Imortais - Roteiro escrita por Rhu Caroline


Capítulo 1
#101 Cíclico - Ato I


Notas iniciais do capítulo

O Editor do Nyah não reconhece formatação pelas normas padrões de Script. Eu utilizo o Amazon Storywriter e copio e colo para cá e centralizo as falas. Mas caso alguém tenha interesse na versão .PDF formatada bonitinha eu posso disponibilizar, basta deixar uma mensagem. Beijos vampirescos da Rhu :3



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INGLATERRA - 1406 - MADRUGADA

FROM THE BLACK escuta-se o trotar de DOIS CAVALOS e as rodas de uma CARRUAGEM ranger nas pedras. A carruagem para na frente de uma típica casa britânica de dois andares. O cocheiro desce e ajuda uma SENHORA(40) -- com um lenço cobrindo os cabelos e carregando uma maleta de couro marrom -- a descer. No mesmo instante a porta da casa se abre revelando a silhueta de um HOMEM(30). Este cumprimenta a senhora a convidando a entrar na casa.

ALICIA (V.O)

Algumas pessoas afirmam não acreditar no destino...

A porta da casa se fecha.

CUT TO:

INT. CASA BRITÂNICA PEQUENO CÔMODO

O homem anterior esfrega suas mãos enquanto caminha de um lado ao outro. Uma CRIANÇA (2, masculino, cabelos loiros, olhos claros)está debruçado na janela encarando a escuridão da rua. Há uma vela colada no batente da janela escorrendo cera em reação ao vento.

ALICIA (V.O)

...Eu ACREDITO no destino.

O homem o pega pelos braços e fecha a janela. CLOSE na vela aproximando da chama.

FADE TO:

INT. DO QUARTO

Uma mulher está dando a luz. A parteira terminando o seu trabalho retira um saudável menino e imediatamente o enrola nos panos. Escuta-se o choro.

ALICIA (V.O)

Mas não como algo que tenha sido previamente escrito em um livro. (pausa) Que já tenha sido TRAÇADO...

A parteira mostra a criança à sua MÃE(22,cabelos negros bagunçados, suada) que sorri.

CUT TO:

INT. CASA BRITÂNICA PEQUENO CÔMODO

O homem está ainda mais agitado, mas seu rosto abre em felicidade quando escuta o CHORO DO BEBÊ. Ele se escora na parede e suspira profundamente algumas vezes.

Logo após a porta ao seu lado se abre, a parteira sai permitindo que o pai entre no quarto.

MATH CUT TO:

Pai e filho se aproximam da cama. O bebê está nos braços da mãe. O pai sorri e chora enquanto troca sussurros com a esposa. O filho menor sobe na cama e se aproxima do bebê. Sua mãe então afasta a manta permitindo que ele veja o rosto do IRMÃO que acabara de NASCER.

ALICIA (V.O)

...Mas sim como uma consequência de nossas escolhas e ações...

Criança Pov: Ele observa os olhos do bebê e vemos sua mão passando pela face do recém nascido.

FADE TO:

INT. CASA DO ALEX - 10/01/2016 - DOMINGO - MANHÃ 07:00

A cortina do quarto sibila ao soprar do vento. Um raio de sol atravessa uma fresta na divisão da cortina e atinge os olhos de ALEXSANDER FRIGAN RISCHER (16 anos, cabelos curtos, escuros) que dormia sob sua cama.

ALEX --como é comumente chamado-- abre os olhos e instintivamente posiciona a mão entre eles e a janela. Em seu rosto, a expressão de incômodo provocada pela luz às suas pupilas. Ele vira o corpo para o outro lado em um tentativa de voltar a dormir, após sussurrar xingamentos inaudíveis.

Alguns segundos depois seus olhos se abrem. E num solavanco senta rapidamente na cama. Pega o Smartphone da cabeceira da cama e confere o dia/hora -- no VISOR temos: DOMINGO 07:03 -- Procura se concentrar nos sons da casa. Algo o incomoda.

ALICIA (V.O)

...No entanto, o mundo não é feito unicamente da escolha de uma só pessoa...

Alex calça os chinelos e se dirige ao banheiro de seu quarto.

BANHEIRO DO QUARTO DE ALEX

Alex lentamente escova os dentes. Após, analisa suas olheiras e o comprimento de sua barba. Ele claramente não havia dormido o suficiente durante a noite.

ALICIA (V.O)

...Se pudéssemos simplificar isto a uma operação matemática. O destino seria a resposta-solução de uma equação onde os operandos são as escolhas e decisões das pessoas...

Ele recolhe sua camisa pendurada em um dos ganchos do banheiro e a veste enquanto caminha para fora do banheiro.

MATCH CUT TO:

CORREDOR DA CASA

A porta do quarto de Alex se abre. Alex passa e fica estático.

Alex Pov: A porta do quarto de seus pais encontra-se aberta e o quarto luminoso.

ALICIA (V.O)

...E dentro desta equação, a sua escolha pode somar ou subtrair com a escolha do outro...

Alex caminha até a porta a passos lentos.

ALEX

— Mãe? Pai?

CUT TO:

INT. QUARTO DOS PAIS

O quarto está revirado. Cama desfeita. Puffs tombados. Gavetas ao chão. Roupas intimas femininas, camisas e meias espalhadas por todos os cantos. Espelho da penteadeira estilhaçado.

CLOSE SHOT - ALEX

ALEX

(sussurrando, Gaguejando)

O-o que aconteceu aqui?

MATCH CUT TO:

INT. SALA CASA ALEX - ANDAR TÉRREO - LOGO APÓS

Alex desce as escadas pulando os degraus -- respiração ofegante-- Escorrega em algo no penúltimo degrau e vai ao chão.

ALEX

Droga!

No andar inferior da casa temos vários cacos de vidros espalhados pelo chão. Vasos quebrados. Mobília revirada.

Alex Pov: Enquanto encara suas mãos tentando se levantar, percebe uma nítida trilha de sangue a sua frente. Erguendo o corpo do chão começa a seguir com os olhos a trilha percebendo que esta termina no tapete central da sala em uma enorme poça de sangue parcialmente absorvida pelo mesmo.

ALICIA (V.O)

...Você podia ter escolhido OUTRA coisa. Assim como a outra pessoa também poderia ter feito OUTRA ESCOLHA...

Alex sente uma fraqueza súbita e cai de joelhos ao chão. Lágrimas começam a escorrer de seus olhos. Ele associa aquilo ao pior.

CUT TO:

INT. AEROPORTO DE BELO HORIZONTE - 20:00H NOITE ANTERIOR

Alicia Ruthven Kaled (16 anos. Cabelos longos, negros com californianas vermelhas, jaqueta de couro, camisa de banda, calça escura), levanta-se da cadeira de espera e olha para o relógio da estação. Ao ouvir o CHAMADO DE EMBARQUE recolhe sua mala do chão segue para a fila.

ALICIA (V.O)

...Mas a verdade é que as escolhas de ambos os levaram a uma eventualidade onde o resultado não é controlado por nenhum dos dois...

CHAMADO DE EMBARQUE -- ATENÇÃO SENHORES TRIPULANTES DO VOO RHU11328 (R-H-U- onze três dois oito) 20 HORAS COM DESTINO A SÃO PAULO FAVOR SEGUIR PARA O EMBARQUE NO PORTÃO 7.-- Repete algumas vezes.

Alícia passa pelo portão 7.

MATCH CUT TO:

INT. AVIÃO

Alícia levanta para que Sylar (27 anos. Cabelos lisos, pele extremamente branca, trajando roupa semi-social) assuma o seu assento a janela, ao seu lado.

SYLAR

Boa noite.

Alicia encara o rapaz, está estagnada com sua beleza. Segundos após, voltando a realidade, responde--

ALICIA

(gaguejando)

Boa noite.

ALICIA (V.O)

Chegamos então a um ponto onde temos que aceitar o resultado que nos foi entregue.

CLOSE NO SORRISO DE SYLAR ATRAVÉS do REFLEXO do vidro, onde vemos o avião se movimentar na decolagem.

INT. AVIÃO - LOGO APóS A DECOLAGEM

Sylar ajeita as mangas de sua camisa preta social tentava fazer com que as dobras ficassem do mesmo tamanho.

SYLAR

Primeira vez viajando de avião?

ALICIA

Não, não. Primeira vez viajando sozinha admito. Mas já viajei até para a Europa com meus pais.

SYLAR

Entendo.

Sylar pausa sua fala por alguns segundos. Ele também está admirando Alicia.

SYLAR

Eles é que devem estar preocupados.

ALICIA

Bem... Eu já não os tenho mais.

SYLAR

Desculpe.

ALICIA

Está tudo bem. Já faz alguns anos.

SYLAR

A propósito, sou Sylar Lancaster.

ALICIA

Alicia Kaled. Prazer em conhecê-lo.

SYLAR

(sorrindo para Alicia)

Igualmente.

Alícia começa a bocejar. Ela estava cansada. Se acomoda na poltrona e fecha os olhos.

ALICIA (V.O)

Mas o que você decidir fazer com este resultado se resultará em uma outra decisão e esta entrará em uma nova equação...

Uma COMISSÁRIA DE BORDO passa por Alicia e Sylar e desaparece entrando na CABINE.

CUT TO:

INT. AVIÃO ALGUM TEMPO DEPOIS

Sylar Pov: Ele observa alícia dormir CLOSE no pescoço de Alícia.

Os olhos de Sylar ficam vermelhos no tom CARMIM. Ele se inclina para próximo de Alicia. Abrindo a boca permite que seus caninos se aproximem da jugular de Alícia. E então inesperadamente ele recua batendo levemente a cabeça contra a ’parede’ do avião.

ALICIA (V.O)

...Criando um ciclo infinito. Criando a SUA VIDA.

CLOSE NOS OLHOS DE SYLAR. Eles retornam a COR AZUL. Ele esfrega o rosto algumas vezes ODIANDO A SI MESMO.

EXT. RUA DO BAIRRO DE ALEX - DE VOLTA AO TEMPO PRESENTE

Um carro de polícia surge na rua parando a frente de uma casa de dois andares, modesta. Ryan (37, policial) desce de uma das viaturas. Seu parceiro, Igor (45) permanece ao volante. Aciona o walk talk.

IGOR

Viatura 9. Chegamos ao local da denúncia. Iniciando reconhecimento do local. Câmbio.

VOZ FEMININA (V.O.)

Ok viatura 9. Nos mantenha informados da situação. (chiados de transmissão) Câmbio.

Igor sai da viatura se aproximando do portão da casa. Onde Ryan apertava freneticamente o interfone.

IGOR

Vamos ter que arrombar?

RYAN

Nada melhor que um pouco de ação em uma bela manhã de domingo. Não acha?

Ryan já se preparava para um chute quando Igor levou a mão na maçaneta do portão revelando que o mesmo estava aberto.

IGOR

Ou talvez usar um pouco de inteligência.

Os dois policiais entram na garagem e se dirigem a porta de madeira principal que lhes daria acesso ao interior da casa. Igor se preparava para levar a mão a maçaneta quando esta gira sozinha. Ryan imediatamente saca sua arma.

A porta se abre e revela Alexsander, rosto inchado, lágrimas escorrendo por sua face. Suas mãos e a calça do pijama estão sujas por sangue

Igor força a abertura total da porta entrando na sala. Alex assustado recua.

IGOR

O que está acontecendo aqui?

ALEX

(chorando, confuso, assustado, voz desparecendo)

Eu não sei! Eles sumiram. Meus pais. Não há ninguém em casa.

Igor percebeu que o garoto não representava perigo e fez o sinal para Ryan abaixar a arma.

IGOR

(Para o parceiro Ryan)

Comunique ao departamento. Precisamos de legistas aqui imediatamente. (pausa para analisar o local) Olha o estado desta casa.

TOUR PELA SALA. Termina com a aproximação em CLOSE NA FOTO DE FAMÍLIA tombada no BARZINHO ao lado de uma garrafa de WHISKY DERRAMANDO pelo tampo de vidro.

CUT TO:

INT. CARRO DA POLÍCIA - ALGUNS MINUTOS DEPOIS

Alex está sentado do lado do passageiro esfregando suas mãos. Ao volante, Ryan ajeita uma FOLHA DE PAPEL -- o boletim de ocorrência -- em sua prancheta.

RYAN

Vai ficar tudo bem garoto. Mas precisamos saber o que você viu. Tudo bem?

ALEX

ok.

RYAN

Qual o nome de seus pais?

ALEX

Éris Rischer e Laura Violeta Frigan Rischer.

RYAN

Conte tudo o que viu.

ALEX

Eu acordei as 7 horas. Quando sai do quarto vi a porta do quarto de meus pais aberta, isto é incomum. Geralmente levantamos depois do meio dia. É domingo.

RYAN

Continue por favor.

ALEX

Quando cheguei no quarto de meus pais vi tudo revirado. Desci correndo para a sala, escorreguei no sangue no degrau. Caí. E então ouvi o interfone. Eu não estava conseguindo levantar. Eu... eu

FLASH CUTS -- Alex com as mãos sujas de sangue. Poça de sangue no tapete da sala. Marcas de sangue na parede. Whisky derramando.

Alex desaba a chorar. Ryan tampa sua caneta, ele decide parar a entrevista por hora.

RYAN

A perícia deve chegar em breve. Vamos analisar o que aconteceu em sua casa. Tudo irá se resolver, ok?

Alex seca seu rosto na camisa. Seus olhos fitam o vazio. Ele estava visivelmente fora de si. O barulho da frequência de radio da polícia era a única coisa que ele agora escutava.

EXT. RUA DA CASA DE ALEX - HORAS DEPOIS

A presença de mais carros de polícia despertaram a atenção dos vizinhos que rapidamente aglomeraram nas proximidades. Alguns REPÓRTERES de jornais e da TV LOCAL estão observando ao longe aguardando o desenrolar dos fatos.

Membros da perícia entram e saem da casa. Levando e trazendo sacolas de plástico e ferramentas.

PEDRO

(Gritando)

ALEX!!

Pedro (15, moreno) se aproxima do carro de polícia onde Alex se encontrava na companhia do policial Ryan. Alex está agora com roupas limpas, o que sugere que em algum momento anterior elas foram confiscadas pela perícia.

ALEX

Pedro.

 

LAURA

(afobada, assustada, preocupada)

Alex, você está bem? Senhor policial o que está acontecendo?

 

O policial desce do carro. LAURA (30, Mãe do Pedro) se aproxima e começam a ter uma conversa privada.

RYAN

Percebo que a senhora é conhecida da família. Mora aqui perto?

LAURA

Sim. Moro há duas quadras daqui.

RYAN

No momento não sabemos o que aconteceu. A perícia está coletando evidências.

Ryan olha para Pedro e Alex.

RYAN

A perícia já liberou o garoto. Precisamos apenas aguardar ASSISTENTE SOCIAL chegar, como aparentemente não há nenhum parente de sangue por perto ela que irá tomar as medidas necessárias. Mas pessoalmente seria interessante alguém conhecido do garoto o acompanhar neste processo.

CUTE TO:

EXT. CASA DA CELINA - 10:30

Casa colonial de dois andares. Janelas de madeira pintadas a óleo na cor cinza. Fachada descascada com um muro na frente com o número 999 e portões de grade.. No interior temos de um lado um jardim coberto de mato com um chafariz de anjo em meio ao lodo e do outro uma arvore com uma gangorra de pneu.

CELINA (PRELAP)

Como foi sua primeira noite aqui? Dormiu bem?

INT. CELINA CASA - COZINHA

A cozinha é de azulejo português. Com um balcão que serve de mesa ao centro e vários armários antigos nas paredes.

ALICIA

Foi ótima. Ainda terei que me acostumar com os barulhos da casa, mas...

Alícia puxa uma cadeira e se senta frente à CELINA (42, cabelos chanel com franja curta, marrom, elegante). Celina lhe entrega um copo limpo e as duas começam a tomar o café da manhã.

CELINA

A casa tem seus problemas. Já iniciei a reforma há alguns meses. Mas dei foco ao seu quarto assim que aceitou meu convite.

ALICIA

Não precisava de tanto. Você exagerou no luxo daquele quarto, eu sou uma pessoa simples.

CELINA

Ah qual é. Não é todo dia que minha sobrinha desaparecida resolve morar com uma velha senhora.

ALICIA

Você não é velha. Poderia ser facilmente confundida como minha irmã mais velha.

CELINA

Agradeço o elogio de sua parte. O segredo está nos vegetais e produtos naturais. Como esse pote de aveia que estou prestes a saborear. Mas me diga como foi a viagem?

ALICIA

Normal.

Alicia passa MANTEIGA NO PÃO.

FADE TO:

INT. TAXI - NOITE PASSADA (FLASHBACK)

Transito parado. Várias buzinas.

TAXISTA

O que será que aconteceu? Deve ser mais um motoqueiro imprudente!

O taxista abre a porta e vai até o meio da estrada tentando enxergar o que aconteceu. Dentro do taxi no banco de trás Alicia observa seu smartphone, esperando uma resposta a mensagem enviada à sua tia Celina.

No visor: '22:00 Cheguei ao Aeroporto. Onde você está? 22:15 Irei pegar um táxi.'

O taxista retorna batendo a porta do veículo brutalmente que obtêm a atenção total de Alícia.

TAXISTA

(falando para si mesmo) Aff! Isso acaba com meu trabalho. (vira para Alícia) Garota um caminhão atravessou ali na ponte e tombou. Tem carga espalhada na pista. Eu não vou ter escolha a não ser retornar.

ALICIA

Ok. Quanto lhe devo? Vou descer aqui mesmo. Sigo o resto a pé.

TAXISTA

R$20. Tem certeza que vai seguir a pé? São quase 23 horas. Apesar deste bairro ser calmo, a cidade em si ainda é perigosa.

ALICIA

Não se preocupe, eu venho de uma cidade também grande. Sei me cuidar. Aqui está. E obrigada.

Alicia desce do carro, recebe suas malas das mãos do taxista e segue em direção ao caminhão torcido em L na pista. Chegando mais perto Alícia percebe que o acidente envolveu um carro pequeno além do caminhão. Escuta algumas conversas enquanto passa pela multidão de curiosos --

MULHER 1

Já vi acidentes estranhos, mas este...

MULHER 2

O passageiro do carro está com um corte profundo na jugular, você viu? E estão falando que o motorista foi apunhalado.

MULHER 1

Eu só quero que liberem a pista para eu ir para casa. Já estamos aqui há 40 minutos. Complicado esta ponte ser o único acesso a BELVEDER.

HOMEM

O motorista do caminhão está desorientado, coitado. Está até falando que viu um monstro pular na frente do retrovisor. Não sei porque estão enrolando para o levar a um hospital.

EXT. LOCAL DO ACIDENTE (CONT.)(FLASHBACK)

Alicia já distante e do outro lado da ponte observa o mapa no GPS de seu Smartphone.

ALICIA

(Falando para si mesma)

Quinze minutos de caminhada. Vamos lá afinal está uma noite agradável.

Alguns passos a frente Alicia sente algo sobre seus pés. Ela olha para baixo -- é um anel-- Agacha e o segura entre os dedos. Parece prata com uma pedra vermelha. Olha ao redor--não há ninguém -- o guarda no bolso da calça.

VISÃO AÉREA DO LOCAL - ALICIA caminha SOZINHA por uma avenida. O local é quase desértico.

CUTE TO:

INT. CELINA CASA - COZINHA - VOLTA AO PRESENTE.

Alicia terminou seu café. Celina começa a retirar a mesa.

CELINA

Eu tenho um compromisso daqui a pouco. Marquei um almoço de reunião com um futuro fornecedor para a loja. Domingo é o único dia que ele pode. (pausa) Tem algumas comidas semi prontas de microondas no freezer, mas se quiser pode ligar para este restaurante...

Celina entrega um cartão de crédito para Alicia junto do panfleto do restaurante.

CELINA

A comida deles é ótima.

ALICIA

Não se preocupe tia. Vou ficar bem.

CELINA

Ok. Mas não fique com fome, viu?

Celina sai da cozinha. Alícia se levanta, passa pela sala e sobe as escadas de madeira que dão acesso aos quartos no segundo andar.

INT. SALA DE INTERROGATÓRIO DELEGACIA - NAQUELE DIA APóS O ALMOçO

Alex está sentado ao lado da mãe de Pedro. O detetive Miller (50, semi calvo) e Sara (Perícia,27,morena) entram na sala.

DETETIVE MILLER

Desculpem os fazer esperar. Está sendo um dia agitado hoje. Mas estarei pessoalmente assumindo o seu caso.

Miller coloca uma pasta sobre a mesa. Nele temos o boletim de ocorrência preenchido mais cedo por Ryan em entrevista ao Alex. Entre outros papéis.

DETETIVE MILLER

Bem, ALEXSANDER... No B.O. consta que você estava dormindo, levantou e encontrou a casa daquele jeito. Algo a acrescentar, algo que tenha lembrado?

ALEX

Não senhor. É tudo que me lembro.

DETETIVE MILLER

Um de meus parceiros entrevistou seu vizinho mais cedo. O que fez a ligação da denúncia. Ele afirmou que acordou às quatro horas da manhã com seus pais conversando em tom elevado. Ele disse que isto é comum do casal, mas com o passar do tempo um terceiro homem entrou na conversa. Ele imaginou que sua mãe havia sido pega em traição e nos fez a ligação com receio de algo ruim acontecer. Porém nesta madrugada tivemos muitos incidentes e somente conseguimos disponibilizar uma viatura esta manhã. (pausa) Agora algo que não entendo, você realmente não ouviu nada?

ALEX

Não. Eu não ouvi nada. E sim meus pais discutiam até com mais frequência que eu gostaria, mas não consigo imaginar minha mãe o traindo.

DETETIVE MILLER

O que esteve fazendo na noite anterior?

ALEX

Estive com uns amigos comemorando meu aniversário que foi na verdade quarta passada. Fomos a uma pizzaria onde ficamos até as 23 horas. Depois disto cheguei em casa, minha mãe estava na copa terminando de corrigir as provas dos alunos dela e meu pai já estava dormindo. Então escovei meus dentes e fui para a cama.

DETETIVE MILLER

Algum inimigo declarado da família? Alguém que poderia querer alguma vingança contra seus pais?

ALEX

Não sei.

DETETIVE MILLER

Alguém com quem seus pais tenham discutido? Pense bem Alex, eles podem estar correndo perigo, qualquer informação seria uma grande ajuda.

ALEX

Não me lembro de ninguém. Meus pais sempre foram queridos por todos.

DETETIVE MILLER

Aqui diz que você tem um irmão mais velho, Brian. Onde ele está?

ALEX

Eu não sei. Ele se juntou a uma mulher anos atrás e desapareceu. Seriamente não consigo nem me lembrar de sua face.

DETETIVE MILLER

Então, aqui consta que ele teve passagem pela polícia algumas vezes. Porte de armas, drogas, bebida e direção...

ALEX

Eu realmente não sei. Como eu disse meus pais sempre brigavam, mas brigavam duas vezes mais com Brian em casa. Única coisa que posso afirmar é que estivemos melhor sem ele.

LAURA

Desculpe Detetive, mas essas perguntas são demais para uma criança.

DETETIVE MILLER

Eu sei. Mas infelizmente ele é o único da família que restou para fazermos perguntas. Contudo creio que já poderemos conduzir uma investigação daqui. Alex somente vamos precisar de uma amostra do seu sangue, para os exames de DNA e você poderá ir. (para Laura) Cuide do garoto.

Detetive Miller deixa a sala.

SARA

Eu vou coletar seu sangue. Tudo bem?

ALEX

Ok.

Sara prepara a agulha.

INT. SALA DOS POLICIAIS - HORAS MAIS TARDE

SARA

Eu sempre quis um caso estilo CSI para resolver. E esse está neste nível de mistério. Iupi!

DETETIVE MILLER

Não se empolgue Sara. Sei que é nova neste ramo, mas as coisas não são como nos filmes. Dificilmente vamos conseguir algo a menos que milagrosamente encontremos os corpos.

SARA

Corpos. Acha que eles estão mortos?

DETETIVE MILLER

Já se passaram 14 horas. Nenhum pedido de resgaste. A família nem é rica. A única coisa que posso deduzir disto é que o irmão mais velho deles está em dívida com o dono da boca. Precisamos encontrar este tal Brian.

O detetive joga a pasta contendo a ficha de Brian sobre a mesa.

CLOSE na FOTO DE BRIAN. Barba mau feita, cara de bêbado.

SARA (V.S.)

Já foi emitido um mandato. E os resultados do DNA devem sair amanhã a tarde.

 

INT. CASA DE PEDRO - NAQUELA NOITE

Alex encontra-se sentado no sofá junto de Pedro. Eles jogam no play station.

LAURA

Garotos. O jantar esta pronto. Pausem o jogo.

Alex e Pedro sentam-se a mesa. Alex observa a comida enquanto a Mãe de Pedro os serve. Ele está visivelmente triste. A mãe de Pedro percebe, mas não há nada que ela possa fazer por ele.

PEDRO

Mãe, Alex vai morar conosco agora?

LAURA

Eu estou com guarda temporária dele. Enquanto tiverem conduzindo as investigações ou até algum parente aparecer.

ALEX

O que acontece depois?

LAURA

Eu não sei. Mas não se preocupe querido, vamos estar aqui. Tudo irá se resolver.

Alex larga o garfo.

ALEX

Se não se importam eu vou deitar.

Alex levanta da mesa. Pedro tenta o seguir, mas sua mãe o segura.

LAURA

Ele precisa de espaço. Termine seu jantar.

FIM DO ATO UM

 


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