Eu Amo Te Odiar escrita por Harper Queen


Capítulo 24
Frágil feito uma boneca


Notas iniciais do capítulo

Helloooo galerinha! Tudo bom com vocês?

Mais uma atualização dessa reta final hein! Boa leitura, meus amores :)



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Narrador:

“Ei pequenina, hora de acordar...” uma voz baixa a desperta e ela se contorce agarrando pelo hábito o brinquedo que sempre fica na sua cama. Ela suspira em resmungo pronta para dar a desculpa de não querer ir para aula, quando sente que não tem nenhum brinquedo. Ela abre os olhos notando que aquilo não o sua cama, muito menos seu quarto.

Era um carro.

“Mamãe?” sussurra com a voz baixa olhando ao redor quando se depara com um rosto estranho sorridente.

“Oi querida.” o loiro do cabelo fazia com que lembrasse quase instantaneamente de sua mãe, mas quando a neblina do sono se dissipava e o foco centralizava, ela se encolhe ligeiramente dando um espaço para trás no banco.

“Quem é você?” Mavi diz com a voz trêmula.

A mulher sorri “Meu nome é Laurel, querida. Vou ser... bem, sua mãe a partir de agora. Você não quer conhecer nossa nova casa?” diz abrindo por completo a porta do carro.

Imagens de sua mãe sendo carregada inconsciente por homens assustadores invadem sua mente no mesmo instante e lágrimas se formam nos olhos dela. “O que você fez com a minha mãe? Onde ela está? Eu quero ela! Onde está minha mamãe...” choraminga entre os soluços.

“Oh não, não, não. Não chore, meu amor. Eu não sei onde está aquela mulher agora, mas foi um sinal divino que eu estive naquele lugar na hora exata. Um extinto de mãe que estava se apoderando de mim há algumas semanas, mesmo quando eu te observava de longe, me fez ir para empresa. No fundo eu sabia que algo iria acontecer. Sabe lá o que aquelas pessoas poderiam fazer com você. Eu te salvei, Laura...” diz

“Meu nome é Mavi!” ela grita.

“Não mais.” Laurel suspira pacientemente antes de começar a puxá-la do carro mesmo contra os seus protestos.

“Eu não quero ir! Me deixa ir...” Mavi implora se contorcendo nos braços dela.

“Shiiiu. Seja boazinha, Laura!” a loira consegue a erguer no colo e entrar na casa ouvindo seus gritos abafados.

“Venha ver o quarto cheio de bonecas que eu fiz para você. Assim você fica mais confortável na casa.”

“Eu não quero um quarto. Me leva embora para minha casa, por favor...” choraminga novamente.

“Venha para o quarto, querida. Quando você olhar o que eu preparei, vai ficar feliz.” Laurel diz sorrindo limpando os resquícios de lágrimas da menina e a puxando para um dos compartimentos.

“Espero que goste do que preparei, optei pelo seu quarto ser embaixo. Escadas não são muito seguras para crianças. No entanto, espero que goste.” diz pouco antes de abrir a porta e um tom quase que cegante de rosa das paredes arder nos olhos no excessivo quarto repleto de todos os tipos de bonecas e roupas.

“E aí, o que achou? Eu realmente me esforcei nisso.” ela diz com orgulho.

“Eu não quero ficar aqui.”

“Mas essa é nossa casa agora, Laura.”

“Eu já disse que meu nome não é Laura! É Mavi!”

“É o nome que eu escolhi para você. Seu nome antigo era uma decepção. E eu não poderia nomeá-la com um nome relacionado ao Ollie, então a nomeei relacionado a mim. Sua mãe.”

“O nome da minha mãe é Felicity!” Mavi diz firme.

“Sua mãe já deve estar morta essa hora!” diz e a menina para abruptamente com os olhos arregalados e as lágrimas caindo.

“Isso não é verdade! Você está mentindo. O Olhos Azuis nunca deixaria isso acontecer. Ele me prometeu que sempre iria nos proteger!” diz limpando rapidamente as lágrimas.

A loira se abaixa lentamente até estar na altura da menina com um semblante gélido e a puxa para perto.

“Eu amo com todas as minhas forças o Ollie. Mas ele me deixou. Ele não quis construir uma família comigo. Ele poderia estar aqui conosco, mas ele preferiu brincar de casinha com você e aquela mulher e me largou como um cachorro no meio da rua mesmo dizendo há alguns anos que me amava, ele me deixou. E o mesmo vai acontecer com você, por mais que me doa no coração, ele vai acabar te deixando também. Então eu estou nos salvando disso, entendeu? Eu estou nos salvando de todos...” diz a puxando para um abraço forçado.

“Isso vai passar, querida. Vai passar... Eu estou aqui para nós duas.” murmura acariciando os cabelos claros da criança enquanto derramava sem forças lágrimas perdidas pedindo silenciosamente para tudo acabar logo.

(...)

“Eu vou matar aquela puta!” Thea diz se levantando do sofá abruptamente.

“Qual das duas putas? Nessa nova fase precisa especificar...” Helena diz dando de ombros.

“O que essa mulher ainda está fazendo aqui, Ollie? Pelo o que você contou, ela fazia parte do lado deles.” Tommy protesta.

“Helena está certa, Tommy. Elas são duas putas que estão com Felicity e Mavi! Não comece.” Thea murmura.

“Helena está ajudando com tudo isso. Embora os métodos não sejam comuns...” Diggle diz ganhando um olhar afiado dela. “... ela está ajudando.”

“E como vocês sabem que isso não é parte do plano deles em infiltrar alguém entre nós? Isso é loucura!” Tommy insiste.

“CHEGA!” Oliver grita e todas as cabeças da sala se inclinam para ele espantadas. “Duas das pessoas mais importantes da minha vida estão em perigo e vocês não conseguem parar nem sequer por um minuto!” ele diz respirando fundo. “Precisamos pensar em alguma coisa rápida para encontrá-las, a cada minuto que passa fica mais difícil de conseguir alguma coisa. E elas ficam cada vez mais longe de nós.” seu peito se encolhe com essas palavras.

“Desculpe.” Tommy diz desviando o olhar.

“Agora como exatamente vocês planejam encontrá-las? Quem era a hacker aqui era a Felicity.” Thea diz.

“Eu não sei. Parece que sei onde Felicity está, mas... minha cabeça parece que vai explodir só de tentar pensar em qualquer coisa. Parece tão óbvio, se eu conseguisse me concentrar mais um pouco...” Oliver diz suspirando pesadamente.

“Caitlin? Você está muito calada. Não quer falar nada?” Thea pergunta olhando para o lado onde a doutora luta para segurar as lágrimas.

 “Eu... eu não... Felicity e Mavi foram a única família que eu tive em anos. Não- não posso suportar a ideia de algo ter acontecido...” Caitlin diz com a voz embargada. “Eu não acho que vou conseguir ajudar assim...” diz se levantando abruptamente.

“Doutora... espere.” Tommy tenta, mas ela já seguia pelas escadas indo para o quarto.

“Eu vou falar com ela...” diz a seguindo em passos largos.

Oliver suspira passando as mãos pelo rosto “Helena, você conseguiu uma resposta dele?” pergunta dando ênfase no último.

“Ele ainda está procurando. Mas vai por mim, ele vai encontrá-lo e quando fizer isso, vamos ter a faca e o queijo na mão.” ela diz.

“Ainda não estou muito seguro quanto a isso.” Oliver murmura.

“Dá para vocês pararem de falar em códigos na minha frente?” Thea resmunga. “Eu estou entendendo tudo apenas para constar. Então me digam logo.”

“Helena pediu um favor para um... conhecido encontrar um dos caras que está por trás disso, seu nome é Adrian Chase.”

“E esse conhecido dela... não é somente um conhecido, certo?” Thea levanta uma sobrancelha sugestiva.

“Ele é o chefe da máfia russa e me devia um favor.” Helena diz na lata.

“Helena!” Oliver adverte com os dentes cerrados e ela dá de ombros.

“Certo, um dia terão que me dizer como vocês tem contato com a máfia russa, e aí sim eu vou ficar furiosa, mas agora termine, Ollie.” Thea diz tomando uma respiração profunda.

 “Esse cara, ainda está na Rússia e ele também vem pra Starling para se juntar com os outros. Mas achamos que se o interceptássemos antes dele chegar aqui, poderíamos usá-lo para ter, de alguma forma, Felicity de volta. Aí pedimos para que Anatoly o capturasse.” Oliver diz.

“Como uma moeda de troca?” Thea pergunta e ele assente. “E o que faz vocês acharem que eles o trocariam pela Felicity?”

“Chase parece ser o elo mais fraco, mas aparentemente, eles precisam um dos outros. Eu mandei para uma equipe especial da Argus as fotos que tiramos do Alpha no outro dia e eles também nunca viram algo parecido, mas detectaram três entradas de dispositivos no que parecia ser o centro de comando.” Diggle diz.

“E o que significa?” Thea murmura ainda confusa.

“Essa fui eu que percebi!” Helena diz sorrindo. “Três entradas, três pessoas. É ser um mecanismo de segurança, cada pessoa tem uma chave que os outros não sabem, assim evita perda ou dano.”

“Então é certo que eles precisam desse tal de Chase?” ela pergunta.

“Se essa teoria estiver certa, então sim.” Oliver diz.

“E como nada passa pela Rússia sem que o meu velho conhecido Bratva não saiba, é só questão de tempo para que estejamos com ele.” Helena diz e Thea suspira.

“Mas vocês sabem o que isso significa, certo? Mesmo que consigamos trazer Felicity e Mavi de volta, vocês deixam os três juntos prontos para ligar o ômega.”

“Alpha.” diz e ela revira os olhos.

“Thea, eu não vou conseguir focar em nada enquanto elas estiverem desaparecidas. Talvez quando elas estejam aqui, a salvo, eu consiga pensar em alguma coisa. Mas primeiro eu preciso delas. E já que não temos respostas do Anatoly, precisamos focar na Mavi. Ela ainda é um bebê, precisamos... precisamos encontrá-la primeiro. Felicity iria preferir assim...” Oliver diz com a garganta apertada tendo que miseravelmente escolher entre as duas garotas da sua vida.

Uma batida na porta chama a atenção de todos e Oliver fica rígido entrando em modo de combate no mesmo instante.

Diggle toca na ombro dele rapidamente. “É apenas Sara, pedi que ela viesse.” esclarece indo até a porta.

“Wow, não me dou bem com policiais na equipe.” Helena resmunga assim que a loira entra.

“Olá para você também.” Sara diz seca.

“Obrigada por vim.” John diz e ela dá um rápido aceno cumprimentando a todos.

“É o mínimo que eu poderia fazer, minha irmã está causando boa parte de tudo isso.” diz com um olhar baixo. “Qual o plano?”

“Você disse que mantinha um contato próximo dela. Achei que poderia ligar para ela, não como policial, mas como sua irmã. Perguntando se estava tudo bem ou qualquer coisa que arrancasse uma informação mesmo que seja pequena.” ele diz.

“Laurel é esperta. Ela pode estar desequilibrada, mas nunca diria algo que entregaria sua posição. E tenho certeza que ela se certificou de não estar sendo rastreada. Não acho que iríamos conseguir alguma coisa.” Sara diz.

“Sara, por favor, não temos ideia sobre onde ela está. Seu pai disse que não conseguiu nenhum rastro delas, não há câmeras, não há informações... não há nada. Então qualquer informação, qualquer coisa que possamos aproveitar, já é muito, muito valiosa.” Oliver diz com os ombros curvados. “Por favor.”

 Ela suspira resignada. “Tudo bem.” diz puxando o celular para fora do bolso.

 (...)

“Eu posso te pedir uma coisa?” Mavi pergunta.

“Claro, querida.” Laurel diz com um sorriso.

“Posso jogar algum jogo?”

“Oh, mas... eu- eu não comprei nenhum jogo para você. Imaginei que só gostasse de brincar com bonecas. Me desculpe, Laura...” Laurel diz com as lágrimas se formando em seus olhos. “Eu sou uma mãe terrível. Não consigo nem acertar os gostos da minha própria filha!”

“Eu poderia jogar no seu celular. Você tem Candy Crush? Eu amo!”

“Eu não sei se é uma boa ideia...” Laurel diz olhando da criança para o telefone.

Laurel conclui brevemente que ela é apenas uma criança de cinco anos. Ela não faria nada, certo? O botão de chamadas é protegido por senha então não há riscos.

“Sabe, minha mãe deixava eu jogar no celular dela e...”

“EU SOU SUA MÃE AGORA!” Laurel ruge apenas para a pequena se encolher protetoramente agarrando os braços em torno de si.

A loira fecha os olhos no mesmo momento se arrependendo do tom mais alto usado e se agacha na mesma altura da menor.

“Desculpe, eu não queria gritar assim com você, Laura. Mas não consigo me controlar quando você fala daquela mulher. Você entende?” pergunta desfazendo os braços cruzados da menina ganhando a atenção de Mavi, quando observa o ligeiro tremor nas mãos da loira.

“Você está tremendo.” diz franzindo o cenho.

Laurel desvia o olhar se afastando nervosamente.

“É que eu estou tomando umas vitaminas que o médico recomendou, e ela têm esses efeitos... mas é apenas isso, querida. Agora ouça, eu vou tomar banho e depois vou fazer o nosso jantar e nesse tempinho eu deixo você jogar no celular. E se se comportar, posso deixar você jogar mais vezes combinado?” pergunta oferecendo o celular e a pequena acena rapidamente o tirando das mãos para clicar no jogo e logo estar envolvida na tela.

Ela observa a mulher subir as escadas e trancar a porta, e quando ouve o clicar do barulho do chuveiro, ela rapidamente sai do aplicativo e clica no GPS do celular. Ela fica aliviada por sua mãe ter ensinado isso há alguns meses apenas como hobby.

 O ponto no celular conecta rapidamente e mostra exatamente onde elas estavam. Infelizmente para o azar da pequena, ela não consegue entender muita coisa já que ainda não sabe ler por completo, mas entende que possa estar perto de um lugar chamado Coast City.

Ela deixa o GPS ligado o arquiva em uma pasta criada e volta a clicar no jogo quando a porta do quarto é destrancada.

“E aí, está se divertindo?” Laurel pergunta descendo as escadas.

“Sim, o jogo é legal. Quando sai o jantar?” diz.

“Que jantar?” a loira pergunta franzindo o cenho.

“O jantar que você disse que iria fazer...”

“Eu... falei isso?” pergunta e a pequena assente hesitante.

“Certo. Eu devo ter esquecido.” diz dando um falso sorriso de canto.

“Vou fazer o jantar então. Não deve demorar.” diz indo para a cozinha seguido pelo olhar atento da criança.

Ela só espera que não dê errado.

(...)

Respire.

Respirações dentro e fora.

Ela se forçava em respirar porque era basicamente apenas isso que ela fazia.

Ela não podia se levantar, quase não comia e o sono custava a vir pela dor de cabeça maçante que suspeitava ser uma concussão.

Então ela respirava porque era apenas o que poderia fazer.

Além de que ela não podia falar com ninguém, ou ninguém podia falar com ela. Mas não fazia muita diferença já que os guardas ficavam afastados, então ela não via ninguém.

Carter e Isabel também quase não apareciam. Apenas uma ameaça aqui e lá, então ela já estava acostumada com a solidão.

 Embora ela tenha notado que eles estavam mais tensos ao falar com ela nas últimas visitas.

O que a fazia imaginar o que poderia os ter deixado assim? Será que foi Oliver?

Oh Oliver...

Ela tinha saudades dele.

Do cheiro, do abraço, dos beijos, dos toques.

Ela havia sonhado mais um par de vezes que eles estavam juntos em um lugar paradisíaco depois que tudo isso acabasse.

Mas aí ela acordava e tudo se desfazia. O sonho ia embora e a realidade afundava.

Ela está presa aqui.

E ela não sabe absolutamente nada sobre Mavi.

Mavi...

Que saudades que ela estava da sua garotinha.

Ela já havia enlouquecido sobre isso, pensando que a falta de notícias eram boas, porque Isabel e Carter não perderiam a oportunidade de jogar na cara dela se algo tivesse acontecido. Então isso era bom.

Mas ao mesmo tempo é aterrorizante porque sua filha pode estar em lugar desconhecido com gente desconhecida sofrendo... ou muito pior, ferida.

Ela balança a cabeça rapidamente apagando essa ideia antes do pânico se instalar.

Ela vai sair daqui.

A sua menininha vai ficar bem.

E Oliver não vai perder a cabeça no processo.

Quando tudo isso acabar eles vão tirar férias em família.

Em lugar maravilhoso só os três.

E eles vão enfim poder conversar sobre Oliver ser o pai da Mavi. E ela vai ficar radiante ao poder ver sua pequena o chamando de papai...

Isso trás um sorriso bobo no rosto dela. Um sorriso de esperança.

Mas toda vez que ela ergue os olhos e se depara com aquela maldita máquina, o medo aparece.

A sua atual posição permite uma visão privilegiada ao Alpha, então ela passa o dia o encarando. Ela ainda não o entende. Mas só de o encarar, todas as peças, as dobras, os comandos... Oh se ela pudesse mexer... Ela ficaria orgulhosa de destruir isso.

“Como você quer que eu fique calma? Ele não está atendendo!” Isabel grita entrando feito uma fúria no galpão chamando a atenção de Felicity e ganhando um olhar furioso de Carter.

“Cale a boca antes que fale demais...” ele sussurra com os dentes cerrados e ela desvia o olhar mudando a postura olhando de canto para Felicity.

“Certo.” diz facilmente colocando um sorriso no rosto e indo em direção a pequena loira jogada no chão.

“Vão ficar hoje?” Felicity pergunta com uma pitada de humor lutando para manter a voz firme, mas a secura sem a falta de água se sobressai.

“Sim. Resolvemos lhe fazer companhia. Não é certo deixar uma moça tão bela sozinha a ponto de enlouquecer de tédio. Afinal não somos monstros.” Carter diz sorrindo de canto.

“Acho que não parece tão bela assim, querido.” Isabel diz com uma gargalhada falsa.

“Oh... eu ainda acho.” ele diz indo até Felicity e se agachando para ficar na mesma altura. “Você sabe, eu acho que até poderíamos ter dado certo. Você flertou comigo e bem, você é linda.” diz acariciando o seu rosto e ela se contorce ligeiramente o afastando. “Mas você é boazinha demais. É linda, mas não vale a pena.”

“Querido, venha aqui um momento...” Isabel tenta uma voz  firme, mas há um certo tremor.

Ele segue até ela e se inclina no celular e as expressões de ambos são ilegíveis.

Talvez raiva, frustração, fúria.

Mas também quer dizer que algo está dando errado para eles.

Isso deve ser coisa boa.

Ela suspira jogando a cabeça para trás.

Vai ser mais uma longa noite.

Ela só espera que a sua pequena esteja bem.

(...)

“Por que você não está comendo?” Laurel diz a observando levando um bocado a boca.

A criança apenas suspira e continua com os olhos abaixados. “Eu não quero comer...”

“Mas é sorvete...” ela diz erguendo uma sobrancelha sugestiva.

“Eu não quero comer sorvete...” diz sem humor.

“Mas toda criança gosta de sorvete. Eu li isso em um site para mães de primeira viagem.” diz olhando para a menina. “O que você tem, Laura? Parece triste, meu amor.”

“Eu estou com saudades da minha mãe...” diz erguendo a cabeça com o lábio tremendo e os olhos vermelhos cheios de lágrimas.

“Mas eu estou aqui perto de você... Não precisa ficar assim.” A loira diz pegando na mão dela.

“Mas eu não quero você. Me leva para minha mãe, por favor...”

“PARA DE FALAR ISSO!” Laurel grita pegando a pote de sorvete e o jogando na parede ouvindo o despedaçar do vidro seguido pelo grito repentino da criança.

“Você me machuca quando diz isso! Por que não pode ser uma boa filha? Eu fiz tudo por você e é assim que me agradece? Sendo uma ingrata mimada? Talvez a sua antiga educação não tivesse sido tão eficaz... O que por sorte ainda pode ser corrigido.” Laurel se levantando cautelosamente e rodeando a mesa obrigando a criança a se encolher ao máximo na cadeira. A casa se transformou em um incômodo silêncio apenas cortado pelos passos dela e as respirações entre os soluços da criança.

Até o celular começar a tocar.

Ela tira o celular do bolso e o humor muda drasticamente para um sorriso.

“Sara, que bom te ouvir!” Laurel diz esquecendo qualquer vestígio da cena anterior.

“Hey... é muito bom ouvir sua voz.”

“Eu tenho tanta coisa pra contar... Nossa, Sara estou tão feliz, pela primeira vez em anos!”

“Eu imagino. E fico ainda mais feliz em saber disso, Laurel. E aí, me conte tudo, a vizinhança é boa?”

“Não tive tempo de visitar ninguém ainda. Laura estava... dando trabalho essa manhã, mas nada que eu não dê conta.”

“Oh... Olha, se você quiser, eu posso falar um pouco com ela, vai que ela me escuta. E bem, seria uma chance deu enfim conhecer minha sobrinha, já que nunca tivemos uma chance de nos conhecer. (risos).

“Eu não acho uma boa ideia, Sara. Eu sei que você é minha irmã, mas...”

Está tudo bem se não quiser que eu fale com ela. Vou entender. Afinal ela é sua filha e você não quer compartilhar com ninguém. Eu só queria ajudar e tentar conhecer melhor alguém que faz parte da minha família agora. Fique bem, Laurel. Te amo...”

“Não, Espera! Desculpa... é que eu estou tão feliz que eu não quero que acabe. Que por alguma coisa a Laura seja arrancada de mim... Eu estou feliz, mas ao mesmo tempo tenho medo. É por isso que estou tomando alguns remédios, para me manter acordada e não descansar. Não posso dar uma oportunidade para me tirarem ela. Não posso, Sara.”

“Eu entendo, mas não acho que falar com uma garotinha de cinco anos vai revelar onde vocês estão. Mas se for demais pra você...

“Não, tudo bem. Vou passar para ela. Espere um momento.”

“Esta é Sara, minha irmã. Seja gentil com ela.” Laurel adverte para a pequena que está com uma expressão ilegível.

“Olá?”

“Mavi, eu sou Sara, irmã da Laurel, mas também sou policial. Preciso que fique calma e respire. Não demonstre nenhuma reação agora. Vai ficar tudo bem. Apenas diga ‘legal’ se quiser falar não e ‘gosto’ se quiser falar sim, ok?

“Sim.”

“Não, Mavi, lembre-se das palavras. Fale pelas palavras. Agora me diga, você está bem?”

“Gosto.”

“Muito bem! Agora preciso que diga se você sabe onde vocês estão?”

“Gosto... eu vi uma boneca muito bonita na televisão, no canal SPG.”

Eu... eu não entendi. O que seria esse canal?”

“É onde você encontra as bonecas. Eu até quero uma.

“Sobre o que vocês estão falando?” Laurel pergunta.

“Bonecas. Eu estou dizendo que quero uma que passou na televisão.” ela responde.

“Ok eu ainda não entendi isso, mas já anotei. Preciso que diga se isso é fora de Starling?”

“Gosto.”

“É fora do estado? Do país?”

“Legal. É a boneca do canal SPG. Eu liguei assim que vi.”

“Ok chega, dê tchau para Sara e chega de falar sobre bonecas.” Laurel diz.

“Ok... tchau Sara.”

“Tchau Mavi, fique bem e lembre-se que estamos todos tentando te tirar daí, ok? Seu pai está muito mais feliz de ter ouvido sua voz.”

“Papai?” Mavi diz com os olhos arregalados e a respiração rápida.

“Droga! Diga que isso era o meu pai. Boa sorte, Mavi.” Sara diz desligando.

Laurel na mesma hora toma o celular das mãos da pequena com um olhar irritado.

“Quem seria esse ‘papai’?” ela diz.

“Ela disse que seu papai estava com saudades. E eu não sabia que você tinha um papai...” diz encolhendo os ombros.

“Certo. Já está na hora de dormir de qualquer forma.” ela diz reunindo os pratos enquanto a dúvida serpenteava na sua cabeça.

Sara não teria a enganado, teria?

(...)

Oliver estava tão orgulhoso da sua garotinha.

Ela pareceu tão tranquila, tão segura.

Exatamente igual a sua mãe.

E ele teve que segurar a vontade de arrancar o telefone das mãos de Sara apenas para ouvir sua voz doce de bebê em seu ouvido.

Mas ele não conseguiu controlar o conforto no peito quando ela o chamou de papai. Ela já havia murmurado isso durante o sono, mas assim foi muito mais real.

“Ela definitivamente é um super gênio. E só tem cinco anos.” Thea diz ainda chocada.

“Cinco anos e meio.” Oliver diz quase no automático e balança a cabeça instantaneamente.

“Eu não entendi o lance da boneca.” Diggle diz pensativo.

“E eu tenho quase que certeza que não há um canal SPG.” Sara diz.

“Deixa eu ver o que você anotou, Sara.” Oliver diz indo até ela.

“...eu vi uma boneca muito bonita na televisão, no canal SPG.”

“O que seria esse canal?”

“É onde você encontra as bonecas.”  

“Por que ela usaria boneca?” Diggle pergunta.

“Porque a boneca é ela. É a Mavi.” Oliver diz desviando o olhar do papel.“E onde a boneca estava?”

“No canal SPG.” Thea diz.

“Porque é onde você encontra a boneca, onde encontramos a Mavi. É pelo SPG.”

“GPS, Oliver. É pelo GPS.” Diggle diz rapidamente.

“É a boneca do canal SPG. Eu liguei assim que vi.”

“Ela ligou o GPS do celular da Laurel.” Oliver diz com um riso quase que incrédulo.

“Nós a encontramos... Nós a encontramos.” ele diz sorrindo pela primeira vez naquela noite.

 


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Notas finais do capítulo

Não poderia ter escolhido codinome melhor, Srt. Mavi ♥ rsrs

Quero ver todo mundo nos comentários, hein! Me digam o que acharam e até a próxima sextaaa ♥



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