Hero escrita por spyair


Capítulo 30
Fim


Notas iniciais do capítulo

Yo, minna!
SIM! É isso mesmo que vocês leram no título! Essa maravilhosa história que se tornou meu bebê (que como todo bebê me arrancou muitas noites de sono), e sério, quero agradecer muito de todo o meu coração por todas as pessoas que acompanharam até aqui. Então, sem mais delongas, nos vemos nas notas finais.



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Alguns longos anos depois

Um céu nublado emoldurava as ruas da metrópole corrida. O trânsito estava parado, várias pessoas saíam de seus carros para conferir o que os estava impedindo de prosseguir seus percursos para suas vidas. Era ele. Um ícone mundial no quesito "herói", que apesar de ter a personalidade muito forte, conquistara o mundo. Bakugou Katsuki. Estava de passagem por Tóquio, e deu a sorte de encontrar um vilão. Fazia tempo que não explodia tudo, então aquilo o alegrou. Tentou se controlar daquela vez, não precisava de uma conta enorme em sua mesa pelos danos que causara às ruas.

Pelo menos o vilão fora derrotado e não tiveram vítimas. Enquanto esperava a polícia chegar para levar o vilão para a delegacia, estava entretido discutindo com crianças. Nunca teve paciência pra crianças, mas tentava não explodir a cara dos pirralhos. Isso não seria nada bom para sua reputação.

— Escuta aqui, pirralho! Acho melhor calar a boca antes que eu te quebre no meio! — vociferou, rangendo os dentes. Talvez tenha sido um erro, já que o garotinho começou a chorar. Ao sentir o olhar incriminador da mãe da criança sobre suas costas, mordeu a língua, forçando um sorriso. — Então, que tal você pegar isso — puxou algumas moedas do bolso, estendendo para a criança — e comprar um sorvete? Em troca, você não conta nada do que eu disse pra ninguém.

Não precisou nem pedir duas vezes, o menino tomou as moedas e saiu correndo com a mãe em seus calcanhares. Bakugou suspirou. Tinha se livrado de uma boa multa.

Ouviu o celular tocar dentro do bolso, então puxou-o para ver quem estava lhe ligando. Fez uma careta para o nome que aparecia no visor.

— O que é, Deku de merda?

— Sempre bom falar com você, Kacchan — revirou os olhos. — Só queria saber se você vai vir aqui em casa hoje. O pessoal vem, sabe, reencontro da turma.

— Tô fora, isso vai ser um saco.

— Kacchan, sabe que me deve uma por aquela vez na Holanda — o tom de voz do Midoriya o deixou puto, com vontade de jogar o celular na lixeira mais próxima.

— Eu te odeio.

— Te espero aqui às sete.

Amaldiçoou todas as gerações futuras da família do esverdeado enquanto enfiava as mãos nos bolsos e saía daquele local congestionado. Caminhava sem rumo, perdido em pensamentos distantes. Quando se deu conta, estava num parque. Era bem verde, as árvores distribuídas ao redor do caminho de pedra que cruzava e se ramificava por todo o espaço do parque. Canteiros de flores enfeitavam aqui e ali, mas como não gostava de flores, não se deu ao trabalho de aprecia-las.

Seguiu seu caminho pelo parque calmamente, irritando-se por tantas pessoas alegres e radiantes ao seu redor. Revirou os olhos para um grupo de crianças que discutia e evitou olhar para um casal que se beijava num banco de pedra. Imaginou Kirishima em sua mente dizendo "Cara, até quando vai insistir nisso? Tem que achar alguém ou então vai morrer como um velho rabugento e amargurado. Não que você já não seja...".

Prosseguiu o trajeto fitando o chão, observando seus sapatos sujos aparecerem e sumirem. Teve que parar num momento, já que dois garotos passaram correndo em sua frente e quase o fizeram tropeçar.

— Olhem por onde andam, seus… — reprimiu o xingamento que estava para sair, bufando. Olhou em volta, não sabia onde estava. — Ótimo, perdido nessa droga de parque.

Antes que desse meia volta, uma estátua à sua frente chamou sua atenção. Exibiu um sorriso tristonho para aquela obra que já não via à muito tempo. Ao redor dela, um canteiro de flores com pétalas carmesins e caule roxo, protegidas por um muro de tijolinhos onde várias mensagens de giz foram deixadas. No pedestal que sustentava a escultura havia uma inscrição.

"Escultura feita em homenagem à Vitale, a corajosa heroína que salvou o mundo"

Era ela. Lindamente retratada, cada um de seus detalhes fora preservado. Observou aquela escultura por muito tempo, até se dar conta de que pequenas lágrimas escorriam por suas bochechas. Nesse momento, percebeu que ainda sentia imensas saudades daquela garota. A menina irritante e escandalosa, que, de algum jeito, roubara seu coração e o levara consigo.

Odiava ter que admitir isso, mas sentia saudades de sua antiga turma da U.A. Ele não ia com a cara da maioria das pessoas, grande parte da turma o irritava, mas foram tempos bem divertidos. Sem contar seus velhos amigos, os quais não via com frequência.

Cruzou o jardim verde e organizado da nova residência do Midoriya. Não podia negar que Izuku conquistara uma ótima condição financeira, agora que finalmente adquirira seu posto de Símbolo da Paz. Era poderoso, inteligente e carismático, ninguém melhor que ele para esse cargo.

Mas eu sou melhor que ele, declarou para si mesmo, ainda tinha um ego bem inflado.

— Kacchan! — ouviu a vozinha irritante que ele conhecia bem, mas que definitivamente não estava com saudades. Era a filha de Izuku com Ochako, uma garotinha muito eufórica de cabelos esverdeados, que não parava quieta por nenhum segundo e só pensava em agarrar as coisas.

— Deku! — gaguejou ao ver a criaturinha se aninhar em sua perna esquerda, abraçando-a firmemente. — Tira essa coisa de mim!

— Sempre ótimo com crianças — a voz debochada de seu melhor amigo ruivo ressoou no cômodo. — Vem cá, Kaede — chamou, abrindo os braços para a criança que se jogou em cima dele.

Bakugou xingou internamente, tinha senso o suficiente para não falar palavrões perto dela. Uraraka o mataria, e ele com certeza ainda lembrava-se da força da manipuladora de gravidade.

— Onde está o resto de imbecis?

— Lá atrás. Ah, me ajuda a levar umas coisas pra lá — nesse ponto Kirishima já o conduzia pela casa até a cozinha, apanhando duas sacolas de plástico lotadas de coisas e entregando ao loiro. Caminharam juntos por aquele labirinto emaranhado de paredes até alcançarem uma porta dupla, que Bakugou se colocou a abrir pois Kirishima carregava Kaede.

— Katsuki! — a primeira coisa que viu foi a cabeleireira cor de rosa impedindo sua vista, só depois assimilou que aquela era sua amiga Ashido Mina. — Vem, estamos fazendo churrasco! — foi a vez de ela o conduzir até o espaço amplo onde várias pessoas se encontravam. Tanto adultos como crianças. Estas estavam reunidas numa caixa de areia, brincando com pás e baldes. Uma garotinha ocluda de cabelos cor de rosa fez companhia a Kaede, enquanto os dois garotos incrivelmente parecidos (exceto por seus cabelos, um tinha cabelos brancos e o outro cabelos vermelhos), e um outro garoto que tinha feições semelhantes às de um sapo, mas com cabelos negros lambidos para trás brincavam de algo que ninguém entendia.

Um pouco mais afastado, os adultos conversavam. A maioria da antiga sala da U.A estava alí. Bakugou pôde notar a falta de Kaminari e Jirou que tinham se casado recentemente e saído em lua de mel; Ojiro, Sero, Kouda, e alguns outros que Bakugou não conseguiu lembrar os nomes também não estavam alí. O restante conversava animadamente, distribuídos por uma tenda que tinha sido armada alí.

— Kacchan, sabia que viria! — a animação de Izuku logo o rodeou. — Vamos, preciso que você cuide das carnes!

Logo ele já tinha uma função naquela confraternização, estava interagindo (brigando) com seus antigos colegas e revendo pessoas que não via à muito tempo. Em menos de uma hora, todos estavam sentados no chão degustando os pratos feitos pelas sempre habilidosas mãos de Satou.

***

— Pessoal, vejam o que eu achei! — Uraraka se pronunciou, depois de algum tempo imersa em seu notebook.

— O que? — Asui se colocou ao seu lado para espiar a tela do computador.

— O vídeo da nossa formatura! — exclamou. Todos se animaram com a notícia, e não demorou muito para que o vídeo estivesse sendo projetado em uma tela branca.

Toda a antiga turma organizou-se para assistir o vídeo tão nostálgico. Emocionaram-se com algumas partes, riram com outras, e prestaram atenção em outras. Principalmente uma. Uma cena em especial que causou arrepios na espinha dos heróis.

Um homem baixinho adentrava o palco para se colocar ao lado do diretor da U.A, igualmente baixinho. Atrás dele, dois homens de terno carregavam um móvel coberto por um tecido branco.

— Agora, entregaremos o diploma e o certificado de Midoriya Hanae. — os dois homens puxaram o tecido branco, revelando uma grande moldura exposta num cavalete. A moldura portava uma grande fotografia de uma bela garota sorridente de cabelos azuis — Infelizmente, e por algumas obras do destino, ela não pôde estar aqui hoje, mas suas últimas ações a tornam merecedora deste certificado. Então, eu concedo agora á Midoriya Hanae, Vitale, o título de heroína profissional.

Palmas ressoaram no vídeo por alguns instantes até o homem baixinho tomar a palavra.

— Em nome da Organização das Nações Unidas, por consenso geral, concedo à Vitale um certificado de honra, por suas ações heróicas que preservaram a vida como a conhecemos. Uma salva de palmas — pediu e foi concedido.

Midoriya Hanae, a heroína que salvou o mundo certamente deixara uma marca insubstituível no coração de cada uma das pessoas com quem já cruzou, e ainda há de deixar marcas em muitas gerações futuras.


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Notas finais do capítulo

E aí?? Espero que tenham realmente gostado dessa longa história, e é com muito pesar que me despeço com vocês uma última vez...
Vá além, PLUS ULTRA!