Dangerous Girl escrita por WeekendWarrior


Capítulo 7
Ooh Baby


Notas iniciais do capítulo

Espero do fundo do meu coração que curtam. E por favor, quem lê, se manifeste!
Beijos.



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A garotinha já estava infiltrada, impregnada em tudo que eu via, fazia e olhava. Estava fazendo-me perder o controle. Não, não estava a ponto de agarrá-la e usurpar-lhe o corpo, e sim prestes a cometer algo que nem eu sabia, por isso temia.

Temia por mim, por Carmen, por nossas vidas, nossos sentimentos, principalmente por mim. Se alguém nos visse? O que os diria? “Somos apenas amigos”. Isso soaria estúpido e logo seria indiciado por aliciação de menores.

Indago-me sobre os pais da menina. O que fazem? O que fazem sobre Carmen? A deixam livre pela cidade selvagem, pronta para cair nas mãos de alguém mal intencionado. Não que minhas intenções com Carmen sejam das mais puritanas, porém nunca a faria mal, nunca a forçaria a algo, para começo de conversa planejava mantê-la o mais longe possível, algo impossível nessa altura do campeonato.

Já conheço bem seu cheiro doce, um perfume adocicado, qual dá-me uma nostalgia inexplicável. Não consigo lembrar de onde conheço esse cheiro melado, acho delicioso e afrodisíaco… A pele macia da qual já toquei, os lábios cheios, as órbes verdes que me direcionam um olhar lânguido, muitas vezes triste, perdido.

O que será que aqueles olhos já presenciaram e aquela pele já sentiu? De que medo a menina compartilha? Pensa em mim? Gosta de minha aparência esquisita? Sente-se confortável com meus olhares, muitas vezes não controlados?

Pergunto-me tudo isso e sinto-me idiota de novo. Adolescente idiota, totalmente estúpido. Carmen faz-me sentir estupidamente idiota. Contudo não consigo tirá-la de minha mente… e sei do fundo de minh'alma que estaremos condenados se continuarmos assim, juntos.

O hábito de aparecer em minha casa havia tornado-se normal para a garota. Sua presença não me era cômoda, agradava-me muito, parecia preencher o local com sua aura e perfume doce. Na maioria das vezes não fazia nada, vinha com a desculpa de apenas querer ver-me ou simplesmente estar comigo. Eu não a impediria de fazê-lo, seria bem-vinda.

Nesse exato momento andava descalça pelo recinto, o vestido branco com uma alça caída, as pernas pálidas expostas, de certa maneira a menina emanava inocência, ao mesmo tempo que não. Sentia-me enojado por almejá-la.

— Algum problema? – indaguei fazendo com que levantasse o rosto e parasse para fitar-me. Ela sorriu sem mostrar os dentes e negou num aceno de cabeça.

— Estou bem, só estava pensando numa coisa.

— No que?

Carmen aproximou-se de mim, que estava sentado no sofá.

— Você esperaria por mim? – perguntou de pé em minha frente.

Franzi o cenho.

— Como assim?

— Digamos que você me queira, você me esperaria? Esperaria que eu fizesse dezoito anos para ficar comigo?

— Mesmo assim você seria nova pra mim.

Ela suspirou inflando as bochechas.

— Então por quê? – indagou abaixando-se e ficando entre minhas pernas. Apoiou as mãos pequenas em minhas coxas, não num ato carnal, mas sim de súplica. Suas íris verdes me fitando com fervorosa apreensão – Por que não me faz sua agora? Já que não faz diferença mesmo. Não sou inocente, se é isso que pensa. Eu… eu já estive com outras pessoas.

— Não é bem assim, Carmen – a interrompi – Ao mesmo tempo que eu… que eu quero, isso me aterroriza, entendeu?

Ela levantou as sobrancelhas e entreabriu a boca, talvez espantada por eu finalmente admitir meu desejo quanto a ela.

— Admito que há coisas que nos impedem, ao mesmo tempo elas só me fazem querer ainda mais.

— Não entendo.

A garota meneou a cabeça e de maneira gatuna deslizou para meu lado no sofá. Apoiou a cabeça no encosto e ficou a fitar-me de maneira direta. Sua mão foi para meu rosto, tocou-me a barba, desceu para o pescoço achando o ombro.

— Estou com você, Jake. Acha que pode me salvar?

— O que você me esconde, Carmen?

Ela não me respondeu, apenas aproximou o rosto do meu.

— Faz tempo desde aquela vez – falou olhando para meus lábios – Sei que também almeja isso.

— Carmen… – balbuciei segurando seu braço, mantendo certa distância.

— Eu sei, Jake, eu sei. Desculpe, mas não é minha culpa e nem sua.

Ao menos uma vez, que mal havia nisso? Pensei enquanto a fitava tão entregue, ela puxava-me para si. Como fui deixar-me levar por uma mera garota?

— Devíamos nos afastar enquanto ainda dá.

Ela sorriu de canto.

— Você sabe que não quer se afastar. Por que faz isso? Está sempre dizendo coisas para me afastar. E se eu realmente partisse? Se eu fosse agora? Como se sentiria? Eu posso ir agora mesmo e não voltar mais.

Carmen levantou-se e não dei tempo para que ela revelasse se era um blefe ou não. Não gostaria de vê-la realmente partindo.

Segurei seu braço.

— Fique, não vá.

Fitou-me de modo raivoso por alguns segundos, virou o rosto e sentou-se novamente no sofá de braços cruzados, um bico manhoso nos lábios bem-feitos. No fundo, ela ainda era uma criança birrenta, uma mera adolescente, não uma mulher, seus sentimentos e ímpetos estavam ainda aflorados.

— Não entendo você. Não quer que eu vá, mas também não quer que eu me aproxime. Jake, – virou-se em minha direção, segurou meus ombros – eu gosto de você. No colégio as garotas te olham, as professoras velhas te olham, eu odeio isso. Por que você não torna-se apenas meu? Não sou tão bonita assim? Olhe, eu sei que não tenho nenhum atributo chamativo, mas posso te dar prazer, te fazer feliz.

— Pelo amor de Deus, cale-se, Carmen. Isso é estupidez. Você é tudo que eu quero no momento… Eu… eu apenas ainda não entendo isso.

— Então pense bem sobre isso, sobre nós. Não sou tão frágil assim, se não me quiser diga agora que eu parto.

Meneei a cabeça.

— Não quero que parta. O que está fazendo comigo, hein? Quer me matar?

— Só se for de prazer.

Afastei-me dela, já sentia minha virilha pinicar com essa conversa e proximidade.

— Pare com isso, Carmen.

Escutei-a bufar.

— Tudo bem, desculpe. Pelo menos podemos sair? Quero pirulitos e cigarros.

 

A noite era escura, o parque praticamente vazio, caminhávamos calmos pelo gramado verde-escuro. Eu mantinha uma distância de Carmen, como se fosse seu pai ou algo similar, assim não notariam que éramos “amigos”.

A menina andava em passos calmos um pouco a minha frente, seu vestido branco contrastando com o par de tênis, as pernas pálidas expostas ao vento frio e lá estava o maldito pirulito entre os lábios cheios. Parecia fazer de propósito, querendo quase matar-me, só podia ser isso.

Meneei a cabeça soltei o ar com pesar.

— Que foi, Jake? – parou de andar vindo até mim – Cansou? Podemos voltar.

— Não, não estou cansado – falei tentando não olhar para o pirulito que ela passava incessantemente pela língua de uma maneira nada infantil.

A garota deu de ombros e voltou a andar, a segui.

— Posso dormir na sua casa hoje? – indagou abruptamente sem ao menos encarar-me, ainda caminhava.

Minha mente pareceu não similar direito a pergunta.

— Dormir em minha casa?

— Sim, apenas dormir. Não se preocupe, não vou lhe abusar, não tenha medo de mim.

Virou o rosto e sorriu para mim de maneira incitadora.

— Não sei se deveria. E seus-

— Não pergunte de meus pais, por favor. Eles não se importam, já disse – veio em minha direção, olhou-me nos olhos – Você disse que me deixaria ficar, então… Deixe-me ficar. Não faremos nada. Por que você malicia tudo que eu faço?

Como não maliciar as coisas com esse maldito pirulito dançando nesses lábios. Desviei meu olhar finalmente cedendo.

— Que mal há, não é?

Ela sorriu abertamente, abraçou-me pelo pescoço, rodeei sua cintura com meus braços.

—Obrigada por confiar em mim – sussurrou.

Afastei-a para fitá-la nos olhos.

— Obrigado por fazer minha solidão desaparecer.

Tudo que se passava em minha mente era se realmente dormiríamos esta noite.


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