Madame Ponfrey estava a caminho do escritório do diretor Dumbledore.Debaixo de seu braço, havia uma pasta contendo todas as informações de saúde de Helena Granger.A medi-bruxa havia convocado uma reunião com Dumbledore e os amigos de Helena, logo após proibir a entrada de qualquer aluno, exceto aqueles que precisavam de cuidado médico, na Ala Hospitalar.

Havia poucos alunos com problemas na Ala Hospitalar.Alguns Sonserinos(graças a Neville, Luna e Gina), Giseli e um primeiranista que caiu da escada.Além de Helena, é claro.A medi-bruxa isolou Helena e Giseli em um mesmo quarto, longe dos curiosos, e dos amigos desesperados.

A mulher havia contado a Giseli rapidamente que Helena fora resgatada, logo depois de acordar a loira.Ela ficou melhor em um instante, e Madame Ponfrey se sentiu segura em isolar a loira em um quarto com a ruiva.Giseli ainda permaneceria no soro por mais um tempo, mas logo poderia parar e voltar a rotina normal se ela se adequasse as instruções que Madame Ponfrey lhe passará.

A medi-bruxa havia dado uma poção do sono para a ruiva permanecer dormindo, enquanto seu sangue era reposto.Era apenas uma desculpa para deixar a menina inconsciente enquanto conversava com Dumbledore e os familiares de Helena.

A mulher, absorta em seus pensamentos, não percebeu que chegou em frente a gárgula que daria para a sala de Dumbledore.Ela balançou a cabeça, afastando a preocupação e se recompôs, assumindo uma pose séria.

—Sapos de Chocolate.- falou a senha um tanto fria.A gárgula se moveu para o lado, revelando uma escada íngreme.A mulher avançou, subindo as escadas calmamente.Ao chegar em frente a porta, bateu nela um tanto ansiosa e entrou.

Não ficou tão surpresa ao ver a sala cheia.Hermione, Luna, Gina e Fleur estavam sentadas nas poltronas a frente da mesa de Dumbledore.Alguns meninos, como Harry, Rony, Vitor e Ivanoch decidiram se sentar também.Neville, os gêmeos, Liam, Connor, Igor, Andrey, Anton, Cedrico, Damian e Matt estavam espalhados pela sala, todos de pé.Snape e McGonagall aguardavam de pé também, perto da porta.Orion e Lupin esperavam perto de Dumbledore.Todos eles estavam ansiosos, desejando por notícias.

—Boa noite a todos.- Madame Ponfrey falou seriamente, encarando a todos.

—Boa noite Papoula, o que lhe trás a essa reunião?- perguntou Dumbledore calmamente, sendo direto com a mulher.Ela conteu o suspiro, tomando uma expressão fria.Normalmente era a que usava quando contava uma notícia ruim.Dumbledore, Snape, Orion, Lupin e McGonagall ficaram sérios rapidamente, percebendo a expressão no rosto da medi-bruxa.

—Os convoquei porque gostaria de falar sobre a situação de saúde da Srta Granger.- falou calmante, com uma voz séria.Os que estavam sentados se mexeram incomodados e os que estavam de pé, se empertigaram.

—Pois bem.- falou Dumbledore com um brilho estranho nos olhos azuis.

—O quadro da paciente era crítico.Havia sido vítima de vários feitiços estuporantes e passou por sessões de tortura com a Maldição Cruciatus.- a mulher falou seriamente, sem encarar ninguém.Não tinha coragem.A última parte deixou os mais jovens tristes e com raiva.-Seus sequestradores também a torturaram a mão, batendo nela e fazendo cortes com uma faca.Há cortes também feitos por magia.- Hermione se controlou para não chorar.Ela tinha visto a irmã mais cedo, visto como ela estava acabada.Ela segurou o vômito, pelo ódio dos Wyler e tristeza pela irmã.

"-Ela também, infelizmente, foi abusada sexualmente."- Madame Ponfrey falou com uma voz fria e cortante.Fleur soltou um soluço, triste pela a amiga.Os meninos fecharam os punhos, com ódio transbordando deles.Hermione e Luna começaram um choro silencioso.Gina apenas abaixou a cabeça.Snape, Orion Jr, Lupin e Dumbledore ficaram surpresos e uma ponta de ódio e dor brilharam em seus olhos.McGonagall controlou seu choro e seus emoções.

"-Ela estava desidratada e novamente teve esgotamento mágico total.Ela sobreviveu e está fora do perigo, mas tem mais duas coisas.— Falou a mulher seriamente, o rosto impassível.-Os Wyler, ou outra pessoa, usou um Obliviate na Srta Granger.— os adultos ofegaram, quem conhecia o feitiço do esquecimento também.-Todas as memórias da Srta Granger foram apagadas.Temo dizer que ela pode não se lembrar do próprio nome.— a mulher falou seriamente.Ela finalmente os encarou, observando seus rostos.A expressão que carregavam fez com que Madame Ponfrey segurasse o suspiro, se eles não haviam gostado da primeira notícia, imagina da segunda?-E a outra, ela foi mordida por um lobisomen."

Depois que Madame Ponfrey terminou de falar, Hermione, Luna e Fleur deixaram seu choro mais evidente.Gina chorou silenciosamente.Assim como Harry.Os gêmeos perderam novamente o brilho no olhar e saíram da sala correndo.Vitor e os outros meninos de Durmstrang se controlaram.Rony, Neville, Cedrico e Matt ficaram com os olhos cheios de lágrimas.Snape e McGonagall não aguentaram e saíram da sala, os rostos tristes.Orion, Lupin e Dumbledore não se mexeram, mas percebia-se que eles estavam chocados.

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Depois da infeliz reunião, todos voltaram aos seus aposentos ou casas.Todos estavam tristes, embora aliviados com a volta da pequena Granger.Hermione, Gina, Luna e Fleur se trancaram em seus quartos, assim como os outros meninos.

Madame Ponfrey conversou um pouco mais com Dumbledore, Orion e Lupin, antes de voltar a Ala Hospitalar.Liberou os alunos que não precisavam mais de seus cuidados e caminhou até o quarto que Helena estava isolada com Giseli.Bateu na porta e entrou.

Giseli estava sentada sobre sua cama, olhando para Helena com dor e carinho.A ruiva dormia calmamente, ainda com a poção de reposição de sangue ligada a ela.Madame Ponfrey agiu silenciosamente, trocando a poção por uma nova e trocou a camisola que a ruiva usava.

Fez o mesmo com Giseli.Trocou a pequena bolsa de soro vazia por uma cheia e entregou uma poção a ela de força.Viu o prato de comida que havia entregado a menina mais cedo vazio e sorriu.O pegou e estava prestes a sair:

—Madame Ponfrey?- chamou Giseli baixinho.A medi-bruxa se virou para a loira.

—Sim querida?- perguntou calmamente.

—Como ela está?- perguntou curiosa e com um olhar de ódio e pena.A medi-bruxa suspirou e contou tudo que disse aos outros.Palavra por palavra.Não adiantaria esconder aquilo da loira, uma hora ela iria descobrir.

A loira ficou triste quando a mulher terminou de relatar o quadro de saúde de Helena, mas jurou mentalmente que ajudaria a amiga a se lembrar de todos e de tudo calmamente e aos poucos.E assim, as duas foram dormir.

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O primeiro som que ouviu foi uma respiração suave perto de si.A ruiva gemeu baixinho, sentindo várias dores pelo corpo.Tentou se mexer, mas a dor em suas pernas, braços, peito, barriga e tronco era muito forte e a impediu.Ela gemeu novamente, sentindo mais dor.

—Socorro!- falou baixinho, os olhos ainda fechados.Ela não sabia onde estava e isso a apavorava.-Por favor!- ela gemeu, implorando baixinho.

—Helena?- uma voz baixa e suave a chamou.A menina gemeu.

—Quem é?Cadê meus pais?- perguntou chorando.Uma mão tocou a sua gentilmente e a menina abriu os olhos.Tinha certeza que estava em um quarto.Um quarto pequeno, com uma janela, duas camas e um armário cheio de frascos de poções.E ela olhou para a menina ao seu lado.Alta, loira de olhos verdes.Parecia doente, mas se recuperando aos poucos.Ela a encarava com um sorriso gentil no rosto.

—Eu sou a Giseli, sou da mesma casa que você.- falou a loira calmamente.Uma pontada na cabeça da ruiva a fez gemer.

—Casa?- perguntou confusa, o rosto virado para uma careta de dor.A loira sorriu.

—Você está em Hogwarts.- falou sorrindo gentilmente.A ruiva arregalou seus olhos castanhos, o rosto brilhando de animação e surpresa.

—Eu to em Hogwarts?- a ruiva sorriu, um sorriso que deixaria até Voldemort com medo.Era um sorriso maroto, um sorriso bem maroto.A loira riu baixinho, pensando que a ruiva mesmo não se lembrando de nada, não havia mudado.

—Sim, está sim.- falou uma voz vindo da porta.Era Madame Ponfrey, embora a ruiva não se lembrasse dela também.-Sou Ponfrey, a medi-bruxa de Hogwarts.- falou carinhosamente para a ruiva.

—Vou te chamar de Poppy.- a ruiva falou sorrindo.Giseli e Madame Ponfrey sorriram um pouco tristes.-Poppy, me diz, porque parece que uma manada de elefantes passou por cima de mim?- perguntou a ruiva curiosamente e com um pouco de dor.

—Bem querida, a três semanas você foi sequestrada por Colin e Celine Wyler.Eles lhe torturaram de diferentes formas e lhe lançaram um feitiço que possivelmente apagou toda a sua memória.- falou Poppy calmamente, observando a ruiva.

A menina ficou quieta.Colin e Celine são seus tios.Celine é irmã de Renan, seu pai adotivo.Não há motivos para eles a sequestrarem e a maltratarem como Ponfrey diz.

—Mas, eles são meus tios.E eu me lembro de tudo.- a ruiva falou um tanto confusa, uma dor de cabeça começando a se fazer presente.Giseli sorriu tristemente.

—Qual é a última coisa que você se lembra?- perguntou a loira calmamente.

—Eu e meus pais adotivos, Renan e Rebecca, indo para a casa dos meus tios.- a ruiva falou confusa, colocando a mão sobre o rosto.Ao sentir a cicatriz nele, ofegou.Ela começou a entrar em pânico e Madame Ponfrey tentou acalma-lá contando tudo que aconteceu nos últimos 6 anos.

Não mencionou os amigos da menina, ela teria que se lembrar deles sozinha e com calma.Ninguém deveria lhe forçar a nada, já que havia riscos dela não se lembrar de nada mesmo.Madame Ponfrey a examinou cuidadosamente e disse que pela tarde seria liberada junto com Giseli, que já estava muito melhor e pronta para ir embora da Ala Hospitalar.

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Já havia passado da hora do almoço quando Giseli e Helena partiram juntas da Ala Hospitalar.A ruiva ainda estava com um pouco de dor, mas nada que um bom descanso não melhorasse as coisas.As duas conversavam sobre a loira quando foram encurraladas por Sonserinos.

—Ora ora, não é mesmo que a Sangue-Ruim da Granger voltou para a escola?- uma menina loira com cara de Buldogue falou desdenhosa.

—Quem é o Buldogue?- perguntou a ruiva para Giseli, nada discreta e sem medo.Os Sonserinos franziram a testa, pareciam confusos e com raiva ao mesmo tempo.Parkinson literalmente rosnou.Lena a encarou com a sobrancelha arqueada.

—É a Parkinson.- falou Giseli cruzando os braços.-O que vocês querem?- perguntou friamente, se aproximando mais da ruiva.Primeiro, as duas estavam sem varinha.Segundo, a loira nunca que ia deixar a amiga se machucar.Terceiro, Sonserinos são cobras e sabe-se sei lá o que eles farão com a menina.

—Não é da sua conta Matheson.- falou um loiro bonito de olhos azuis, o ódio presente em sua voz e alívio em seus olhos.-Então, a sangue-ruim voltou viva?- perguntou debochado.A ruiva mesmo encantada com o menino, sorriu debochada.

—Ou você é cego, ou é idiota mesmo.- a ruiva falou sorrindo.-Se eu estou aqui falando, é porque eu estou bem e vivinha da silva.- falou meio mal-humorada.Ele rosnou, assim como metade dos Sonserinos.

—Idiota é você sua sangue-ruim!Trate com respeito seus superiores.- falou um negro a direita do loiro, o olhar bravo.A ruiva empinou o nariz, o olhando com deboche e humor.

—Superior?- a ruiva riu, dando passos para frente.-Se auto-denomina assim porque vem de uma família de puro-sangue que é rica?- perguntou ainda sorrindo.

—Os puro—sangue sempre serão melhores que mestiços, sangue-ruim, trouxas e traidores de sangue.- falou um moreno um pouco atrás do grupo, todo desdenhoso.Sua pose era de um típico ricaço que se achava superior a todos e seu olhar era frio, mas Helena não se intimidou.

—Oh, é mesmo?- a ruiva sorriu mais, vendo mais pessoas aparecerem e pararem para assistir o Show.-Sabe o que eu tenho vontade de fazer quando vocês ou outros bruxos se dizem melhores que eu?- perguntou retoricamente, o sorriso presunçoso que ela sempre dava lhe enfeitando o rosto.-Eu tenho vontade de rir.- a ruiva falou sorrindo, e todos a encararam um pouco confusos.Já os Sonserinos com ódio.-E sabe porque?Porque tem um mundo inteiro lá fora.Cheio de pessoas, de sentimentos, de ódio e preconceito.O que vocês fazem aqui dentro com os "inferiores", vai acontecer com vocês mil vezes pior.- a ruiva falou agora séria, com os olhos sem nenhum sentimento.-Se vocês se acham os maiorais agora, bom pra vocês.Em três anos vocês não vão estar mais aqui, o mundo estará os esperando.E ele simplesmente vai fechar a porta na sua cara.E sabe porque?Porque há pessoas nele, pessoas que nem vocês, só que dez vezes piores.- a ruiva riu, batendo palmas.-E digo mais, se mexerem de novo comigo, ou com alguém dessa escola de novo, eu quebro a cara de vocês.- a ruiva falou friamente e passou entre os alunos para sair da roda que havia se formado ao seu redor.

Giseli a seguiu, empurrando as pessoas para chegar na ruiva.Ela já estava um tanto longe e parecia séria.

—Você está bem?- perguntou receosa, preocupada com a reação da ruiva de minutos mais cedo.Tocou seu ombro calmamente.A ruiva se virou para a loira, os lábios crispados e a testa franzida.A ruiva gargalhou, sem poder se conter.Ficou assim por minutos, vendo a loira lhe observar confusa e risonha.

—A cara...- ela tentou falar, rindo um pouco mais.-deles!- a ruiva segurou a barriga, se apoiando na loira.A loira pensou um pouco e lembrou da cara dos Sonserinos.Era uma cara misturada de medo, raiva e surpresa.A loira riu, dando um beijo na testa da ruiva.Com a ruiva ainda rindo, Giseli a arrastou para o Salão Comunal da Corvinal.Respondeu o enigma e entraram.

O Salão Comunal da Corvinal é amplo e redondo.Havia três grandes mesas espalhadas pelo Salão, para as pessoas fazerem suas lições e tudo mais.Em frente a lareira, havia sofás e poltronas, para todos poderem relaxar.E ao lado da lareira, havia uma grande estátua de Rowena Ravenclaw usando um lindo Diadema.E entre as mesas e os sofás, havia duas escadas.Uma para a Ala das meninas e outra para a Ala dos meninos.

—Preciso lhe mostrar seu quarto e seus amigos.Vai ficar um pouco confuso agora, mas logo você se acostuma.-disse Giseli a ruiva, a puxando pela mão calmamente.Elas subiram as escadas, com a ruiva perguntando sobre Hogwarts.Giseli parou em frente ao quarto da ruiva e esperou.A ruiva suspirou, tocando a maçaneta e a girando.

A ruiva arregalou seus olhos castanhos, observando o grande dragão deitado no chão.Ele era enorme, mesmo com as grandes asas fechadas.E preto, bem preto mesmo.Seu rabo longo, preto e cheio de espinhos estava sobre a cama da ruiva.Inerte.A ruiva se aproximou, sentindo que seu dragão estava triste.

—Esse é o Potrus.Ele sentiu muito a sua falta.- a loira disse, entrando no quarto e fechando a porta.A ruiva se sentou ao seu lado e o dragão se animou, agitando o rabo e deitando sua grande cabeça sobre as pernas de Helena.Ela riu, o acariciando e o abraçando.Um gato cinza grande veio rebolando até a ruiva, e esfregou seu rabo em sua mão.-Esse é Felpudo, seu primeiro gato.- falou Giseli ao passo que o gatinho cinza se enrolava em seu corpo.-E esse é o Nestlé, seu segundo gato.- a loira viu o gato de pelugem ruiva sair debaixo da cama, para chegar perto da ruiva.

A ruiva brincou com os três, sua risada enchendo o grande quarto.Ela não percebeu quando Giseli saiu do quarto para deixá-la sozinha.Apenas continuou brincando com seus animais, alheia a vida e a tristeza de Hogwarts.