“Atsushi-kun, qual o sabor da vida?”

O garoto franziu a testa antes de responder.

“Não sei.”

Osamu sorriu, presunçoso.

“Aliás, desde quando a vida tem gosto?” Fingiu-se chocado com a pergunta.

Até a pouco tempo, considerava a vida como um castigo, não poderia culpar o garoto que estava vivendo pela primeira vez em seus dezoito anos.

“Claro que tem! A sua vida é o gosto dela.” Falou, com um semblante sério, orgulhoso da sua frase.

“Isso não faz o menor sentido.”

“Faz sim. Pense bem, Atsushi, quais os sabores que existem?” O albino abriu a boca para citá-los. “Não precisa me dizer, só pense.” Dito isso, Nakajima voltou a observá-lo, curioso e de boca fechada. “Então, pense na sua vida.”

Atsushi fez o que foi mandado, Osamu deduziu que sim, visto que o garoto sequer piscou enquanto olhava sem expressão para o chão.

E então, seu rosto tomou forma da expressão de tristeza.

“Amarga.” Nakajima respondeu.

“Você acha? Eu pensei que talvez fosse agridoce.” Comentou, pensativo. “Bem, não importa. Talvez o gosto da sua vida mude um dia, mas hoje, esse é o gosto da vida.” Sorriu para o albino, o qual parecia confuso com a conversa aleatória profunda.

“E a sua vida, Dazai-san?”

“Ohoho! Curioso?” Curvou-se ficando com o rosto frente a frente do outro.

Atsushi recuou um pouco o corpo, e então, respondeu:

“Um pouco.”

Dazai sorriu atrevidamente.

“Doce como a água de um rio.”