Last Trigger escrita por LaSarradaDeBM


Capítulo 2
In the Hospital




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"O som do disparo ecoou em minha mente e logo em seguida, outro.

Só conseguia ver o sangue, sentir meu suor e minhas lagrimas escorrerem.

Alguém havia sido ferido. Vitor."

[...]

Não pude ver o momento exato em que o primeiro gatilho fora apertado, mas me pareceu ter vindo de um dos policiais que, infelizmente, não atingiu o alvo no lugar desejado, mas sim na perna esquerda do sujeito, que ao sentir a bala atravessando parte de sua coxa, atirou em Vitor, que caiu no chão, remoendo-se de dor e manchando sua roupa, e o chão de sangue.

— NÃAO!- gritei com todas as forças, e acabei voltando a atenção do bandido pra mim, o que, felizmente, o deixou vulnerável por segundos suficiente para darem uma sequência de tiros em seu peito, e fazê-lo cair, pronto para ser imobilizado.

Ignorei o resto da operação criminal e corri até o corpo caído de Vitor, ele ainda estava acordado.

— Alguém chama a ambulância! - Exclamei em prantos, em quanto meus amigos se aproximavam de nós dois.

— Sara, fique calma - Gus tentou me tranquilizar, o que foi em vão. - ele vai ficar bem.

— Já está chamando .. - avisou Gabriela, ao telefone.

Eles continuavam repetindo para eu ficar calma. Não podia. Era a coisa mais impossível para mim naquele momento.

Eu olhava para o céu e chorava - lembrando-me do primeiro impacto - estava tão perdida em meu interior, não conseguia esconder, meu desespero e medo de perde-lo estava evidente.

Ele olhava fixamente pra mim, com seus olhinhos castanhos e que me transmitiam apenas o pouco de esperança necessária naquele momento.

Foi a ultima coisa que vi naquela manhã. Seus olhos.

Imaginar a possibilidade de não tê-lo ao meu lado, numa situação tão delicada na qual nos encontrávamos, foi muito pra mim, que ainda estava tão fraca de espirito. Não foi fácil sair da depressão em que eu havia permanecido por anos, Vitor me ajudou muito, ele foi e é a pessoa mais importante que tenho nessa vida; e eu não gostaria de ter uma recaída justo agora.

Minha pressão subiu demasiado, e só acordei horas depois no hospital, disseram-me que conseguiram pegar o bandido, e que a ambulância chegou minutos depois após meu desmaio, e então fomos levados até lá.

— Eu quero vê-lo. 

— Ainda não pode, Sara. - disse Gus. - você está fraca e precisa descansar.

— Não. Eu estou bem. - exclamei, levantando-me da maca, mas fui estupidamente empurrada de volta pelo meu querido amigo.

— Você não vai! Ele está bem, está em boas mãos, os médicos vão cuidar dele. Então, relaxe, Sara! 

Respirei fundo, tentando não perder a paciência. 

— Tudo bem. Eu vou ficar aqui, mas quero que venha me contar cada noticia que tiverem dele. - falei. 

— Tudo bem, olha, vou até lá agora mesmo ver se consigo um relatório atual, assim você fica mais tranquila.. - disse, aproximando-se de mim e depositando um pequeno e cálido beijo em minha testa. Ele sempre me considerou sua irmã mais nova, e sempre esteve ao meu lado, me protegendo, seja do que for.

— Vai lá.. - dei um pequeno sorriso de canto, e o observei sair porta a fora, deixando-me sozinha. - mas por favor, me conte a verdade. - Ele deu uma ultima olhada e sorriu, antes de fechar a porta.

Era tudo o que eu precisava naquele momento. Ficar sozinha.

Poder desabar, colocar pra fora tudo o que estava sentindo, sem ninguém para me olhar, julgar e dizer o que devo fazer, ou como devo estar.

Chorei baixinho para que ninguém, ou alguma enfermeira ouvisse e viesse questionar. Desejei que estivesse vivendo uma mentira, que tudo aquilo fosse um pesadelo, que logo eu iria acordar, olhar o celular e ter sua mensagem de bom dia, queria acreditar que ele iria ficar bem, mas algo dentro de mim me dizia ao contrário. Uma imensa angústia crescia em mim. Lembrei-me do mau pressentimento que tive hoje cedo.

Não, não, não, isso não pode ser real. Por favor, Sara, acorde!


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