A profecia - Scorpius e Rose escrita por Gabs


Capítulo 6
Capítulo 6




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Dias depois da Revelação que a Robin é a garota da profecia...

 

 

Quando Alvo se prontificou a passar o dia com Robin, pois Rose e Emma tinham coisas a resolver da loja, ele não tinha intenção de convidar Scorpius, mas seu lado impulsivo venceu a briga interna, quando percebeu Glades, sua coruja, já tinha partido.

Na sala de estar Robin se divertia com um quebra cabeça que tinha ganhado de Ronald. A garota tentava se distrair olhando as várias peças que tinha que montar, mas seu tio não parava de encará-la e ela odiava quando faziam isso.

Scorpius ainda estava processando a ideia de que era pai e definitivamente não estava preparado para ficar cara a cara com sua filha. Assim que entrou no apartamento de Alvo pensou por vários segundos se estava ou não alucinando. O moreno, de forma parecida, o olhava assustado, como se a presença do loiro ali o fizesse perceber que tinha cometido ao mandar a coruja.

Os dois se encararam por tanto tempo que sequer notaram o movimento de Robin.

—Quem é você?

Scorpius nunca tinha escutado uma voz tão doce em toda a sua vida. Era um tom tão lindo que ele não teve outra reação senão rir. Robin era linda. Tinha os olhos curiosos de Rose, os cabelos ruivos e ondulados tão característicos dos Weasley, ela tinha um ar de sabedoria.

—Esse é Scorpius. Um amigo meu. Scorpius, está é a Robin.

O olhar de Robin permaneceu no amigo de seu tio por mais alguns segundos, esperava que o homem alto e loiro fosse dizer alguma coisa, mas ele apenas a olhava abobalhado, então ela deu de ombros e voltou sua atenção para seu quebra-cabeças. Alheia, ao fato de o tio ter sido puxado por Scorpius para a cozinha, e que os dois discutiam baixinho.

—Não deveria ter feito isso, Al. Não estava preparado para conhecer ela. Merlim, eu nunca tive tão assustado antes.

—Você tinha que conhecer ela.

Exclamou Alvo. Por fora ele parecia absurdamente confiante, mas por dentro temia o que Rose faria.

—O que eu vou fazer? Eu não sei lidar com crianças?

—Deixa de ser dramático. Senta a bunda no chão ao lado dela e a ajude com o maldito quebra-cabeça.

...

—Oi.

Scorpius disse sentando-se ao lado dela.

—Estou montando um quebra-cabeça.

Comentou a garota sem tirar os olhos das peças. Scorpius achou essa atitude adorável.

—Estou vendo. E que desenho ele tem que se tornar no fim?

—Um campo de quadribol!

Respondeu ela animada.

—Você gosta de quadribol?

—Aham. Minha mãe está até me ensinando a voar. Você conhece minha mãe? Ela faz varinhas.

—Eu sei. Comprei minha varinha na loja dela.

—Que bom para você, ela é a melhor.

Robin disse enchendo o peito de orgulho.

—Você se parece muito com ela.

—Todos dizem isso. Mas, meus olhos não são nada igual os da minha mãe -E de repente ela surrurrou baixinho para Scorpius, como se contasse um segredo que valia a vida dela disse: – Minha mãe me contou que meus olhos são uma verdadeira junção entre os dela e o do meu pai.

—E ela tem razão.

Comentou Scorpius observando o olhar da filha, era uma cor entre o azul de Rose e o cinza de Scorpius. Ele não sabia que as duas cores juntas poderiam ficar tão lindas.

—Não gosto que me olhem assim.

Disse Robin ficando brava. Justamente por isso, não gostava de estar naquela cidade, as pessoas sempre ficavam encarando-a.

—Desculpe. É que você é tão parecida com sua mãe que me assusta.

—Tem medo da minha mãe?

Robin perguntou como se o fato de alguém ter medo de Rose fosse engraçado.

—Você não tem medo da sua mãe? Ela me aterroriza.

—Minha mãe?

Perguntou rindo novamente.

Alvo, os observava do balcão da cozinha, e ficou surpreso em como os dois se deram bem.

...

 Quando Rose chegou ao apartamento do primo para buscar Robin, os três – Alvo, Robin e Scorpius – estavam juntos no chão montando um quebra-cabeça. A visão de Robin e Scorpius juntos foi tão surreal que ela demorou um pouco para se situar.

—O que está acontecendo aqui?

Disse no tom mais controlado possível, mas todo seu íntimo gritar com Alvo. A cena foi como uma facada em seu peito. Os dois não eram melhores amigos como um dia tinham sido, mas pensou que poderia confiar no primo. Sua família, no entanto, tinha a capacidade de surpreendê-la negativamente.

Alvo levantou-se depressa encarando o olhar furioso de Rose. Scorpius levantou tão rápido quanto o amigo.

Robin olhava para a mãe sem entender o porquê ela parecia brava.

—Mãe! O tio Al e o amigo dele me ajudaram a montar o quebra cabeça que o vovô me deu!

Disse correndo para os braços da mãe. Rose se ajoelhou institivamente para receber o abraço da filha.

—É mesmo? E vocês conseguiram?

—Uhum. E adivinha?

—O que?

—O campo ganhou vida! E parecia que tinha um jogo acontecendo. Foi lindo!

—Acredito em você, meu amor. Agora vá arrumar a sua bolsa, enquanto converso com seu tio Al e o amigo dele.

—Tudo bem.

Robin disse beijando bochecha de Rose.

Assim que a filha sumiu da vista, Rose virou para Alvo.

—Você não tinha o direito de fazer isso, Alvo.

—Eu sei que não tinha, mas ele precisava conhecê-la.

Tentou argumentar.

—Não importa. Não é você que decide isso. Eu sou a mãe dela, você não tem nenhum direito sobre ela. Nenhum.

—Não seja ridícula Rose. Em algum momento eu teria que conhecê-la.

Scorpius disse entrando na conversa.

—Não estou sendo ridícula, Malfoy. Ela é minha filha, não estou dizendo que não poderia conhecê-la, mas eu decido quando. Essa não é uma decisão que cabia ao Alvo, muito menos você.

—Alvo pode não ter direito nenhum sobre ela, mas eu tenho. Você querendo ou não, eu sou o p..

—Não diga isso em voz alta. E esse fato não te coloca em posição superior à de ninguém. Você só foi um doador de esperma e nada mais.

—Eu tenho direito de participar da vida dela, Rose. Mesmo que seja perigoso.

—Não é você que decide isso. Sou eu.

—Você não pode me impedir.

Rose estava quase perdendo o controle. Os últimos dias tinham sido totalmente estressantes e agora tinha que aturar o maldito Malfoy querendo bancar um pai. Logo ele.

Robin desceu e apesar de não entender o porquê sabia que sua mãe estava brigando com o seu tio Alvo. Ela conhecia bem o clima que estava na sala, sua madrinha Emma, havia dito que a expressão para aquele momento era “clima tenso”. Ela estava acostumada com esse clima tenso sempre que a sua mãe ficava sozinha com seu avô.

Rose assim que viu a filha sorriu.

—Filha, venha dizer tchau para o seu tio.

—Até mais tio.

Disse abraçando Alvo Potter.

—Até mais amigo do tio.

Rose abraçou Alvo na despedida e disse em seu ouvido: “nunca mais a deixo sozinha com você”.

Ela olhou pra Scorpius, o loiro a encarava em tom de desafio. Rose retirou alguns galões da bolsa que carregava e deu para Scorpius.

—Aí tem 200 galões. É o suficiente para você nos deixar em paz?

Alvo olhou a cena sem entender, mas pelo olhar que Scorpius tinha no rosto, o loiro havia entendido.

Rose aparatou junto Robin no beco diagonal, as duas foram tomar sorvete.

—Então, o que você achou do amigo do seu tio?

Perguntou receosa. Uma parte dela achava que havia exagerado na sua reação, mas quando viu Robin e Scorpius juntos... a visão foi tão surreal. Ela nunca tinha pensando que os dois estariam juntos algum dia. No entanto, agora, mas calma, queria saber o que sua filha havia achado dele, afinal de contas, ele era o pai dela, e por mais que odiasse toda a situação ele teria direito de conhecê-la.

—Ele é legal. Me ajudou a montar o quebra cabeça, mais que o tio Al.

—Hm… você gostou de conhecê-lo então?

Robin deu de ombros enquanto lambia seu sorvete.

—Ele é engraçado. Tem medo de você.

—Medo de mim?

—Urrum. -Assentiu Robin -Ele disse que a senhora é aterrorizante. Achei muito engraçado.

—E o seu tio? Ele ficou o tempo todo com vocês?

—Não, ele estava fazendo o lanche, mas a comida dele é horrível.

—Falou isso para ele?

—Não.

Rose sorriu. Pelo menos a pequena Robin estava começando a ter um tato social.

—Você gostaria de ver o amigo do seu tio novamente?

—A senhora vai brigar com o tio Alvo se eu quiser?

Robin perguntou. Ela conhecia a mãe.  

—Não briguei com seu tio. Só não gosto que saia apresentando você para pessoas sem que eu saiba.

—Mas o tio Phil me apresenta para várias pessoas e você nunca diz nada.

Constatou Robin.

—É diferente.

—Diferente, porquê?

—Porque aqui é diferente, Robin. Não é nossa casa. Você mesma já disse que não gosta de como as pessoas aqui te olham. Lá na nossa casa não, ninguém se importa de que família descendemos. Eu só quero proteger você…

—Proteger do Scorpius?

Rose respirou fundo, ela não estava preparada para escutar aquele nome sair da boca de Robin.

—Mais ou menos. O que eu quero dizer é que se você gostou dele e quiser montar quebra-cabeças com ele em outro dia você pode. E eu não vou brigar com ele ou com seu tio Al.

—Ok.

—Estamos entendidas então?

—Sim. Só tenho uma pergunta.

—Faça.

—Ele e o tio Al, são… sabe… como os amigos que o tio Phil me apresenta.

Rose gargalhou. Era divertido saber que sua filha havia pensando que todo aquele encontro era uma forma de Alvo lhe apresentar seu namorado.

—Não filha, até onde sei, eles são só amigos. Como Emma e eu.

HORAS DEPOIS

—Então, você e Hugo…?

Perguntou Rose para Emma. As duas estavam tomando uma garrafa de vinho, pelos velhos tempos. Robin já dormia em seu quarto.

—Não sei. Nesses últimos dois anos a gente ficou várias vezes e quando penso que dessa vez vai ele some, diz que não é o momento ideal.

—Sinto muito, meu irmão é um babaca. Da próxima vez que eu o encontrar ele vai ver.

—E você com o Scorpius?

—Não existe ele e eu. Nem quando eu achava que existia, existia.

—Tem certeza? Porque Robin estava falando comigo de um tal de tio Scorpius que havia montado quebra cabeça junto com ela.

Rose bufou. Precisava conversar com Robin. Ela não poderia ficar repetindo o nome de Scorpius para outras pessoas da família. Não na atual situação das coisas.

—Armação de Alvo. Eu não tinha ideia. Quando cheguei no apartamento e vi os dois juntos… quase pulei em cima dele e do Alvo. Eles estavam se dando tão bem juntos. Ela disse que gostou dele.

—Sabíamos que esse dia ia chegar cedo ou tarde.

—É, mas com todo esse negócio de profecia…. Eles não podem ser vistos juntos, Emma.

—Sua família está empenhada em protegê-la. Vai dar tudo certo. Ninguém será louco o bastante para mexer com ela.

Rose respirou fundo.

—Eu não sei, Emma. Faz uma semana que tenho pesadelos com isso. Se eu soubesse, nunca teria me aproximado dele.

—Rose, calma. Nem sabemos se é ela ainda. Talvez estejamos todos vendo coisas onde não há.

—Você não entende. Meu tio Harry foi escolhido por Voldemort, haviam duas crianças que se encaixam na profecia, mas ele escolheu especificamente o meu tio. Então, não importa se outras crianças se encaixarem na profecia, ninguém ‘venceria’ a disputa contra a filha de uma Weasley com um Malfoy.

Emma queria dizer que Rose estava enganada, mas a linha de raciocínio dela era impecável. Odiava isso em Rose, da inteligência dela, que a impedia de ser consolada facilmente, porque ela sabia que tinha razão, quase sempre tinha. Emma torcia fortemente para que aquela fosse uma das raras vezes em que ela estava errada.

NO DIA SEGUINTE

Scorpius nunca pensou em ser pai, sabia que isso com certeza estava no plano de vida que seus pais haviam criado para ele. Robin era uma criança fantástica, enquanto montava quebra-cabeças com ela se sentiu diferente, não mais maduro ou centrado como normalmente se espera que um pai seja. Ele sentiu algo diferente, não soube explicar no momento, mas ali, sozinho em seu apartamento, ele soube… havia se sentido completo.

Robin era uma miniatura da mãe, mesmo que os dois tenham passado só algumas horas juntos, ele percebeu nela o tom desafiador que Rose sempre tinha.

Rose… pensa nela sempre o machucava. Ela era aquela que ele não podia deixar escapar, a única mulher que ele realmente quis e ela o odiava… com razão. Ele a tratou como um lixo. Se ela pudesse voltar no tempo teria feito diferente, teria enfrentado os pais e talvez, somente talvez, a situação fosse melhor do que era naquele momento.

Harry e Hermione ainda não tinham falado nada após a revelação de que Robin poderia ser a garota da profecia. Scorpius sabia como as coisas funcionavam, o plano provavelmente seria escondê-la. A ideia de ficar longe de Robin lhe causava uma sensação ruim, ele nunca tinha experimentado aquele tipo de sentimento antes.

Mas, a proteção de Robin deveria ser a prioridade número de um de todos, mesmo que isso significasse que ele não poderia lutar para estar ao lado dela como gostaria...

No meio de seus devaneios escutou alguém batendo na porta do seu apartamento. Pensou que seria Alvo querendo saber como ele estava, mas para sua surpresa era Rose.

—Precisamos conversar.

Foi tudo que ela disse antes de forçar sua entrada no apartamento do loiro.

Scorpius logo se recompôs. Ele poderia não poder lutar pelo direito de estar com a filha na frente do mundo, mas poderia e iria lutar por ela com Rose.

—Temos mesmo. Não importa o quão canalha eu tenha sido, ela é minha filha. Posso perdoar você por não ter me contado antes, mas estou disposto…

Rose olhou Scorpius com ódio, tinha prometido a si mesma que não iria perder a compostura.

—Você acha que preciso do seu perdão? A única coisa que preciso de você é distância da minha filha, se você se aproximar dela novamente…. Eu juro que não vou me responsabilizar pelos danos que vou causar a você.

Rose disse já indo em direção a porta, mas antes que o Malfoy pudesse impedir sua saída ou revidar seus argumentos ela parou, o encarou, e respirou fundo. Não se tratava dela, pensou, se tratava de Robin.

—Eu odeio você, sabia?

Disse ela num tom mais controlado.

—Também não gosto muito de mim se quer saber.

Comentou Scorpius.

—Ela gosta de você. Robin. Ela gostou de montar quebra cabeças com você. E, é por isso que vim aqui. Por ela. Porque eu faria qualquer coisa por ela, qualquer coisa, inclusive falar com você, algo que prometi a mim mesma nunca mais fazer.

—Ela gostou de mim?

Perguntou Scorpius enchendo-se de alegria.

—Sim. Embora ela ache que você e Alvo são namorados;

—Sério? Espera… O quê? Porque ela acharia isso?

—Não sei.

—Eu sei que me odeia e que eu te dei motivos para isso. Eu sei que não a mereço, mas eu a quero na minha vida. Sei bem que devido as circunstâncias não será uma opção acertada, mas eu… passei algumas horas com ela e não consigo mais não pensar nela.

—Se ela quiser ver eu não vou impedir. Não conseguiria. Nós podemos criar algumas regras e tentar fazer dar certo…, mas se você a machucar ou mesmo magoa-la um pouco ou decepcioná-la, eu juro Malfoy, juro que mato você da forma mais lenta e dolorosa que exista no mundo.

—Eu aceito.

Rose o encarava desconfiada.

—Sabe, ela é uma ótima garota. Você com certeza sabe disso, mesmo assim irei dizer, você é uma mãe sensacional. E ela se parece muito com você. Muito mesmo, é como uma pequena miniatura sua. Acho que tinha razão, minha única contribuição foi o esperma, o resto é só você.

—Ela tem muitas coisas suas. É teimosa, tem uma pequena tendência a arrogância, odeia ficar por baixo, não aceita perder…

—Então todas as coisas que você considera defeitos é minha contribuição?

—A maioria.

Os dois deram um pequeno sorriso. Scorpius tinha se esquecido o quanto era fácil rir quando estava com Rose.

—Obrigado. Alvo me contou que você nunca falou mal de mim para ela.

—Não escutou a parte em que digo ela é teimosa?

—Senta aí. Vou preparar uma bebida para nós.

Disse Scorpius gostando do clima amistoso que estava se formando entre os dois.

—Não. Preciso ir. Vou pensar em um plano e envio para você.

Rose declarou, odiando-se por começar a gostar de conversar com Scorpius.

...

 


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