Hero escrita por spyair


Capítulo 1
Eu vou ser uma heroína!


Notas iniciais do capítulo

Yo, minna!
Essa é a minha primeira fic, espero que gostem.
Nos vemos nas notas finais!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/740045/chapter/1

Com pouco menos de cinco meses de vida, minha mãe adotiva me encontrava num cestinho em um beco escuro e sujo. Na época, meu irmão havia acabado de completar um ano de idade e a mamãe não tinha condições de criar duas crianças, mas seu coração grande demais a impediu de me entregar para um orfanato. Ela passou por muita dificuldade no começo, a adaptação foi difícil, mamãe trabalhou feito louca nos primeiros anos para conseguir nos sustentar, mas no fim tudo deu certo. Eu e meu irmão nunca passamos fome nem frio, e isso se deve aos esforços da minha mãe. Ela com certeza é minha maior heroína.

Meu irmão era valente e bondoso além da conta, fora que era muito inteligente, mas isso geralmente se tornava um problema, já que ele sempre acabava machucado no fim e sobrava para mim dar uma lição nos valentões. Nem por isso ele deixou de ser meu herói.

Aos quatro anos eu despertei minha Individualidade, como a maioria das crianças. Porém meu irmão não havia desenvolvido Individualidade, e quando ele se metia em problemas eu tinha que dar uma ajudinha.

Tá brincando de herói, Deku?! Você nem mesmo tem uma Individualidade! o valentão do bairro, Bakugou Katsuki gritou, segundos antes de correr junto com seus dois amigos na direção do meu irmão. Quando eu finalmente consegui alcancá-los, Izuku já se encontrava machucado e com lágrimas ameaçando escorrer livremente por suas bochechas.

Ei, idiotas! Parem de bater no meu irmão! vociferei, jogando-me nas costas de Katsuki, e agarrando os cabelos dos dois garotos coadjuvantes cujos nomes eu não fazia ideia. Corre, nii-san!

Os três ficaram presos tempo suficiente para que Izuku ajudasse o outro garoto machucado, que eu realmente não fazia ideia do que tivesse acontecido com ele, a levantar e fugir.

Naquele dia eu terminei com um corte no braço, mas dei um chute na bunda do Bakugou que valeu muito a pena lembrar durante vários anos.

Estes anos seguiram á passos de lesma, tudo ocorria na maior normalidade do mundo até o ultimo ano do fundamental, onde eu decidi que entraria para a U.A, a melhor escola preparatória para super-heróis do país.

A história de como eu, Midoriya Hanae, me tornarei uma heroína começa aí.

***

Droga, droga, droga, droga! Eu realmente devo ter o dom de fazer as coisas darem errado, a começar pelo fato de não conseguir levantar da cama no horário certo, ter sido perseguida pelo cachorro da vizinha durante três quarteirões, pisado numa poça de lama e perdido as chaves do meu armário.  

Percorri os corredores vazios da escola, amaldiçoando Izuku por não ter me acordado, isso tudo com certeza é culpa dele, até a minha sala de aula. Sem cerimônia alguma, escancarei a porta, parando de andar em frente á cena que acontecia dentro da cala.

— Nii-san... — murmurei, ao encontrar meu irmão encolhido ao fundo da sala, com todos os olhares voltados para ele.

— Esquece aquilo que eu disse sobre Individualidade de merda, você é muito pior, porque não tem Individualidade nenhuma! Então por que você quer se pôr no mesmo nível que eu?!  — a voz irritante de Bakugou Katsuki pôde ser ouvida por mim.

Izuku tentou argumentar com Katsuki, em vão.

— Ei, maldito! Acho bom calar a boca, ou vou te matar! — exclamei, abrindo caminho entre os alunos. Katsuki virou-se para mim lentamente, sua face contorcida em ódio.

— Não fode, Midoriya!

— Que tal brigar com alguém que queira brigar e deixar meu irmão quieto?! — bati meu peito contra o dele, encarando-o ameaçadoramente.

— E desperdiçar meu tempo com uma garota de merda como você? — Bakugou soltou uma risada de escárnio, seu rosto levemente abaixado devido á minha falta de altura.

— Já chega, todos vocês! — o professor interveio antes que eu voasse no pescoço do Bakugou — Voltem para os seus lugares agora!

***

Ao fim das aulas do dia, Izuku e eu partimos para o caminho costumeiro que fazíamos de volta para casa.

— Nii-san, eu já cansei de falar pra você que não pode deixar aqueles sacos de estrume intimidarem você e...

— É fácil pra você falar, Hanae — cortou, parando de andar  — Você tem Individualidade, bate de frente com todos os garotos do bairro e vai entrar na U.A facilmente. Alguém como você nunca entenderia como me sinto.

Então Izuku entrou por uma rua diferente, deixando-me sozinha naquela rua.

Naquele dia, vi minha mãe quase ter um ataque cardíaco quando Izuku apareceu nos noticiários por ter se jogado de cabeça num vilão e tentado resgatar Katsuki, que havia sido feito de refém pelo mesmo e ambos foram salvos por ninguém mais ninguém menos que All Might, o super-herói numero um.

Do nada, meu irmão decidiu que ia seguir um plano de vida rigoroso para ingressar na U.A. Tudo o que ele fazia era cronometrado, mal conversávamos sem que ele estivesse fazendo flexões ou levantando pesos, e isso nos distanciou. Mas eu também decidi algo. Ele não me deixaria para trás. Eu foquei todo o meu tempo livre em treinamento, luta corporal e aperfeiçoamento das minhas técnicas.

Com certeza eu entraria na U.A e me tornaria uma heroína!

***

Chegado o dia do exame, eu não poderia estar mais nervosa. Óbvio que eu me sentia preparada, mas não podia evitar o nervosismo. E se eu não passasse? E se eu colocar tudo a perder? Meu futuro inteiro estará arruinado, eu terei que passar o resto da vida como uma heroína de quinta categoria e...

Livrei-me desses devaneios ao molhar meu rosto com água gelada da pia. Encarando meu reflexo, exibi um sorriso para mim mesma.

Muito bem, Hanae. Você consegue!

Após fazer minha higiene matinal e reunir tudo o que precisaria para a prova, rumei para a cozinha, onde minha mãe já preparava o café da manhã. Ela possuía uma expressão mais nervosa do que a habitual, e isso me inquietou.

— Okaa-chan, o que houve? — indaguei, apanhando um bolinho de arroz da travessa.

— Não é nada — ela tentou disfarçar, ficando de costas para mim.

— Okaa-chan? Está nervosa pela prova?

Após proferir essas palavras, mamãe se atirou sobre mim, me abraçando fortemente.

— Boa sorte, meu amor! Você vai conseguir! — exclamou, me soltando e deixando um beijo babado em minha bochecha.

Ouvimos um baque surdo vindo de trás de mim, indicando que Izuku havia acabado de adentrar a cozinha.

— E-estou bem! — assegurou, sentando-se à minha frente e pegando também um bolinho de arroz.

Comemos rápido e em silêncio, em seguida nos despedimos de nossa mãe e saímos de casa para a estação de trem que nos levaria até a U.A.

***

Sensacional!

É a única palavra que eu posso usar para descrever o prédio da U.A. Mais incrível do que qualquer coisa que minha fértil imaginação fosse capaz de criar ou que as fotos da internet pudessem mostrar. E lotada! Eu sabia que a concorrência na U.A era grande, mas não imaginei que fosse tão grande assim.

— Izuku, espere aí! Deveríamos pedir informações.

— Tem razão — o garoto olhou de um lado para o outro, olhando para mim no final. — Não tem nenhum balcão de informações por aqui!

— Deixa comigo. Espere aqui, okay? — então eu deixei-o alí e saí correndo em busca de alguém que parecesse saber para onde ir.

Cruzei com um garoto muito alto e musculoso de óculos que tinha muita cara de quem sabe das coisas. É, ele serve.

— Ah, com licença? — chamei, tocando seu braço levemente. — Será que você não saberia me informar pra onde eu devo ir para fazer a prova? É que eu estou um pouco perdida, sabe?

Expressando um sorriso, ele me indicou o auditório onde seriam dadas as instruções da prova. Agradeci também com um sorriso.

— Muito obrigada. E aliás, meu nome é Midoriya Hanae — estendi a mão.

— Iida Tenya, muito prazer! — ele apertou minha mão entusiasmadamente.

— Então, boa sorte, Iida-san — acenei e virei-me, voltando pelo mesmo caminho que havia vindo, procurando Izuku atentamente com os olhos. Ao chegar no ponto em que havia o deixado, me desesperei.

Perdi meu irmão! Ah, as coisas já começaram a dar errado!

Afastei os pensamentos negativos da mente e me concentrei em procurar Izuku, e tamanha foi minha surpresa.

Geralmente, é só procurar o aglomerado de gente para encontrá-lo, mas desta vez eu realmente me surpreendi.

Midoriya Izuku estava conversando com uma garota (Que não sou eu), bem diante dos meus olhos!

Ah, por que eu não tenho uma câmera agora?

Aguardei ansiosamente que ela se afastasse o suficiente para que eu pudesse correr desesperadamente até lá e abraçar o pescoço do meu irmão mais forte do que ele seria capaz de aguentar.

— Nii-san! — soltei-o — Você estava falando com uma garota! Uma garota de verdade! Eu vou descobrir tudo sobre ela, não se preocupe. Vocês terão três filhos e um canário, vão morar num apartamento em Shibuya e serão muito felizes!

As bochechas de Izuku assumiram um tom muito avermelhado, fazendo-me rir.

— N-n-não é nada disso! — gaguejou, tentando se explicar — E-ela só me ajudou e...

Ainda rindo, entrelacei meu braço no seu, puxando-o para juntos irmos ao auditório onde seriam dadas as instruções para a prova.

***

O anfiteatro gigante comportava centenas de pessoas ansiosas quando o super-herói Present Mic adentrou o palco, com seu entusiasmo tipicamente conhecido.

— Bem vindos todos vocês ao meu show ao vivo! — cumprimentou ao microfone — Todos digam "HEEEEEEY"!

Silêncio.

Foi o que se fez após a frase do herói, que prosseguiu falando. Ao meu lado, Izuku tinha um ataque de nervos.

— Meu Deus! É o herói tipo voz "Present Mic"! Eu o ouvia no rádio toda semana, isso é incrível!

— Izuku, cale-se — pedi sem encará-lo. O garoto mordeu as próprias bochechas para conseguir reprimir a vontade de murmurar.

Present Mic continuou a dar detalhes sobre a prova, afirmando que iríamos para a réplica de cidade da U.A e lá encontraríamos vários obstáculos que teríamos que derrotar para acumular pontos, até que alguém se levantou algumas poltronas à frente pedindo para falar. Ele comentou algo sem importância sobre um quarto tipo de obstáculo, que aparentemente valia zero e que apenas deveria ser evitado.

Em seguida, o super-herói à frente gritou algo sem sentido e nos liberou para trocarmos de roupa. Em meio à multidão, me perdi de Izuku e demorei uma eternidade para encontrar o vestiário feminino. Também lotado, foi quase impossível me trocar. Usando minha roupa esportiva e um rabo de cavalo alto, deixei o vestiário em busca da réplica de cidade à qual eu havia sido designada.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

E aí? Gostaram?
Comentem, por favor! É fácil, rápido e não cai o dedo, além de deixar a autora muito feliz!
Nos veremos no próximo capítulo.
Vá além! PLUS ULTRA!



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Hero" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.