O Fruto do Passado escrita por keca way


Capítulo 2
Capítulo 2




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Capitulo 2

 

Kurama estava sentado na escrivaninha de seu quarto tentando fazer sua lição, mas o acontecimento de mais cedo tirava toda sua atenção. Ele nem ao menos percebeu quando um ser pequeno e muito irritado entrou pela janela.

“Se tiver ocupado volto mais tarde!” – Hiei disse com toda indelicadeza do mundo, como se Kurama estivesse fazendo algo de errado.

“Meu amor, desculpe, estava distraído. Nem vi você entrar!” – Lhe dando um belo sorriso.

“Isso eu percebi!” – Hiei foi em direção a poltrona no canto do quarto e se sentou com uma cara emburrada. – “Pode voltar a fazer o que estava fazendo antes, finge que eu não estou aqui! Você não se importa comigo mesmo!”. – Fechando mais ainda a cara.

“Aja paciência, não sei como eu te suporto Hiei”. – Disse indo à sua direção – “O que aconteceu?!”.

“Não é da sua conta!” – Disse virando o rosto.

“Você esta se comportando como uma criança mimada!” – Ele dizia docemente sempre com um belo sorriso. Ele virou seu rosto e trouxe seus lábios de encontro aos dele lhe beijando suavemente.

“Por que você não termina logo o que estava fazendo?!”. – Disse com um olhar malicioso.

Kurama apenas olhou para ele e voltou para sua escrivaninha para fazer sua lição.

Hiei tinha um temperamento horrível, era raro vê-lo sorrir. Ele era muito bonito. Tinha cabelos pretos, olhos cor de rubi, um rosto angelical, era baixo com mais ou menos 1,60 de altura, tinha todo o corpo trabalhado, bem definido pelos músculos, moreno e estava sempre de mau humor.

Ele também tinha um passado cheio de amarguras e revoltas. Era um Korime renegado.

As Korimes são uma tribo de yokais, onde só se encontram mulheres, que não se relacionam com homens, por não confiarem neles, elas geram seus filhos sozinhas, que são sempre mulheres, mas há exceções quando elas se relacionam com o sexo oposto, nascem gêmeos, uma menina e um menino. A mãe de Hiei havia se relacionado com um homem e desse romance nasceu Hiei e Yukina. As leis das Korimes são claras se houver qualquer relacionamento externo a punição é a morte da mãe e da criança, no caso o menino.

Assim cumprindo as leis, Yina foi morta e Hiei jogado num rio.

Mas o bebê acabou sobrevivendo. Ele cresceu e ao descobrir o que aconteceu pegou um ódio profundo pelas Korimes, e desde então procurava a ilha escondida delas para matar todas e principalmente sua irmã.

Para achar a tal ilha ele precisaria implantar um Jagão, o terceiro olho, que aumentava seus poderes e permitia enxergá-la. Mesmo sabendo que seria arriscado ele fez o transplante. Demorou um tempo para ele se recuperar da operação, mas depois que estava se sentindo melhor achou a ilha com a força do seu terceiro olho.

Ao chegar na ilha ele não realizou sua vingança quando viu que elas eram fracas. Conheceu a mulher que criou a sua irmã e que foi contra a morte de sua mãe, ela lhe deu uma perola explicando que quando as Korimes choram suas lagrimas se petrificam, tormando-se perolas, com nenhum valor para os Yokais, mas de muito valor para os humanos, que por esse motivo seqüestraram sua irmã. A perola era a lagrima que sua mãe chorou no seu nascimento e que não existia outra igual, a não ser de sua irmã gêmea Yukina.

Depois de saber sobre o que aconteceu com sua irmã ele resolveu ir para terra para salvá-la. Lá encontrou Kurama e se apaixonou por ele. Depois de salvar sua irmã ele a levou de volta a ilha das Korimes lhe devolvendo o colar de sua mãe dizendo que não precisava daquilo, pois ela nunca seria nada pra ele.

Depois de um tempo conheceu Mokuro e começou a trabalhar para ela, e como Kurama ia a escola e não tinha tempo durante a semana, ia visitá-lo só nos finais de semana.

“Eu já acabei. Agora me fala o que aconteceu, bebê?” – Ele disse se agachando em frente à poltrona.

“Quantas vezes eu vou ter que te dizer que eu não gosto que você me chame assim?” – Ele disse irritadíssimo.

Kurama passou seus dedos sobre seu rosto

“Desculpa amor!” – E começou a beijá-lo, Hiei levantou e guio-os até a cama.

 

Quando Hiei acordou, pela manha, Kurama não estava no quarto, ele se trocou e saiu pela janela se instalando em uma árvore em frente.

“Hiei?” – Kurama foi até a varanda e avistou Hiei deitado na árvore.

“Hiei, por que você saiu? Eu trouxe café da manhã, você deve estar com fome!”.

“Pensei que você tinha ido estudar!”.

“Hoje é sábado tenho o dia inteiro livre pra você!”.

Hiei se levantou da árvore e num piscar de olhos estava em sua frente lhe beijando.

Eles tomaram o café juntos e depois Kurama o contou o que aconteceu no dia anterior.

“Eu vou voltar pro makai!”.

“Você é louco Kurama?!”.

“Eu preciso saber o que Yomi quer de mim!”.

“Com certeza te matar!”. – Hiei virou o rosto.

“Eu vou ficar bem meu querido!”.

“Quando você vai?”.

“Não sei”.

Hiei se levantou e andou até a janela.

“Aonde você vai?!”

“Lugar nenhum!” – Ele se debruçou na varanda. Kurama foi até ele e colocou seu braço sobre seus ombros e passou o outro pela cintura do menor.

“Te amo!” – Kurama lhe disse docemente beijando seu rosto.

 

 Passou 1 mês desde que aquele yokai apareceu, desde aquele dia todas as luas cheias Kurama recuperava sua verdadeira forma, como um efeito colateral da poção. Hiei nunca havia o visto no seu verdadeiro corpo, pois Kurama não queria que isso acontecesse.

“Já vai dormir meu filho não é nem 6:00 hs!” – Sua mãe estava preocupada.

“É... eu to com um pouco de dor de cabeça. Eu vou subir, fazer minhas lições e depois vou tentar dormir”.

“Então eu vou fazer um chá e depois te levo!”.

“Não precisa se preocupar, eu to bem mãe, pode ir tranqüila na casa da tia”.

“Tá bom meu filho!”.

Ele lhe deu um beijo e subiu para seu quarto, bem na hora. Assim que fechou a porta sentiu seu corpo formigar e arder e depois de alguns segundos, voltou a ser Youko.

Era sexta feira à noite. Hiei entrou pela janela como sempre fazia, o quarto estava aparentemente vazio, mas ele sentia uma estranha presença. Fortíssima e desafiadora. De repente ele avistou no quanto onde havia pouca luz da lua uma criatura magnífica apoiada na parede.

“Você demorou hoje!” – Disse com um sorriso malicioso no canto dos lábios.

Hiei colocou a mão na bainha de sua espada e recuou um passo.

“Quem é você? Cadê o Kurama?”.

Ele riu.

“Você não esta me reconhecendo, meu amor!” – Disse rudemente saindo de onde estava indo em sua direção.

“Fique onde esta, se não...”. – Hiei estava pronto para atacá-lo.

Ele continuou andando e a cada passo que dava Hiei dava outro para traz.

Quando Kurama se transformava em Youko seu comportamento se modificava, o dócil e gentil Kurama dava lugar ao impiedoso e malicioso Youko.

Hiei já não tinha mais espaço para andar e encostou na parede, o mais incrível era que Hiei que nunca excitou em combater um inimigo, não conseguia atacá-lo.

Kurama chegou bem perto e Hiei soltou sua espada, estava completamente acuado e paralisado com aquela estranha criatura.

“Meu bem não precisa ficar assim eu não vou te machucar” – Kurama deslizou seus dedos por baixo da camisa de Hiei e começou a acariciar sua barriga.

Hiei fechou os olhos erguendo levemente sua cabeça.

Kurama passou a outra mão nas suas costas subindo para sua nuca até alcançar seu cabelo. Ao chegar no destino, puxou-os com força, o que fez Hiei gemer de dor, fazendo sua cabeça inclinar para trás e seu lábios ficarem entreabertos.

“Você é muito gostoso!” – Disse passando sua língua suavemente entre os lábios do Korime lhe dando um beijo feroz, lhe jogando na cama onde se posicionou em cima dele.

Hiei tentava se libertar dos seus braços, mas ele era muito mais forte e alto do que ele.

“Essa noite vai ser longa!” – Disse arrumando seus longos cabelos prateados, segurando Hiei com suas pernas. “Não se preocupe vai ser inesquecível!”. – Com um olhar malicioso e um sorriso cínico.

 

Hiei acordou cansado, ainda não havia amanhecido ao seu lado, Youko estava adormecido. Hiei não entendeu direito o que havia acontecido com seu Kitsune, mas sabia que era ele, mudado, mas era ele.

Hiei se levantou e colocou sua roupa.

“Aonde você vai?” – Kurama disse com a voz rouca por causa do sono e em um tom sensual, se apoiando nos cotovelos.

Hiei não respondeu. Eles ficaram se olhando por um bom tempo.

“Essa é sua verdadeira forma?”.

“È. Bem melhor não acha?” – Passando lentamente seus dentes nos lábios.

Hiei virou o rosto e encarou a janela.

“Como você conseguiu se transformar?”.

“Deve ser por causa do fruto do passado”.

“Mas já faz 1 mês que você tomou esse troço!”.

“O desgraçado do Yomi deve ter feito isso de propósito, pra que eu não pudesse mais ficar aqui e ter que voltar”. - Ele fez uma pausa - “Porque você não volta aqui? Ainda nem amanheceu, vai dizer que foi ruim!” – abrindo os braços.

Hiei andou até a cama e quando estava perto foi puxado e caiu em cima de Kurama que lhe beijou, depois os dois voltaram a dormir.

 

“Kuro!”.

Kurama acordou assustado e olhou para o lado. Era a terceira noite seguida que sonhava com a morte de seu companheiro. Hiei estava ao seu lado, dormindo, já havia amanhecido e ele estava na forma do doce Minamino.

Ele se levantou com os olhos cheios de lagrimas e foi para varanda onde ficou por muito tempo.

Não demorou muito e Hiei acordou avistando seu kitsune na janela.

“Aconteceu alguma coisa?” – se levantando e indo em sua direção.

“Não. Não foi nada, só... acho que esta na hora de voltar!”.

“Você ainda não tirou essa idéia da cabeça?”.

“Eu tentei tanto fugir do meu passado, mas não dá mais pra ficar aqui, ele me persegue. Tenho medo de que algo aconteça com minha família... e com você!” – Kurama olhou para Hiei, que percebeu que ele estava chorando.

“Eu sei muito bem me cuidar”. – Disse friamente.

 

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Notas finais do capítulo

mandem rewies