Colorful escrita por SabstoHoku


Capítulo 1
Colorful - Capítulo Único


Notas iniciais do capítulo

Yooo, Minna!
Estou de volta com mais uma one-shot, dessa vez de Ino e Sai. Assim como a última que postei, essa também surgiu graças a um projeto de uma comunidade de Naruto, e, sinceramente, eu gostei de escrever ela. Eu sempre quis fazer algo relacionado a Ino e Sai, porque gosto do casal, e então me surgiu a oportunidade.
Espero que gostem! Boa leitura! ❤



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/739612/chapter/1

Cinza

Lembrava-se vagamente de como era o mundo antes daquele abraço. E, por mais clichê que possa parecer, era desbotado, cinzento e sem graça. Era como se tudo, inclusive ele mesmo, estivesse em transe, mergulhado num eterno topor que impedia que seu cérebro pudesse distinguir não apenas os sentimentos, como antes fora, mas também as cores, como uma trava que ele não sabia como liberar. Não era o melancólico e desbotado azul da tristeza, e muito menos o deprimente bege sobre o qual ele ouvia tantas pessoas reclamarem. Era cinza, simplesmente, isento de qualquer outro tom. Vazio.

Mas aquele abraço… aquele com o qual Ino o presenteara, pareceu ter libertado-lhe não só dos princípios os quais estava sendo influenciado, mas também da trava imaginária que impedia seus olhos de verem o mundo como realmente era. A macia voz que o chamava e o abraço que o acalentava não devolveram ao rapaz a liberdade, e sim fizeram com que ele a descobrisse.

Sai notou, naquele dia, que nunca fora verdadeiramente livre, ao menos não até o momento que voltara a si nos braços da bela Yamanaka.

Foi ali que as cores surgiram.

Pobre garoto, como pudera ele ter aqueles tantos caminhos pintados à mão e mesmo assim nunca ter visto as cores?

As cores, porém, não surgiram espontânea e instantaneamente, como as pessoas geralmente retratavam em seus extensos relatos e romances escritos. Elas foram despontando pouco a pouco, nos detalhes de seu dia a dia. A primeira a apresentar-se para Sai foi o rosa; Rosa, como o nome da planta, e também a cor que habitualmente enfeitava aqueles lábios, e que estava presente a cada vez que ele a observava curvar a boca em um gentil sorriso, quando por acaso se encontravam.

Depois, veio o amarelo. O mesmo amarelo que serpenteava pelos longos cabelos, que, à medida que a mulher fazia movimentarem-se, pareciam serem feitos de um puro raio de sol, ou de um campo das mais lindas margaridas.

Então, mais duas surgiram: azul e, junto com este, o vermelho. Azul esse que trazia a lembrança dos dias mais calmos do mar, representando a expressão serena que ela mantinha em seu rosto enquanto ocupava-se dos trabalhos na tradicional floricultura de sua família. Vermelho, como algumas das muitas flores que cultivava. Ao perceber que podia misturar essas duas, ele obteve uma nova: Roxo. O mesmo roxo que tingia as usuais roupas que cobriam o belo corpo da Yamanaka. Aquela cor que inicialmente lhe parecera tão chamativa mas que, ele tinha que admitir, aprendeu com o tempo a admirar e adorar.

E, por algum motivo, a última a se revelar foi o verde. Verde como a vegetação, verde como as folhas que davam nome àquela vila, verde como os profundos e cristalinos olhos dela, que, quando se encontravam com os melancólicos ônix dele, colidiam e contrastavam, tornando uma simples troca de olhares numa intensa batalha de cores -ou da falta delas.

Foi graças às cores que ela exibia e que o atraíam tal como uma imã que descobrira aos poucos que seu mundo tornara-se colorido, no máximo sentido da palavra. Vivído, brilhante, alegre, a mais pura obra de arte que já havia passado por seus olhos, muito mais admirável que qualquer peça que já fora feita pelas mãos tão artísticas quanto guerreiras de Sai. O cinza habitual de seus dias se fora; no lugar dele, agora havia uma imensa palheta de cores à seu dispor, e ele preferia que fosse assim.

A imagem dela fazia bem, e surgia por todos os cantos em que estivesse, muitas vezes pela falsa involuntariedade de suas pálidas mãos. Em várias folhas, antes brancas, do caderno que levava consigo por hábito; Nos guardanapos dos restaurantes que ia quando convidado pelos amigos; Nas telas de sua casa, em seu estúdio. Quando não esperava, encarava o rascunho da imagem da amiga, encarando-lhe com seus olhos gentis e seu esplêndido sorriso.

Talvez por isso tenha crescido dentro dele aquela vontade imensa que, de primeiro momento, ele interpretou apenas como uma necessidade de agradecimento. Talvez fosse por aquele motivo que ela começara a rodear sua mente, e finalmente fizesse com que o artista encontrasse sua perpétua musa, aquela cujos mínimos detalhes revelavam-se como sua mais rica fonte de inspiração. Talvez, e apenas talvez, tivesse sido aquilo que o impulsionara a tomar a decisão de fazer a ela uma arriscada proposta, juntamente com um mais que significativo presente.

Se lhe perguntassem, provavelmente não conseguiria listar de forma clara o que o fizera tomar aquela decisão. Não saberia dizer a alguém o que sentia, pois, em seu íntimo, sequer ele entendia. Ninguém poderia culpá-lo, afinal, se alguém que já tinha certo conhecimento dos sentimentos e sensações da vida se tornava confuso na tentativa de explicá-los, como ele, que havia descoberto-os a pouco, poderia?

Sabia apenas que era quente, e também reconfortante. Sabia que fazia com que um sorriso não pensado se abrisse em sua face.

Sai não tinha conhecimento sobre o que sentia. Não sabia que a amava.

Mas Ino saberia.

Doce homem, que com suas tintas e pincéis hoje retrata, de forma vivida, não apenas os delicados detalhes e as formosas curvas, mas também as vibrantes cores, hoje visíveis, de sua amada.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

E aí, gostaram? O que acharam?



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Colorful" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.