards? Você está a meu serviço hoje. Pode vir. - Apenas foi saindo, esperando ser seguido por ela.

Notando o olhar do médico, ambas disfarçaram e Edwards imediatamente recolheu suas coisas e saiu atrás do homem, enquanto os outros também se ajeitaram e saíram para ir começar o plantão.

*****

Lexie Grey dava uma olhada em alguns prontuários no balcão, rodeada por cochichos, hora ou outra podia ouvir algum comentário as vezes indiscreto. E ela sabia quando era sobre ela, pois as pessoas nem sempre sabem disfarçar seus olhares, o que a irritaria, se não fosse sua felicidade em estar de volta.

Aquele ar de curiosidade e fofoca, que procurava desvendar como o trauma envolvendo os seis médicos havia a afetado, passou a acontecer a partir do momento que pisou naquele hospital. De uma simples residente, Lexie passou para vítima de uma grande tragédia que passou a movimentar o hospital desde que acontecera.

—Doutora Grey? - A voz soou um pouco temerosa, vista a reputação da irmã, cuja qual tinha como apelido Medusa.

—Sim? - Se virou, olhando para a interna parada á sua frente.

—Sou Josephine Wilson, interna, e estou com a senhora hoje.

—Comigo? - Perguntou estranhamente, procurando a confirmação de que se tratava dela mesma, afinal, havia duas Grey ali. Além do mais, era seu primeiro dia de volta, não imaginaria já ter uma interna e antes mesmo de ter um paciente.

—Você é a Lexie... não é? - Assentiu. -Então eu estou com você...

—Certo... Eu ia atrás da doutora Bailey, então... Pode me acompanhar. - Assim a residente saiu, levando consigo a interna.

*****

Narração: Lexie

Eu pensei que teria mais agitação no meu primeiro dia, na verdade, eu torcia por isso. Porém, até que não foi de todo ruim, visto que ao final da manhã eu estava dentro de uma sala de cirurgia auxiliando a doutora Bailey em uma laparoscopia. O que foi, sem dúvidas, maravilhoso! A SO definitivamente é o meu lugar favorito!

A cirurgia não foi das mais demoradas, nos levando a terminá-la ainda na hora do almoço. Wilson, a interna que estava comigo hoje, me acompanhou até o refeitório, era impressionante como ela parecia não me deixar á só nunca.

—Escuta, você não precisa ficar colada comigo o tempo todo. Vá fazer alguma coisa. Eu estou morrendo de fome e preciso comer. - Essa foi minha forma educada de expulsá-la. Sinceramente, não queria ser grosseira, ela até é uma boa médica, mas já estava me sufocando.

Sentados á uma mesa, avistei Mark e Jackson conversando, provavelmente sobre algum paciente, ou sei lá. Comprei meu almoço e me aproximei deles, os cumprimentando e me sentando. Começamos a conversar e pouco tempo depois Meredith chegou se juntando à nós.

—Cadê o Derek? - Jackson questionou intrigado após dar conta de sua ausência.

—Jogando ping-pong - Respondeu minha irmã tranquila.

—Não diga... Até agora? - Mark não pareceu surpreso pelo amigo estar jogando ping-pong, mas sim pelo tempo que já estava fazendo isso.

—Aham. Está disputando com um interno. - Meredith falava enquanto comia seu almoço.

—Espero que isso tudo de fato ajude sua mão a se recuperar! - Comentou Mark e todos fizeram gestos mostrando que torciam para o mesmo..

—E como vai a Yang, Meredith? Ela já se acostumou àquele gelo do Canadá? - Sorri, me arrepiando só de imaginar o frio pelo qual Cristina tinha que suportar todos os dias. -Acho que a Cristina foi corajosa de ter ido para lá! - Eu não consegui fazer o mesmo que Cristina quando os dias estavam feios para mim aqui. A admirava por isso, mesmo sabendo que ela havia fugido para não ter que encarar as consequências do acidente e de todas essas desgraças ocorridas com os médicos do Seattle Grace nos últimos anos.

—Vocês não estão sabendo? - Ela nos olhou e fizemos o mesmo, perguntando em silêncio o que não sabíamos. -Cristina está voltando para Seattle. - Sorriu abertamente.

—Uou... isso é maravilhoso! - Comemorou Jackson. Eu estava sem palavras.

—E quando ela volta? - Perguntei.

—Hoje, ela deve estar de volta hoje.

—Muito bom... vai ser muito bom ter a Yang de volta! Não diga pra ela, mas ela fez faz nesse hospital. - Confessou Mark e soltamos um leve riso concordando.

Agora quem chegara a mesa foi Callie, um pouco sem sorte, pois, coincidentemente no mesmo momento o pager de Meredith apitou.

—Ih, meu paciente acordou. Bye bye!

—Eu chegando e você indo embora? Vou achar que foi proposital! - Brincou Callie se esbarrando com a Meredith que desculpou-se pela saída e a morena se sentou.

—Como foi seu primeiro dia, Lexie? - Jackson retornando a conversa, com uma pergunta que, por algum descuido, ainda não havia feito.

—Bem, não foi exatamente como eu imaginei o meu primeiro dia. Mas só em conseguir entrar em uma sala de cirurgia e poder sentir novamente aquela emoção que é estar ali... foi incrível! Eu me senti tão... tão revigorada! - Sorri espontaneamente, de fato feliz. Mark me soou pensativo quando o olhei, devia estar pensando em alguma cirurgia que faria mais tarde.

—Que bom. É bom saber que todos vocês estão bem e voltando a ativa. - Sorriu, sinceramente. -Bom, praticamente todos. - Se lembrou de Arizona que ainda não ganhara alta para voltar ao trabalho. -Falando nela, quando a Arizona volta? - Olhou para Callie, mais quem respondeu foi Mark, saindo de seu estado pensativo.

—O médico disse que em 2 ou 3 meses. Ela ainda está se adaptando à prótese.

Narração: Mark

Não demorou para Lexie e Jackson também deixarem a mesa, sobrando apenas eu e Callie.

—E aí, como anda com a Arizona?

—Ah, eu e ela até que estamos bem sabe. Não é a mesma coisa de antes, mas acho que estamos caminhando. - Falou otimista. -E você e Lexie?

—Eu e Lexie estamos muito bem. É. Sabe, estamos conversando mais e...

—E o quê?

—E eu estou pensando em pedi-la em casamento.

—Uau... Você vai dar mesmo esse passo? Tá aí! Eu gostei! Vocês estão tão bem, pra que adiar a felicidade né? - Sorriu e tocou meu ombro, como se dissesse 'Te apoio'.

—Pois é, eu também acho que não precisamos mais esperar pra sermos felizes.

Por um momento paramos de trocar palavras, eu pensativo e ela também, mas sem uma expressão que evidenciasse sobre o que pensava. De repente olhou para mim, levando alguns segundos até fazer a pergunta que queria.

—Você e Lexie... como foi quando vocês, sabe... depois do acidente? - Eu entendi perfeitamente o que ela estava querendo perguntar, mas não evitei de sorrir com a forma que o fez.

—Eu e Lexie ainda não... transamos. - Confidenciei, aparentando o mais normal possível. É claro que eu queria muito que isso acontecesse(e como queria!), porém, amava Lexie tanto que teria paciência suficiente para esperar seu tempo, pois, independentemente de tudo, sabia que quando acontecesse, seria maravilhoso!

—Ah... Eu e Arizona também não. -Isso é estranho né... não termos transado ainda?

—Talvez... É complicado. Elas passaram por um grande trauma, acho que ainda se sentem inseguras.

Ela recostou seu cotovelo na mesa e apoiou o queixo na mão, sua expressão foi de pensativa, decepcionada e tarada ao mesmo tempo.

—Ah, eu queria tanto provar daquele mel...

—Oh, nem me fala! Lexie também me deixa doido. - Suspirei. -Mas tenha fé, minha amiga. Essa seca vai passar. - Brinquei, otimista.

—Ah, eu espero que sim! Porque essa ursa selvagem dentro de mim está faminta e doida para sair!

—Uh, eu conheço bem essa ursa!

—Tenho uma ideia. Porque não matamos essa fome nós dois? Hum? - Deu uma piscadela, jogando seu ombro contra o meu, brincando de se insinuar para mim.

—Oh, Torres, não brinca com o grandão aqui! - Rimos e nossos bips soaram ao mesmo tempo. -O trabalho nos chama! - Nos levantamos e seguimos pelo corredor juntos, para a mesma emergência que acabava de dar entrada no hospital.

*****

—Oi... Trouxe um café. - Parei ao lado de Lexie, estendendo a mão com um dos copos para ela. O meu que já estava pela metade, pois vim o caminho tomando, levei até a boca.

—Obrigada! Eu estava quase mandando a interna buscar um para mim. - Sorriu e soprou um pouco, antes de tomar um gole, saboreando o líquido. -Ah... isso é maravilhoso...

—Muito trabalho? - Perguntei sorrateiro, recostando no balcão.

—Sim. Doutora Bailey me deixou cuidando de uma emergência que chegou. Paciente Holly Payne. Teve lesões graves. Não está nada bem. - Fez uma cara de lamento.

—Eu sei quem é a paciente, ela passou por mim antes de a trazerem para cá. - Tomei outro gole. -Mas e por aqui? Está tudo bem?

Ela parou e me olhou, desconfiada.

—Mark... Você não passou por aqui só para saber como eu estou... passou? Porque se for isso, você já sabe a resposta.

—Não, é... Na verdade sim. - Confessei. Ela se virou de frente para mim e calmamente falou, de uma vez por todas me fazendo entender:

—Mark... Eu estou bem, ok? Nós passamos por muita coisa e eu sei o quanto tudo isso foi difícil para nós dois e eu entendo que você só está tentando cuidar de mim, mas... agora que tudo passou, eu estou bem. De verdade. Você não precisa mais se preocupar. Está tudo bem.

—Eu sei. Me desculpa, é que...

—Olha, eu te amo. Mas você precisa me deixar esquecer o que aconteceu. Eu estou tentando seguir em frente e eu acho que estou indo bem. Então, por favor, me deixa continuar.

—Tudo bem. - Estava me sentindo culpado por não confiar nela. -Me perdoa?! Eu só quero o melhor para você.

—O melhor para mim é ter você ao meu lado. - Disse encostando a testa na minha e me beijou.

—Eu te amo.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

E aí, gente? O que acharam? Logo logo tratei mais um capítulo para vocês(capítulo especial, que já está prontinho)!



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Meant to be" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.