Things Change escrita por StellaxSmoke


Capítulo 7
Se Me Quer Ao Seu Lado, Estarei


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura!



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E aqui estamos nós, de madrugada dei uma de ninja e fui até o dormitório de Christine para mais uma tentativa, aproveitei que as companheiras dela, Angel e Evellyn foram à um outro quarto para uma festa do pijama. Bati na porta do quarto desta vez com calma, quando abriu ela ficou surpresa ao me ver, eu sorri e a abracei forte e ela retribuiu com o mesmo carinho.

— O que está fazendo aqui Johnny? — perguntou Christine meio empolgada.

— Eu vim ficar com você sweetheart, posso? — perguntei com uma voz sexy.

— Agora? Sabe que horas são? — hora perfeita para a diversão.

— Qual é! Seu cavaleiro não pode ao menos receber um beijo de boa noite? — ela sorriu tímida.

— Tudo bem, entre — deu passagem e eu entrei em seu quarto, o lugar era cheiroso e arrumado, clima perfeito. Quando fechou a porta eu a puxei para bem pertinho de mim e roubo-lhe um beijo.

— Vamos brincar um pouco? — perguntei malicioso entre o beijo.

— Jonathan... — ela disse ofegante — Eu-eu não estou bem com isso.

— Confie em mim baby, não vou machucá-la — disse acariciando seus belos cabelos cacheados.

— É que... eu não quero que seja tão rápido — ah baby, poxa por que só complica a situação?

— Por que? Não confia em mim? — perguntei meio indignado.

— Não é questão de confiança, para mim é algo especial não é para qualquer um — paciência Johnny, paciência.

— Eu não sou qualquer um Christine, eu sou... sou... — travei por completo, não sabia o que dizer.

— Meu? — eu não sei! Primeira coisa que veio a cabeça foi stripper, nem sei por que.

— Seu ficante fixo, temos uma relação aberta mas muito importante pra mim — ele me olhou com uma cara feia, fiquei com medo de novo, eu não entendo as mulheres!

— Viu?! É por isso que não estou segura contigo! — o quê?! O que quer meu bem? 

— Por que?

— Porque a qualquer momento sinto que você pode me deixar e ficar com outra, eu não quero passar por isso! — seus olhos começaram a lacrimejar, oh baby não me derruba.

— Não vou ficar com ninguém! Eu quero você, preciso muito! — sim, eu preciso o mais rápido possível.

—  Eu também, mas como posso ter certeza da sua palavra Johnny? Como posso ter certeza de que não vai embora a qualquer momento? — OK, ela me colocou contra a parede, não entra em pânico! NÃO ENTRA EM PÂNICO!!

— Eu prometo não ir embora, eu quero ficar com você toda hora Christine — eu suspirei, pra conseguir alguma coisa resolvi tomar medidas drásticas e acabei por pensar em fazer a coisa mais inacreditável de toda a minha vida, ajoelhei-me e peguei na mão de Christine —  Se me quer ao seu lado, estarei. Chris... —  respirei fundo, suspirei — Quer casar comigo? —  ela me olhou expantada.

—  O quê?! —  olhei para os lados confusos.

—  Não era isso que queria? — ela riu, que bagaça que está acontecendo?! —  O que foi?!

—  Johnny, nem terminamos o colégio ainda pra casar, somo muito novos pra isso —  ah nem tinha pensado nisso!

— Então não quer casar comigo? 

—  Não é essa a questão bobo, não acha que primeiro precisamos ter um relacionamento mais profundo antes de casar? — mas eu também sou um cabeção mesmo em!

— Concordo, fui muito precipitado.

—  Ainda está ajoelhado, por que não tenta de novo? —  ela deu um sorriso, pelo menos sei sua resposta.

— Ok... Chris!

—  Sim? —  soltei uma risadinha, como sou idiota.

— Quer namorar comigo?

— Ah não estou afim não sabe — a olhei feio.

—  Christine, qual é!!

—  Brincadeira, claro que eu quero — ela me deu um abraço e beijou minha bochecha — Se der qualquer brecha Jonathan quebro seu pescoço — falou em meu ouvido, senti um arrepio na barriga.

— Não se preocupe com isso — eu disse com um pouco de medo. Logo percebi que Evellyn e Angel estavam no quarto quando uma delas gritou alegre por estarmos abraçados, que droga! Elas com certeza viram e vão espalhar para todo mundo. Estou ferrado! —  Garotas o que estão fazendo aqui?

—  Nós que deveríamos perguntar já que esse é o nosso quarto Johnny, mas não precisa falar nada depois dessa cena linda —  disse Angel toda meiga, Evellyn ainda fez "awn" com a maior cara de nojo, deu até vontade de vomitar.

—  Que cena linda, um abraço só?

— Um abraço junto com pedido de casamento! —  Angel deu até um pulinho batendo palmas.

—  Tá! Exagerei um pouco a pedindo em casamento, foi uma força maior que fez isso —  tentei disfarçar mas elas me olharam com cara de "me engana que eu gosto".

— Está meio sem juízo à um tempo né Johnny? —  perguntou Evellyn meio grossa.

— Como falar de coisas que nem tem no nosso vocabulário? — acho que Christine percebeu o maior climão entre mim e Evellyn, pois ela veio para meu lado segurando o meu braço.

—  Então garotas, por que não estão na festa do pijama? —  perguntou a minha namorada (aí que nem acredito que disse isso).

— Viemos buscar uma coisinha e vimos essa cena inacreditável — respondeu Evellyn.

— Veneno faz mal Lynn, daqui a pouco morre com a própria saliva.

—  Jonathan! — Christine me repreendeu.

— É verdade! Só um aviso tá queridinha — ela me deu uma cotovelada igual à que eu dei no Andrew, doeu!

— Vamos Lynn, estamos atrapalhando o casalzinho aqui. Até mais Chris! —  Angel tirou Evellyn meio que a força do quarto, Christine me olhou feio.

— O quê? — perguntei me fingindo de inocente.

—  Devia parar com essa encrenca toda com a Lynn, ela é como se fosse a minha irmã!

—  Eu não fiz nada!

—  Desde do primeiro dia é essa pé de guerra entre vocês dois e todo mundo sabe disso!

— Até o Andy?

—  Andy foi o primeiro a perceber Johnny —  VISH! 

—  Quer saber? Deixa isso pra depois, agora gostaria de um pouco de carinho da minha... minha namorada — ahhhhhh! Nem acredito que disse isso! Nem acredito que passei por esse vexame, mas valerá a pena se ela fizer aquele maravilhoso cafuné em mim toda hora. Christine apenas sorriu e me beijou, por que depois que ela me beijou sentir que meu corpo estava voando sobre as nuvens? Que estranho.

As meninas só voltariam de manha para buscar seus materiais, eu e a Christine ficamos deitados conversando sobre nossas qualidades e defeitos e nossas histórias passadas. Quando contei que fui expulso de duas escolas antes de vir pra cá ela quase surtou, não imaginava que eu era tão delinquente pensava que só era relaxado mesmo. A cara dela foi a melhor. 

— Você não presta Johnny! — ela disse entre risos.

—  Foi só uma brincadeirinha, eles que levam tudo a sério! 

—  Essa foi a razão pra vir pra cá?

—  Foi, um dos piores castigos dos meus pais. Mal vejo a hora de me formar e saí daqui, quero viajar sabe?

— Tem sorte que só vai estar aqui em meio ano, imagine pra nós, Andy, Matt, Lynn e a Angel, que estamos aqui à três anos —  que horror.

— Eu com três meses já estou morto, vocês já se viraram pó —  ela riu, sua risada era linda.

—  Bem isso, tivemos bons e maus momentos que serviram de aprendizado na minha vida.

—  Não vou nem perguntar os maus momentos, só quero saber os bons.

—  Os bons são com o pessoal do clube do livro, nós fizemos grandes apresentações em Literatura — minha cara de tédio estava bem explícita.

— Apresentação de trabalho não, estava querendo algo como a festa.

—  Sim a festa está nas melhores lembranças, menos a parte... você sabe — ó minha doce frustração veio a tona.

— Oh meu amor, podemos aproveitar agora né, já que não tem ninguém — falei com uma voz sexy me aproximando, mas ela me deixou de lado.

— Eu adoraria mas está ficando meio tarde e vamos acordar bem cedo, acho melhor ir embora Andy pode estar preocupado com você — que humilhação em, quando vou conseguir alguma coisa dessa menina?

— Tudo bem, ao menos posso ganhar um beijo de boa noite? — ela concordou e me beijou docemente, e de novo parece que estava nas nuvens. Tenho que admitir que amo seus beijos, seu cafuné, estou totalmente entregue aos seus carinhos, estou ficando louco com tudo isso. Era umas três horas da manhã quando deixei o dormitório feminino, realmente queria minha cama e uma bela noite de sono ao ser mais uma vez rejeitado na cama.

Foi uma noite de loucura, primeiro: ao pedi-la em casamento e depois em namoro, coisa que jurei pra mim mesmo nunca fazer com nenhuma garota que eu conhece-se na minha vida, deitado na minha cama estava perplexo na minha própria atitude. Segunda: contar as minhas loucuras e manchar minha reputação mesmo sem saber que tinha uma, acho que é isso. Estou fazendo muito por causa de uma aposta, por que não simplesmente dizer ao Jones que dormir com a Christine? A mesma pode me entregar, não é tão ruim mas ela não me ajuda. Eu também não quero deixá-la, estou tão entregue aos seus doces toques , aos seus beijos que meu corpo simplesmente não quer ir embora, não quer deixá-la ir. O que está acontecendo comigo? Estou ficando louco é isso, este lugar está me deixando assim mal vejo a hora de sair daqui que serei curado dessas alucinações. Mas antes tem um probleminha: meu namoro! Com certeza aquelas duas vão contar para todo mundo a cena que viram, o que o Andrew vai pensar de mim?! Todos vão vir com livros de amor para o meu lado,meu amigo vai vir com poemas melosos e até escrever uma peça sobre nossa história, Matthew então misericórdia! Calma! Se isso ficar entre o Clube do Livro tudo vai ficar bem, ninguém vai querer está interessado na minha vida. 

Até que meu dia não foi tão ruim tirando o fato das aulas insuportáveis, Christine e eu trocávamos olhares a distância pois a minha pessoa se misturava com outros alunos. Sim tenho amigos além do pessoal maluco, só passo mais tempo com eles do que com pessoas normais se bem que eu não sou uma pessoa normal. Ainda não acreditava que tinha feito um pedido de namoro, ainda sendo alguém que praticamente me assombrou quando entrei nesse lugar imenso. Na hora do intervalo o povo do Clube do Livro resolveu almoçar no lado de fora do refeitório oportunidade perfeita que Angel arranjou para arruinar minha vida. Evellyn, a rainha do recalque havia perguntado se tínhamos lido o livro do teatro Orgulho e Preconceito e eu claro como bom aluno que sou respondi que não, com isso fui o único que não debati e dei sugestões, só fiquei lá parado olhando para o céu fazendo altos nadas. Estava até gostando pois estavam desviando totalmente do assunto, mas Angel bicão aberto logo chamou a atenção de todo mundo.

—  Gente eu não consigo mais esconder! —  Andrew e Matthew a olham confusos enquanto eu tento me esconder atrás de um livro.

— Esconder o quê exatamente? — perguntou Matthew, eu negava com a cabeça para ela mas parece que nem deu bola para as minhas preces.

— Pode contar né Chris? — minha namorada apenas deu de ombros, óbvio porque ela não tem amigos chatos no seu pé que vão te zuar horrores durante a noite — A Chris e o Johnny estão namorando!! — vou matar essa menina!

— O QUÊ?!! — gritou Andrew incrédulo, ele e o feliz estavam de boca aberta.

— Eu sabia que estava rolando alguma coisa, eu sabia!! — disse Matthew, deitei-me no chão com o livro na cara e minhas bochechas estavam queimando.

— Obrigado Angel por se tornar a maior fofoqueira da minha vida, agora és a minha inimiga! —eu disse frio debaixo do livro.

— Para de drama Johnny, é motivo para comemorar! — que vontade de voar naquele pescoço branco dela!

— Como isso aconteceu Johnny? —perguntou Andrew, não sabia o que responder.

— Sei lá, simplesmente aconteceu! — respondi meio desesperado.

— Eles está com vergonha! — caçoava Matthew, outro que vou voar no pescoço daqui a pouco.

— Não estou não! Estou é bravo por não respeitarem minha privacidade!

— HMMMM SEI! — Matthew realmente conseguia me tirar do sério assim como a Evellyn.

— Não se preocupe Andy, vou cuidar bem do seu amigo — disse Christine doce e meiga, meu amigo sorriu pra mim estava feliz.

— Muito bem, podemos manter isso entre nós, o Clube do Livro Angel? Não estou nem um pouco afim do seu irmão me encher o saco!

— Eu, Angel Jones prometo a você, Jonathan Grey à não contar para ninguém sobre seu relacionamento com a minha amiga/irmã Christine Larke — estou com a impressão de que ela não vai manter essa promessa — Estamos muito felizes com o namoro de vocês!

— Namoro não, noivado — disse Evellyn só para piorar minha situação, a olhei bravo.

— Como assim noivado Jonathan Grey?! — Andrew já estava pronto para me matar, mas Christine meio que o impediu.

— É coisa da cabeça da Lynn, não liga não Andy! — ah minha mulher salvou minha pele, Evellyn simplesmente virou de lado — Todo mundo já está sabendo, sem segredos. Podemos continuar com o debate do teatro? — todos concordaram.

Depois da conversa do grupo Andrew me puxou para um lugar reservado com cara que parecia estar cuspindo arco íris pela boca, eu não podia entregar o jogo para o meu amigo se não aquela cara viraria um dragão cuspindo fogo. Precisava manter a calma e pensar em respostas rápidas para suas perguntas, sou um ótimo mentiroso até sobre pressão não ia ser tão difícil.

— Qual é o seu problema Johnny? — perguntou sem mais nem menos, não parecia bravo mas sim indignado.

— Depende, quer por ordem alfabética, numérica ou por trapalhada? — ele me olhou feio.

— É sério Johnny, por que não me disse?

— Aconteceu Andy, foi essa madrugada!

— Foi de madrugada no quarto das meninas? Como conseguiu isso?

— Dei uma de ninja, sei me esconder diante das câmeras. Fazia isso quando a boate não queria menores de idades então eu e a Miranda despistávamos os seguranças e as câmeras de segurança, bons tempos.

— Johnny depois você me conta sobre sua vida bandida, agora quero saber o que pretende com a Chistine? — credo até parecia o pai dela.

— Olha, sei que parece estranho e no começo havia dito que não gostava dela mas, como disse antes simplesmente aconteceu,eu preciso muito dela Andy, estou desesperado — meu amigo arqueou a sobrancelha, eu não disse nenhuma mentira desta vez.

— Você realmente gosta dela? — não acredito que vou dizer isso, hora da mentira.

— Sim, muito e preciso dela mais do que nunca!

— Posso confiar? — senti um deja vú com os meus pais agora.

— Dou minha palavra de que não a farei mal nenhum — ele pareceu acreditar, apertamos as mãos como dois rapazes educados.

— Me responda: e essa história de noivado é verdade? — olhou desconfiado.

— Pior que é, pedi a Chris em casamento primeiro, mas ela disse que era melhor terminarmos os estudos primeiro, éramos muito novos pra isso — Andrew riu da minha situação vergonhosa.

— A Lynn e a Angel viram essa cena? — confirmei com a cabeça — Não acredito que você pediu alguém em casamento, se pede em namoro primeiro Johnny estamos no século XXI cabeção!

— Eu sei! Fiquei nervoso e saiu isso, não pensei direito no que falar!

— Imagino, olha vou estar bem de olho em você em caso queira aprontar alguma.

— Óbvio, não sai do meu lado né parceiro! — Andrew era a melhor pessoa que conheci na Terra, nenhum dos meus amigos brasileiros chega aos pés desse britânico, o Clube do Livro tinha sorte por ter alguém tão companheiro e tão dedicado, uma pena os pais dele não reconhecerem seu talento na arte.

Agora precisava ser bem discreto e fingir que estou bem apaixonado perto deles, até que não é tão difícil ser apaixonado é só ser um idiota. Ah mas não vou negar que Christine beijava bem pra caramba e tinha uma ótima mão para fazer carinho na cabeça, isso eu nunca vou conseguir fingir. Me encontrei com ela após as aulas, a conduzir à alguns metros de distância do prédio onde as câmeras estavam desativadas. Na minha segunda semana de tortura nesse Internato, como gostava de curiar as coisas estava me aventurando por esses cantos até que achei um tipo de cabana subterrânea perto do enorme muro de concreto, parecia abandonado então resolvi fazer meu local de vídeo games, por dias ninguém ia lá então o tomei provavelmente devia ser de alguém que se formou e deixou seu pequeno esconderijo para futuras gerações. Não ia muito lá por causa do Andrew mas como não quero que os outros, principalmente Robert Jones saibam do meu namoro poderia passar um tempo com Christine pela cabana mesmo sem ninguém para incomodar, e quando chegar a hora H já terminar sem deixar rastros. Levei então Christine até o meu apê subterrâneo, de princípio ficou desconfiada mas ao ver o lugar ficou bem intrigada.

— Que lugar é esse? — ela perguntou.

— Meu local de descanso, bem legal quando queremos sossego — respondi.

— Você que fez? — bem que eu queria mas não tenho essa criatividade.

— Não, só achei e me instalei, sou meio curiosos então andei dando uns rolês por aqui — no meu cantinho tinha apenas uma geladeira, uma cama e uma televisão do antigo dono, infelizmente tive que limpar tudo sozinho.

— Fica sempre aqui ou só de vez em quando?

— Quase nunca, não tenho meu vídeo era a minha razão mas como meus pais o tiraram de mim então não faço absolutamente nada aqui, sem entretenimento fica chato.

— E agora tem um motivo para vir aqui? — sim, um motivo que se chama aposta sweetheart.

— Agora tenho um lugar pra ficar só com você bem coladinho — me aproximei, a abracei e beijei sua bochecha — Só com cafuné já ganho meu dia.

— Incrível como sempre dá um jeito de ficar sozinho comigo Johnny — claro, eu preciso de você!

— Não desisto daquilo que quero meu amor — ah mas eu realmente não desisto, nada me impediu de cumprir um acordo ou vencer um chefão.

— Eu queria saber mais de você, mais da sua história, conta vai! — não vou contar pra ela da minha vida bandida, não precisamos entrar nesses detalhes.

— Bom um fato: apesar do meu nome parecer americano, sou brasileiro — ela não me pareceu surpresa.

— Bem que percebi que seu sotaque era estranho, sabia que não era americano pois vivi com uma americano ano passado. Nunca conheci um brasileiro face a face.

—Estou bem diante de teus olhos, um brasileiro.

— Mas por que seu nome é americano? 

— Por causa do meu pai, ele se chama Edward Grey nasceu nos Estados Unidos mas meus avôs veio passar uma temporada no Brasil, ele conheceu minha mãe, Camila Swing e ela acabou ficando grávida. Rolou uma tretas e meu pai decidiu ficar no Brasil casado com a minha mãe, meus avôs voltaram aos Estados Unidos.

— Puxa! 

— Ele disse que não se arrepende, ama minha mãe e graças a isso tem dois filhos lindos, trabalharam muito quando eu era pequeno mas valeu a pena. Hoje eles são diretores de uma empresa e moram nos Estados Unidos coisa engraçada, eu e a Miranda ficamos no Brasil mas aí ela se formou e decidiu vir estudar contabilidade aqui. Eu só estou na Inglaterra mesmo por causa que fui expulso né, Miranda fica de olho em mim nos finais de semana, nós dois juntos antes éramos terríveis — ela deu risada.

— Que menino encrenca em! Tem sorte de ter uma família que faz tudo por você — neste momento lembrei-me que ela era órfã, me senti mal nem imagino como seria minha vida sem mamãe e papai, sem Miranda. Tentei disfarçar porque ela não sabia que eu tinha essas informações sobre ela.

— Sua família vem te visitar? — perguntei com um remorso no coração, nunca senti isso por alguém antes.

— Não tenho pai, nem mãe e nem irmão, minha família é o Clube do Livro — essa doeu bem lá no fundo.

— Eu sinto muito.

— Está tudo bem, já me acostumei a viver presa em internatos sempre precisando de autorização para sair, ao menos agora tenho você ao meu lado para me dar mais conforto — ela me abraçou fortemente, pude sentir seu coração bater bem rápido, beijei sua testa. Essa aposta está ficando bem mais complicada, se já não era antes agora está pior.

— Eu estou aqui à todo momento, só falta três meses para saímos daqui e gritar liberdade. Vou cuidar de você tudo bem? — ela concordou com a cabeça e deitou no meu ombro, quis confortar aquela criatura fofa. Meu Deus quando virei uma manteiga derretida?

— Muito obrigada Johnny — eu apenas sorri, e desta vez era um sorriso verdadeiro de alguém que acabou de descobrir seu lado sensível.

Eu quero mais do que nunca dar tudo a Christine, viver sem pai ou mãe é horrível não quero que se sinta desamparada, sempre tive Miranda ao meu lado não imagino minha vida sem ela ou sem mamãe e papai. Ela estava em meus braços quieta, conseguia ouvir e sentir sua respiração bem no meu pescoço, como era preciosa e delicada como seu primeiro nome Turquesa, lindo nome para falar a verdade combinava com ela. Seus olhos podiam não ser azuis como o de Miranda ou verdes como o do Andrew mas eram lindos quanto, parecia expressar um sentimento tão forte em meu peito, não sabia o que era mas me deu uma vontade imensa de ter aquela garota para mim, não tê-la na cama mas tê-la como se fosse a joia mais preciosa do mundo bem diante de mim. Só podia ser alguma coisa dos meus hormônios, nunca entendo o que meu corpo anseia mas naquele momento eles desejaram beijá-la, logo me entreguei e beijei aqueles doces lábios de morango. Eu gostava daquela sensação que me trazia como se borboletas estivessem voando no meu estômago ou algo assim, é difícil explicar não sei dizer. Quando nos separamos ofegantes tive uma ideia de levá-la a um encontro, ela merece isso.

— Eu tive uma ideia Chris! — eu disse ainda recuperando o fôlego.

— Pode falar meu bem.

— Que tal sairmos juntos, só eu e você para conhecer a cidade que a minha mãe e minha irmã tanto amam, um cineminha talvez o que acha?

— Cinema seria ótimo.

— Depois disso vamos voar sem direção.

— E se nos perdemos?

— Perguntamos para alguém, não deve ser tão difícil assim.

— Ok, vou adorar sair com você — ela sorriu e meu um selinho demorado, como amo aquele sorriso e era maravilhoso vê-la feliz assim.

Eu estava gostando de passar esse tempo com Christine apesar de querer encerrar a aposta logo, o namoro disfarça meu real interesse mas nada me impede de dar à ela o mundo aos seus pés. Enquanto não alcanço meu objetivo vou deixá-la bem feliz, depois de tudo ela merece ter conforto que talvez não teve no passado; estava decido o que iríamos fazer. Eu e Christine ficamos abraçados conversando mais um pouco sobre coisas aleatórias tipo comidas que gostamos e odiamos, filmes, cores e até brincadeiras de infância. Ela nunca tinha ouvido falar de cobra-cega, um dia o Clube do Livro vai brincar disso pode ter certeza, mas a maior parte eu e ela ficamos nos curtindo mesmo, declarei que aquele lugar seria nosso já que não queria expor esse relacionamento dentro do prédio com os outros alunos, fico até contente porque ela respeitou muito bem a minha decisão.

Quando deu a hora de voltarmos para dormir seguimos em direção aos dormitórios, quando nossos caminhos chegou ao momento de separar Christine se despediu com aquele sorriso que não sei por que mas me fascina tanto. Quando cheguei ao quarto me deparei novamente com o Andrew com aquele crânio nas mãos ensaiando alguma coisa, Shakespeare do século XXI era seu novo nome. Interrompi sua “atuação” que para mim parecia uma maré de loucura para contar a novidade do meu encontro, ele claro ficou super contente realmente acreditou que eu gostava dela, menos um problema. Andrew era um romântico pegando fogo naquele momento, deu sugestões de como agradá-la, que filme escolher e o que não devo fazer, foi bem rígido nesse assunto nem ousei descordar de suas lições. Para melhorar ainda mais a noite leu várias partes romântica de livros atuais que “vão me ajudar” a ser o mais lindo e brilhante cavalheiro de todos os tempos. Para acalmar os nervos resolvi tomar um banho, Andrew voltou a sua atuação pois ele sempre dormia depois de mim. Aquela aposta estava só entre mim e o Jones, nem meu melhor amigo sabe disso e o grandão não seria idiota o bastante para contar à alguém sobre isso, preciso terminar logo com isso. Só fico meio amargo quando tiver que terminar com Christine na formatura, devo contar sobre a aposta? Não, isso seria mal melhor não, só vou fazer o que sempre fiz quando ficava com as garotas: seguir em frente, mas antes vou mimar muito essa menina para ganhar esse acordo, preciso e quero mantê-la segura e feliz até lá.


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Notas finais do capítulo

Obrigada pela leitura!
Até a próxima!



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