POV BEN

Dizer que eu estava nervoso era o mínimo, eu estava em choque, paralisado, só conseguia olhar para ela. Ela também me olhava, mas ficava sem graça e desviava o olhar, para depois me encarar novamente. Meu Deus como ela era linda, realmente muito linda. Mas ainda pessoalmente, ela era real e eu não cabia em mim de felicidade. Quero tê-la em meus braços, preciso senti-la. Devo estar ficando louco, só pode, não sei como agir.

A fada madrinha se apresentou, falou coisas, deixou ela intrigada e ela sorriu. Que sorriso, sou definitivamente um bobo apaixonado. A fada madrinha apresentou a mim e a Audrey, nossa havia me esquecido dela. Após a apresentação senti que seu sorriso murchou e ela me olhou sentida, apertei sua mão e não ia solta-la, não conseguiria, mas ela fez isso se desviando de mim, mas não conseguia deixar de encara-la. Apresentei-me a todos formalmente sem tirar meu olhos dela e então Audrey, minha namorada falou:

— Ah eu não culpo a sua mãe por ter enfeitiçado a minha, sabe eu sou filha da Bela adormecida.

— É eu sei quem é ela, sabe eu não culpo seus avós por terem convidado todo mundo para aquele batizado ridículo e não convidado minha mãe. – disse Mal sorrindo falso. Eu conhecia aquele sorriso, era o sorriso de eu poderia matar você sabe... Eu adorava ele, bom eu adorava todos.

A bendita da “minha namorada” passou os braços pelos meus ombros e ficou ali, por instinto quase me afastei, ainda mais com o olhar triste que a Mal me lançou, bom eu acho que foi por isso, então fingindo não ser nada me separei de Audrey, sendo bem cavalheiro.

Assim que chegamos perto da estatua do meu pai, bati palmas e o homem se transformou em fera. Todos se assustaram, mas ela não, ela sorriu e me disse rindo:

— Solta muito pelo?

— Minha mãe não deixa ele subir no sofá. – disse rindo pra ela que fez um biquinho lindo, quase fui e beijei ele. (serio o que ta havendo comigo?).

Audrey me empurrou percebendo o clima, qual é, tá tão na cara assim que até ela que é desligada ta notando? Me perguntei, mas deixa pra lá estou divagando, Mal me faz divagar. Me peguei mexendo em meu anel, o anel que será dela, nisso percebi que precisava terminar meu namoro e logo.

Audrey viu o Doug e o chamou para ajudar os novos alunos, serio que menina chata, eu tinha que arranjar uma namorar né (olha a ironia de novo). Enfim, ela fez Doug ajudar Mal e os amigos, não lembro o nome deles mais e quando fui avisar que podiam sempre contar comigo, a bendita disse para conversarem com o Doug. Bom, Doug é um cara legal, mais na dele, mas muito legal, ele é filho de um dos sete anões e sempre se esquece do nome de todos os tios.

Ao sairmos Audrey fez um show de ciúmes, falando muito, reclamando da minha proclamação e muitas coisas mais que não dei atenção. Sabe no inicio eu tentei, eu tentei gostar dela, mas é difícil quando se tem a mulher perfeita nos seus sonhos e agora essa mesma garota esta aqui, no mesmo lugar que eu. Fica difícil pensar em qualquer outra coisa. Enfim, deixei tudo isso passar, queria ir descansar, não tinha certeza se sonharia com a Mal agora que ela esta alcançável, terei que descobrir logo. A ultima noite não sonhei com ela e por isso não dormi, será que por ela estar tão perto eu não sonhe mais? Eu não sei como reagir a isso.

Sai pensando somente nela e não sei como transcorreu meu dia.

POV MAL

Ele riu comigo, pra mim. E foi tão simples, tão bobo... tão natural, nosso natural. Me fez ter esperança.

Assim que chegamos e após a fada madrinha se apresentar eu notei que ele não parava de me encarar, fiquei sem graça, sempre ficava, eu me tornava uma menina boba com ele (não gosto muito disso, pra falar a verdade, mas é real). Eu sinto que fiquei vermelha e desviei várias vezes o olhar, ate notar a nojenta da namorada dele o abraçando, me deu vontade de esmurrar ela.

Ele apertou a minha mão e eu senti uma onda elétrica passar por todo o meu corpo, pois pela primeira vez de verdade, estavamos nos tocando. Ele não soltava minha mão e não deixava de me olhar, mas eu fiz isso, não podia deixar aquilo continuar e quebrei o contato, mas mesmo se apresentando aos meus amigos, vi que ele não tirava os olhos de mim. Mas a Evie também notou, eu vi e ela iria querer conversar depois.

Tive uma pequena discussão com a sem sal, barra namorada, e dei meu melhor sorriso de vou te matar. Notei que Bem riu do meu sorriso, como se entendesse. E eu queria que ele entendesse. Após isso ele mostrou a estatua do pai dele e eu já conhecia o truque,, só dei risada e fiz a mesma brincadeira que em um dos nossos sonhos. Acreditem se quiser.. pasmei com a resposta dele, foi a mesma resposta. Fiz biquinho pra segurar a risada que ia ser gigantesca, ate chorar eu iria se duvidar. Mas acho que ele se interessou pelo meu biquinho charmoso. Estou sorrindo de um jeito maquiavélico agora.

Ao chegarmos nos nossos quartos, vi quanto Evie gostou dele e dei risada, ela era assim, não ia querer muda-la.

— Eu vi dona Mal – me disse rindo ela

— Viu o que? – perguntei

—Eu vi você e o príncipe Ben trocando olhadas, dando umas paqueradas – me disse rindo jogando um travesseiro em mim.

Eu dei risada, devolvendo o travesseiro do mesmo modo e disse – Você deve estar louca que vou me interessar por um principezinho meia boca. Faça-me o favor. – e dei meu melhor sorriso deboche.

— Tudo bem, então. Vou fingir que acredito. – finalizou o assunto para trocar por outro tenso. – Como vamos fazer para buscar a varinha?

— Vamos primeiro achar ela, depois tentamos recupera-la ainda hoje. Combinado? – disse, eu queria ir embora logo, pois não queria sofrer com Ben perto e não poder te-lo comigo.

— Sim. – me respondeu

Reunimos o grupo e descobrimos onde estava a varinha, porém ao tentarmos pegar uma sirene começou a tocar e tivemos que sair de lá correndo. Mandei todos irem direto para seus dormitórios, mas eu decidi ir caminhar. Com o fracasso da noite, sabia que teria que achar uma nova forma de pegar a varinha, só não tinha certeza ainda se eu queria fazer isso e também não sabia com agir com o Ben tão próximo. Era coisa demais e eu não sei se aguentaria.

Acho que perdi a hora pensando em como meu dia transcorreu que devo ter ficado fora do ar, quando me dei por mim, estava chorando e por isso resolvi ir para meu dormitório, limpando minhas lágrimas. Mais ai esbarrei em alguém no caminho.

— Me desculpe! – disse até que vi em quem eu esbarrei e ai eu travei.