UM Príncipe em Minha Vida escrita por Vivi Alves


Capítulo 10
Capitulo 10


Notas iniciais do capítulo

Vamos lá... Mais um capítulo. Espero que gostem. Bjs!



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Elisa estava tomando café naquela sexta feira de manhã, quando ouviu o celular tocar em seu quarto; ela correu ansiosa esperando que a chamada fosse de Antonio. Desde a noite de quarta feira quando fora embora, ele não ligara uma vez sequer para ela, as únicas notícias que Elisa tivera de Antonio vieram de Estevan que ficara incumbido pelo príncipe de passar várias vezes pelo apartamento para ver como ela estava ou se não estava precisando de alguma coisa.
Elisa pegou o celular e notou que o número não lhe era fa-miliar.
—Alô! _disse Elisa atendendo a ligação.
—Elisa? _perguntou uma agradável voz feminina do outro lado da linha.
—Sim sou eu. Quem fala?_ perguntou Elisa.
—Sou Rúbia, a irmã de Antonio. _respondeu a moça.
—Oi, Rúbia..._ disse Elisa sem saber o que dizer em seguida.
—Te acordei? _perguntou ela. _Antonio vai se zangar comigo se souber que eu te tirei da cama.
—Não se preocupe... Levantei-me há tempos. _disse Elisa duvidando de que Antonio se zangaria com a irmã por causa dela.
—Que bom então, pois teremos um longo dia pela frente; estarei em teu apartamento em meia hora.
Elisa se perguntou o que a irmã de Antonio quis dizer com um longo dia pela frente.
—Posso passar aí Elisa?_ perguntou Rúbia estranhando o silêncio de Elisa.
—Claro... Estarei te esperando.
Quando Rúbia encerrou a ligação, Elisa correu para o banheiro a fim de tomar um banho e logo depois foi procurar algo para vestir; não tinha nada que fosse a altura de sair com uma princesa, porém optou por um vestido jeans e uma sandália sem salto. Havia acabado de amarrar os cabelos quando ouviu a campainha tocar.
Quando abriu a porta Elisa se deparou com Rúbia que sorriu ao vê-la; a irmã de Antonio estava deslumbrante em um longo e sofisticado macacão branco de seda, com um cinto dourado que completava a combinação, os cabelos ruivos estavam soltos em cachos ao redor do rosto claro. Elisa notou que a única semelhança entre os dois irmãos gêmeos eram os lindos olhos verdes esmeralda e a beleza, é claro.
—Pela descrição de Antonio, você só pode ser a Elisa. _disse ela sorrindo.
—E você, a Rúbia. _devolveu Elisa sorrindo timidamente diante da bela e jovem mulher.
—Isso mesmo. Fico tão feliz em finalmente conhecê-la! _disse Rúbia abraçando-a, deixando-a mais a vontade. _ Pronta para cuidarmos dos preparativos?
—Para quê? _perguntou Elisa.
—Ora Elisa, para o casamento de vocês!
—Mas Antonio disse que seria apenas uma cerimônia simples, apenas assinaremos os papéis e pronto.
—E você acha que eu obedecerei as ordens de Antonio? É o casamento de vocês Elisa! Ainda que seja apenas por conveniência, é o casamento do meu único irmão... Antonio terá uma surpresa amanhã.
—Acho que ele não gostará muito disso... _tentou argumentar Elisa.
—E quem se importa? _brincou Rúbia. _Agora vamos Elisa, pois temos um milhão de coisas para organizar!
Elisa desistiu de argumentar e preferiu trancar a porta do apartamento e acompanhar Rúbia. Seria inútil tentar argumentar com a decidida irmã de Antonio.
Quando chegaram à calçada, Estevan as aguardava no carro preto de Antonio.
—Antonio já voltou? _perguntou Elisa ao ver o carro.
—Não. _respondeu Rúbia percebendo algo diferente na pergunta de Elisa. _Saudades de meu irmão, Elisa?
—Claro que não. _respondeu Elisa corando, e já mudando de assunto ao entrarem no carro. _Aonde vamos?
—Primeiro vamos a uma loja de roupas, de calçados... _começou Rúbia.
—Fazer o quê? _perguntou Elisa.
—Iremos comprar o seu enxoval Elisa: roupas, sapatos, essas coisas que toda mulher adora. Não que eu diga que você precise, mas olhe Elisa, você irá se casar com o meu irmão e Antonio é o príncipe regente e futuro rei de Monsália; então como esposa dele você terá que perder essa aversão à compras mocinha. Lembre-se: a esposa de um futuro rei deve se vestir como uma rainha. _terminou Rúbia sorrindo.
—Serão apenas por três meses Rúbia! _disse Elisa.
—Que seja Elisa! _respondeu a moça. _Além do mais com a aversão que meu irmão tem em relação ao matrimônio, acredito que este será o único casamento dele mesmo. E sabe de uma coisa Elisa? _continuou ela. _Eu gostei de você desde o dia em que Antonio falou-me pela primeira vez sobre tal moça chamada Elisa que ele conhecera. Consigo enxergar o interior das pessoas apenas com um olhar Elisa. Se eu percebesse que você arruinaria a vida de meu irmão ou o faria sofrer eu nunca apoiaria este casamento, mesmo que seja apenas de aparências, mas eu vi que você é uma moça diferente Elisa. Você faz bem a Antonio, de verdade; ele gosta de você, se preocupa com você, até além da conta. _disse Rúbia fazendo um gesto cômico ao se lembrar da última conversa que tivera com Antonio onde ela dissera que era puro exagero da parte dele alugar uma cobertura para Elisa, por ele achar que o aparta-mento dela não era seguro o suficiente.
Elisa teve vontade de perguntar a Rúbia se ela estava brincando ou falando sério ao dizer que Antonio gostava dela, porém preferiu não demonstrar seu interesse a Rúbia.
—Tudo bem Rúbia... Vamos às suas compras._ disse Elisa re-signada.
—Obrigada Elisa! Eu não tive irmãs, então você será minha irmãzinha mais nova por três meses; e a primeira coisa é te deixar deslumbrante, além do que você já é, é claro.
—Poderia te pedir uma coisa?_ perguntou Elisa.
—O que você quiser Elisa!
—Poderíamos convidar minha amiga Felícia para nos acompanhar? Ela é como uma irmã para mim.
—Teus desejos são ordens cunhadinha! _gracejou Rúbia.
Elisa passou o resto da manhã entrando e saindo de troca-dores sob os olhares expert em compras de Rúbia e Felícia, a amiga aplaudia cada roupa que Elisa vestia se divertindo como se a noiva fosse ela. Rúbia a fez comprar até camisolas e finas e delicadas lingeries, coisas que Elisa achava desnecessárias, já que nunca teria uma lua-de-mel de verdade com Antonio _pensava ela . Entraram no carro sobrecarregadas de caixas e sacolas.
—Elisa, iremos diretamente para a mansão. _disse Rúbia. _Você vai dormir lá esta noite, Felícia está convidada para lhe fazer companhia caso queiram; assim ficará mais fácil para prepararmos tudo amanhã.
—Tudo bem. _respondeu Elisa não querendo discutir, já estava preocupada demais com o amanhã.

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Já iriam dar oito horas da noite quando Felícia chegou à mansão a pedido de Elisa, a moça ficou encantada com cada detalhe da casa, ela e Rúbia se deram muito bem já que ambas eram amantes da moda e de compras. Logo depois do jantar Rúbia deixou Elisa e Felícia no amplo quarto de hóspedes e foi para o seu quarto.
—Elisa até agora não estou acreditando que passamos o dia fazendo compras com a princesa Rúbia de Castelamontes! Ela se veste muito bem! _exclamou Felícia se jogando em uma das camas do luxuoso quarto. _O que você achou dela?
—Ela é encantadora Felícia! _respondeu Elisa preocupada com coisas bem mais importantes.
—Desculpe amiga. _disse Felícia se sentando na cama em que Elisa estava._ Você preocupada com o seu casamento amanhã e eu falando de coisas fúteis.
—Não se preocupe Felícia, estou bem.
— Eu te conheço Elisa. Você tem certeza que quer mesmo fazer isto?
—Claro que eu tenho Felícia. Além do mais serão apenas três meses e tudo voltará ao normal.
—Será que voltará mesmo Elisa? Eu duvido; você é sensível e inexperiente em várias coisas da vida Elisa e por isso me preocupo com você. Tenho medo de que você se magoe irmãzinha. Sabe o quanto me importo com você!
—Eu sei Felícia! Mas estou decidida, eu vejo o amor e a devoção na voz de Antonio quando ele fala de Monsália e de seu povo, e eu quero ajudá-lo Felícia.
—E eu vejo amor em sua voz quando você fala dele Elisa! Mas amiga eu me preocupo porque o príncipe Antonio é um homem experiente, que já viveu tantas aventuras e você Elisa é uma moça linda, responsável, porém ingênua.
—Ora Felícia você fala como se eu fosse uma criança! _riu Elisa.
—Está bem, exagerei! _disse Felícia rindo também. _Responda-me apenas uma coisa: não existe realmente nada entre vocês?
—Que pergunta Felícia! _disse Elisa corando se lembrando dos momentos maravilhosos que já passara nos braços de Antonio. _Eu te disse que ele me beijou no dia em que ele foi ao meu apartamento...
—Sim. E depois deste dia ele nunca mais te beijou?
—Sim... Duas ou três vezes, eu acho. Você vai dizer que eu devo desistir por que vou acabar me magoando, não é?
—Claro que não! Retiro o que eu disse sobre você ser ingênua Elisa. Ele não te beijaria se não sentisse algum interesse por você.
—Interesse não é amor Felícia!
—Eu sei Elisa! Mas, agora que sei que você conseguiu despertar tanto interesse nele, por que você não seria capaz de despertar-lhe o amor também?
—Mas e se eu me magoar como você disse Felícia?
—Esqueça o que eu disse amiga e responda-me: você o ama de verdade?
—Muito, Felícia!
—Então esqueça todas as dúvidas amiga! Lembre-se que você é linda e tem o direito e o dever de lutar pela sua felicidade. Promete que vai lutar?
—Prometo Felícia!
—É assim que se fala! E ai do príncipe Antonio Castelamontes se ousar te magoar!_ gracejou Felícia a abraçando.
—Você é única Felícia!
—Você que é única Elisa e apenas se o príncipe Antonio for um cego para não perceber isto.
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Antonio estava em Jersey no apartamento que dividira com Pieter durante anos, diante de uma farta mesa de café da manha, porém desde que se sentara a mesa há quase vinte minutos não provara nada, pois seu pensamento estava apenas em Elisa e no fato de que a partir daquele dia dividiria sua vida com ela durante os próximos três meses. Por um momento, Antonio voltou em pensamento a última vez que estiveram juntos no apartamento que alugara para Elisa e ao se lembrar de cada beijo que trocaram e da sensação maravilhosa que era tê-la em seus braços, Antonio concluiu que aqueles três meses de casamento desejando Elisa sem poder tê-la seria um verdadeiro martírio.
—E aí, como está se sentindo o noivo do dia? _perguntou Pieter se sentando em uma cadeira ao lado de Antonio, tirando-o de seus pensamentos.
—Pessoas insuportáveis como você deveriam dormir até o meio dia Pieter! _devolveu Antonio brincando com o amigo.
—Não me diga que não está nem um pouco ansioso com o casamento, Antonio!
Antonio sempre fora sincero com Pieter, porém naquele momento ele decidiu que não poderia ser. Pois como iria explicar ao amigo que estava vivendo um verdadeiro dilema, pois nunca desejara em sua vida uma mulher como estava desejando Elisa, a única mulher que ele nunca poderia ter
—Ora Pieter, não é um casamento de verdade, você sabe disso. _respondeu Antonio sério.
Ele estava tentando se convencer disso há dois dias, desde que se despedira de Elisa na noite do jantar. Em uma conversa com Jácomo, o ministro fizera-o entender que ele não poderia nutrir sentimentos de espécie alguma por Elisa, pois o Conselho e muito menos seu pai apoiariam, além do mais quanto mais Elisa se envolvesse com ele, mais difícil seria para ela quando o acordo terminasse. Antonio teve que concordar com Jácomo neste ponto, ele não poderia prometer um futuro a Elisa, então seria melhor não iludi-la.
—A que horas iremos? _perguntou Pieter notando a mudança de humor em Antonio.
—Logo depois do almoço. Espero chegar a Londres entre três e quatro horas da tarde. Agora, que tal tomarmos café, meu padrinho predileto?_ perguntou Antonio voltando a brincar com o amigo.
—Só se for agora alteza!
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Elisa acordou com os raios de sol entrando pelas janelas do quarto. Acordara não era o termo certo, sendo que mal dormira aquela noite pensando que daquele dia em diante, durante três meses dividiria seu dia-a-dia com Antonio debaixo do mesmo teto, Felícia já não se encontrava no quarto.
Quando Rúbia entrou no quarto, Elisa ainda estava deitada na cama abraçada ao enorme urso que insistira em levar para a mansão; se Rúbia tinha alguma dúvida desfez-se naquele momento: Elisa estava realmente apaixonada por Antonio.
—Ainda deitada, Bela Adormecida? _brincou ela. _Elisa, que olheiras são essas? Você não dormiu esta noite?
—Acho que consegui dormir umas duas horas Rúbia. _disse Elisa se sentando na cama.
—Vamos dar um jeito nisto agora mocinha! Vá tomar um banho bem revigorante, enquanto eu mando trazerem o teu café da manhã.
—Não precisa Rúbia!
—Sem discussão Elisa! Não quero que Antonio pense que eu não cuidei bem de você, caso você desmaie de fraqueza na cerimônia. Antes que eu me esqueça: Felícia foi até a casa dela buscar o vestido que ela usará e mandou lhe dizer que estará aqui antes do meio dia.
Como Elisa não quisera marcar hora em nenhum salão, Felícia e Rúbia iriam prepará-la para a cerimônia. Elisa passou o resto da manhã com uma máscara de pepino no rosto para disfarçar as olheiras; já passava um pouco do meio dia quando Felícia voltou.
—Quantas pessoas estarão presentes na cerimônia Rúbia? _perguntou Elisa enquanto Felícia espalhava creme pelo seu cabelo. _Imagino que Antonio tenha muitos amigos.
—Engana-se, Elisa. _respondeu ela._ Na verdade, ele tem muitos conhecidos. Pois, os únicos que Antonio realmente considera como amigos são Alfonso de Aguirre e meu noivo Pieter, com quem ele passou praticamente toda a vida. _Não sabia que estava noiva. Quando irão se casar?
—Não sei se Antonio lhe disse, mas faz apenas um ano que fiquei viúva, vamos esperar mais algum tempo para anunciar o casamento.
—Entendo... Desculpe-me a curiosidade.
—Não se preocupe Elisa, a partir de hoje você será também uma legítima Castelamontes e é natural que saiba tudo sobre sua nova família. _gracejou Rúbia. _E sobre sua primeira pergunta, creio que na recepção estarão umas trinta pessoas, além de Júlio que é o representante da Fox juntamente com sua esposa e filhos.


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Iriam dar quatro e meia da tarde quando Antonio parou o carro diante da varanda e entrou na mansão, seguido por Jácomo e Pieter, estacando quando entrou na grande sala.
—O que significa isto? _perguntou ele à irmã que descia as escadas naquele momento.
—Ora irmãozinho... Você não reconhece uma decoração de casamento quando vê uma? _perguntou Rúbia rindo da expressão estressada do irmão.
A sala da mansão havia se transformado em um mediano salão para festas: havia um grande tapete vermelho que começava nas escadas e terminava em uma mesa ornamentada com flores naturais no meio da grande sala, além de arranjos de flores espalhados pelas escadas e em todas as mesas destinadas aos convidados.
—Rúbia..._começou Antonio.
—Olá meu amor! _disse ela dando um rápido beijo em Pieter enquanto ignorava a irritação do irmão. _Olá Jácomo!
—Rúbia eu te fiz uma pergunta! _explodiu Antonio.
—E eu já lhe respondi Antonio! É uma simples decoração de casamento.
—Você chama isto de simples? Rúbia não é um casamento, será um mero contrato.
—Mas, os teus convidados ingleses não sabem disto, Antonio. Você acha que o Júlio assinará o acordo com Monsália se souber que nossa aliança com ele vai durar apenas três meses? Você precisa convencê-lo de que está se casando de verdade Antonio, mesmo que se divorcie daqui a algum tempo. _argumentou a moça.
—Tenho que concordar com Rúbia Antonio. _disse Jácomo.
—Grande novidade! _ironizou Antonio.
—Pensando bem Antonio, Rúbia tem toda a razão. Os seus sócios ingleses têm que pensar que essa aliança é firme ou então podem querer voltar atrás antes de terminarem a fertilização das terras. _disse Pieter.
—Entendeu agora irmãozinho? _perguntou Rúbia sorrindo.
—Tudo bem, Rúbia... Onde está Elisa?
—Depois ainda quer dizer que não está ansioso com o casa-mento! Você não sabe, apressadinho, que o noivo só tem permissão para ver a noiva na hora do ‘aceito’? _provocou Pieter fazendo Rúbia e Jácomo rirem e deixando Antonio ainda mais irritado.
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Elisa olhou-se no espelho novamente não acreditando que a linda mulher refletida ali fosse ela: estava vestindo um vestido branco sem alças, chegando aos seus pés, o bustiê do vestido era justo e ornamentado com pingos de ouro. Rúbia prendera seus cabelos com uma tiara e deixara os cachos caindo como cascatas sobre os seus ombros e costas; a massagem com óleos fizera sua pele ficar macia e sedosa. Uma emoção diferente invadiu seu co-ração ao imaginar Antonio a esperando; Elisa não sabia o que o futuro lhes reservava, porém ele queria aproveitar cada minuto daqueles meses que passaria ao lado de Antonio.
—Pronta Elisa? _perguntou Rúbia entrando no quarto em um lindo vestido vermelho.
—Acho que sim. _respondeu Elisa com um meio-sorriso.
—Você está linda cunhadinha! _exclamou Rúbia deixando Elisa emocionada com o tratamento. _Vim apenas trazer o presente de Antonio.
—Onde está ele? _perguntou Elisa.
—Antonio está lá embaixo, o presente está aqui. _disse Rúbia abrindo uma caixinha de veludo contendo um lindo colar com uma brilhante esmeralda.
—Não posso aceitar Rúbia!
—Reclame com ele depois! _disse Rúbia colocando o colar no pescoço de Elisa. _Eu vou descer; conte até trinta e desça. Certo?
—Tudo bem!
Elisa demorou quase dois minutos para criar coragem e sair do quarto; quando ela chegou no topo da escada avistou Antonio que a esperava no pé da escada. Quando começou a descer as escadas Antonio também começou a subir os degraus um a um até encontrá-la no meio da escada.
—Você está linda! _ murmurou Antonio oferecendo-lhe o braço, resistindo ao impulso de beijá-la ali na frente de todos.
—Obrigada! _respondeu Elisa sorrindo buscando os olhos de Antonio, mas ao encontrá-los notou que estavam sérios, quase frios.
Elisa não reparou em nada ou ninguém enquanto Antonio a conduzia ao juiz de paz que estava no meio do salão, rodeado por algumas pessoas; ela só conseguia pensar na estranha emoção contida nos olhos de Antonio.
A cerimônia foi rápida: o juiz leu a certidão de casamento que já havia sido lavrada e fez as perguntas de praxe:
—Elisa Ribello Sanches é de sua livre e espontânea vontade receber Antonio Braga de Castelamontes como seu legítimo esposo?
—Sim. _respondeu Elisa com todo o seu coração.
O juiz fez as mesmas pergunta a Antonio que respondeu de forma pausada enquanto dava um meio sorriso para Elisa.
—Pelo poder que me é investido pela lei eu vos declaro casados. Se quiser pode beijar a noiva. _terminou o juiz sorrindo.
Elisa corou dos pés a cabeça quando Antonio sorriu sedutoramente para ela, beijando-a levemente nos lábios enquanto os convidados aplaudiam. Logo depois foi a hora dos cumprimentos; Felícia foi a primeira a abraçar Elisa:
—Te desejo toda a felicidade do mundo irmãzinha! _desejou Felícia com lágrimas nos olhos.
—Obrigada, amiga! Te amo muito Felícia! _respondeu Elisa emocionada também.
—Nada de lágrimas cunhadinha! Vai borrar a maquiagem. _gracejou Rúbia sorrindo a abraçando. _Bem vinda à família Elisa!
—Posso dar um abraço na esposa do meu melhor amigo? _perguntou um belo homem, jovem e loiro se aproximando de Elisa. _Parabéns Elisa! Não pensei que viveria para ver Antonio finalmente laçado.
Esse homem só pode ser o famoso Pieter!_ pensou Elisa sor-rindo enquanto recebia o abraço do noivo de Rúbia e melhor amigo de Antonio.
Por um momento Elisa se esqueceu de que estava vivendo um casamento por conveniência, porém voltou a realidade quando deparou-se com os olhos frios de Antonio a observá-la. Durante o jantar Antonio praticamente não dirigiu a palavra a ela, conversando apenas com a família de Júlio, com Pieter e Rúbia ou com Jácomo.
Felícia foi embora logo após o jantar, ficou imensamente feliz quando Antonio pediu para que Estevan a levasse em casa, para a moça a noite não poderia terminar melhor. Um a um os convidados foram embora, a família de Júlio foi a última a se despedir. Antonio acompanhou-os até a varanda, juntamente com Elisa, com uma mão apoiada delicadamente na cintura dela.
—Pablo estará aqui logo de manhã, Antonio. Minha equipe estará chegando em Monsália no mais tardar amanhã a tarde. _disse Júlio.
—Certo Júlio. Estaremos saindo de Londres pelo menos seis ou sete horas da manhã._ disse Antonio.
—Tenho certeza que estamos fazendo um ótimo negócio, Antonio.
—Sem dúvida Júlio.
—Porém papai... _começou Pablo, o filho de Júlio, um homem que aparentava ter quase a mesma idade de Antonio. _Com toda vantagem que lucraremos, sem dúvida, Antonio foi quem mais lucrou neste acordo._ terminou ele sorrindo para Elisa.
Antonio teve vontade de arrancar aquele sorriso cheio de intenções do rosto de Pablo... Elisa era dele!
—Nisto tenho que concordar com você Pablo. _disse ele abraçando Elisa pela cintura e dando-lhe um beijo abaixo da orelha que a fez estremecer dos pés a cabeça. _Nem todo o ouro de Monsália pagaria essa joia rara.
—Então acho que é melhor irmos embora!_ disse Júlio rindo. _Deixemos os noivos à vontade. Boa noite, príncipe Antonio! Boa noite senhora!
—Boa noite!
Depois que eles foram embora Antonio a soltou e foi apoiar-se na mureta da varanda.
—Me avise quando você resolver mudar de personalidade novamente! _ disse Elisa magoada e irritada com as mudanças de comportamento de Antonio.
—O quê? _perguntou Antonio sem entender.
—Sinto muito Antonio se esta foi a pior noite da sua vida. _respondeu ela prestes a explodir em lágrimas.
—Por que você diz isso?
—Ora Antonio, quem não percebeu que você gostaria de estar em qualquer lugar neste momento, menos aqui? _perguntou Elisa.
—Você não sabe o que diz Elisa, mas neste ponto eu tenho que concordar com você. _respondeu Antonio.
Era verdade, o lugar que ele gostaria de estar naquele mo-mento era trancado em seu quarto com Elisa, consumando aquele casamento, amando-a todas as formas possíveis, sem se preocupar com a opinião de seu pai, do Conselho ou com aquele maldito contrato.
—Ótimo Antonio! _respondeu Elisa interpretando mal suas palavras e sentindo que não poderia mais segurar as lágrimas. _Não irei incomodá-lo mais com minha presença por hoje. E antes que eu me esqueça, aqui está seu colar _disse ela tirando a delicada joia do pescoço e estendendo a Antonio.
—É seu, Elisa! É um presente. _respondeu Antonio se negando a pegar o colar.
—Eu não quero Antonio, muito obrigada! Esse casamento é um mero contrato, então já que estamos sozinhos, não precisa fingir outra coisa além disso. Boa noite!
Dizendo isso Elisa deixou o colar sobre a mureta e entrou para o interior da mansão, deixando-o na varanda; Antonio pensou em detê-la e explicar-lhe o seu comportamento daquela noite, mas preferiu deixá-la ir, pois se passasse mais um minuto sequer daquela noite perto de Elisa, não sabia até onde conseguiria manter o que restava de seu autocontrole.
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Notas finais do capítulo

Enfim casados... E agora??? Até o próximo.



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