A Caixa de Merlin escrita por Hanlia


Capítulo 7
Seção Reservada


Notas iniciais do capítulo

Gente, desculpa o atraso pra postar, coisas da faculdade e tal.
O próximo sairá em breve.



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— O que!? E que professor em sã consciência daria a vocês dois permissão pra ir até a seção reservada?

Fred e Jorge riram bastante, Evangeline os encarou, desconfiada.

— Você é tão engraçada, Evangeline... — disse Jorge em meio a risadas.

— Permissão, essa foi muito boa. — completou Fred.

Evangeline deu um tapa na própria testa, por alguns minutos havia se esquecido de com quem estava falando.

— Vocês devem adorar zombar da cara do perigo, eu não vou mesmo! Me procurem quando tiverem certeza do paradeiro da chave. — Evangeline virou-se de costas e saiu andando.

— Tudo bem, mas quem vai perder é você... — Jorge deu de ombros.

— Um local cheio de informações novas, vai mesmo desperdiçar essa chance? Esperava mais de você, Evangeline.

Evangeline parou no mesmo momento em que ouviu Fred, espiando por entre os ombros. Era verdade, com certeza acharia livros interessantes na seção reservada, nunca pensou nessa possibilidade. Quer dizer, era algo proibido.  Não poderia simplesmente entrar lá, poucos alunos entravam, e somente os mais velhos. Além disso, como ele ousa esperar algo dela?!

— Não me subestime, Fred Weasley! — a bruxa voltou ao encontro dos gêmeos, apontando diretamente para a cara de Fred. Eles eram muito parecidos, mas a diferença era clara.

Fred sorriu vitorioso e a bruxa suspirou.

— Certo, eu vou com vocês. Mas isso está muito estranho, pra que precisam de mim? E por que realmente estão tão interessados em me ajudar com a caixa? Isso não faz sentido nenhum, nunca fez.

— Não precisamos de você. — responderam.

Evangeline levou a mão ao peito, perplexa.

— Que audácia.

Os gêmeos riram.

— E estamos te ajudando porque somos seus amigos. — comentou Jorge.

— Seus amigos do peito.

— Ah claro, e eu sou o próprio Merlin. Agradeceria se vocês parassem de mentir pra mim tão descaradamente.

Fred olhou para Jorge cruzando os braços, Jorge respondeu o olhar, um tanto receoso. Os dois suspiraram e ao mesmo tempo olharam em direção a Evangeline, depois para os lados. A bruxa esperava impaciente pelo que sairia daquela “legilimência” dos dois. Quando subitamente foi arrastada por Fred para dentro de uma espécie de passagem que surgiu na parede após Jorge tocar em algumas pedras, mas ela logo se fechou. Era mal iluminada, estreita e úmida, Evangeline ficou perdida, olhava ao redor sem saber onde estava. Os gêmeos pareciam se divertir com a confusão da garota.

— Okay, admitimos. Tínhamos interesse na caixa, desde antes de chegar em Hogwarts, na verdade. — confessou Fred.

— Por isso nós sabíamos onde ela estava, mas precisávamos do mapa pra ter certeza.

— Existem vários itens estranhos espalhados por Hogwarts, sabia? Sua caixa e o mapa são só mais uns deles, e pretendemos achar todos. — Fred disse confiante.

— A diferença é que você tem esse livro, Evangeline. — Jorge apontou para a bolsa camuflada da bruxa.

— O que torna a caixa mil vezes mais interessante, a marca de Merlin não é tão comum assim. Não seria tão legal ter uma caixa que não dá pra abrir, só iria acumular poeira. O seu livro é praticamente parte do desafio.

— Resumindo, vocês me usaram na cara dura. — Evangeline resmungou, aborrecida com aquilo tudo. — E como vocês souberam disso tudo?

— O nosso irmão Gui não teve a sorte de ter você aqui na época dele, sabe? Mas mesmo assim conseguiu juntar muita informação, ele era monitor. — Jorge respondeu despreocupado.

— Ele nos falou sobre tudo o que descobriu, mas Percy não escutava e Carlinhos não ligava tanto quanto a gente. Eu acho que ele precisa abrir mais os horizontes, ele tem potencial... Até nos falou onde estava o mapa, pena que não explora. — lamentou Fred como se soubesse muito mais que o irmão mais velho.

—Devemos continuar, Fred?

— Ela merece saber, Jorge.

— Certo, achamos que o seu livro abriria a caixa. Mas quando tentamos roubá-lo, ele simplesmente voltava para o lugar onde você o colocou.

Evangeline estava com seus cabelos mais arrepiados que o de costume. Odiava quando mexiam em suas coisas, aqueles insolentes Weasley... Eles não têm vergonha nenhuma na cara? E ainda falam isso na maior naturalidade.

— Se eu não soubesse desse “sistema de defesa” do meu livro, vocês estariam mortos agora. Mas não vou julgar, vocês se aproximaram de mim por interesse, e eu me aproximei de vocês por interesse. Estamos quites. — a bruxa disse com frieza.

— Assim que se fala! — Fred e Jorge falaram enquanto bagunçavam o cabelo da garota, mais do que já estava. Arrancando-lhe uma careta emburrada.

Ela e os gêmeos saíram da passagem secreta em direção à biblioteca, Evangeline estava um pouco estressada com as revelações.

— Espera, não vamos fazer isso agora, vamos?

— Enlouqueceu? Claro que não. — respondeu Fred. — Precisamos consultar o Lino antes.

— Lino Jordan? Acho que Carlinhos comentou algo sobre... Espera! O que Lino Jordan sabe sobre o mapa? — Evangeline perguntou com certa preocupação. Não queria se meter em confusões, e seu nome vinculado a um objeto como o Mapa do Maroto seria praticamente suicídio. Se Minerva o confiscasse seria o seu fim em Hogwarts.

— Relaxa, Evangelinezinha. Não falamos nada sobre você. — comentou Fred cruzando os braços atrás da cabeça.

— Inventamos uma história sobre bombas de bosta, serviu perfeitamente. Na verdade, acho que usaremos essa versão sempre.

— Pra nossa sorte, Lino não é de perguntar muito, diferente de algumas pessoas.

— Ei, o que você quer dizer com isso?! — a bruxa exclamou descontente com o comentário de Fred, mas ao mesmo tempo aliviada. Os gêmeos eram inteligentes, ela não devia se preocupar tanto, certo? E de onde raios ele tirou intimidade para chamá-la de “Evangelinezinha”?

— Fred, Jorge, aqui! — Jordan acenou em frente à biblioteca, estava com o mapa nas mãos, os gêmeos acenaram de volta.

— Meia-noite, em frente à sala de feitiços. Não se atrase. — Os gêmeos sussurraram à garota e foram na direção de Lino. — Até mais tarde, Evangeline!

A bruxa rodou os olhos e saiu de lá o mais rápido possível. Estava perplexa e ao mesmo tempo assustada com a mente diabólica dos Weasley. Era só o que faltava, mais um plano contra as regras de Hogwarts, era questão de tempo para ela ser expulsa.

A garota voltou para o pátio e passou mais um tempo com Samantha e Milla, os outros não estavam mais lá. Fazia muito frio àquela hora, o cachecol da Sonserina de Evangeline já fazia várias voltas em volta de seu pescoço, cobrindo-lhe a boca. Samantha xingou os gêmeos o tempo todo e focou em como eram mal educados, estava mais interessada em falar mal do que saber o motivo do rapto de Evangeline. Milla estava com algumas dúvidas em herbologia, que Evangeline ajudou a sanar. Apesar de não ser sua matéria preferida, tinha uma habilidade natural com plantas.

Conforme entardecia ficava cada vez mais frio, e elas decidiram se retirar para ao Salão Principal. A temperatura do salão era agradável, bem mais que nas masmorras da Sonserina, provavelmente. O lugar estava lotado, era hora do jantar. Lalau irritava alguns alunos mais novos, e Flint ria com ele. Cedrico conversava com Tonks e os gêmeos Weasley pareciam se divertir com Lino e Angelina. Para o desprazer de Evangeline, Jensen logo apareceu ao seu lado com um sorriso irritante nos rosto.

— Ei Hill, acho que começamos com o pé errado, não acha?

— Acho, mas e daí?

— Que tal consertarmos isso? Uma oferta de paz? — Jensen falava aquilo num tom cínico, tinha tudo menos sinceridade.

Evangeline o olhou desconfiada.

— Qual é, Hill? Só estava brincando com você naquele dia. Vamos ser amigos, é sempre bom selecionar bons amigos aqui em Hogwarts. — Jensen disse olhando de lado para Samantha.

— Não se seleciona amigos, Moore. — respondeu Samantha bebericando o chocolate quente.

— Ninguém te chamou na conversa, Morgan. — retrucou Jensen.

— Ninguém te chamou também, mas você está aqui, não é? — defendeu Evangeline, lançando um olhar intimidador ao garoto.

— Não seja mesquinha, Hill. Estou me esforçando não dá pra notar?

—  Só se estiver se esforçando pra ser um idiota. — Samantha comentou sorrindo de lado.

Jensen voltou à atenção para Samantha.

— Por que tanta hostilidade, garota? Eu sei que você tem uma quedinha por mim.

Samantha e Evangeline se entreolharam lentamente e começaram a rir, para a surpresa de Jensen.

— Qual é a graça? — o bruxo perguntou incomodado.

— Você, é claro. Queria essa autoconfiança toda. — Samantha respondeu controlando a risada.

— Não fale como se você não tivesse. — estranhou Evangeline.

— Tá, e como ficamos, Hill? — Jensen interrompeu, ignorando a coisa toda, estava irritado com a situação, mas tentava esconder isso.

— Tanto faz, só não seja idiota.

— Sabia que iria acabar se rendendo. — disse o garoto satisfeito. — Agora que somos amigos, dizem por aí que você tem um livro raro, é verdade?

— Você não deveria acreditar em tudo que escuta em Hogwarts. — disse Evangeline assoprando uma sopa.

— Você tem ou não? — o bruxo perguntou impaciente.

— Não, é só um livro comum. Nisso que dá dar ouvidos a boatos.

— Se é tão comum por que vive escondendo? — Jensen se sentou entre as duas.

 — Porque eu cuido bem das minhas coisas. — respondeu a bruxa tranquilamente, mas incomodada com a presença física do garoto.

— Você não precisa esconder nada de mim, minha boca é um túmulo.

— Não tenho nada a esconder.

Jensen suspirou irritado.

— Você vai deixar a gente jantar ou não? — Samantha perguntou impaciente.

— Não sei como ainda aceitam mestiços aqui... — Jensen alfinetou.

— Vai se lascar, você só é assim porque sabe que seu irmão é superior. O nome da sua família não diz nada, não chega nem aos pés de um Black ou de um Malfoy. Além disso, menosprezar mestiços é tão Idade Média... Evolua, Moore.

O garoto encarou Samantha insatisfeito, Evangeline deu uma risadinha.

— Sua amiga é bem idiota, Hill. Chega a me dar ânsia. — Jensen saiu fingindo esquecer o nome de Samantha.

— Ele é tão ridículo, por que aceitou a amizade dessa peste?

— Nunca ouviu aquela frase, Samantha? Mantenha seus amigos perto, e seus inimigos mais perto ainda. — disse a bruxa mergulhando um pedaço de pão na sopa.

— É, mas eu acho que ele também ouviu essa frase. — Samantha falou olhando com desgosto para a comida da garota.

— Bem, que vença o melhor então.

Samantha e Evangeline se deliciaram com um belo bolo de chocolate para sobremesa, despediram-se de Milla e foram para a masmorra da Sonserina.

Logo chegou a noite, Evangeline tentava ocupar o tempo lendo um livro de poções pela vigésima vez no dormitório. As outras duas garotas  ignoravam a bruxa que, por sua vez, também as ignorava. Samantha tomava seu longo banho de sempre.

A bruxa terminou de ler e foi em direção ao salão principal, estava mais frio que o normal, todos estavam reunidos em volta da lareira. Alguns ainda de uniforme, outros com roupas glamurosas e quentes. Era evidente que a maioria dos alunos da Sonserina pertenciam a uma classe alta, as conversas que circundavam o salão eram fúteis e desnecessárias.  Evangeline percebeu o porquê de evitar tanto o local. Sentou-se num sofá verde escuro afastado da multidão e esperou pela hora do plano dos Weasley, ou ao menos tentou esperar.

— Já não passou da sua hora de dormir, Hill? — perguntou Flint parando na frente da garota.

— Não, eu não durmo essa hora. — Evangeline falou com uma expressão vazia, olhando para o fogo distante da lareira.

— Isso faz mal pra você, não percebe?

— Muitas coisas fazem mal. — respondeu entediada.

— Essa mentalidade só vai te levar pra baixo. — comentou Marcus sentando-se no outro extremo do sofá.

— Só eu sei pra onde vai me levar, não me subestime Marcus Flint. Estou sendo muito subestimada hoje e não gosto nada disso. — disse a garota cruzando os braços.

O garoto deu uma risada abafada, o que acabou revoltando a bruxa que logo se levantou indo em direção ao dormitório. Chegando lá, Samantha já estava na cama escrevendo algo em seu diário.

— Que carranca é essa, Evangeline?

— Marcus Flint me subestimou. Quem ele pensa que é? Meu irmão mais velho, por acaso? — reclamou Evangeline sentando-se no sofá em frente à janela.

— Pensando bem, parece exatamente isso...

— Não gosto de parecer fraca, eu não sou fraca! Sei me defender muito bem, li tudo sobre feitiços de defesa. Ele não pode me tratar como uma menininha que precisa de ajuda, eu sei me virar.

— Ok, ok, está na hora do meu sono de beleza. Não me estresse. — disse a garota se cobrindo e colocando sua máscara de dormir.

Evangeline aguardou as outras companheiras de quarto dormirem, e algumas horas depois, saiu sorrateira do dormitório, passando silenciosamente pelos corredores. Decidiu não ligar a luz da varinha, a lua iluminava bem o castelo aquela noite. Chegou à porta da sala de feitiços uns dez minutos adiantada do combinado com os Weasley. Fred e Jorge ainda não estavam lá, o que permitiu que a bruxa tivesse diversos devaneios paranoicos sobre tudo ser um grande plano dos gêmeos para a expulsar de Hogwarts. Mas uns oito minutos depois eles chegaram, estavam com pressa. Evangeline estranhou.

— Madame Nora vem aí, vamos logo... — Jorge sussurrou para Evangeline e a empurrou para dentro da sala de feitiços. Estava destrancada, o que surpreendeu a bruxa.

— Não se preocupe Evangeline, nós viemos aqui mais cedo. — Fred falou fechando a porta, sendo o mais cuidadoso possível.

— Dizer para eu não me preocupar é mais uma razão para eu me preocupar.

— Xiu, quieta! — Ambos taparam a boca da garota, foi possível ouvir os passos de Filch pelos corredores. Ele parecia reclamar sobre alunos fora da cama com Madame Nora.

Fred e Jorge se aproximaram de uma parede da sala, fazendo alguma coisa que Evangeline não prestou atenção por estar focada demais em Filch. Tinha certeza que seria o seu fim, já estava pensando em que frase colocar em sua lápide, talvez: "Aqui jaz Evangeline Hill, uma bruxa muito muito burra que cometeu o erro de confiar nos Weasley. 1977 - 1989".

No entanto, seus pensamentos logo foram interrompidos pelos gêmeos, que a puxaram para dentro de outra passagem secreta. Para a sorte ou desespero deles, no exato momento em que a passagem se fechou, foi possível ouvir a porta da sala de feitiços se abrir. Os três ficaram em silêncio por longos minutos que pareciam uma eternidade, Filch demorara pra sair da sala. Parecia checar todos os lugares, mas por fim acabou saindo após um grande ruído que veio dos corredores.

— Essa foi por pouco... — Os gêmeos respiraram aliviados.

— Precisamos agradecer ao Lino, depois... — acrescentou Jorge e Fred logo concordou com a cabeça.

Evangeline estava sem reação, tudo aquilo aconteceu muito rápido. Não sabia se batia naqueles dois ou surtava por quase ter sido pega. Se tinha algo que a garota abominava era imprevistos.

— Okay, vamos. — prosseguiu Fred. — E mexa-se, Evangeline. Não vamos ficar te empurrando por aí, sabe?

— Verdade, você deveria ser mais atenta.

— É melhor vocês dois calarem a boca, antes que eu arranque fora a língua de vocês! A gente quase morreu ali!

Os gêmeos riram como se zombassem da ingenuidade da bruxa, e prosseguiram o caminho. Evangeline andava logo atrás tropeçando no chão íngreme e escorregadio da passagem.

— Tá, qual é o plano? — a bruxa perguntou impaciente.

— Você, eu e Fred procuramos os livros, é claro. Não existe bem um plano.

— Mas e se Madame Nora decidir aparecer?

— Você esquenta muito a cabeça, Evangeline. — comentou Fred. — Se algo acontecer nós daremos um jeito.

— Então pegamos os livros e vamos embora, é isso? Madame Pince vai perceber a falta deles, os livros da biblioteca são enfeitiçados.

— Nós damos um jeito. — os dois reclamaram em coro.

— Além disso nem vamos ficar muito tempo com eles, só até você ler tudo. — disse Jorge despreocupado. — E sabemos que você lê rápido.

— Espera, até quando EU ler tudo?

— Você não acha que a gente vai ficar perdendo nosso precioso tempo lendo livro, né? A rata de biblioteca aqui é você. — debochou Fred.

Evangeline estava prestes a contestar, mas ficou quieta ao perceber que era verdade.

— E chegamos! — Jorge abriu a passagem que, convenientemente, dava direto na seção reservada.

— Vamos mesmo ficar a noite toda aqui procurando? — perguntou Evangeline olhando com preguiça para os livros.

— Ai ai... Tão inocente, você precisa andar mais com a gente, Evangeline. — falou Fred entrando no local como se entrasse na própria casa.

— Nós já viemos aqui antes, temos uma vida além de você. — Jorge o seguiu.

— O que vieram fazer aqui? Só tem coisas sobre artes das trevas.

— Tão inocente, tão inocente...

— Cala boca, Fred. — Evangeline o chutou na canela, fazendo o garoto tropeçar e quase ir de cara no chão. — Então vocês sabem exatamente onde estão os livros.

— Também não é assim, e não precisava ter me agredido! — afirmou Fred checando o estado da canela.

— Vocês são enrolados demais pro meu gosto. E sim, você mereceu, isso foi por ter me subestimado e me chamado de "Evangelinezinha".

— Tá bom, Evangelinezinha.

Fred ganhou outro chute na canela.

— Relaxa, sabemos exatamente onde procurar, só não sabemos o que. — falou Jorge. — Mas acho que você deveria focar mais em outros livros da seção, só cuidado com alguns deles, tem um bem chato que grita.

Os dois logo desapareceram entre as estantes, antes que a garota pudesse falar mais alguma coisa. Evangeline decidiu acender e varinha e analisar com cuidado os nomes dos livros, a maioria não parecia ajudá-la com a caixa ou a decifrar o livro. Muitos eram sobre artes das trevas, uns até pareciam sussurrar seu nome o que deixou a bruxa bem tentada, mas sabia que ainda não era o momento. Talvez outro dia.

Quando de repente, uma fumaça verde e brilhante saiu lentamente de uma das rachaduras da parede da biblioteca. A fumaça ia em sua direção e a rodeava. Olhando de perto era possível notar que o fumo formava criaturas estranhas, pareciam diabretes da cornualha, mas mais magros e amedrontadores, com asas de morcego.

A bruxa se aproximou da rachadura e percebeu que havia algo lá dentro, algo que não sairia tão facilmente. Até tentou tocar em lugares aleatórios da parede, como Fred e Jorge pareciam fazer sempre, mas nada aconteceu. Aquelas coisas faziam um sinal para que ela chegasse mais perto, mas logo depois entravam na rachadura e não saíam mais.

— Tá... fato curioso do dia: Evangeline gosta de encarar paredes.

Evangeline levou um susto, Jorge aparecera atrás dela carregando três livros empilhados. Quando se deu conta, não havia mais fumaça, nem criaturas estranhas.

— Como assim? Você não viu isso? Essa fumaça verde e brilhante, era praticamente impossível não perceber.

— Snape te deu alguma poção estranha? — caçoou Fred chegando logo depois.

— Tem algo aqui! Nessa rachadu... — quando Evangeline apontou para o local, a rachadura não estava mais lá. — O que...

Os gêmeos se entreolharam confusos, Evangeline parecia inconformada com tudo aquilo. No entanto, os três ouviram novamente os passos de Filch e precisaram sair o mais rápido possível da seção reservada.


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Notas finais do capítulo

ENTON, o que acharam?
Dúvidas sanadas ou dúvidas novas?
Espero que o capítulo não tenha ficado confuso, e novamente peço desculpas pela demora.



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