Fábrica Uchiha – 14:19

Depois de anos longe de Konoha, ele finalmente voltou a sua terra natal a pedido do irmão mais velho que veio primeiro para abrir uma nova fábrica que foi inaugurada a um ano atrás. A Empresa Uchiha no país Suna nos últimos anos havia crescido consideravelmente, era necessário que Sasuke fosse para Konoha afim de ajudar o irmão a administrar a grande Empresa. A Familia Uchiha era conhecida por incríveis cosméticos criado para o uso da sociedade, os melhores perfumes tirados das pétalas de flores, hidratantes feitos dos óleos de castanhas e outros frutos. Não existiam competições no país pois a fábrica Uchiha era imbatível possuindo os melhores químicos, bioquímicos e isso incluía o próprio Sasuke e o seu irmão mais velho Itachi.

Sasuke Uchiha, um homem alto, de porte atlético, muito bonito e vestido elegantemente numa camiseta social de manga longa azul marinho, calça escura preta e sapatos pretos, o paletó preto ele segurava por cima dos ombros. Entrou na fábrica a procura do irmão mais velho, as mulheres que estavam na recepção pararam de fazer as suas tarefas para observar o homem andar para o elevador. Sasuke estava agora com 26 anos, sua vida havia mudado drasticamente por um acontecimento que até hoje ele não havia encontrado uma resposta, ou talvez ele nem queira encontrar, mas o fato era que no fundo ele queria poder ver aquela mulher, olhar nos olhos verdes dela e perguntar o porquê de desaparecer? Qual o motivo? Alguma coisa que ele fez ou não fez? Alguma atitude? A porta do elevador se abriu e não havia ninguém, ele entrou e a porta se fechou atrás de si, ele apertou um botão que ia no andar que era a sala do irmão.

Itachi Uchiha estava sentado em sua mesa analisando uns papéis, assim como Sasuke, também era um homem muito bonito, os longos cabelos negros estavam presos para trás com alguns fios soltos caindo na testa, seus pensamentos estavam absorvidos pelos papeis ali na frente que não ouviu a porta da sala se abrir e em seguida fechar.

—Itachi? – Sasuke perguntou em frente à mesa do irmão, os braços agora cruzados, o paletó em cima da poltrona negra. O irmão levou um susto ao ouvir a voz do irmão caçula e levantou o olhar para o mesmo.

—Sasuke? Sasuke! – disse sorrindo e levantando-se para ir de encontro ao irmão para abraça-lo. – Você não avisou que chegaria hoje.

—Não avisei ninguém que viria cedo, assim a nossa mãe não precisaria se incomodar com a minha hospedagem. – Sasuke respondeu soltando-se do irmão e o vendo voltar a se sentar, observou as papeladas na mesa.

—Por que isso? Não pretende ficar na casa da mãe? – Itachi perguntou observando o irmão se sentar. Ambos tinham pouca diferença de idade, Itachi já estava com 31 anos, porém não era casado, mas segundo as informações da mãe, estava interessado numa moça que era estagiaria na fábrica.

—Não, na verdade vou me hospedar num hotel simples para depois ver um apartamento. Pretendo recomeçar aqui e voltar a trabalhar com você, tio Madara concordou que eu saísse da empresa em Suna e viesse para cá, tio Óbito assumiu o meu lugar lá. – Sasuke respondeu sentando-se e logo alisando o dedo anelar esquerdo, a aliança ainda estava ali. Itachi reparou que os olhos do irmão ficaram imóveis, sem foco algum, ele apenas passava o dedo por cima da aliança e começava a girar.

—Você precisa esquecer o passado, meu irmão, precisa se livrar de qualquer sombra dela. – Itachi disse, calmo. Tinha que saber dizer algo certo a Sasuke, mas sabia que o irmão não daria ouvidos.

—Eu não posso. – Sasuke respondeu colocando as mãos no braço da poltrona. – Isso é algo que não consigo me esquecer tão facilmente.

—Você a procurou por um ano, Sasuke. – Itachi o lembrou. Lembrava do desespero do irmão ao tentar procurar a esposa que sumira da noite para o dia, sem deixar rastros. As roupas dela na época continuaram no apartamento, ela foi embora e não levou nada, nem se despediu ou deixou alguma carta, na mesma época que ela sumiu, no mesmo dia praticamente havia acontecido um acidente aéreo. Mas pouco se sabe sobre a história ou quem estava lá. A única notícia dela era que ela havia saído de Suna, mas ninguém sabia para onde e com quem.

—Eu ainda tenho esperanças em encontrar a minha esposa. Sakura deve estar em algum lugar vivendo a vida dela. – Sasuke respondeu, mas a verdade é que ele não sabia ao certo.

—E se ela estiver com outro, Sasuke? – Itachi perguntou, desesperado.

—Ela ainda é casada comigo! – Sasuke respondeu irritado. Itachi balançou a cabeça negativamente. Era possível que Sasuke ainda se encontrava apaixonado por aquela mulher, ou era sede de vingança.

—Eu me preocupo com você, meu irmão, com o seu bem estar. Existem muitas mulheres que podem servir a você, que querem você. Tente se dar uma chance. – Itachi sugeriu fazendo Sasuke sorrir.

—Eu ainda tenho um objetivo, mas obrigado pelo conselho. – Sasuke disse, divertido. Piscou para o irmão e pegou o paletó em cima da poltrona e saiu andando.

—Você merece ser feliz, Sasuke. – Itachi disse, observando o irmão parar e olhar para trás.

—Eu já sou. – sorriu e saiu da sala.

Assim que Sasuke saiu da sala do irmão, seguiu o corredor e quase no final achou a sua sala, havia seu nome na porta “Vice-presidente, Bioquímico Molecular Sasuke Uchiha”, ele pegou na maçaneta a abriu a porta. A sala estava organizada, porém não possuía papeis já que a sala estava “abandonada”, ele entrou na sala e sentou-se na sua mesa, era madeira maciça, ao seu lado tinha uma gaveta que estava trancada, somente ele tinha a chave das gavetas que eram suas, parece que não invadiram ali, pois não havia sinais de arrombamento nas gavetas, ele tirou a chave que estava no bolso da calça e abriu a gaveta. Lá dentro havia um porta retrato, ele pegou e observou a foto. Era a foto de casamento dos dois, ambos sentados, ela estava rindo e olhando para a câmera, era Itachi que havia tirado a foto, Sasuke estava ao seu lado, olhando para ela, sorrindo, parecia admirado, o véu dela estava sobre os dois, uma brincadeira que ele fez com ela que arrancou gargalhadas e onde Itachi conseguiu capturar o momento.

—Pois bem, Sakura, eu vou te achar e você vai pagar com o que fez!

Hotel Botão de Cerejeiras – 15:00

Sakura Haruno estava atrás do balcão do seu hotel, algumas pessoas o procuravam pela excelente localização e bom gosto da decoração, era um hotel grande e reformado a um ano atrás, muitos casais recém-casados procuravam o serviço do hotel para a lua de mel, Sakura tinha o prazer de organizar o ambiente para recebe-los. Era formada em Hotelaria e Turismo e também em Arquitetura, mas preferiu se especializar na área de Decoração. Era uma mulher de beleza angelical porém marcante, longos cabelos róseos e cheios, olhos verdes e pele clara, nariz fino e arrebitado com lábios cheios. Trajava uma camiseta branca de mangas longas bem finas, com detalhes de renda horizontal onde abotoava, uma saia cós alto estampada de tons marrom, branco e preto e um sapato de salto alto na cor bege, os olhos estavam com um delineado preto de gato e batom cremoso rosado, a saia marcava bem a sua cintura e quadril, mostrando pernas grossas e perfeitas. Assim que entregou a chave para o novo hóspede, sorriu e o acompanhou até o elevador.

—O quarto 17 fica no segundo andar, corredor da direita, Senhor Sarutobi. – ela sorriu para o velho senhor que entrou no elevador.

—Tia Sakura! Tia Sakura! – ela ouviu duas crianças gritar e reconheceu a voz.

—Himawari, Boruto. – ela sorriu e abriu os braços para receber calorosamente os sobrinhos adotivos. – Onde estão os seus pais?

—Aqui, Sakura-chan! – Naruto gritou acenando segurando a esposa Hinata pela cintura.

—Não grite, Naruto-kun, ela está perto. – Hinata repreendeu o marido, Sakura riu. Sakura conheceu Naruto e Hinata a 3 anos na faculdade, ele era de Administração e a esposa de Ciências Contábeis. Naruto Uzumaki tinha 26 anos, era o administrador do Hotel Botão de Cerejeiras e casado com Hinata Hyuuga a seis anos, tinham Boruto de 6 anos e Himawari de 4. Homem alto, louro dos olhos azuis, era muito bonito, Naruto era alegre, espontâneo, sorridente e muito atrapalhado, totalmente o oposto da esposa que era tímida e muito prestativa. Hinata Hyuuga trabalha na empresa do pai, eram criadores de móveis, ela fica na área administrativa junto com o irmão Neji. Era uma mulher bonita, de cabelos médios na cor preto azulado, olhos perolados. Os filhos puxaram a cor dos olhos do pai, porém só o mais velho era loiro. Todos moravam no hotel.

—Já mandei buscar os lençóis novos, Sakura-chan. – Naruto disse entregando para ela o comprovante das compras.

—Naruto, já disse pra você que não precisa fazer isso, assim como eu, você tem acesso ao cofre e os documentos. – ela disse fazendo o loiro rir. Mesmo que a maior quantia da compra do hotel fora dela, isso não significa que ela seja a patroa do amigo. – eu preciso resolver algumas coisas no centro da cidade, poderia ficar aqui um pouco, Hinata?

—Claro, Sakura-chan. – Hinata assentiu, sorrindo. Ela estava com um vestido longo florido. – As crianças não foram hoje para a escola, posso ficar aqui com elas.

—Tudo bem, muito obrigada. – Sakura agradeceu abraçando a amiga e beijando o rosto dela, pegou a chave do carro e saiu.

Sala de Sasuke – 16:00

Sasuke estava organizando a mesa e os papeis que Itachi deixou sobre a responsabilidade dele, no outro dia ele começaria a trabalhar. Sasuke não queria ficar na casa da mãe, mas não sabia que hotel ficar, queria algo mais simples, porém confortável e aconchegante. Seus devaneios haviam sido cortados pelo barulho do seu celular, quando pegou e olhou a tela, era a mãe que estava ligando.

—Oi, mãe. – Sasuke atendeu.

—Oi, meu querido. – Mikoto disse, sorrindo. – Não sabia que você tinha chego em Konoha hoje. Depois de anos longe daqui, finalmente estamos em casa.

—A senhora só está aqui a 6 meses, não poderia dizer nada. – Sasuke disse rindo e fazendo sua mãe bufar fingindo estar irritada. – A nossa empresa deu certo aqui, mãe, a um ano atrás quando compraram a fábrica. Tio Madara tinha razão quando disse que as plantações dos fazendeiros eram grandes e propicias. Muito provavelmente aqui iremos ter muito mais criações e ideias do que em Suna.

—Fomos para Suna quando você e Itachi ainda eram pequenos, fico feliz que queiram fincar as raízes na terra natal de vocês.

—Nossa. – Sasuke corrigiu. – Nossa terra natal.

—Itachi me contou que você não pretende ficar conosco.

—Vou ficar num hotel primeiro, depois irei comprar algum apartamento. – Sasuke se explicou, não queria que a mãe implorasse para que ele ficasse na casa.

—Eu entendo, meu querido. – Mikoto disse para a surpresa do filho. – Se precisar, você sabe quem procurar e venha jantar comigo e seu pai, ele está doido querendo ver você.

—Tudo bem, mãe. Qualquer coisa lhe aviso. – Sasuke disse, se despediu da mãe e desligou o telefone.

Depois das 18 horas, Sasuke havia terminado de fazer tudo o que tinha que fazer, estava cansado e com dor de cabeça, a fome batera e ele precisava jantar. Pegou o paletó e antes de sair da fábrica, passou na sala do irmão, abriu a porta e o viu arrumando as coisas para ir embora.

—Fofoqueiro! – Itachi olhou pra porta e viu a cabeça do irmão, sorriu e atirou uma caneta na porta, Sasuke riu e fechou a porta antes da caneta atingi-la.

Sasuke entrou numa lanchonete, não queria jantar, alguns sanduiches naturais e suco já era o suficiente. Depois que fez o pedido, perguntou a moça se tinha um hotel que ele pudesse se hospedar.

—Bom, senhor. O melhor hotel aqui na cidade é o Botão de Cerejeira, é elegante, confortável e simples. Vou escrever o endereço para o senhor.

—Agradeço. – ele disse, alguns minutos depois que a moça se afastou e voltou com o pedido dele, ela havia trazido um papel com o endereço do hotel, Sasuke pegou o papel que a moça estendeu a ele e agradeceu. Leu o que estava escrito e sentiu um arrepio que percorreu todo o seu corpo, era estranho mas sentiu como se algo muito importante fosse acontecer e que talvez poderia mudar a sua vida... novamente.