Things Change escrita por StellaxSmoke


Capítulo 8
Cinema em Casa: As Coisas Complicaram!


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura!
Obrigada pelas visualizações!



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Eu não tenho absolutamente nenhum conhecimento sobre encontros, apenas ficava e pronto nada mais, nem tinha todo esse chamego que estou tendo com a Christine. Meu foco estava totalmente nela e isso é super estranho, como os planos era cinema pedi a Miranda que comprasse ingressos, também nunca tive um encontro por assim dizer já ela teve vários que até perdi a conta. Nada melhor para esse dia do que filme romântico certo? Errado! Mamãe e papai bloquearam os bens e qualquer tipo de entretenimento da Miranda, ou seja, os planos com a Christine foram tudo por água abaixo. Andrew ao invés de me apoiar fez o grande favor de rir da minha cara o que me deixou super irritado, mas esse menino me deu uma sugestão de fazer cinema em casa mesmo. Até que não é uma má ideia, cara esperto esse meu amigo.

Na sexta-feira à noite eu e Christine estávamos na nossa doce casinha subterrânea que encontrei no Internato, até que estava gostando de ficar com a sua companhia, tão doce e agradável que me fazia esquecer de que antes me dava um certo medo. Estava tão errado ao acha-la chata e estranha era só fechada e uma menina que precisava de um carinho especial... Se fazer uma avaliação da minha personalidade também serei considerado como chato, sem graça e metido mas por dentro um romântico anônimo... CRUZES! Ficar com o Clube do Livro me deixou meloso, estou contaminado e daqui a pouco estou escrevendo poesia, pesadelo. Voltando! Estávamos nós dois juntos, Christine fazia aquele delicioso cafuné na minha cabeleira negra me deixando nas nuvens. Quando foi que fiquei tão entregue aos seus toques? Acabei por descobrir meu ponto fraco mas isso não era importante, precisava falar sobre as mudanças de planos.

— Christine querida — chamei-lhe atenção.

—  Diga meu amor — respondeu parando o cafuné, fiquei carente.

— Não para de mexer no meu cabelo, eu gosto me deixa em outro nível! — ela deu risada.

— Que menino carente meu Deus! — e voltou a fazer cafuné, se eu fosse um gato estaria ronronando, até deitei em seu ombro — Awn meu gatinho!

— Deixa os elogios para depois, agora tenho uma coisa meio séria para falar espero que não fique zangada.

— Pode dizer Johnny.

— Bom... lembra que íamos ao cinema amanhã? — ela concordou com a cabeça — Então... não vai rolar.

— Por quê?

— Meus pais meio que cortaram o dinheiro que Miranda recebia e ela que conseguia as coisas pra mim.

— Oh! Que pena meu bem.

— Isso me deixou triste, mas Andy me deu uma sugestão!

— Qual seria? Fiquei até super curiosa agora!

— Tudo bem ser cinema em casa? Tipo você ir lá e assistirmos um filme com pipoca, sei que não é a mesma coisa do cinema mas vai ser legal só eu e você.

— Tudo bem, pode ser.

— Lá em casa tem de tudo que quiser, não precisa nem levar roupa — ela suspirou.

— Não me sentiria bem com roupa de outra pessoa, é só um fim de semana não vou me hospedar lá — até que não seria uma má ideia Christine.

— Eu só quero que se sinta à vontade  comigo, quero te dar o máximo conforto possível!

— Eu estou bem, obrigada por se importar tanto mas está um pouco exagerado em — Miranda sempre disse que sou um desesperado, outro ponto ruim na minha vida.

— Perdoe-me, sou meio ansioso — ela riu, dei um sorrisinho de canto.

— E a sua irmã? Está de acordo com a sua ideia?

— Claro! Minha irmã é um amor de pessoa, vai adorar te conhecer e debater sobre coisas de mulheres — coisas que ela vivia me dizendo quando estava de TPM — Sempre faz tudo que quero, assim eu também faço tudo que ela quer.

— Diria que são dois mimados — exatamente! A palavra define o que Jonathan e Miranda Grey são: mimados! Mas nem sempre temos o que queremos, somos terríveis meu Deus.

— Um pouco talvez, mas esse não é um ponto importante — ouviu ela fazer um “hmm”, nem eu acreditaria em mim mesmo — Enfim, aceita ficar na minha casa este final de semana? — Christine me beijou de surpresa, levando minha alma para as nuvens, oh baby como adoro essa sensação — Isso é um sim?

— Sim, será ótimo ficar com você sem ninguém para me deter.

— Isso é bom? — ela deu de ombros, já estava acostumada com essa vida.

— Tem seus pontos bons e ruins.

— Não se preocupe mais com isso, agora estou ao seu lado pra tudo.

— Isso era para servir de consolo ou devo entrar em pânico? — caçoou da minha cara, fiquei até magoado coisa que raramente acontece. Fiz cara feia pra ela fingindo indignação, em resposta recebi belos apertos na minha bochecha que meus pais adoram falar que são iguaizinhas aos do Quico — Que coisinha mais fofa gente, meu pedacinho de coxinha de frango, cuti cuti cuti! — falou com uma vozinha bem fina.

— Eu sou lindo OK! — falei com o mesmo tom de voz, virei um boneco nas mãos daquela morena. Olhei para seu telefone e vi que já era hora para repousarmos, seguimos então para dentro do prédio até o corredor que separava os dormitórios femininos e masculinos.

— Te vejo amanhã às oito? — perguntou soltando a minha mão.

— Claro, prometo que não vai se arrepender.

— Vou confiar em — ela sorriu e seguiu para seu quarto lá no final, eu porém fiquei ali parado que nem um bobo com o seu belo sorriso na cabeça.

Do nada Andrew deu um tapa na minha cabeça fazendo-me acordar do transe, seguimos juntos para o quarto. O sorriso de Christine foi um dos mais lindos que já vi em toda a minha vida, me encanta e me fascina de uma maneira tão intensa e estranha ao mesmo tempo, nunca havia sentido isso antes. Quando percebi meu amigo me encarava com um sorriso malicioso no rosto, acabou me deixando irritado com a minha própria cara de idiota, ainda bem que só ele me via assim.

— Para de fazer essa cara ou vou te jogar da janela! — disse bravo.

— Enquanto ficar viajando na maionese Johnny, não vou parar de shippar o casal — e desde quando ele conhece a palavra “shippar”? Esse tempo todo comigo acabou se contaminando pela gíria brasileira, coitado!

— Me deixa! — joguei um travesseiro na cara dele, ele atacou de volta — Para de ser criança e escuta o que tenho para falar!

— Se você não atirar esse travesseiro em mim posso até ouvi-lo.

— Muito bem — sentei-me ao seu lado — Christine gostou da ideia do cinema em casa — ele ficou feliz, meu amigo é o melhor do mundo.

— Uma pena que seus pais cortaram a farra dos irmãos Grey.

— Com certeza Miranda aprontou alguma coisa e eles descobriram, agora nós dois se lascou, meu único meio de dinheiro faliu...

— Christine não se importa com essas coisas — pode até ser, mas mesmo assim quero dar o mundo pra ela, merece bastante carinho e conforto da minha parte.

— Diga-me uma coisa Andy: onde já se viu primeiro encontro em casa? — da parte de Miranda eu nunca vi, só a via se entupindo de sorvete e choros sobre meu colo.

— Se tem uma coisa que notei desde que chegou aqui Johnny é que nada contigo é normal, nem mesmo as pessoas que anda são normais — ainda bem que sabe meu amigo.

— Pode até ser, ser normal as vezes é muito chato, mas cinema nunca foi chato!

— Terá outras oportunidades, muito tempo para saírem juntos ­— na verdade só até a formatura mas não precisamos entrar nesses detalhes — Sossega um pouco Senhor Apaixonado! — puf! Se algum dia eu me apaixonar por alguém que um raio caia sobre meu bem mais precioso: meu vídeo game.

— Obrigado Andy, me ajudou bastante — em certos pontos sim, outros só caçoou da minha cara.

— De nada meu amigo, estou aqui para o que der e vier! — como disse eu e o Andrew somos inseparáveis, os melhores amigos que poderiam existir, nossa amizade está empatada com o relacionamento que tenho com a minha irmã e olha que só nos conhecemos à três meses enquanto a Miranda é a vida inteira.

Logo de manhã um motorista foi me buscar no Internato como sempre, havia muita gente lá alguma iam embora outras ficavam, me surpreendi ao ver Andrew ao lado de um homem e de uma mulher, acho que era os pais dele. Estranho por que meu amigo disse que eles quase não vinham pra cá visita-lo, devia estar feliz mas não parecia, ainda estavam em conflito por causa da escolha dele de ser um homem da arte da atuação. Como eu não tinha celular (porque os meus pais o confiscaram de mim como parte do castigo) só iria descobrir o assunto quando voltasse ao Internato na segunda-feira, estava preocupado com meu amigo por causa de sua expressão mas isso devia ficar em outra hora, hoje tinha uma princesa para conquistar.

Chegando em casa uma das empregadas me recebeu com o meu suco favorito: abacaxi com hortelã, como gostava do ar puro da minha casa sem aqueles professores chatos e Wi-Fi à vontade no computador de Miranda. Vi a mesma descendo as escadas em minha direção parecendo uma modelo robótica, aquele andar dela era uma perdição no mundo da moda, imagina uma gordinha como ela numa passarela. Dei risada, minha irmã bateu nas minhas costas percebeu que ria da sua cara.

— Para! Respeita minha posição de modelo seu moleque! — a cara dela era muito engraçada, não estava brava só fingia.

— Moleque? Só sou um ano mais novo que você — essa diferença foi tão dolorida quando ela se formou e foi embora.

— Esse um ano me torna uma adulta maior de idade enquanto você ainda é um adolescente menor de idade — grande coisa!

— Por pouco tempo, daqui a pouco completo dezoito aí quero ver não me chamar para suas baladas com os seus amigos.

— Mas não iria morar na Alemanha depois da formatura?

— Não sei agora, talvez o Andrew fique por aqui e não quero me separar dele... — Miranda apertou minha bochecha.

— Awnn que fofo da sua parte Johnny! — falou com voz de criança me deixando irritado.

— Para! — tirei sua mão das minhas bochechas — É sério! A amizade do Andy chega aos pés da sua em.

— Uau! Quem sabe com você morando aqui mamãe e papai não vem pra cá também, estou sentindo falta deles.

— Mesmo eles terem cortado sua mesada? — ela confirmou com a cabeça — Também sinto falta deles, apesar de terem me colocado no pior lugar da Terra fazem muita falta, principalmente os momentos que passamos juntos.

— Lembra quando íamos no parque quando éramos crianças? — confirmei com a cabeça — Papai brincando de pique-pega com a gente, mamãe cuidando dos nossos machucados.

— Lembro de quando espalhamos farinha para todo lado da casa, quando pegávamos bolas de gude e atirava na janela da casa da vizinha — Miranda riu dessa — Ou e quando pegamos o spray de barbear do papai e usamos no cabelo da mamãe? Muito engraçado!

— Éramos terríveis!

— Éramos? Ainda somos terríveis! O que você aprontou desta vez para cortarem sua mesada — ela suspirou.

— Bebidas alcoólicas... — dei um tapa na sua cabeça — Ai!

— Está louca Miranda? Nem tem idade pra isso!

— Quase colocaram fogo na minha língua através do telefone pra eu aprender.

— Deixa que eu mesmo faço isso por eles!

— Nem exagera! Não gostei, nunca mais vou tomar na minha vida esse treco ruim dá vontade de vomitar! — ela fingiu que estava pra vomitar na minha frente, realmente essa bebidas são ruins pra caramba nem sei como os outros conseguem consumir tanto ao ponto de ficarem bêbadas. Por um momento queria que meus pais tivessem vindo bater em Miranda, não pela parte da lição mas sim para visitar mesmo que estivessem furiosos, porém só vão vir mesmo para a Inglaterra na minha formatura do Internato — O que foi? — ela percebeu minha cara triste, logo dei um sorriso de canto.

— Lembranças de quando eu bebi vinho escondido, horrível! — fechei os olhos e coloquei a língua para fora para tentar disfarçar a minha cara triste.

— É horrível mesmo, agora entendi porque nunca gostei de suco de uva — essa menina é mesmo terrível, só não acaba com o mundo porque ainda tem um pouco de juízo na cabeça, se bem que eu estou no mesmo buraco então somos dois imprestáveis — E a sua amiga cadê ela? — perguntou desviando do assunto.

— Só vai vir à noite, vamos assistir um filme juntos aqui em casa, comer pipoca e etc...

— Para a sua informação não vou estar aqui para ficar de vela — ah não ela vai pra night, essa menina não aprende mesmo assim como eu. Avemaria somos iguaizinhos!

— Onde vai e com que dinheiro? — minha curiosidade estava a mil.

— Mamãe e papai tiraram minha mesada e não meus amigos, sua farra pode até ter sido interrompida mas a minha continua intacta! — esfregou bem na minha que pode fazer o que quiser enquanto a minha pessoa fica presa dentro de um internato.

— Deixa eles saberem disso, vão trazer pra cá o vovô e a vovó pra te vigiar, e você sabe o quanto eles são chatos quando se trata em diversão.

— Pode contar mas saiba que os seus podres também vão ser expostos aí quero ver onde iremos parar — ela me pegou — Se eu cair você caí junto e os dois vão parar em um reformatório militar.

— Você não presta em Safira — disse frio.

— Você também não Quartzo — ela deu um sorrisinho falso — Vou me arrumar, cuida bem da casa em! — ela subiu para o segundo andar onde ficava os quartos e os banheiros.

— Pode deixar! — gritei, um ponto bom é que teremos a casa só para mim e para Christine, oportunidade perfeita para ganhar a aposta.

Como ainda era cedo resolvi me entreter um pouco, por sorte um dos meus contatos lá do Brasil conseguiu mandar pra mim o meu amado vídeo game, foi o dia mais feliz da minha vida. Logo o instalei e comecei a jogar como se fosse a primeira vez que conheci o mundo das sagas, o primeiro lógico terminei de salvar o GTA V pela quarta vez, nunca me canso disso. Logo foi a vez do Assassin’s Creed Unity, estava meio parado então fiquei um bom tempinho nele, uma das histórias mais legais na minha opinião.

Quando me dei conta de que horas eram já era tarde demais, ouvir a campainha da casa tocar, levei um baita de susto e cai até do sofá. Havia pedido aos empregados que saíssem mais cedo com a autorização de Miranda já que ela era maior de idade, rapidamente me ajeitei e comi uma bala de menta. Respirei fundo e abri o portão, meu mundo parou ao ver aquela linda moça de vestido azul marinho à minha frente, não sabia o que dizer acho que estava babando um pouquinho.

— Oi Johnny — me saudou, acho que vou desmaiar de tanta beleza à minha frente — Johnny acorda! — ela deu um tapinha no meu rosto fazendo-me voltar à Terra.

— Oi! Perdoe-me! — suspirei — Só fiquei um pouco sem ar agora, está linda sweetheart — ela sorriu, aí como adoro aquele sorriso!

— Obrigada Johnny. Está bonito também, como sempre — ela elogiou só por pena né, eu estava um bagaço nem havia saído do sofá.

— Puf! Que nada! Ninguém chega aos seus pés minha princesa — dei passagem para que entrasse em casa — Seja bem vinda novamente à casa dos Grey, fique à vontade! — deu risada.

— Não precisa de tudo isso Johnny, até me sinto em casa — olha só pude sentir que aquela festa fez bem para ela se acomodar aqui.

— Que bom! Nossa Chris, eu quero muito muito mesmo que se sinta bem aqui, sei lá parece que eu te devo isso.

—Não se preocupe, estou muito bem.

— Ótimo! — sem querer dei um pulinho de alegria, acho que ela nem deu bola.

— Que filme iremos assistir? — perguntou sentando-se no sofá.

— Como Eu Era Antes De Você — Andrew havia me sugerido esse filme, nunca assisto filmes românticos então pedi uma ajuda. Quando disse o título parece que os olhos de Christine brilhavam mais que o normal — Já assistiu esse filme? — ela respondeu com um joinha, minha noite foi toda para o beleléu! — Ótimo — disse frustrado.

— Esse filme é muito lindo! — bom pra você sweetheart, fiquei com a minha famosa cara de entojo — Oh Johnny, vou amar assistir esse filme com você.

—  Era para ser surpresa! — retruquei — Eu nunca assistir, não sou bem um fã de coisas assim.

— Para de reclamar e senta aqui, vai ser perfeito pode apostar! — incrível que ela sempre vê um lado positivo em cada situação. Preparei a pipoca e os refrigerante, trouxe para a sala e os deixei em cima da mesa de centro, Christine apertou o play.

Esperava que Christine chorasse no meio do filme, mas o chorão da história fui eu, parecia um bebê sem a mamadeira, parte boa é que recebia aquele maravilhoso cafuné mágico em meus cabelos negros. Quando a trama romântica finalmente acabou percebi que minha blusa estava molhada por causa que secava as minhas lágrimas nela, nessa brincadeira toda percebi que era muito mais sensível do que o pessoal do Clube do Livro, se alguns deles, principalmente o Andrew ou a minha irmã descobrirem que sou uma manteiga derretida nunca mais vão me deixar em paz, irão caçoar pelo resto da minha vida. Christine ria da minha situação um tanto humilhante de minha carreira, eu lógico esperto que sou aproveitei minha linda blusa molhada para usar como desculpa, a retirei e joguei de lado, a mocinha em mesmo instante parou de rir e ficou vermelha. HÁ! Peguei!

— Não se importa que fique assim né? — perguntei com a voz bem sexy.

— Não, cla-claro que não — respondeu nervosa.

— Sabe? Podia tirar a sua roupa também — sem deixa-la responder lhe dei um selinho,  a coloquei sobre meu colo suas pernas rodearam minha cintura — Vamos brincar um pouco amor? — a beijei com muito desejo, minhas mãos abriram o zíper de seu vestido e o tirando bem devagar.

— Você quer muito né? — perguntou ofegante.

— Mais do que você imagina, preciso tanto do seu corpo... — respondi voltando as minhas mãos abrindo seu sutiã.

— Mas e a sua irmã?

— Ela só vai voltar amanhã, não se preocupe — depositei beijos em seu pescoço, suspirou jogando a cabeça para o lado porém suas mãos afastaram seu corpo do meu — O que foi?

— Eu sinto muito Johnny, eu não consigo — e de novo minha autoestima foi lá para baixo.

— Por quê? — perguntei decepcionado, essa garota está complicando tudo.

— Eu não sei explicar direito, me desculpa! — a tirei do meu colo, se não fosse pela aposta teria desistido na primeira vez que tentei, foram quantas já? Três? Quatro? Se fosse de verdade teria dado um pé na bunda dela. Estava tentando disfarçar minha raiva mas desta vez não estava conseguindo e não queria que me visse nesse estado.

— Tudo bem — falei ríspido — Eu já volto — subi as escadas em direção ao meu quarto para descontar a raiva em alguma coisa da minha frustração.

Na real, não fazia a menor ideia dos furos dela comigo, sempre fui gentil e devagar não faz sentindo nenhum isso! Eu sou ainda por cima um pedaço de mal caminho que toda garota quer ter e ainda tem sorte da minha pessoa dos olhos rosa dar o primeiro passo, por que é tão difícil conseguir algo da Christine? Se nem com o filme funcionou, todas as minhas chantagens emocionais e sedutoras falharam, como vou conquistar essa garota? Fiz de tudo por ela e assim que sou tratado? É por isso que nunca tive uma namorada!

OK!! Estou exagerando, fazendo tempestade em um copo d’água confesso. Estava sem cabeça para descer, apenas me joguei na cama e fiquei olhando para o teto até pegar no sono. Estava dormindo até que do nada acordei com a luz do meu quarto acesa, tinha sono leve então qualquer coisa me despertava, quando conseguir enxergar vi Christine procurando alguma coisa no guarda-roupa.

— O que está procurando? — perguntei ainda sonolento, ela se assustou com a minha voz, até deu um pulinho.

— Me perdoe, não queria acorda-lo só estava procurando um cobertor — acho que ela não sabia que tinha um aquecedor na sala, eu também havia me esquecido de deixar uma coberta para se aquecer, pensei que dormiríamos juntos na minha cama.

— As cobertas ficam no armário aqui do lado — apontei em direção ao destino — Onde esteve?

— Na sala o tempo todo, nem dormir até agora fiquei te esperando. Senti muito frio então vim buscar um cobertor, quando acendi a luz vi que estava dormindo, não queria incomodar mais ainda —­ suas bochechas estavam vermelhas e seus lábios estavam roxos, realmente está muito frio lá em baixo.

— Não quer dormir comigo — ela virou para o lado, minhas bochechas do nada estavam vermelhas também — Quero dizer só dormir mesmo sem... você sabe né... eu não vou fazer nada — disse meio nervoso.

— Estou bem, vou dormir lá na sala mesmo. Boa noite Jonathan — aquela carinha de anjo dela me fazia desmoronar por completo, não conseguia ficar com raiva.

— Dorme no quarto de hóspedes, é do lado esquerdo do meu e lá tem mais cobertas caso esteja com muito frio — Christine concordou e saiu da área, me sentir um lixo por ter ficado bravo e ter deixado sozinha lá em baixo.

Mas por que faz isso comigo garota? Me deixa cheio de desejo e depois acaba com a minha autoestima, as coisas poderiam se tão mais fáceis se cedesse, seria tão simples não precisaríamos chegar aonde estamos agora. Não vou desistir da aposta, não vu desistir do meu jogo, Christine pode até ser muito mais legal do que pensava, pode até me surpreender, pode até me conquistar com seus toques preciosos, mas preciso de muito mais do que isso, preciso do seu corpo por completo. Preciso descobrir o que a impede de dormir comigo, não sou um pesadelo e muito menos feio, qual o seu medo? Ela me colocou contra a parede, agora era a minha vez de fazer isso ou não ia conseguir nada, Jonathan Grey não desiste jamais.

Acordei novamente ouvindo alguns passos perto do meu quarto, era som de salto alto e isso me deu uma noção de que era Miranda voltando da sua balada. Era umas sete horas da manhã e a minha irmã estava acabada de tanto dançar, realmente éramos iguais, vi ela se jogando na cama e adormecer rapidamente. Coloquei uma coberta para que não passasse frio, enrolei-me em outro cobertor e fui para o telhado da minha janela, olhava aquela linda vista da cidade de Londres numa manhã gelada. Gostava do vento em meu rosto até, me ajudava a pensar em meu foco que era quebrar uma certa barreira no meu relacionamento. Fiquei ali sentado por um bom tempo, depois passei no quarto onde Christine estava dormindo, ela parecia um anjo precioso. Só queria entender o que se passava em sua mente, quais eram seus sonhos e seus desejos mais profundos. Parei e percebi que me importava demais com essa criatura linda, nunca pensei que me importaria demais com uma pessoa que não fosse meus pais ou minha irmã e do nada surge Christine e Andrew na minha vida. Depois da aposta como vai ficar meu relacionamento com ela? Quero dizer, será que realmente vai querer continuar com esse namoro? Vou contar à ela sobre tudo que está acontecendo comigo? Poxa!! Se tivéssemos ficado naquele noite tudo seria diferente, não sentiria essa coisa estranha em meu peito e nem ligaria para a sua existência. Teria sido tão fácil, por que complica a minha vida meu bem? Nesse momento lembrei-me daquela música do Raimundo: “Complicada e perfeitinha, você me apareceu! Era tudo que eu queria, estrela da sorte”.

— Bom dia Johnny — ela disse sonolenta me acordando de meu pensamentos.

— Bom dia Chris, dormiu bem? — perguntei.

—Sim. Que horas são?

— Nove horas, por aí — na verdade não fazia ideia de que horas eram, mas não precisamos entrar nesses detalhes.

— Nossa! — ela praticamente pulou da cama — Dormi demais! — sorte sua porque dormir de menos.

— Que nada! Ainda é muito cedo, pelo menos pra mim é cedo.

— Johnny estou acostumada a acordar todos os dias às seis horas da manhã então é muito tarde nove horas! — cruzes! Não conhece a mais bela sensação de virar o dia dormindo? Ou pelo menos acordar digamos quatro horas da tarde?

— Experimenta passar um pouco do horário de vez em quando, hoje é domingo!

— Uma vez ou outra tudo bem, não vai fazer mal certo?

— Exatamente! Só relaxa pelo menos um pouquinho.

— Mais do que já estou? Impossível! — nada é impossível comigo baby.

— Está bem confortável né? — ela confirmou com a cabeça — Que bom, fico feliz — se estava assim sem fazer absolutamente nada imagina se tivéssemos feito amor esta noite, a mulher com certeza ia acordar muito tarde. Do nada sua expressão facial ficou triste — O que foi Chris?

— Sobre ontem à noite... bem... — por mais que estivesse desapontado não queria machuca-la, seria cruel demais da minha parte.

— Está tudo bem Christine, já passou.

— Sei que deve estar pensando que sou uma chata ou uma tola — acertou bem — Mas é que não sei explicar muito bem a minha situação, não estou pronta ainda.

— Nada contra sua decisão, mas tem coisas que só saberemos se é bom se provarmos, se ficar esperando ela pode até estragar ou partir para outra pessoa — meu Deus quando virei um conselheiro? Contaminação de Andrew na parada gente!

— Eu sei disso, está desapontado né? — sim! Nunca vou admitir isso na frente dela.

— Não é essa questão, só que talvez se não der um passo nunca vai chegar à lugar nenhum mesmo se eu der um impulso — Christine virou a cara, a machuquei com certeza — Olha se seu medo é pegar doenças pode ficar tranquila que o nego aqui é cem por cento saudável, fiz um exame completo esse ano livre de qualquer pesadelo.

— E a gravidez?

— Christine ninguém fica grávida na primeira vez —ela bufou — E outra existe preservativo para isso.

— E estava com algum no bolso? — Não.

— Você nunca deixa nem começar, como é que vou mostrar? — ela suspirou.

— Eu não sei Jonathan... — o mulher que complicada minha nossa senhora das causas impossíveis!

— Tudo bem Chris, tudo ao seu tempo então, mas não me culpe se nunca conseguir sair do mesmo buraco que está presa — acho que fui meio rude nessa parte, ela ficou quieta de repente. Não entendo o que tanto a impede, não tem erro e isso é tão comum hoje em dia e tão bom segundo Miranda, por que foge? Como quero, mais do que nunca.

Deitei-me na cama já que ela não falava absolutamente nada, acho que ficou chateada com que eu disse, acabei por pegar no sono novamente. Quando acordei estava quase escurecendo, ela já não estava mais lá, procurei pelo andar de cima e não a encontrei, desci as escadas e vi Miranda assistindo televisão na sala.

— Boa noite seu dorminhoco! — disse minha irmã.

— Onde está Christine? — perguntei.

— Foi embora faz tempo, só tomou café e se mandou — ah não!

— Por que? — Miranda deu de ombros, ela e nada é a mesma coisa — Ela deve ter voltado para o Internato então.

— Pelo visto a noite de vocês não foi nada boa — exatamente! E nem a manhã também.

— Ela deu brecha depois do filme — minha irmã soltou uma gargalhada que me deixou muito bravo — Para de rir! — ordenei — Estou de coração partido, tenha respeito pelo seu irmão!

— Own tadinho do meu irmãozinho tão lindo, lamento por ainda ser virgem — ela apertava a minha bochecha.

— Por enquanto sou, é só uma questão de tempo para deixar de ser.

— Vai tentar de novo? — perguntou meio surpreendida.

— Eu preciso, eu quero ela, tem que ser ela!

— Ui! Não sei dizer se isso é paixão ou apenas obsessão.

— Digamos que é obsessão, por que não estou apaixonado por ela.

— Então por que namora? — porque sou um idiota, tomo medidas drásticas e me ferro depois.

— Andy forçou a minha barra — menti, não vou pra minha irmã sobre a aposta.

— Vou fingir que acredito em você.

— Ha ha! Vai me ajudar nesse problema ou não?

— Bom já que a tentativa carinhosa não deu certo devia perguntar o que a impede de se entregar Jonathan.

— Chego nela e digo algo como “o que que está pegando que você não quer dormir comigo?” — falei em tom sarcástico.

— Pelo andar da carruagem vai ter que ser bem desse jeito mesmo — eu bufei, como as mulheres são complicadas! — Fique calmo Johnny, uma hora vai acontecer só continue com esse seu jeitinho romântico e meigo e tudo vai dar certo — ao ver pelo lado da Miranda está certa, uma hora vai acontecer mas olhando para meu lado essa hora tem que ser o mais rápido possível!

Começo a pensar se está valendo mesmo toda essa angustia toda por causa de um jogo, tudo bem que é um jogo raríssimo e maravilhoso só que a minha situação está ficando muito chata. Tudo que fazia para Christine ficar de bem dava certo mas na hora H recuava e isso estava me deixando com muita raiva, nunca parei pra pensar no motivo de eu nunca ter dormido com alguém antes. Se tivéssemos ficado na noite da festa tudo seria tão diferente, já teria o meu jogo em mãos e provavelmente seríamos desconhecidos. Por que Jones escolheu justo a Christine para ganhar a aposta entre tantas garotas? Será que ele sabia que ia ser tão barra pesada assim conseguir, para que no último dia risse da minha cara de perdedor? Tem alguma chance dele ter tentado e ela o recusou, está me usando para obter vingança? Essas perguntas estão me deixando louco! Melhor seguir o conselho da minha irmã e colocar Christine contra a parede igual ela fez comigo, mas teria que ser discreto sem a bocuda da Angel ou a recalcada da Evellyn saberem, por sorte sou um ninja e as duas sempre andam para cima e para baixo sem a minha namorada por perto. Tenho que desviar a atenção do Andrew também, esse sim pode fazer um questionário do mal contra mim já que andamos sempre juntos. Ah isso vai ser um saco!


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Notas finais do capítulo

Obrigada pela leitura!
Até a próxima!



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