Nothing Lasts Forever escrita por Tatá


Capítulo 5
Capítulo 5


Notas iniciais do capítulo

Como o último capítulo ficou pequeno, não há nada mais justo do que postar mais um, não é mesmo?

Boa leitura!



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Segunda-Feira. Dia de voltar ao cotidiano.

Pepper acordou com Sexta-Feira dando as informações sobre o clima, calendário, e as principais manchetes do dia, que obviamente se resumiam aos últimos acontecimentos envolvendo os Vingadores. A enorme janela da suíte principal da mansão Stark revelava mais uma bela e tranquila manhã em Los Angeles, como se o mundo não estivesse em completo caos.

A mulher notou que Tony não estava ao seu lado, e não se surpreendeu. Ele devia estar em Nova York, ela não sabia. A última vez que se falaram foi através das mensagens de texto que trocaram há dois dias. E evitou pensar nisso enquanto se levantava e vestia um robe, antes de descer para o café da manhã.

Às 8:45, ela chegava às Indústrias Stark. Assim como na mansão, todas as entradas de veículos estavam cheias de jornalistas e manifestantes procurando por esclarecimentos. Eles não viram a mulher atrás da janela da limusine, mas a mulher pôde olhar em cada rosto e cartaz inconformado e/ou cheio de ódio.

Os funcionários da Stark não estavam em seu ritmo habitual. Todos estavam em choque, afinal, por pouco todos os ali presentes, e todos na Terra, não foram mortos.

Pepper passou boa parte do dia enfiada na sala da presidência, em uma teleconferência com Maria Hill. As duas conversaram sobre o que seria dito à imprensa a respeito de Ultron; sobre a Fundação Stark, que estava agindo nos arredores de onde ficava Sokovia (que agora não passava de um buraco enorme), ajudando quem precisasse com o que fosse necessário; sobre o que fariam no futuro…

Até que chegaram no prédio na África que Tony e Banner derrubaram (e foi recentemente comprado pelas Indústrias Stark). Então Pepper pensou preocupadamente no amigo:

— Vocês não têm nenhuma pista do paradeiro dele? — perguntou e Maria negou.

— Enquanto o modo furtivo estiver operando, é impossível encontrá-lo. E provavelmente é isso mesmo o que ele quer. — ela respondeu; então recebeu uma mensagem, que Pepper não pôde ler. — A conferência fora confirmada. 17:00, no auditório B da Torre dos Vingadores, Nova York. Romanoff confirmou presença.

— Ótimo. Então eu acho que isso é tudo. Nos vemos mais tarde.

— Até. — Hill desligou.

— Bambi, eu vou à Nova York em uma hora. Você e Happy vêm comigo. — Pepper informou pelo interfone.

— Sim, Srta. Potts.

— Peça ao Happy que prepare o carro. Preciso fazer uma parada lá em casa antes da viagem. E… Eu sei que está em cima da hora, mas faça reserva em algum hotel, por favor.

— Mas e a Torre?

— Está em reforma. São 3 quartos, por favor.

— Sim, chefe. Isso é tudo?

— Sim, isso é tudo.

 

— Câmeras se aproximando... — Happy avisou, reduzindo a velocidade ao chegar na rua em que ficava a entrada da mansão, onde uma multidão os esperava.

Quando o portão se abriu, uma equipe de seguranças saiu de dentro da propriedade para afastar as pessoas e abrir caminho. Mesmo assim Happy não acelerou muito, com medo de algum paparazzo se jogar na frente do carro ou algo do tipo.

— Pepper! Pepper! O que tem a dizer sobre os ataques a Sokovia e Seul?

— É verdade que Tony criou o robô assassino?

— Há notícias de que armaduras saquearam armas e itens de robótica em todo o mundo! Por acaso Tony e a Legião de Ferro têm algo a ver com isso?

— É verdade que ele está ficando louco?

— Vocês vão se separar?

Pepper simplesmente ignorou as perguntas; e em poucos segundos foi deixada em paz, quando os portões foram fechados e Happy acelerou, subindo a ladeira. Alguns minutos depois, finalmente estavam dentro de casa.

Eles esperavam pela familiar voz com sotaque britânico de J.A.R.V.I.S. lhes dando as boas vindas; então mais uma vez estranharam a voz feminina que veio em seu lugar:

— Bem vindos, Srta. Potts e Sr. Hogan. — Sexta Feira os recebeu alguns segundos atrasada.

— Obrigada. — Pepper respondeu, já sentada na poltrona e retirando os saltos. — Tem algum recado? — perguntou, sabendo que iria demorar para ter sua resposta.  

— Você tem zero mensagens.

— Aham... — a ruiva foi irônica,  enquanto olhava a tela do celular e via que só ali haviam 50 mensagens não lidas. Ela suspirou, sentindo saudades de J.A.R.V.I.S.

— Tony tem que resolver essa coisa logo. — Happy reclamou, se jogando no sofá.

— Acredito que Sexta-Feira seja a menor das preocupações no momento...

— Mas deveria ser uma das prioridades! A segurança está falha! A qualquer momento pode acontecer uma nova emergência e...

— Objeto não identificado se aproximando. — a voz de Sexta Feira encheu o lugar, interrompendo o momento. E antes que terminasse a frase, Happy já havia se jogado em cima de Pepper, usando seu corpo para protegê-la. A mulher entrou em pânico e a memória de quando os capangas de Killian destruíram sua casa, na tentativa de matar Tony, invadiu sua cabeça. Ela se encolheu e eles se prepararam para o baque...

Que não veio.

Happy se afastou um pouco e olhou ao seu redor. Não havia nenhum sinal de mísseis, explosões ou nuvens de poeira. Ele olhou pela janela, e tudo o que viu foi a imensidão do céu e do mar.

— Não tem nada aqui. — disse. Então ouviu que a mulher coçou a garganta, indicando que não estava se sentindo confortável naquela posição. — Oh... Foi mal. — ele saiu de cima dela e ergueu a mão para ajudá-la a se levantar. Então levantou a poltrona e a deixou no lugar, enquanto a mulher puxava a saia. — Você está bem?

— Sim. — ela ainda arrumava a roupa ao responder.

— Eu disse que Tony tem que consertar essa porra.

— Happy, olha o linguajar... — Pepper o repreendeu, e ele apenas a olhou de lado, antes de entrar em contato com os seguranças:

— Jerry? Vocês aí fora por acaso viram ou ouviram alguma coisa? — perguntou pelo ponto em seu ouvido — Não, mas o computador disse que tinha um objeto não identificado se aproximando... Sim, sim, faça isso. — ele disse autoritário, andando pela sala.

Chefe, nenhum objeto não identificado passou pela propriedade. A única coisa que vimos foi...

— Traga reforços! — ele interrompeu o homem que falava em seu ponto, quando ouviu um estrondo vindo do fim da escada que levava aos andares inferiores. Em questão de segundos havia uma barreira de homens de terno em frente a escada e outro grupo descendo-a, em busca de quem, ou do quê, estivesse lá em baixo.

— Pepper, sai daqui! — Happy ordenou, e a mulher obedeceu. Mas antes de chegar na porta, um de seus seguranças a avisou:

— Nem perca seu tempo. Isso não é nada.

— Como não é nada? Tem um intruso na minha casa! — a mulher se irritou.

— Veja com seus próprios olhos... — o segurança disse apontando para a escada, onde se podia ouvir vozes cada vez mais próximas. E elas estavam... Rindo????

— E a cara dele quando descobriu que era eu? Desculpe amigo, mas foi engraçado! — Tony disse enquanto batia no ombro de Happy, que estava de cara emburrada. — Ah... Oi amor. — ele a olhou rapidamente, antes de olhar para os funcionários ao seu redor. — Eu fico alguns dias fora e isso aqui vira uma festa de terno? — brincou. Então voltou a olhar para ela, estranhando seu silêncio. — Que foi?

— Rapazes, vocês poderiam nos dar licença, por favor? — foi tudo o que ela disse.

— Ok, vocês ouviram a chefe! Acabou o show! Todos circulando! — Happy foi autoritário, dispersando o público. — Você está bem? — ele praticamente sussurrou, próximo à mulher.  

— Sim, obrigada... — ela sorriu para o amigo, que foi para fora da mansão, junto com os outros.

— Pep, eu...

— Uma mensagem de texto. — ela interrompeu Tony. — Nós poderíamos estar mortos agora. E suas últimas palavras vieram de uma mensagem de texto.

— Não atendi a ligação porque estava ocupado. Você sabe, salvando o mundo. — ele a beijou na bochecha antes de ir em direção à cozinha, sendo seguido.

— Não é esse o problema!

— Então qual é?

— O problema é que só assim conseguimos entrar em contato com você. Por mensagens de texto! — ela se enfureceu.

— Eu estava salvando o mundo!

— E quando você não está salvando o mundo, onde você está? Porque não é comigo ou nossos amigos! Você nunca está presente, Tony! Eles sentem a sua falta, eu sinto a sua falta!

— O que você quer que eu faça? Que deixe de ser um herói? — ele se virou para olhá-la ao fazer a pergunta.

— Eu não disse isso! — Pepper respondeu no mesmo tom de voz.

— Vem cá, isso é por causa do Ultron? — o homem perguntou mais baixo, com as sobrancelhas unidas.

— Não, mas já que tocou no assunto... — então ele rolou os olhos e abriu a geladeira, procurado por metade de um sanduíche ou o que tivesse lá. — O que você tinha na cabeça quando inventou de criar aquela coisa?  Será que ainda não aprendeu que não se deve mexer com tecnologia alienígena?

— Eu estava tentando proteger as pessoas, mas falhei! Me desculpe! — ele gritou, fechando a porta da geladeira com força demais.

A mulher se calou, o observando dar as costas para ela e começar a procurar a gaveta de talheres. Então ela suspirou e coçou a cabeça, até que finalmente disse:

— Eu não aguento mais isso. Todo esse estresse, toda essa…preocupação… Com você, comigo, com a nossa segurança, com toda essa bagunça que vocês fazem e eu tenho que arrumar, com a empresa… Isso é...demais pra mim.

— Preciso te mostrar uma coisa. — Tony se entusiasmou, provando que não ouviu uma só palavra de seu desabafo.

— Olha só, não muda de assunto! — ela se irritou. — Eu estou tentando ter uma conversa séria e…

— Temos um galpão inutilizado no norte do estado de Nova York, certo? — ele perguntou ao pegar uma colher na gaveta.

— Tony, eu não quero falar de galpões! Será que dá pra você...

— Sexta-Feira, mostre à ela o complexo. — ele ordenou abrindo um pote de iogurte, e então uma planta holográfica apareceu na bancada. — Contemple…a base dos Novos Vingadores.

— Novos Vingadores? — Pepper perguntou se rendendo ao interesse e sabendo que, para variar, não conseguiria discutir a relação com Tony.

— É. Rhodes, Visão, e a bruxinha agora estão com a gente, e precisam de um lugar melhor que a torre pra treinar. O Visão e a bruxinha são…

— Eu sei quem são. Maria me contou, já que você não fala comigo. — ela o alfinetou.

— Enfim. Se eles destruírem tudo, vai ser lá. E não o seu projeto.

— Ah, então agora é meu projeto? Por que eu me lembro perfeitamente de você dizendo que eu tinha direito a apenas 12%...

— Você nunca vai esquecer isso, não é? — ele a encarou com certo brilho no olhar. Brilho esse que só aparecia quando olhava ou pensava nela. — O que achou?

— Eu gostei. Mas o galpão… Tem alguns objetos guardados nele. Grande parte de seu pai. O que vai fazer com tudo aquilo?

— Continuo guardando lá. — Tony deu a volta na bancada pra ficar ao lado da mulher. Ele ia dizer que era pra jogar tudo fora, mas mudou de ideia por algum motivo. — Isso é um sim? — a encarou esperançoso, esperando pela resposta.

— Ok… Vou mandar providenciarem a papelada.

— Sabia que podia contar com você. — ele a roubou um beijo rápido. — Eu vou me desculpar pelas mensagens e o chá de sumiço mais tarde.

— Pode apostar que sim... — Pepper então aproximou a boca da colher que o homem segurava e roubou todo o iogurte que estava nela. Então lambeu os lábios e deixou um Tony completamente louco e sozinho na cozinha.


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Notas finais do capítulo

Agora sim, vejo vocês semana que vem.
O que estão achando?
ps: O modo como Tony agiu ao chegar em casa tem explicação, e vocês logo descobrirão. Não desistam de mim ainda.