Underwater escrita por JuremaDoMar


Capítulo 13
Finalmente Volta as Aulas


Notas iniciais do capítulo

Oi meus xeros, cheguei!
Com cap novo, dance comigo.
Acho que o cap está longo, espero que gostem bjons.



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Domingo foi simplesmente horrível, tive de arrumar meus materiais, meu uniforme e ainda tive de cuidar da minha priminha, não sei dizer quantas vezes eu virei sereia, mas isso não importa porque o que já passou passou e hoje é finalmente segunda!

   Graças a Deus! Ou talvez não, eu estou animada em parte, afinal eu irei rever a melhor sala do mundo! Talvez fosse exagero, mas para mim minha sala sempre foi demais, claro que eles nunca respeitavam minha constante dor de cabeça, mas eu não me importaria em bagunçar junto deles esse ano, sarradas no ar que me aguardem.

  Eu e Tereza estávamos já vestidas de uniformes, ridículo ao ver da minha amiga e eu tinha que concordar que parecia que estávamos fazendo cosplay do dinossauro Barney, ele era roxo com algumas listras verdes florecente. Eu agradeci por pelo menos a camisa de calor se branca e grossa, claro que nos deixaria com mais calor só que ninguém merecia andar com a antiga que era COMPLETAMENTE transparente.

   -Vocês entenderam?- Mamãe perguntou depois de ditar as regras que Fernando tinha deixando, pra ser sincera eu não tinha prestado nem um pouco de atenção. Assentimos sonolentas.- Então me digam que horas eu quero vocês aqui.

 Fudeu.

 -É-é as... Uma da tarde?- Respondi em um questionamento.

 -No máximo.- Ela completou, que tacada de sorte!

  -Ótimo então vamos!- Tereza exclamou animada, a cada dia eu me surpreendia com suas capacidades de mudar de humor em menos de 0.5 segundos.

  Como de costume demos um beijo na bochecha da mamãe antes de sair e seguimos em direção a escola. A rua estava completamente deserta e as luzes ainda estavam acesas, o vento ainda estava frio e um pouco de névoa embaçava nossa visão, os sons das ondas quebrando era um ótimo despertador e acredite ou não o cheiro da maresia parecia ser mais delicioso do que o cheiro de um almoço.

  Vi no canto do olho Tereza abrir a bolsa na procura de algo, sua feição se tornou desespero puro e ela travou no meio da rua.

  -Esqueceu algo, não foi?- Perguntei parando ao seu lado com braços cruzados e um sorriso.

  Ela murmurou alguma coisa inaudível e falou:

 -Esqueci meus cadernos e meu celular.- Ela fez bico.-

Você me espera aqui?- Assenti e ela saiu correndo.

  Revirei os olhos, era normal da Tereza esquecer as coisas, ela só não esquecia a cabeça porque estava grudada. Sorrindo sentei-me em um banco de pedra olhando para o sol recém nascido, minha vontade de me jogar no mar era absurda, talvez seja parte do pacote “ser sereia”, eu sinceramente estava perdida nesse negócio de ser sereia, na verdade eu estava perdida no requisito viver.

   Eu não sabia como planejar uma vingança contra minhas mais novas inimigas e eu tinha certeza que elas planejavam algo contra mim, não sabia o que fazer e como ser uma adolescente normal, já que eu nunca fui normal agora menos ainda, mas eu sabia que eu tinha que agir como se eu fosse, só que como alguém que nunca foi normal fingiria ser normal? Passei a mão nos cabelos preocupada, ainda tinha o caso do meu pai, digo Fernando, ele estava traindo a minha mãe, como desmascará-lo, pensando melhor eu tenho medo de o fazer se mamãe ficar sabendo...  Ela o ama tanto!

  -Maldito.- Rosnei entre dentes.

  -Pra que tanto ódio?- Alguém perguntou por entre a névoa.

  -Quem tai?- Perguntei alarmada olhando para os lados.

  -Acalme-se sardinha. Eu só quero conversar.- Uma silhueta se formou meio a névoa me assustando, era a silhueta de um homem.

 Meu cu trancou.

   -Eu não sou uma sardinha!- Exclamei brava.

  -Eu estava apenas usando codinome caso tivesse alguém por perto, mas escute sereia.- Ele disse dando de ombros e se aproximando de mim lentamente.

Eu já mencionei que meu cu tá trancado?

  -Q-quem..? C-como?- Guaguejei me encolhendo no banco.

   -Olha pra você. Se encolhendo diante da minha presença.- Ele riu sarcástico.- Que reviravolta, quem diria que aquela criança tão poderosa se tornaria…Você.-  Ele murmurou a última parte com desdém.

   Ele chegou perto o suficiente para que a névoa não ocultasse seu rosto, eu engoli em seco e vi quão fudida eu estava, ele era nada mais nada menos do que aquela criatura que me atacou no primeiro ano, a criatura que eu joguei longe sabe-se lá como. Seus olhar permanecia duro com uma pitada de ironia e brilhando em um escarlate que se destacava na névoa, ele não tinha envelhecido um dia sequer, eu não sabia como, ele não estava com asas amostra, mas em seu sorriso sinico pude notar que os dentes afiados permaneciam ali, aquilo me amedrontou mais ainda. Recuei o máximo em que o banco permitiu, se desse mais merda eu pulava o banco e Deus que me ajude.

   -Eu não sei do que você está falando. Eu não sou uma sereia, sereias não existem e mais… Eu não te conheço.- Tentei passar confiança em minhas palavras, tentativa falha.

  Ele riu, não com ironia ou sarcasmo, mas como se o que eu tinha dito fosse uma das mais engraçadas piadas que alguém já lhe contara. Mas ele de repente ele parou e avançou tão rápido sobre mim que se não estivéssemos em um banco de pedra fincado na calçada ele teria virado. Assustei-me com sua repentina aproximação, rezei a Deus e a todos os deuses existentes, desde Zeus até a Beyoncé.

  -Cê vai morrer.- Minha mente me dizia o óbvio, só que com a voz do Faustão, maldito instinto memezeiro.

  -Eu não estou aqui para brincadeiras pirralha, estou a procura de algo e sei que alguém da sua família tem.- Ele murmurou ameaçadora mente. - Estou a procura de a anos, tem sorte de ser eu e não um dos assassinos do rei.- Eu tremi quando ele me prensou contra o banco.

  -Me deixa em paz.- Pedi em sussurros.- Sai de cima de mim, eu não sei do que você está falando.- Comecei a me debater esmurrando o indivíduo e o empurrando.

  Cacete! Indivíduo é forte.

   Ele não mexeu um músculo.

   Um sequer.

   Chorei internamente, eu podia usar meu poderes podia, mas eu sabia que esquentar sua cara ou ficar invisível não adiantaria por agora, afinal eu estava sustentando a idéia de não ser uma sereia, e ele sustentava que eu era.

   Passei a ofegar em vez de respirar, o nervosismo me atingira em um nível colossal e eu não lembrava mais como manter a calma, era questão de minutos até que eu surtasse e fizesse algo perigoso. Me concentrei em achar uma forma de me soltar dele, então uma idéia- talvez estúpida- passou pela minha mente.

  Respirei fundo e abri a boca, ele riu achando que eu gritaria, deveras errado.

    -Gritar não vai adian- Ele se calou quando sentiu meus dentes afundarem em sua pele pálida. Mordi-o o mais forte que pude até sentir o gosto metálico em minha boca e seu grito preencher meus ouvidos, ele se afastou o necessário para que eu agarrasse minha bolsa e com toda força batesse-a contra seu rosto o desequilibrando.

  -Deus me defenderay.- Essa frase nunca passou tantas vezes na minha mente como agora.

   Eu estava longe o suficiente para me sentir segura, só me sentir mesmo porque segura nem de longe eu estava.

    Ele caiu na minha frente tão rápido que pensei que era um raio negros, ele se levantou lentamente com os olhos quase que literalmente em chamas.

     -Escute sua sereia desgraçada. Não está nos meus conceitos mas pedido do príncipe estou com missão de a achar a bendita pedra e protege-la entendeu?

     -Eu não sou um sereia seu pedófilo.- Eu bati o pé no chão com força.

     E ele novamente riu. Gargalhou ao ponto de se contorcer para trás com as mãos na barriga.

     -No dia em que eu olhar para uma pirralha com outros olhos, eu irei me internar em manicômio, porque com certeza estarei louco… Ou com sérios problemas de visão.- Ele disse limpando uma falsa lágrima que caia do seu olho. Ele ficou sério novamente. Cara bipolar.- Eu preciso dessa pedra.

  Pergunta do dia: que pedra?

  Outra pergunta do dia: cadê a porra da Tereza?

   -Eu não sei que maldita pedra é essa! E se soubesse eu não diria, olha o jeito que tu me tratou, já ouviu falar em por favor e obrigado?- Me estressei, cruzando os braços.

   -Você não lembra o que você fez comigo a sete anos atrás?- Ele perguntou bravo.

   -Sete anos atrás? Você guardou rancor desde aquela época?- Perguntei inconformada, será que ele já ouviu falar em perdão.

   -Você deixou uma cicatriz em mim e… Espera você não contrariou.- Ele sorriu sacana.

   Gente alguém tira ele daqui pelo amor de Deus.

   Bufei brava e revirei os olhos. Que cara mais chato e eu estava com medo desse babaca.

   Meu celular vibrou no bolso e eu prontamente atendi.

  -Amoreco.— Tereza me chamou melosamente e eu quis esmurrar a cara dela, onde ela se enfiou?- Me perdoa.- Ah não para.- Eu fui na frente com o Adrianzinho, eu esqueci de te mandar mensagem.— Ela murmurou, eu aposto meu irmão que ela estava fazendo biquinho.-Você está brava Clara?— Ela perguntou percebendo meu silêncio.

   -Pau no seu cu Tereza, pau no seu cu.- Eu disse desligando o telefone e o enfiando no bolso da calça com raiva.   

  Um dia desses eu vendo a Tereza na feira do rolo.

    Suspirei e me pus a andar.

   -Ei sereia!- Ele me gritou deixando de cutucar o nariz para me seguir.- Aonde você vai vestida assim de rabanete?

  -Pra escola.- Eu murmurei brava.

   -Lá é perto de uma horta? Cuidado para não ter confundirem com um dos legumes de lá.- Ele começou a rir.

  -Eu mereço. Joguei uma viga na cruz não é possível.- Pensei revirando os olhos.

 Essa vai ser uma longa caminhada.

   Mesmo que o percurso fosse de no máximo dez minutos, foi como se o tempo estivesse virado uma lesma demorando mais de uma eternidade para passar, o cara estranho que me seguia, sempre afirmando que eu estava com a tal pedra, se revelou como Jefferson e eu mandei ele tomar no cu afinal a última coisa que eu queria era fazer amizade com ele.

  Arrombado.

  -Amiga! Onde tu tava?- Rebecca apareceu agarrando meu braço.- Quase o portão fecha.

  -Eu tava com…- Virei-me  pra trás e Jefferson não estava mais aqui comigo, dei de ombros.- Pergunte para a Tereza.- Murmurei brava.

  -Ih!- Ela fez uma careta.- Briga de marido e mulher ninguém mete a colher.

  -Que?- Levantei uma das sobrancelhas.

  -Ai é que tipo…- Ela fez uma pausa jogando o cabelo para trás tentando escolher palavras certas para que eu seguisse seu raciocínio.- Meio que vocês são quase casadas. Nunca vi um dia sequer em que vocês estivessem longe uma da outra.

  Era verdade era como se fossemos irmãs siamesas, as vezes mamãe dizia que tínhamos nascido grudadas, era como se tivéssemos uma ligação que ia além da amizade. Eu sentia que nosso amor iria além da própria morte, o “até que a morte os separe” não se aplica a nós. Éramos uma o inverso da outra, mas nos completávamos, éramos um quebra cabeça confuso mas divertido.

   -Sabe eu até estranhei quando não te vi longe dela.

  -É... -Suspirei.

   O sinal bateu e só nesse momento eu percebi que eu não sabia onde minha sala ficava, já  que eu não tinha me dado o trabalho de ir procurar o quadro com as salas, bufei irritada e larguei o braço da Rebecca.

    -O que foi?- Ela perguntou me direcionado um olhar preocupado. - Eu fiz algo?

   Neguei sorrindo.

    -Eu esqueci de olhar em sala eu tô.

    -Eu vou contigo!- Ela agarrou meu braço novamente me puxando para o quadro.

   Eu até suspeitava que era a sala do ano passado, na verdade eu tinha certeza.

    - Yes!- Comemorei animada.- Estamos na mesma sala! E eu continuou na mesma sala do ano passado. Uhul!- Fiz uma dancinha estranha em frente ao quadro e quando Rebecca ria.

    -Ah não.- Ela parou de rir me encarando séria.- Miriam está na nossa sala também.- Ela disse apontando pra lista.

     Isso foi necessário para meu sorriso murchar e minha dancinha parar. — Mas que droga. Tá dando tudo errado nessa vida.— Cruzei os braços brava.

     -É amiga tua bunda não está virada para a lua.- Ela pôs a mão em meu ombro.

     -Tu ta na mesma sala que ela também sua ridícula.- Eu disse revirando os olhos.

     -Quem tá mira dela é você não eu, ela nem sabe que eu existo.-

     - Como é que tu sabe disso?-Perguntei elevando uma das sobrancelha.

      -Os babados voam por aqui.-Rebecca deu de ombros seguindo em direção a sala, eu a segui.

      Entramos na sala, rindo escandalosamente chegando ao ponto de engasgar com a própria saliva, claro que como sempre os reencontros na minha sala eram deveras exagerados. Luana um doce de pessoa que sempre que podia batia um papo comigo veio em minha direção me abraçar, ela era de longe a pessoa mais amável da sala, talvez da escola, eu nem sabia direito. Se eu pudesse eu adotava ela. Logo depois foi a vez do James, fiquei surpresa por ele e eu estarmos na mesma sala, ele quase nunca ficava na mesma sala que eu. O que era bom já que dava para não alimentar demais minha paixonite por ele, talvez não esse ano.

      Mas tudo parou quando uma cabeleira loira entrou na sala, Miriam vestia o uniforme de um jeito que ele ficasse… Sexy?! Como diabos ela tinha feito aquilo? Não importava seus cabelos estavam soltos dourados e brilhantes, não se comparavam com o brilho dos cabelos da Rebecca, mas ainda sim atraia muita atenção, logo atrás dela vinha  sua gangue, Yukia estava com seus cabelos castanhos amparados até um pouco acima do ombro em um charmoso corte chanel, seus traços eram asiáticos uma mistura entre japonês e coreano, lábios finos e rosados, olhos puxados e um corpo pequeno e sem muitas curvas mas ainda assim como a piranha chefe ela chamava atenção, muita atenção, logo atrás vinha Kaila, sua pele era de cor escura, ela era negra da cor do pecado como Tereza costumava dizer, seus cabelos eram cacheados e pretos, talvez eu estivesse errada mas ela era tão linda quanto era rica, eu ousava dizer que ela era a mais bonita entre todas as três “deusas”, ela tinha lábios carnudos e um olhar penetrante, um corpo invejável, além de ser forte, me lembro dos seus socos. Seus olhos cor de âmbar se direcionaram a mim, se desse pra morrer com um olhar eu já estaria morta, ela sorriu ameaçadoramente antes de levantar uma das mãos e acenar. Por mínimos momentos tive medo de morrer ali mesmo só com sua expressão facial.

  Procurei desesperadamente um lugar para me sentar, o mais longe possível das três piranhas, não quero morrer, não hoje. Sentei no fundo da sala, meu lugar favorito, motivo? Nenhum, mentira. Dava para dormir no fundo, ninguém te acordava no fundão, sou prova viva disso. Rebecca sentou na minha frente, logo depois Tereza chegou na sala acompanhada de Adrian, ótimo! Eu iria segurar vela até na sala.

  Bati a cabeça com força na mesa com força grunhindo, eu estava parecendo uma vaca mugindo mas quem liga?

   -Ta libertando seu espirito animal? - Rebecca perguntou risonha.

   -Vai tomar no cu.- Murmurei entre dentes.

   -Ui! Não tá mais aqui quem falou.- Ela disse virando para a mesa dela.

   Revirei os olhos e aconcheguei minha cabeça sobre meus braços, poxa eu estava com sono, fechei lentamente os olhos dando um último suspiro antes de apagar, caindo em um sono profundo. Sei lá, estes últimos tempos eu tenho dormido tão pouco, não me importei com as pessoas a minha volta ou com o ambiente que eu estava, o cansaço simplesmente me pegou e eu apaguei.


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Notas finais do capítulo

Menina Clara voltou as aulas, agora ela vai ver o que é o inferno. A partir daqui as coisas vão rolar mais rápido, já que pretendo varias coisas pra fic, desde aparições de alguns personagens de h2o e mako como de alguns personagens meus e acreditem, as provas bimestrais não serão a unica preucupação da Clarita.
Muitas coisas irão acontecer, os inimigos se tornarão amigos e os amigos... Nem em todos se pode confiar.
"Todo mundo pode trair todo mundo"- Rainha Vermelha.



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