Meant to be escrita por RayGrey


Capítulo 5
Rise up - Parte 1


Notas iniciais do capítulo

O capítulo ficou um tanto grande, então resolvi dividir em duas partes. Tentei dar o meu melhor para escrever algo bom para vocês. Espero que gostem!

PS: Logo publico a parte 2.



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"You're broken down and tired

of living life on a merry go round

And you can't find the fighter

But I see it in you so we gonna walk it out

And move mountains

We gonna walk it out

And move mountains"

 

(Você está danificado e cansado

de viver a vida em um carrossel

E você não pode encontrar o lutador

Mas eu vejo isso em você então nós

vamos sair disso

E mover montanhas

Nós vamos sair disso

E mover montanhas)

 

Narração: Autora

 

Seattle, 21 de julho de 2012, 08:05AM.

Lexie e Arizona conversavam no apartamento de Mark, sentadas á mesa enquanto tomavam café da manhã.

—Callie não entende, ela acha que isso tudo é fácil, que vou superar isso assim, de uma hora para outra. Mas não vou! - Arizona desabafava. -Caramba! Era uma parte do meu corpo. Eu sinceramente não sei como me sentir. E eu confesso que ainda sinto raiva da Callie por estar me fazendo passar por isto.

—E eu? Todo mundo fica perguntando se estou bem, se preciso de ajuda... Como se eu não conseguisse fazer nada sozinha. Posso não conseguir fazer certas coisas, mas não quero parecer uma impossibilitada só porque tive uma perna amputada. E bom, eu amo o Mark e sei que no fundo ele só está tentando cuidar de mim, mas as vezes ele me sufoca. - Agora foi a vez de Lexie desabafar. -E você pelo menos teve alguma chance de recuperar sua perna, já a minha não teve nem salvação. Ficou como ovo mexido, realmente como ovo mexido. - Lexie viu que Mark chegou na sala bem ao final da conversa e disfarçou tomando um gole de café. As duas ficaram em silencio, pensando e torcendo para que ele não tive ouvido nada.

—Arizona? Oi... - Perguntou quebrando completamente o silencio. -Não sabia que estava aqui. - Se dirigiu até a cozinha, terminando de colocar o relógio no pulso. -Callie sabe? - Abriu a porta da geladeira pegando a garrafa de água e olhou pra ela ao perguntar.

—Oi, Mark. - Arizona o cumprimentou. -Sabe o quê? Que estou aqui? Não, não sabe. - A loira estava sendo rude. -E nem precisa saber.

—Ei Mark, você viu a Arizona? - Callie entrou no apartamento com Sofia no colo, sem nem se dar conta ao seu redor. Arizona ignorou ao perceber a entrada de sua esposa e continuou tomando seu café, como se nada importasse.

Mark havia acabado de pôr a água no copo e estava tomando um gole no momento em que viu a porta se abrir.

—Sim. - Respondeu após engolir o líquido, apontando para a loira sentada á mesa.

—Ah... - Callie falou ao olhar para onde Mark apontou e ver a esposa. Logo olhou para Mark. -Escuta, Sofia está com febre, vou ficar em casa com ela. Você avisa lá no hospital? - Ela disse para o Mark, adentrando mais ao apartamento.

—Claro. Mas o que ela tem? - Ele se aproximou e pegou a filha no colo, preocupado.

—Ah, só um resfriado de criança, nada de mais. - Callie respondeu.

—Como você sabe? - Arizona perguntou seca, sem se virar pra esposa.

—Porque eu sei, Arizona! - A morena respondeu sem muita paciência, mas em tom de voz normal.

—Que eu saiba, eu que sou a pediatra aqui, não você. - Arizona falou seca e com uma certa arrogância.

Callie suspirou e se virou pra loira.

—Então tá, Arizona! Me diz o que ela tem?! - Mark percebeu o clima entre as duas e se afastou com a garota(Sofia), enquanto Lexie só observava em silêncio.

Arizona olhou pra Callie.

—Pode ser uma infecção, catapora... Nunca se sabe.

Callie ouviu Arizona, mas resolveu a ignorar. Em seguida foi até Mark voltando a pegar Sofia no colo.

—Err... Callie. - Lexie olhou pra ela. -Se você quiser eu posso ficar com a Sofia. Assim você pode ir trabalhar. - Ela queria se aproximar da menina, já que Sofia era enteada dela e agora elas precisariam conviver com uma certa frequência. Então seria bom ir se acostumando.

—Sério? - Ela ficou surpresa com a proposta de Lexie, mas não só ela, Mark também pareceu ter a mesma reação. Os dois se olharam e Callie voltou a olhar pra Lexie. -É... Por mim tudo bem... - Sorriu, não vendo o menor problema, afinal, ela agora namorava o pai de sua filha.

Lexie sorriu e foi até Sofia, a pegou no colo e se sentou com ela no sofá colocando a menina em seu colo. E começou a brincar com Sofia arrancando um sorriso da pequena que apesar de estar bem manhosa(por estar doentinha) acabou se animando um pouco com as brincadeiras de Lexie.

Callie até poderia ter deixado Sofia com Arizona, mas a latina ainda não confiava em deixar uma criança doente sozinha com a loira que ainda não estava com o emocional cem porcento. Mas até que Callie gostou de ver o jeito de Lexie com Sofia, parecia que ela tinha deixado a pequena em boas mãos. Isso era muito bom!

Callie foi terminar de se arrumar e logo Mark se despediu das três e foi juntamente de Callie para o hospital. Arizona começaria a fisioterapia hoje, mas não no hospital, visto que Arizona se sentiria melhor em casa, ao menos nas primeiras sessões. Lexie prometeu acompanhá-la.

02:00PM

O fisioterapeuta, que também trabalhava no hospital, chegou no apartamento da Callie para a sessão. Arizona já estava pronta á espera dele. Estava um pouco ansiosa com essa sessão e, apesar de ter relutado um pouco para isso, as conversas com Lexie a convenceram a mudar de ideia e começar a aceitar essa história.

O fisioterapeuta começou mostrando alguns modelos de próteses e fez Arizona experimentar todos para saber se algum lhe servia e se não causaria algum tipo de incômodo. A loira, relutante, foi experimentando um por um, todos lhe causavam algum desconforto ou dor. Ela sabia que não seria nada fácil de acostumar. Finalmente estava na hora de tentar andar com alguma das próteses pra tentar se familiarizar. Com ajuda do fisioterapeuta, a pediatra se levantou com a prótese que, no entanto, melhor lhe serviu e foi tentando dar alguns passos com a ajuda do médico.

—Vai Arizona! Você consegue! - Lexie incentivava a loira.

—Muito bem, Robbins! Está indo muito bem. - O fisioterapeuta a soltou devagar e deixou que ela se mantivesse em pé sozinha para dar alguns passos, após a insistência da mesma alegando que conseguia. No entanto, algo completamente equivocado, pois a médica não durou muito tempo de pé, resultando na irritação da mesma por não conseguir dar os passos que queria.

—Merda...

—Não tem problema. Tentamos de novo outro dia. - O fisioterapeuta disse e foi ajudar Arizona a se levantar, tendo uma recusa por parte da mesma.

—Eu posso fazer isso sozinha! - Seu tom saiu um tanto grosseiro.

—Tem certeza? Eu posso... - Insistiu.

—Já disse que não precisa!! - Foi interrompido pela voz frustrada e exaltada de Arizona, o fazendo se afastar.

[...]

08:30PM

Sofia já estava sem febre nenhuma e bem mais disposta. Lexie e Arizona haviam pedido pizza para o jantar, logo após comerem foram para a sala assistir filme com a pequena. Para distrair a garota, escolheram seu filme favorito, Shrek.

—Você foi bem hoje. - Lexie desviou a atenção da TV e olhou para Arizona ao falar.

—Você acha? - Olhou para ela.

—Na minha primeira sessão eu nem consegui ficar em pé, você foi corajosa e ainda tentou dar uns passos. Então sim, eu acho que você foi bem. - Disse com certeza. Arizona sussurrou um "Obrigada" pensativa e as duas voltaram a olhar o filme, ouvindo o doce som da risada de Sofia em uma das cenas do burro.

E a noite se estendeu assim, com algumas risadas da pequena e sorrisos e brincadeiras das duas vendo a animação da menina. Ao final do filme, as três já haviam sido vencidas pelo cansaço e acabaram apagando ali mesmo, no sofá.

*****

O plantão do Mark e da Callie acabaram, coincidentemente, ao mesmo tempo e acabaram indo juntos para casa. Ao chegar no prédio, Mark levou Callie até a porta de seu apartamento e seguiu para o dele. Já estava entrando no apartamento quando viu Callie sair do dela.

—Estranho... Arizona não está aqui...

—Vai ver preferiu ficar aqui com a Lexie e a Sofia. - Sugeriu já dando uns passos para dentro e deu espaço para Callie que entrou logo atrás.

—Parece que fizeram a festa aqui. -Callie disse vendo a embalagem de pizza sobre a mesa junto de pratos, copos e talheres que provavelmente elas usaram, algumas louças sujas na pia e vários brinquedos espalhados pela casa.

Os dois caminharam até a sala e se surpreenderam ao ver as três dormindo no sofá. Mark desligou o aparelho e foi até o sofá.

—Sofia dorme aqui hoje, tudo bem? Amanhã você busca ela. - Mark sugeriu em tom baixo para não acordá-las.

—Está bem. - Callie concordou e pegou Sofia com cuidado e a levou para o quarto.

Mark olhou para Lexie pensando se deveria acordá-la, mas a mesma parecia estar num tão bom que decidiu não fazer e então foi para a cozinha arrumar a bagunça.

Lexie acabou despertando com os barulhos vindos da cozinha e percebeu que havia pego no sono ali no sofá, olhou para os lados e se assustou ao não ver Sofia ali.

—Oh meu Deus! Sofia?

Mark percebeu Lexie acordando.

—Callie levou ela para o quarto. Não se preocupe. - Disse se aproximando da sala.

—Ufa! - Respirou aliviada. -Faz muito tempo que vocês chegaram? - Perguntou baixo se sentando.

—Não, chegamos quase agora. Desculpa, não quis te acordar. - Disse sem graça.

—Tudo bem. - Disse e soltou um bocejo. -Sofia foi ótima hoje. - Sorriu e viu Callie voltar do quarto.

[...]

17 de agosto de 2012

Quase um mês se passou. A relação de Mark e Lexie estava indo bem. As coisas não estavam mais tão estranhas entre eles, embora certas coisas ainda não tenha acontecido. Digamos que Callie já conseguia conversar com Arizona numa boa, sem receber patadas ou ser acusada de amputar a perna dela. A loira ainda não havia voltado a trabalhar, mas continuava fazendo fisioterapia e já começava a se acostumar com a prótese.

Narração: Mark

—Nem acredito que hoje eu volto a trabalhar! - Lexie falava enquanto eu dirigia para o hospital. -Estou tão feliz!

—Você não acha que ainda está um pouco cedo para voltar a trabalhar? Talvez fosse melhor esperar mais um pouco, sei lá... - Mesmo sem olhá-la, percebi seu olhar sobre mim.

Queria estar feliz por ela e tão animado quanto, mas a verdade é que eu não estava tão animado com isso.

—Cedo?? Mark, eu já estou há 7 meses afastada do trabalho. Quero entrar numa sala de cirurgia, voltar a operar... Não posso mais esperar!

—Tudo bem... - Disse e continuei a dirigir. A vi deitar a cabeça no encosto do banco e sorrir, então ela continuou a falar sobre a volta ao trabalho. Fiquei quieto o restante do caminho, ela não percebeu, estava muito empolgada.

*****


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Notas finais do capítulo

Tentei dar o meu melhor para escrever algo bom para vocês. Espero não ter decepcionado!



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