50 Tons - Sem Saída escrita por Mary Kate


Capítulo 13
Refeição Indigesta.


Notas iniciais do capítulo

Minhas lindezas ! Como falei as postagens voltaram a ser semanais, para felicidade geral da nação então ótima leitura e leiam as notas finais ! ;*



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A noite passada não poderia ter sido melhor senti uma imensa conexão com Christian em todos os sentidos. O nosso passeio foi incrível, depois a nossa volta para casa foi extremamente quente no quarto vermelho, não tenho como não acordar feliz. Me espreguiço tranquilamente na cama, acho estranho não ter percebido a saída de meu marido hoje para o trabalho, pelo visto deve ter ido muito cedo. Sorrio comigo mesma e me encaminho para o banheiro, depois de minha higiene matinal vou correr para um café da manhã farto, pois estou faminta.

...***...

Depois de várias panquecas, frutas, ovos mexidos, bacon e iogurte me sinto saciada. Nossa comi como um dragão, sorrio pensando comigo mesma. Hoje tudo o que sinto é felicidade, acho que há algum sentimento novo brotando em meu coração, talvez tenha medo ainda de admitir mas há algo crescente entre mim e Christian. Levanto-me da cadeira da mesa de jantar e me dirijo ao sofá da sala, é incrível a vista panorâmica da cidade que ele proporciona pela enorme parede inteiramente de vidro a minha frente. Gostaria de ligar para mamãe novamente, mas como nossas conversas são sempre complicadas não quero ficar triste hoje, depois penso nisso...quem sabe não arranjo uma forma de ir vê-la?! Respiro fundo só de pensar que um dia terei que contar a meu marido toda a verdade, e pior ainda sobre meu segredo de esterilidade. Mas quem sabe isso pode não ser um problema não é mesmo?! Nós podemos adotar...ai que droga! Ele vai me odiar por ter mentido para ele. Lágrimas começam a brotar em meus olhos. Malditos pensamentos! Por que hoje tinham que povoar a minha mente?! Droga! Não vou chorar. De repente entre meus devaneios ouço meu celular tocar, reparo que ontem o tinha esquecido em cima do sofá, deve ter sido antes de ir para o escritório. Pego e resolvo atender.

— Alô. – Digo sem emoção.

— Oi Ana, por favor não desligue! – Uma voz masculina muito familiar fala.

— O que é José?! Como ainda tem coragem de me ligar? – Fico extremamente irritada.

— Oh Aninha, não me trate assim...foi um tropeço, mas meus sentimentos por você são sinceros! – Fala como se tentasse me convencer.

— Olha aqui: nunca mais me ligue!!! Odeio você!!! – Digo alto e com raiva desligo a ligação e jogo o celular longe que acaba caindo no chão e soltando as peças. – Ah droga! Mais essa ainda por cima, pelo visto quebrou essa porcaria velha. – Digo me levantando para ir em direção ao celular me agacho e analiso a situação, pelo visto foi perda total. Sento-me no chão e começo a juntar os pedaços, ouço alguém chegar perto de mim.

— Senhora Éllenis, está tudo bem? – Uma voz calma feminina me pergunta, olho para trás vejo Patrícia me encarando preocupada.

— Tudo, vou me deitar novamente não se preocupe. – Falo desanimada e sigo em direção ao quarto, já que pelo visto não deveria nem ter levantado da cama hoje. Deito-me na cama depois de jogar o aparelho no lixo do banheiro e respiro fundo tentando buscar a felicidade que antes me preenchia. Começo então a me lembrar de ontem e o tempo passa rápido, logo sou surpreendida por um CEO lindamente vestido em um terno preto adentrar o quarto com o olhar preocupado.

— Anastácia você está bem? O que houve? – Pergunta vindo até a cama.

— Oi senhor executivo, o que faz em casa a essa hora? – Sorrio sem graça para ele, então resolvo verificar que horas são no relógio que fica no criado mudo. Me espanto ao perceber que já é uma da tarde, mas de qualquer forma ele só chegaria as três para irmos a Times Square, fico confusa.

— Vim ver você. Patrícia me ligou preocupada, disse que você tinha quebrado o celular depois de gritar em meio a uma ligação e vindo para o quarto se deitar, não saiu nem para almoçar que eu sei. – Senta-se ao lado de minha barriga e me encara enquanto explica tudo o que fiz. Vejo que tenho que tomar cuidado com minhas atitudes afinal tem olhos me vigiando.

— Ah...- Falo como que com preguiça e faço um biquinho, me viro de lado e coloco a mão sobre a perna dele no paletó. – Está tudo bem, não se preocupe. Não tinha necessidade de abandonar sua empresa por isso. – Digo calmamente.

— Quero saber o que aconteceu Anastácia, você não é de ter rompantes de raiva. Preciso entender o que está havendo. É algo com seu avô? Além do mais eu só vim duas horas antes do previsto, não tem problema nenhum. – Diz com seriedade me encarando. Já me sinto estressada, me sento na cama.

— Foi um amigo meu da faculdade, ou melhor ex-amigo. O qual nunca mais quero falar e teve a ousadia de me ligar, simples assim, agora podemos mudar de assunto?! – Minhas palavras saem com impaciência.

— Que amigo é esse? O que ele fez para você? Me conte agora Anastácia, isto é uma ordem. – Fico indignada e me levanto da cama, cruzo os braços e meu tom de voz já sai totalmente alterado.

— Quem você pensa que é para me dar ordens? Eu não sou sua escrava, sou sua esposa. Achei que já tínhamos passado dessa fase de grosserias. Mas pelo visto esse é o verdadeiro você e não vai mudar!!! – A ultima palavra sai mais para gritada, passo as mãos nos cabelos os prendendo com um coque. Christian se levanta da cama abruptamente e seus olhos queimam sobre mim.

— Por acaso foi algum namoradinho seu? Por que você não quer me contar? Eu venho para casa preocupado com você e é assim que você me trata?! – Suas palavras saem altas como as minhas, então mesmo irritada vejo que estou descontando nele o meu estresse, não posso agir assim ainda mais depois dele ter vindo me ver antes do horário.

— Me desculpe ok?! – Falo ainda alterada. Respiro fundo e recomeço.- É José, é uma situação complicada. Você está realmente interessado em saber ou é só ciúmes? – Pergunto com calma, mas no final dou risada para provoca-lo já que disse que ele está com ciúmes de mim. Ele passa a mão pelos cabelos à outra está no bolso, então sorri torto.

— Quero mesmo saber, me interesso pelo que te acontece de verdade. – Se aproxima de mim aos poucos enquanto fala para então segurar meu rosto com as duas mãos. – Me interesso pelo que você...- Nossos olhos estão vidrados, nos encaramos estáticos uma energia diferente paira no ar, sinto que ele quer dizer algo, ele se interessa pelos meus sentimentos será isso?! Então abruptamente ele me solta e caminha em direção à parede de vidro, ficando de costas para mim. Acho que ambos estamos fugindo de conversar a respeito do que sentimos. Sendo assim decido começar a contar o que houve.

— Eu conheci José há dois anos...- Faço uma pausa, já ia falar que foi na Bacon’s mas Christian não pode saber a respeito de o quanto eu trabalhava, não até eu ter coragem para contar de uma vez tudo sobre a minha vida. – Ele era legal comigo, nos víamos sempre na faculdade por sermos de humanas. Como você já sabe eu faço ou fazia, não sei...literatura inglesa. – Me sinto um pouco cansada de falar disso, me dá uma tristeza muito grande pensar que posso nunca mais voltar aos meus estudos de Literatura Inglesa o qual tanto amo, sento-me na cama ficando lateral a ele que ainda está de costas, espero que ao menos esteja me ouvindo. – E José faz artes visuais, ele é fotografo. Então nós acabamos nos aproximando, era bom ter um amigo, sempre fui muito sozinha. Confiava nele, nós íamos ao cinema, andar no parque ou jogar vídeo game na casa dele. Mas...- Faço uma pausa pelo nó na garganta que me dá lembrar daquele dia, puxo o ar, sinto meu corpo tremer levemente, minhas mãos suarem não sei se só de lembrar o que houve ou também de ter que omitir uma parte a Christian, queria contar tudo mas não posso dizer que José tinha me convidado para morar com ele devido a minha situação financeira e depois de muito resistir por fim tive que vender a minha casa, então não tinha onde ficar e aceitei. Foi na manhã seguinte a minha mudança para o apartamento dele que tudo aconteceu. – Uma manhã quando estávamos no apartamento dele tomando café da manhã para irmos a faculdade, ele se aproximou de mim e segurou as minhas mãos. Eu achei estranho o modo como ele chegou perto de mim, não era como sempre foi, parecia tenso e que ele queria alguma coisa que eu não conseguia identificar. Eu puxei minhas mãos e ele falou que já não aguentava mais esconder o que sentia por mim, que estava na hora de demonstrar o amor dele e que sabia que eu o queria também. Então...então...ele. – Respiro fundo. – Ele me puxou e me beijou a força, me segurou com aquelas mãos grandes apertando minha cabeça. Eu me debatia muito, logo ele me empurrou contra a parede eu cai no chão, ele foi para cima de mim novamente. Sentou nas minhas pernas, eu comecei a gritar, falei que ele estava ficando louco que eu não gostava dele daquele jeito, que ele estava me machucando...- Um soluço escapa da minha boca, percebo que eu estou chorando. Sinto que Christian vem até mim e me coloca em seu colo sentada, me abraça forte, seu corpo está inteiro tenso. Minhas mãos cobrem o meu rosto. Choro, mas preciso terminar de contar. – Nesse momento ele deu um tapa em meu rosto, muito forte e me disse que calasse a boca, que eu queria sim era só me deixar levar. Eu me debatia tanto que de alguma forma dei uma joelhada em sua virilha enquanto ele tentava se aproximar mais de minha boca. Aproveitei a dor dele para me levantar, mas estava tão trêmula que não conseguia correr, assim ele se levantou. Eu peguei a primeira coisa que vi em minha frente e bati com toda força em seu rosto quando ele foi para cima de mim novamente. José caiu no chão com o rosto sangrando, percebi que o tinha acertado com uma jarra de vidro grosso que estava com suco de laranja que estávamos bebendo. Não sabia se o socorria ou não, mas estava com tanto medo que peguei minha mochila e sai correndo, quando cheguei ao outro lado da rua depois do prédio dele sentia que meu corpo todo tremia como nunca na vida, meu coração parecia que sairia pela boca a qualquer momento, eu olhava para todos os lados sem saber para onde ir. Resolvi ir até um orelhão e liguei para a emergência dizendo ser vizinha e ter ouvido uma briga. Tinha medo de tê-lo matado, não sabia o que fazer. Fiquei esperando alguns minutos, vi na frente do prédio a ambulância o levar na maca acordado, ele me viu e percebi que tentou levantar então eu corri, corri muito e muito...- Choro e soluço freneticamente, é terrível lembrar disso. José era meu amigo, meu único alias, sempre demonstrou ser bom para mim e me ofereceu ajuda quando mais precisei, nunca pensei que pudesse fazer isso comigo.Depois disso fui direto para faculdade, tranquei minha matricula e com meus últimos dólares comprei uma passagem para Grécia e tudo aconteceu. Mas algum dia explicarei essa parte a Christian. Sinto o mesmo me abraçar mais forte, acariciar meus cabelos e beijar o alto de minha cabeça.

— Está tudo bem Ana, já passou. Eu estou aqui com você e nunca deixarei que ninguém te machuque. Nunca mais alguém fará algo nem parecido com isso a você é uma promessa. – Me embala mais um pouco. – Está tudo bem, se acalme, já passou. – Vou me acalmando aos poucos, olho para seu rosto, sua feição está séria, seu maxilar tenso mas seus olhos estão brilhando, acho que lágrimas querem brotar e ele está se segurando. Passo uma mão por seu rosto e sorrio fraco, então encaixo meu rosto em seu pescoço inalando seu delicioso perfume. Ele beija minha bochecha. Encosto meu rosto em sua clavícula e fico quietinha. – Eu sinto muito. – Sua voz parece embargada.

— Está tudo bem, já passou. Acho que foi difícil assim contar porque eu nunca tinha falado para ninguém. – Minha voz é tranquila como o mar após uma tempestade, minha respiração está calma e eu aliso a gravata dele enquanto falo.

— Então a única pessoa que você contou essa situação terrível fui eu?! – Pergunta tenso. Eu apenas faço um aham. Ele me abraça ainda mais forte, sorrio pelo gesto protetor. – Eu vou tomar providências! Esse canalha tem que pagar pelo que fez a você! – Diz com uma fúria crescente posso perceber, eu saio do seu colo e me sento ao seu lado, seguro sua mão e olho para ele para tentar acalma-lo.

— Fique calmo ta bom?! Não é necessário, já passou e ele não chegou a me fazer mal realmente. É uma lembrança terrível, mas ele não me tocou! – Falo com tranquilidade, mas Christian se levanta rapidamente, sua expressão está dura, suas mãos cerradas.

— Não Ana, ele vai pagar e eu cuidarei pessoalmente disso! Aquele bastardo irá se arrepender da tristeza que causou a você! – Fala com fúria em sua voz, vejo o quão intimidante ele realmente é, tinha me esquecido da fama de homem implacável que ele tem. Levanto-me colocando as mãos em seu peito, procuro seus olhos que me encaram com seriedade.

— Christian, se acalme por favor! Já passou muito tempo, por favor vamos virar essa página. Não quero mais nem saber da existência dele. Me prometa que vamos colocar uma pedra nesse assunto agora.- Peço com doçura tentando acalma-lo. Sua expressão se suaviza aos poucos.

— Mas Anastácia... – Ele tenta argumentar, mas o interrompo.

— Por mim, esqueça isso! – Falo um pouco exasperada.

— Tá, tudo bem somente porque está me pedindo, mas não acho justo. – Diz condescendente.

— A vida vai fazer ele pagar, não se preocupe. – Digo e sorrio, ficando nas pontas dos pés para abraça-lo. Ele me abraça me pegando no colo e nos sentamos na cama novamente. – Agora me diga quais são os planos para hoje? – Pergunto de forma alegre tentando entretê-lo.

— Não íamos a Times Square? Podemos ir um pouco antes do previsto. – Fala sorrindo para mim.

— Ótimo! Então vou me arrumar. – Dou um beijinho na ponta de seu nariz e sigo para o banheiro, sinto que ele vem atrás de mim.

— Posso me juntar a você? – Ele pergunta as minhas costas.

— Você quer tomar banho comigo? – Pergunto virando para encara-lo.

— Sim, se você também quiser. – Vejo um semblante de quem quer permissão em seu rosto, seus olhos olham com meiguice para mim, sorrio.

— Sim, eu quero. – Digo simplesmente sorrindo. Logo Christian vem até mim e deposita um beijo sutil em meus lábios, se afasta e começa a tirar peça por peça de suas roupas lentamente. Admiro a vista com um sorriso cheio de vontade de sentir sua pele na minha. Por fim não tira a cueca, vem até mim e me encara com ternura.

— Posso despi-la senhora Grey-Éllenis? – Me pergunta com o mesmo tom de seu olhar.

— Sim. – É só o que consigo dizer. Ele puxa vagarosamente minha blusa branca de alcinhas para cima, revelando meus seios com os mamilos já intumescidos. Depois puxa minha calça de moletom para baixo, se abaixando junto com a mesma. Sorri olhando para cima, eu mordo meus lábios. Christian fica de joelhos e cheira minha intimidade por cima da calcinha branca.

— Você é tão cheirosa, seu cheiro, seu gosto me atiçam o dia inteiro enquanto estou longe de você. Tudo o que eu quero é voltar para casa e te encontrar. – Fala tudo isso com a testa encostada em minha barriga e ao terminar deposita um beijo em cima de minha calcinha. Sinto meu corpo quente, minha pulsação extremamente acelerada, suas palavras foram excitantes e românticas, esse homem me surpreende mais a cada dia. Logo suas mãos retiram minha calcinha lentamente e seus olhos me encaram. – Quero proporcionar a você todo o prazer que merece Anastácia. – Fala me olhando nos olhos para então puxar delicadamente minhas pernas para ficarem mais abertas e sua boca vai de encontro com minha intimidade. Me lambe devagar, com suavidade, ao ouvir meus gemidos aumenta a velocidade também chupando com um pouco de força. Logo gozo em sua boca, segurando seus cabelos com força, meus dedos escorrem por seus fios sedosos e Christian se levanta sorrindo para se deparar com meu sorriso também. Se curva e me beija com paixão, nossas línguas se entrelaçam e me sinto a ponto de combustão. É impressionante como dessa vez além de uma grande excitação sinto algo diferente entre nós, uma sensação única, gostosa que me causa borboletas no estômago. Sinto ele colocar minhas mãos em sua cueca para abaixa-la. – Vamos para o banho agora. – Me diz, levando-me pela mão até dentro do boxe. Liga o chuveiro e nos coloca de baixo da água juntos, nos acariciamos, beijamos e abraçamos lentamente. De repente sou surpreendida pelo mesmo me pegando no colo de forma que fico com as pernas ao redor de seu quadril. – Você me quer Ana?- Pergunta olhando-me nos olhos, minhas mãos seguram seu pescoço, então me curvo e beijo seus lábios.

— Sim, sempre. - Digo feliz, nesse momento sinto-o entrar lentamente em mim, arfo de satisfação e Christian geme alto, nos beijamos e mexemos lentamente. Assim alcançamos o ápice juntos e nos beijando. Depois tomamos banho, na verdade Christian me dá banho, me esfregando com carinho com a esponja e o sabão em gel, me enxágua e até pega a toalha e me seca. Nessa parte não consigo não rir, parece que ele acha que me tornei um bebê. – Por acaso agora sou um bebê? – Fala dando risada. Ele enrola uma toalha em sua cintura e me responde com bom humor.

— Meu bebê. – Depois disso seguimos para o closet e nos trocamos separadamente, não me sinto ainda aquela mulher sensual que vá ficar desfilando nua na frente do marido. Sou tímida, por incrível que pareça. Devido o dia estar típico de outono em NY, nos vestimos para o frio. Estou usando um vestido preto tipo tubinho de mangas compridas, meias calças pretas um pouco mais grossas, botas cano médio de salto confortável na cor uva, fiz um rabo de cavalo mais chique e amarrei uma echarpe em meu pescoço com uns nós chiques que aprendi na loja quando a  comprei, a mesma nas cores combinando com meu visual. Para completar uma maquiagem com olhos levemente marcados e batom vermelho. Estou pegando meu sobretudo nude clarinho quando Christian aparece lindamente vestido com uma calça de tecido azul marinho, sapatos pretos e uma camisa cinza com um colete de lã azul marinho por cima. Seus cabelos penteados para trás ainda úmidos e sua barba dão um visual selvagem a ele, realmente meu marido é de tirar o fôlego. Me encara sorrindo, pega seu sobretudo preto no armário ao meu lado então me olha de baixo para cima. – Você está linda demais Anastácia! Nem sei se devemos mais sair...podemos ficar no quarto o dia todo nos acariciando e esquentando do frio. – Diz com luxuria. Mordo o lábio e pendo a cabeça para o lado pensativa.

— Hmm, não. Vamos nos divertir de uma forma menos sexual hoje! – Dou risada e o mesmo me acompanha.

— Tudo bem, mas para que eu consiga resistir pare de morder esses seus lábios tentadores! – Fala seriamente e aperta meu queixo ao final. Nos olhamos, a atmosfera é tensa. Nós dois sabemos que estamos a um passo de jogar o passeio para o alto, começarmos a arrancar nossas peças de roupa e fazer sexo aqui no closet mesmo. Para conseguirmos resistir Christian puxa minha mão e saímos andando rápido. – Vamos, antes que a gente não resista mais! – Diz sem nem olhar para trás.

...***...

Estamos andando a pé pela Times Square, apesar de ainda não ter escurecido só há telões acesos para todos os lados, muitas pessoas que posso ver serem de muitos lugares diferentes. Muitos tiram fotos, outros entram nos restaurantes, lanchonetes ou interagem com artistas de rua fantasiados.

— Está gostando? – Christian me pergunta, estamos andando de mãos dadas o tempo todo.

— Sim, é incrível! Enorme, iluminado, cheio de gente e tanta coisa para olhar. – Minha empolgação é notável. Ele sorri.

— Vamos fazer um lanche antes de entrarmos para o espetáculo. Ou você prefere almoçar? – Nos olhamos.

— Vamos comer cachorro-quente?! A gente já vai jantar mais tarde...- Digo empolgada.

— Claro. Que tal aquela lanchonete ali?! Parece legal. – Me aponta um pequeno estabelecimento que parece ter a temática Broadway, colorido, vibrante e meio retrô. Afirmo com a cabeça e seguimos para lá. Nos sentamos e pedimos dois cachorros quentes e coca-cola, conversamos, damos risadas mas por algumas vezes Christian me parece distante ao mexer no celular. Pergunto se tudo corre bem e ele diz que são algumas questões na empresa, mas que hoje não é dia para isso. Voltamos a conversar então o garçom nos traz o pedido,logo ele juntamente com os demais garçons começam a cantar e dançar entre as mesas do restaurante. É um pequeno espetáculo bem legal, depois de terminarmos nossa refeição nos dirigimos ao lado de fora do restaurante, nesse momento me dou conta que esqueci a echarpe no banco em que estava sentada, já que a tirei na hora de comer.

— Christian,esqueci minha echarpe, vou lá dentro pegar! – Digo para ele que balança a cabeça e avisa que me aguarda aqui na saída. Adentro o restaurante e chego à mesa no momento em que uma garçonete pega minha echarpe do banco. – Oi, com licença. Essa echarpe é minha, acabei de esquecê-la aí onde estava sentada. – Falo com a garçonete que me olha, pensa por alguns segundos e me responde.

— Claro senhora, aqui está. Boa tarde. – Entrega-me, eu agradeço e vou em direção a saída, reparo que Christian não está mais parado aonde estávamos então saio e o vejo na calçada de costas para mim. Caminho até ele, reparo que está ao telefone e sem querer ouço sua conversa.

— Querida, não fique assim. Você sabe que é única para mim! Eu te amo! Nos veremos em breve. – Aquelas palavras ecoam em minha cabeça de uma forma tão estridente que fico zonza, ando para trás e sem querer me esbarro em alguém que passa e dá um grito em algum idioma estranho. Assusto-me e me viro, é um senhor parece asiático, estou estática, morrendo de vergonha e ainda com medo da conversa que acabei de ouvir, medo por pensar que tudo que vivi até aqui com Christian pode ser uma grande farsa, será que ele tem outra?! O mesmo chega de repente ao meu lado, o homem asiático está falando algo, para minha surpresa mais uma vez Christian o responde em seu idioma, então o senhor sorri e vai embora fazendo uma careta ao olhar para mim. – Ana, o que houve?! – Me pergunta, ainda estou parada de forma que estamos de lado, acho que estou em choque. Ele segura meus braços me virando de frente para ele. – Anastácia! – Exclama me sacudindo um pouco.

— Eu andei para trás e me esbarrei naquele senhor sem querer, o que ele falou? Você fala chinês? – Falo ainda aturdida.

— Ele estava superirritado disse que você quase o derrubou e pisou no pé dele machucado. – Nesse momento ele ri. – Ele é japonês, falamos em japonês. – Fala ainda com bom humor. Fico olhando para o lado sem saber se pergunto ou não sobre a ligação, se ele ama outra nunca poderá me amar! Respiro fundo, ele segura meu rosto. – Ana, o que está havendo? Você está distante. – Me pergunta preocupado, não consigo encara-lo. Respondo sem olha-lo nos olhos.

— Eu ouvi, ouvi sua ligação. – Me sinto fraca só de perguntar. Será possível que não tenho direito a felicidade nessa vida?! Penso triste.

— Oh! – Ele exclama e sorri. – Ana, estava falando com Mia! Olhe para mim, por favor. – Me pede com paciência. Olho para seus olhos com um pouco mais de esperança. – Ela disse que está com saudades de nós dois e que não vê a hora de nos encontrar, queria inclusive vir para NY por esses dias quando já estivermos perto de retornar a Grécia. Não fique assim, jamais trairia sua confiança em mim! – Vejo tanta sinceridade em seus olhos e em suas palavras, me sinto uma tonta por desconfiar dele com apenas uma ligação boba, mas no fundo meu coração está apertado, sinto que nossa relação ainda é muito frágil, eu escondo coisas dele e isso pode ser nosso fim. Sorrio fraco e minhas palavras saem antes mesmo que eu consiga raciocinar direito.

— Tenho medo da nossa relação ser frágil demais e não dar certo. – Nos olhamos pensativos.

— Anastácia, é complicado eu sei. Mas está dando certo, estamos cada dia mais próximos e nos conhecendo melhor, está funcionando. – Ele diz com ânimo, mas sinto que há algo além disso que precisamos dizer um para o outro. – Vamos! O espetáculo começa em trinta minutos, vai te animar tenho certeza! – Me diz já segurando minha mão e começando a caminhar. Me sinto ansiosa então, nunca assisti um espetáculo tão grandioso, tenho certeza que será incrível!

...***...

Saio emocionada do musical Anastácia, não pude resistir a querer assistir a estória da princesa russa que tem o meu nome. É um espetáculo incrível, grandioso, fascinante! Em alguns momentos quase chorei, saio totalmente comovida já que sinto que em alguns pontos eu e a protagonista temos muito em comum, só falta que realmente Christian seja meu amor verdadeiro e possamos ter um final feliz como no musical.

— Está tudo bem? – Christian me pergunta enquanto andamos tranquilamente pela calçada cheia de pessoas para todos os lados.

— Sim, só fiquei um pouco mexida com o espetáculo, foi muito lindo e emocionante. – Digo com um leve sorriso o olhando de lado rapidamente.

— Eu acho que vocês podem ter mais em comum do que só o nome. – Me diz e fico encucada, o que será que ele quis dizer com isso?! – Vamos agora para o Le Petit o restaurante do meu amigo, ali Taylor com o carro. – Me puxa e vamos mais rápido em direção ao Audi estacionado. Já dentro do veículo conversamos com tranquilidade, quando ele me pede. – Pegue essa sacola ao seu lado. – Fala normalmente. Pego a pequena sacola do estofado ao meu lado e o encaro confusa. – Abra, pegue o que está na caixa e use. – Diz com aquele jeito autoritário, fico espantada. Será que ele quer fazer sexo aqui dentro do carro?! Mas Taylor veria tudo, vou me negar é claro. Sinto minhas bochechas escarlate. O mesmo sorri e alisa minha face enquanto fala comigo. – Ana, confie em mim! Faça o que mandei. – Franzo as sobrancelhas, mordo o lábio e decido ver do que se trata, estou curiosa, não deve ser nada do que estou pensando. Retiro o lacre da sacola, e coloco a mão dentro da mesma retirando uma caixa pequena, nela leio o nome Blackberry em cima constatando se tratar de um celular. Sorrio enorme com a surpresa, fico superfeliz. Olho para ele sorrindo e o abraço, o mesmo me abraça de volta com carinho. – Gostou?! – Pergunta.

— Claro, obrigada. – Digo já abrindo a caixa. Ele dá risada, acho que pensando como foi engraçado o fato d’eu ter achado que era algo sexual. Chegamos ao restaurante que é simplesmente espetacular, praticamente todo em vidro, com lustres enormes modernos, quando entramos dá para ver desde a recepcionista que é um lugar de primeira. Nos atende de forma padrão, mas não sem babar um pouco por meu marido, coitada tentou disfarçar mas eu reparei. Penso com bom humor. Sentamos-nos em uma mesa no andar de cima, me sinto cercada de luxo e sofisticação.

— Uau! É incrível. – Digo olhando para todos os lados. Christian está sentado a minha frente, sorri e me diz.

— Sim, é um lugar muito bonito. Você vai amar a comida! – Exclama contente. Passamos alguns minutos observando e comentando detalhes do lugar, além de Christian já solicitar um vinho a um garçom que nos atende. Quando um homem alto e de cabelo louro escuro se aproxima com vestimenta de chefe de cozinha, tem uma barba levemente cerrada e os olhos verdes.

— E aí garotão?! – Fala ao lado de Christian de forma empolgada e brincalhona. Que se levanta e o abraça, os dois parecem felizes em se ver.

— Está cada dia mais luxuoso esse lugar! – Meu marido fala.

— De algumas semanas para cá tem um toque feminino a mais também. – O loiro fala contente.

— Damon: essa é Anastácia, minha esposa. Este é Damon Holliday proprietário e chefe de cozinha do Le Petit! – Christian me apresenta, levanto-me e nos cumprimentamos com dois beijinhos no rosto.

— Ela é linda! Agora entendo porque se casou. Deve ser uma mulher durona para ter conseguido agarrar esse daí! – Afirma brincalhão e meneia a cabeça para Christian que faz uma careta bem humorada. Dou risada e completo.

— É um prazer te conhecer! Pode-se dizer que somos dois cabeças duras. – Dou uma piscadinha para Christian e todos rimos. Então vejo uma mulher, alta, esguia, de cabelos pretos compridos e olhos amendoados se aproximar, com enormes saltos finos e tubinho de oncinha.

— Também quero participar da brincadeira. – A mesma já chega dizendo ao chegar mais perto. – Christian quanto tempo! – Exclama já o dando dois beijinhos. Vejo Damon a puxar levemente pelo braço.

— Desse jeito vou ficar com ciúmes Leila! – Ela o abraça de lado e ele ri como se tivesse falado brincando. – Esse é o toque feminino que estava falando amigo, eu e Leila estamos noivos. – Todos sorrimos e Christian vai abraçar o amigo para lhe dar os parabéns, então a mesma vem até mim e nos cumprimentamos.

— Sou Leila Willians, prazer. – Fala com um tom comigo que acho um pouco estranho.

— Prazer, sou Anastácia Éllenis. – Digo normalmente, então reparo que é a primeira vez que eu mesma me apresento com o sobrenome dele, não sei porquê mas de alguma forma sinto uma satisfaçãozinha. A morena me olha agora com os olhos vidrados, parece irritada. Se vira para os homens atrás de nós e fala.

— Então é realmente verdade, você se casou Christian. – Sinto um pouco de deboche. O mesmo vem até mim e segura minha cintura.

— Sim e estamos muito felizes. Agora vocês também vão se casar não é mesmo ?! – Fala acariciando minha face, olhamos o casal que então se abraça de lado e a onça sem garras sorri sem graça.

— Sim, daqui a algumas semanas. Vocês virão não é?! Sinto não ter podido ir ao casamento de vocês, mas fiquei sabendo muito em cima da hora e não podia largar um evento importante em que fui cozinhar para quatrocentas pessoas. – Damon dispara a falar empolgado, sorrio por sua animação mas me preocupo já que a tal Leila parece mais interessada em Christian do que em seu noivo.

— Estaremos aqui para o seu casamento Damon, não se preocupe entendo sua situação. Eu e Ana resolvemos nos casar muito rápido. Ah! Depois acho que ela gostaria de conhecer onde a mágica acontece nesse lugar, você poderia apresenta-la a cozinha mais tarde?! – Fala com tranquilidade.

— Sim é claro, você vai ver minha alquimia de perto Anastácia! – Sorri ao falar. – O que acham de comerem o especial da noite?! É carrê de cordeiro com molho de pimenta doce, está espetacular! – Damon sugere orgulhoso. Christian olha para mim como se quisesse minha opinião, balanço a cabeça afirmativamente e o mesmo sorri para o amigo.

— Aceitamos a sugestão chefe, nunca vi alguém se achar tanto! – Todos gargalhamos menos Leila que olha para as unhas e sorri de uma forma claramente forçada. Então Damon se despede já que tem que ir preparar os pratos para todos os clientes do restaurante e Leila nos olha um pouco para depois sorrir como se mostrasse as presas e ir embora também.

— Você os conhece há muito tempo? – Pergunto enquanto um garçom chega e nos serve o vinho que Christian tinha solicitado logo quando chegamos.

— Sim, conheço Damon desde a faculdade fazíamos remo juntos. E Leila conheci aqui quando o mesmo abriu o restaurante há cinco anos. Ela sempre foi gerente do estabelecimento. – Fala dando de ombros. Bebo um longo gole do meu vinho e penso que não gostei nada dessa mulher. Conversamos um pouco e os nossos pratos chegam, fico fascinada como é linda a apresentação do prato. Dá até pena de comer, mas quando provo um gemidinho de satisfação escapa de meus lábios e Christian me encara sorrindo. – Sabia que iria gostar. – Diz se gabando.

— Pelo visto já me conhece bem! – Exclamo bem humorada para logo me arrepender, a velha culpa ecoa em minha cabeça. Mesmo assim prosseguimos a refeição com leveza então um garçom vem até a mesa ao terminarmos nosso jantar e diz que se eu quiser já posso ir conhecer a cozinha com o chefe Damon. Fico empolgada e Christian vem conosco até receber uma ligação, logo comunica que me encontra na cozinha. Descemos as escadas e caminhamos para o fundo do restaurante, adentramos um espaço enorme onde muitas pessoas trabalham a todo vapor. O chefe vem até mim.

— Bem-vinda Anastácia aqui é onde minha magia se torna realidade! – Fala satisfeito mostrando o lugar.

— Pode me chamar só de Ana. – Sorrio para o mesmo que sorri de volta. Vamos caminhando, ele me mostra os espaços onde cada especialidade é preparada: as saladas, as carnes, os peixes, as massas e por fim chegamos próximo aos freezers o que gera um lugar geladinho da cozinha.

— Aqui eu faço as sobremesas. Tenho algo especial para você experimentar! – Mesmo já tendo comido um Petit Gateu delicioso, quero provar o que ele tem para me mostrar já que está tão empolgado. Retira de uma geladeira pequena uma tortinha que parece cheesecake e coloca sobre a bancada. Depois derrama uma calda de frutas vermelhas por cima, é lindo e parece muito bom. – Essa sobremesa é muito especial para mim, mas até hoje não consegui colocar no cardápio. Leila sempre diz que é simples demais, fico temeroso de ser menos do que os clientes estão acostumados. – Fica um pouco pensativo enquanto me estende a sobremesa com uma colher para que eu prove. Provo e acho deliciosa, como tudo o que experimentei que ele faz.

— Pode colocar um pouco de hortelã por cima, vai dar um frescor e talvez o toque que você precisa para desencanar. Não tem nada de errado com coisas simples, além de que a sua comida é maravilhosa não tem como alguém achar simples demais! – Falo o incentivando, o mesmo me olha com uma expressão diferente. Acho que o encorajei. – É de leite de cabra não é?! – Pergunto.

— Sim, como sabe? – Parece surpreso.

— Lá na Grécia acabei ficando viciada em iogurte de leite de cabra, é muito bom mesmo! – Nós rimos, entrego a ele o pratinho vazio e nos encaminhamos para a saída da cozinha.

— Você tem um paladar incrível! Acho que poderia virar testadora oficial das minhas receitas! – Me diz feliz.

— Obrigada! Seria uma honra.O toalete fica onde aqui em baixo? – Digo sorrindo e depois pergunto porque estou realmente apertada para fazer xixi.

— Por aqui, te levo até o corredor. – Seguimos depois de passar a cozinha e quando vamos entrar no corredor nos deparamos com uma cena que me faz paralisar completamente. Leila de costas beijando um homem que quando é surpreendida pelo grito de Damon se vira e posso perceber para minha total infelicidade que o homem é Christian.


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Notas finais do capítulo

Lindonas quero muitos comentários ein ?!
Quando vão me fazer feliz com mais alguma recomendação ?
Sejam boazinhasss ;D
Como já tinha dito, muita confusão, babados e gritarias vão acontecer na fic então preparem os coraçõeszinhos ! O que estão achando ?!
Até o próximo post, beijinhuus ;*



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