Virando do avesso escrita por calivillas


Capítulo 1
A vida era perfeita até que...




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“Definitivamente, eu não gosto dessa luminária. Preciso trocar isso, com urgência”. Era isso que Júlia pensava, distraindo-se, olhando para o teto, enquanto esperava. Até que Leandro fez seu último movimento, soltou um grunhido e relaxou sobre o corpo dela. Agora, era vez dela, fechou os olhos e soltou um sútil gemido, fazia isso para contentá-lo e acabar logo com isso. Satisfeito, Leandro rolou para o lado, deu um beijo no seu rosto e segurou a sua mão, Júlia ajeitou o lençol para ficar completamente coberta. E agora, era o momento que ela mais gostava, quando ficavam mais próximos, aconchegada na curva do braço dele, podendo ouvir o seu coração se acalmando e respiração voltando ao ritmo normal, relaxando. Ela se sentia segura e confortável nos braços de Leandro, era quando estavam mais unidos, tinha certeza que ele era o homem da sua vida, que construiriam uma linda família juntos e seriam muito felizes.

— Finalmente, minha mãe mandou a lista dos convidados dela para o casamento. Deixei em cima da mesa da sala para você não esquecer, quando sair - Leandro comunicou displicente, acariciando os cabelos castanhos e ondulados de Júlia.

— Ótimo! A minha mãe estava quase me enlouquecendo por causa dessa lista. Fica repetindo, o tempo todo, que só faltam um pouco mais de dois meses para o nosso casamento.

Júlia ergueu a cabeça para admirar o rosto do noivo, semiadormecido e relaxado pelo prazer e ela ficava feliz por ter proporcionado isso a ele. E com um movimento delicado e carinhoso, devolveu para o lugar uma mecha rebelde do cabelo castanho claro.

— Leandro – Ela o chamou com delicadeza, ele abriu os olhos meio tonto de sono. – Você me leva para casa?

— Ainda não entendo, porque você não pode dormir aqui comigo. Afinal, estamos noivos e nós iremos nos casar em pouco tempo!

— Eu sei, Leandro, mas você sabe como meus pais são, eles não querem que eu durma fora de casa antes do casamento.

— Você entende o quanto isso me chateia, ter que dirigir até outro bairro e, depois, voltar para casa, a essa hora da noite para levar a minha futura esposa, só porque os futuros sogros são tão antiquados.

— Você sabe que meus pais não concordariam que eu passasse a noite aqui, eles iriam ficar muito aborrecidos e eu não quero problemas.

— O que eles acham que fizemos nesses cinco anos de namoro? Que nunca transamos? Que você é uma virgem, se guardando para a noite de núpcias? – Leandro não conseguia esconder sua irritação.

— Por favor, Leandro, compreenda! Eles são antiquados. Além disso, amanhã, logo cedo, farei a primeira prova do meu vestido. Minha mãe e Bruna irão comigo.

— Tudo bem! Vamos nos arrumar, que eu a levarei para casa – Leandro concordou resignado, levantando-se lentamente, sabia que não tinha como vencer essa discussão. Felizmente, o casamento se aproximava e essa história terminaria em breve.

No momento que colocava a roupa, Júlia parou e ficou observando o seu noivo se vestir. Leandro tinha uma bela figura, tinha a estatura mediana e um corpo bem proporcional, os músculos dos tórax e braços bem marcados, mas sem exageros, pernas fortes, cabelo castanhos claros, quase louro. Seu noivo era um belo homem, além de ter um bom emprego e ser ambicioso, todos falavam, que ele teria um futuro brilhante, na empresa onde trabalhava. Júlia se sentia uma mulher com muita sorte por ter tudo isso. Então, como se despertasse de um sonho, ela terminou de se vestir rapidamente e saíram de apartamento dele.

Na manhã seguinte, Júlia admirava a noiva refletida no espelho de corpo inteiro, a imagem de uma linda mulher envolvida em renda e musseline de seda pura, sem poder acreditar que era ela mesma. Apesar do vestido ainda estar em prova, já demonstrava toda a sua beleza e elegância.

— Você está linda, Júlia! – Bruna, uma das suas melhores amigas e madrinha de casamento, exclamou com olhos sonhadores. Ela fazia parte do pequeno grupo de mulheres que a circundava a contemplando, extasiado.

— Você está parecendo um anjo, minha filha! - A mãe de Júlia disse, suspirando, enxugando as lágrimas que brotavam dos cantos dos seus olhos.

— Acho que precisaremos ajustar um pouco aqui na cintura. Espero que você não emagreça muito mais até o dia do casamento, Júlia, senão teremos que apertá-lo, outra vez – a costureira, observou, trazendo todas as mulheres de volta a realidade, já marcando o vestido com alfinetes

Enquanto a costureira continuava com os ajustes no vestido, as outras mulheres conversam, trocando comentários e ideias sobre o casamento, que ajudavam a organizar.

— Ah! Mãe, eu já ia me esquecendo a mãe de Leandro mandou a lista de convidados dela – Júlia recordou.

— Graças a Deus! E onde está ela? Preciso levar essa lista, imediatamente, para a organizadora do casamento e começarmos a enviar logo os convites.

Júlia pensou um pouco e bateu na testa.

— Droga! Esqueci na casa de Leandro! Mas, eu vou lá, pegar depois do almoço e deixo com a organizadora, antes de ir para o trabalho.

— Se você estiver muito ocupada, posso fazer isso para você, minha filha.

— Não se preocupe, mãe. Eu tenho a chave do apartamento por causa da obra, entro pego e saio rapidinho. Leandro está no escritório a essa hora, não tem ninguém lá. Esta é uma das vantagens de ter seu próprio negócio, não marquei nada para hoje, e tirarei uns dias de folga antes do casamento para organizar tudo.

Júlia era sócia do colega de turma, Rafael, em um pequeno escritório de arquitetura, apesar de há pouco tempo no mercado, já tinham feito alguns bons trabalhos. No entanto, nesses últimos dias, Júlia estava bastante empenhada nos preparativos do seu casamento, sua mãe quase histérica, por isso, aproveitou a época de movimento fraco, para tirar alguns dias de folga a fim de colaborar com a elaboração do seu casamento. Mesmo que Júlia gostasse de apenas uma cerimônia simples e singela, com alguns amigos mais próximos e familiares, as circunstâncias haviam mudado e crescido a tal ponto que saiu do seu controle, agora, até uma famosa organizadora de casamento havia sido contratada pelos seus pais.

Depois da prova do vestido, Júlia foi almoçar com as amigas, entusiasmadas por criar uma memorável despedida de solteira para a futura noiva.

— Podemos contratar um stripper! Tipo um cara bem forte e bonitão que dançaria para a gente e tiraria a roupa! – Bruna cogitou, animada com sua ideia.

— Não! Não posso deixar um homem tirar a roupa na frente da minha mãe e da minha avó – Júlia exclamou, exaltada, que não podia nem pensar nessa possibilidade.

— Talvez, elas gostassem. Não é todo dia que elas poderão ver um homem bonito sem roupa – Bruna brincou, não querendo desistir da ideia,

— Bruna! - Júlia riu, balançando a cabeça em negação, resolvida a descartar essa possibilidade.

— Então, podemos ir a uma boate que tenha strippers e não precisamos convidar sua mãe nem sua avó – Agora, era a vez da sua amiga Sílvia opinar.

— Por que essa obsessão de ver homens pelados? – Júlia indagou, curiosa, para as amigas.

— Por que não? – Bruna devolveu a pergunta – Acho que pode ser divertido e muito empolgante ver homens bonitos e sarados sem roupas, dançando e nos seduzindo.

— Eu pensei que você estivesse bem com seu namorado, Bruna? – Júlia perguntou, confusa.

— Eu estou, mas não me impede de querer ver um homem bonito sem roupa, mais material para a imaginação.

— Como assim? Imaginação? – Júlia indagou, sem entender.

— Você sabe, Júlia, naqueles momentos quando não temos nada para fazer, estamos sozinhas e entediadas na cama e .... Você entende, não é?

— Não – Júlia respondeu com sinceridade

— Não? – Sílvia perguntou, abismada. – Como não? Você não usa as mãos ou não tem nenhum brinquedinho para se divertir quando está sozinha, Júlia?

— Ah! Vocês estão falando...  Oh! Não! Claro que não! Eu não preciso disso – Júlia sentiu seu rosto queimar.

Sílvia e Bruna se entreolharam.

— Júlia, acho que nós precisamos conversar sobre o que você precisa – Bruna continuou.

— Por favor, garotas, prefiro não falar sobre esse assunto tão íntimos com ninguém. E isso é muito pessoal.

— Você não fala sobre sexo nem mesmo com Leandro? – Sílvia indagou, surpresa.

— Claro, que não! Não tenho coragem de falar sobre isso, nem mesmo com o meu noivo.

— Se prefere assim, você é quem sabe -  Bruna disse, dando de ombros, vencida.

Após o almoço com as amigas, Júlia foi até o apartamento do noivo a fim pegar a lista de convidados da sua futura sogra, que havia esquecido, e levar para a organizadora de casamento, antes de ir para o trabalho. Abriu a porta, entrou, a sala estava meio bagunçada devido o final da reforma que estava sendo feita, já que morariam ali após o casamento. Ela foi direto para a mesa de jantar, onde Leandro havia deixado o envelope com a lista, colocando-a na sua bolsa, olhou o ambiente a sua volta, pensando na sua feliz futura vida de casada naquele lugar.

Pronta para ir embora, teve a impressão de ter ouvido algo, vindo da direção do quarto. Júlia sabia que não deveria haver ninguém naquela hora do dia, imaginou se Leandro também tivesse dado um pulinho uma casa, na hora do almoço. Resolveu surpreendê-lo, com muita cautela para não fazer barulho, abriu a porta, bem devagar. No entanto, parou, com a porta entreaberta ao reconhecer os sons que vinham lá de dentro, eram gemidos e sussurros. Não podia acreditar no que ouvia, devia estar errada, então, abriu um pouco mais a porta, até consegui ver a cama. Ficou surpreendida, pois, lá estava Leandro deitado de costa, sendo cavalgado por uma mulher loura de cabelos compridos e formas voluptuosas, ambos completamente nus. Chocada, Júlia demorou alguns segundos para processar aquela cena, de tão improvável que aquilo lhe parecia. Eles estavam fazendo sexo, finalmente, ela concluiu, estarrecida. Leandro agarrava com força as coxas da mulher, que gemia de prazer, depois segurou nos quadris dela, controlou o ritmo dos seus movimentos.

— Devagar! Assim! Bem gostoso!

As mãos deles envolveram, em concha, os volumosos seios dela, os acariciando e os apertando, a mulher gemeu alto, de novo, jogando a cabeça para trás.

Júlia arfou, então, pensou que deveria ir embora ou fazer um escândalo, porém, não conseguia sair do lugar, sabia que onde estava não poderia ser vista pelo casal, então, ficou ali parada, assistindo, fascinada com aquela cena, sentindo seus peitos se contraíram e seu sexo pesar a ponto de doer, sua respiração ficou ofegante, estava ficando excitada.

Novamente, Leandro desceu a mão até a cintura da mulher para aumentar o ritmo.

— Assim! Isso! – Ele comandava, acelerando o ritmo e ela o cavalgava como se fosse um garanhão selvagem, até arquear as costas e gemer alto para os céus, desabando sobre ele. Leandro, rapidamente a virou de costa, agora ela ficou de quatro, e ele continuou com estocadas cada fez mais forte até que se contraiu e gemeu, de uma maneira que Júlia nunca ouviu antes, um som gutural e primitivo. Os dois desabaram sobre a cama, começando a rir, satisfeitos e saciados. Júlia sabia que era a hora de fechar a porta, lenta e silenciosamente, e ir embora.


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