O Fruto do passado

Ninguém imaginaria que atrás daquele rosto angelical se escondia a mais terrível das criaturas. Shuichi minamino era um garoto estudioso e doce, muito diferente do que costumava a ser, tinha 18 anos e era o orgulho de sua mãe. Tinha uma aparência frágil, olhos verdes perolados, cabelos vermelhos cumpridos, pele branca, tinha 1,80 de altura e era muito popular entre as garotas.

Ele andava calmamente voltando da escola enquanto pensava na sua vida. Esses 18 anos mudaram-na radicalmente, o mais temido de todos os demônios se tornou um ningem doce e gentil. Talvez já estava na hora de voltar, já que o buraco das trevas se reabriu, tomar novamente o lugar que era seu, mas era difícil, pois além de seus poderes terem enfraquecido com o tempo na terra tinha uma coisa que não o deixaria voltar, sua mãe. Ele sempre foi frio e impiedoso, mas o distanciamento da sua antiga vida o fez enfraquecer seu coração de pedra.

Kurama fora abandonado por seu bando quando pequeno, deixado em uma floresta muito perigosa. Ele não era um youko normal, era um youko prateado, talvez seja por isso que fora abandonado.

Os youkos são uma raça de demônios-raposas muito astutos e traiçoeiros, existem dois tipos de youkos no Makai, os dourados, que são inofensivos e os prateados, que são frios, impiedosos e traiçoeiros.

Com certeza Kurama era mestiço dos dois tipos, pois desde pequeno sua força era incrível, inigualável a qualquer dos dois tipos de sua raça.

Ele foi criado nos subterrâneos onde os Yokais rejeitados viviam, não tinha muitos amigos, pois ninguém nunca gostou dele. Desde cedo ele aprendeu a roubar, pois a sobrevivência do subterrâneo dependia disso. Todos os que moravam lá eram trinados para tornarem-se ladrões. Todos tinham um parceiro de roubo e Kurama não era diferente. Korunue era seu parceiro e grande amigo eles passavam as tardes inteiras trinando e brincando, a infância e adolescência deles foram ótimos momentos, os poucos momentos de felicidade que Kurama encontrou em sua vida. Entre eles cresceu uma inexplicável ligação, uma cumplicidade que nenhum dos outros garotos tinham. Korunue era mais forte do que Kurama que se esforçava para ser tão forte quanto seu parceiro.

O tempo foi passando e a ligação de Kurama e Korunue se tornou um amor intenso, quando o Mestre do subterrâneo descobriu que eles estavam tendo um caso expulso-os de lá, pois ele amava Kurama e não agüentaria vê-lo com Korunue.

Os dois então partiram em uma jornada passando por varias cidades. Eles se tornaram muito conhecidos e eram os ladrões mais procurados do Makai, suas cabeças era muito valiosas. Eles se divertiam muito com essa situação e ficavam cada vez mais forte.

Kurama nunca foi à pessoa mais fiel, mas Korunue não ligava, pois sabia que o amor dos dois era maior do que qualquer coisa. Ele sempre teve muitos amantes, mas nenhum o satisfazia como Korunue.

Quando a vida deles estava na melhor fase o destino deu uma grande punhalada em Kurama. Durante um dos roubos mais difíceis de suas vidas, por um erro seu, Korunue foi pego e morto.

Desde então Kurama se tornou uma pessoa impiedosa. Ele concentrou todo seu poder no ódio que ele sentia. Em pouco tampo se tornou o ser mais poderoso e perigoso do Makai e junto com Raizen e Mokuro divida o poder total dos reinos.

Os três eram os grandes reis de todo inferno. Kurama controlava todo o norte, Raizen o Sul e Mokuro as terras intermediarias, todos eles tinham a mesma ambição de controlar sozinho o Makai, mas isso era impossível, pois os poderes de ambos eram igualados, eles viviam em constante guerra pela posse dos reinos.

Kurama tinha um companheiro chamado Yomi, ele cuidou dele desde pequeno e lhe ensinou tudo, Yomi o amava muito, mas Kurama nem ligava e como sempre tinha varias amantes tanto homens como mulheres, mas Yomi ao contrario de Korunue, a única pessoa que Kurama amou desde então, não aceitava essa situação. Yomi traiu Kurama e depois de uma emboscada o matou.

Seus adversários estavam radiantes, mas Yomi crescera muito e seus poderes se igualavam aos de Mokuro e Raizen, então ele assumiu o lugar de Kurama após sua suposta morte.

 O que ninguém imaginava era que Kurama fosse tão astuto. Conseguiu fazer com que sua alma fosse para o ningenkai, onde se instalou em um bebê recém nascido, Shuichi Minamino, matando a alma da criança. Mas as coisas foram muito diferentes do esperado.

Os planos iniciais de Kurama eram esperar que seu corpo crescesse e quando estivesse com 8 anos, quando seus poderes se desenvolvessem por completo, mataria a humana que era sua mãe, voltaria para o Makai e faria sua vingança. Mas o tempo foi passando e ele se apegou muito a ela que sempre lhe deu todo o seu amor, o que ele nunca teve, pois a vida no Makai nunca havia lhe permitido isso.

Agora tinha 18 anos e já havia decidido não voltar mais, mas sua intuição dizia que algo aconteceria e sua vida mudaria novamente.

Era sempre assim quando tudo parecia encaminhado sempre acontecia alguma coisa. Kurama era feliz na terra, pois além do amor de sua mãe, do seu padrasto e de seu meio irmão, tinha o amor de um Yokai que viera pra terra atrás de noticias de sua irmã, que havia sido seqüestrada pelo bando que traficava yokais para a terra, para de alguma forma, utilizar seus poderes sobre-humanos.

O amor que ele sentia por Hiei era diferente do que sentiu por Korunue, mas era sincero, nunca havia traído seu Korime, que também teve uma infância e adolescência dura, e por esse motivo era muito inseguro e sempre duvidava do amor de Kurama por causa do passado do Kitsune. Hiei vivia no makai, e apesar de não demonstrar amava muito Kurama. Ele trabalhava para Mokuro, Kurama tinha muito ciúmes dela, mas se continha. Ele vinha o visitar todos os finais de semana. Ninguém sabia da existência de Hiei, nem da ligação dos dois e muito menos do passado de Kurama, pois os humanos não sabiam da existência do Makai, que era o mundo paralelo ao deles, o famoso inferno.

“Mãe cheg...!” – Kurama ficou calado, sentiu uma presença na casa, mas não era de Hiei.

Ele andou pela sala, não tinha sinal de que alguém havia entrado, então ele seguiu a presença que estava no jardim.

Quando ele chegou avistou uma criatura muito estranha, era um Yokai de mais ou menos 2,00 metros cabelos cumpridos azuis, olhos negros com um grande chifre.

“Estava te esperando Kurama youko”.

“O que você quer comigo?!”.

“Cuidado meu filho”.

“Mãe!”.

Sua mãe estava suspensa em uma bolha de energia que flutuava, agora, ao lado daquele Yokai.

“Solta ela!”.

“Eu não acreditei quando me disseram que o poderoso Kurama vivia no ningenkai, como um ningem nojento, vamos me mostre sua verdadeira forma, ou eu acabo com ela”. - Bolha estava ficando cada vez menor.

“Deixe ela em paz! Eu não posso fazer o que você quer!”.

“Toma!” – Ele o jogou um frasco - “Beba isso, anda!”.

Kurama estava muito aflito mais não podia fazer nada, precisava obedecê-lo, não lutaria com ele, não na frente dela, não queria assustá-la.

“Bebe logo”.

“Shuichi!”.

Ele abriu o frasco e bebeu o liquido que havia dentro. Uma dor incrível tomou conta de seu corpo e de repente ele começou a se modificar.

Uma cortina de fumaça o envolveu e em poucos segundos ele tinha voltado a ser Kurama youko.

“Shuichi! O que você fez com meu filho?!”.

“Então essa é a sua verdadeira forma. Magnífico, não exageraram nem um pouco quando falaram que você era maravilhoso” – O yokai estava boquiaberto pela beleza e a raridade de Kurama.

Kurama riu, estava se sentindo muito mais forte do que antes, há 18 anos não sentia seu verdadeiro corpo, era realmente lindo. Olhos dourados e profundos, cheios de cinismo e sedução, cabelos cumpridos e prateados, sedosos, um corpo escultural de mais ou menos 2,00 metros de fazer qualquer um cair de amores por ele, duas orelhas pontudas, como as das raposas e uma maravilhosa calda também prateada.

“O que realmente você quer aqui?” – Sua voz mudou completamente de tom, antes com aquele frágil corpo, era delicada e doce, mas agora era máscula sedutora e roca. Ele provocava o outro yokai enquanto falava passando seus dedos e língua na sua própria boca, sempre com um sorriso no canto dos lábios.

“Eu...“ – Os pensamentos do Yokai não se encontrava mais ali, Kurama era conhecido por seduzir vários adversários e agora ele via que sua fama não era à toa, estava perdido em pensamentos e não conseguia parar de olhar para os lábios de Kurama que se movia lentamente, estava com uma vontade incontrolável de beijá-lo, sentir o gosto daquela criatura sedutora e maravilhosa. E além de tudo, a energia de Kurama o envolvia deixando-o aterrorizado Ele engoliu em seco e continuou, em quanto Kurama se divertia com essa situação. – “Eu vim a mando do Rei Yomi!”.

“Yomi!”. – A expressão de Kurama mudou radicalmente e sua energia cresceu ainda mais, era assustador – “O que ele quer de mim?”.

“Ele quer que você me acompanhe até o makai!”.

“Como você conseguiu o Fruto do Passado?!”. – Kurama queria saber como ele conseguiu a poção que o transformou em youko novamente.

“Em Gaurara tem um laboratório de ultima tecnologia e o Rei Yomi pediu para que essa poção fosse feita!”.

“Você já não me serve para nada!”.

Dito isso todas as plantas do jardim viraram assassinas impiedosas e devoraram em poucos segundos aquele yokai, kurama tinha o poder de controlar os vegetais e transformá-los em verdadeiras maquinas assassinas. Sua mãe assistia a tudo horrorizada e quando o yokai finalmente morreu, ela foi libertada.

“O que esta acontecendo aqui? Quem era aquele monstro? O que aconteceu com você meu filho?!” – Ela estava assustada pelo ocorrido e pela nova forma de seu filho.

“É melhor que você não se lembre de nada”

Depois que ele falou, tirou uma semente do cabelo que soltou uma fumaça azulada e sua mãe desmaiou. Ele a levou para o seu quarto.

“Quando você acordar não vai se lembrar de nada”.

De repente ele sentiu um formigamento em seu corpo e ele se tornou novamente Shuichi.

“O efeito deve ter passado”.

Kurama estava abalado com o ocorrido, queria saber o que realmente Yomi queria, e como ele descobriu que ele estava vivo no ningenkai. Mas o que mais o espantava era que quando estava sobre sua forma original, não se preocupou em nenhum momento com o que pudesse acontecer com a sua mãe, voltou por um instante a ser aquele ser frio que costumava ser.