O Líder Da Máfia escrita por Liah Rothchild


Capítulo 32
Especial Alecssander - Não estou pronto para dizer adeus


Notas iniciais do capítulo

Oi meus amores ! Como estão ?
Andei sumida né ? Sim, eu sei, e peço perdão por isso, mas estou tendo problemas familiares e ando muito mau de saúde, tanto que já fiquei internada várias vezes, mas ainda não sei qual o meu problema, esperamos que não seja nada grave, não é mesmo ?!
Sem mais delongas, espero que gostem desse capítulo, tentei deixar emocionante, só que meu coração é de pedra então não sei se você funcionou, por isso preciso que me digam nos comentários ! Hahaha

Boa leitura !



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Acordei num pulo de madrugada quando ouvi Darella gritando, sentando-se na cama, ofegante. Ela chorava sem parar. Vagamente, percebi que estava trêmula; suando frio. De forma carinhosa, puxei sua cabeça de encontro ao meu peito e a envolvi com meus braços.

 

— Tive um pesadelo - ela murmurou enquanto eu passava uma mão por seus cabelos e a outra massageava suas costas na tentativa de acalmá-la. - Sonhei que estava naquele lugar novamente. No escuro. Ele estava lá também.

— Shhh - pedi silêncio. - Não se preocupe. Você está segura aqui. E enquanto estiver comigo, eu juro que não vou permitir que nada de mau te aconteça.

Ela apertou os braços ao redor do meu corpo e assentiu, parando aos poucos com os soluços. Dei um beijo no topo de sua cabeça e sua respiração começou a ficar regular novamente.

— Está melhor ? - perguntei.

— Sim, obrigada. - disse baixo.

— Quer voltar a dormir agora ?

Ela franziu o cenho antes de negar com a cabeça e eu suspirei. Ajeitei os travesseiros atrás de mim e apoiei as costas neles, ficando no meio termo entre deitado e sentado. Passei o braço por cima de seu ombro e a puxei para se deitar no meu peito, e quando ela deitou, usei a outra mão para acariciar seu rosto. Ela sorriu, e aos poucos, foi fechando os olhos, mas sem dormir.

— Alec ? - sussurrou de repente.

— Hum ?

— Me promete uma coisa ?

— O quê ?

— Promete que nunca vai me deixar ? - ela abriu os olhos ao dizer isso e passou a me encarar. - Independente do que aconteça ?

Dei um largo sorriso antes de responder.

— Só se você prometer que nunca vai desistir de mim.

Agora foi a vez dela de sorrir.

— Então estamos combinados.

Segurei seu rosto e comecei a fazer carinho somente com o dedão. Ela deitou a bochecha na minha mão e sorriu, voltando lentamente a fechar os olhos. 

Ela estava tão linda, com seus cabelos loiros bagunçados e seu rosto sendo iluminado pela única luz que entrava pela janela do quarto: a luz da lua.

Não pude resistir à vontade de beijá-la, e foi o que fiz. Ela pareceu surpresa no início, mas logo segurou meu rosto com uma das mãos enquanto deixava a outra no meu peito. Ficamos apenas num selinho demorado por vários segundos até ela mesma pedir passagem com a língua e eu, sem sombra de dúvidas, cedi. 

O beijo foi calmo e lento, sem pressa para que terminasse. Provavelmente, foi um dos melhores beijos que já tivemos, e se eu pudesse parar o tempo nessa madrugada, já teria feito. Infelizmente, meus malditos pulmões humanos pediram por oxigênio e fui obrigado a interromper o beijo, deixando nossas testas coladas. Ela ainda estava de olhos fechados, com a respiração ofegante e um sorriso de orelha a orelha no rosto, e eu com certeza não estava muito diferente.

— Eu acho... Eu acho que devemos voltar a dormir agora. - disse, abrindo os olhos vagarosamente.

Concordei e ajeitei os travesseiros atrás de mim para que pudéssemos deitar.

Darella me deu um selinho antes de voltar a deitar no meu peito, na mesma posição que estávamos antes.

— Boa noite, Alec. - sussurrou.

— Boa noite, Princesa.

 

[…]

 

Acordei no outro dia com a claridade do sol incomodando meus olhos. Ao esticar meu braço até a cômoda e pegar meu celular, vi que já passava das dez horas da manhã e Darella ainda dormia tranquilamente em meu peito. Ela não dorme bem já faz mais de duas semanas. Sei disso porque nas noites em que dormi na poltrona de seu quarto, acordei várias vezes de madrugada e ela ainda estava acordada, as vezes encarando o nada ou simplesmente lendo um de seus livros. Receio que ela tinha medo de dormir e ter pesadelos, como o que houve esta noite, e por isso preferia ficar acordada. E agora, vendo-a dormir tão profundamente em meus braços, a tremenda sensação de alívio que está em meu peito é incrivelmente reconfortante.

Ela começou a se mexer, o que me fez acordar de meus devaneios. Darella abriu os olhos lentamente, e assim que me viu a encarando com um sorriso bobo, sorriu da mesma forma.

— Bom dia. - sussurrou com uma voz sonolenta.

— Bom dia. - retribuí.

— Está acordado faz tempo ? - perguntou, coçando os olhos.

Neguei.

— Que bom. - ela sorriu, se sentando na cama. - Vou preparar algo para o café da manhã. Algum pedido especial ?

Sorri.

— Suco de laranja.

Ela retribuiu o sorriso enquanto se levantava e calçava seus chinelos.

— Como quiser. - ela disse antes de sair do quarto.

Passei as mãos pelos cabelos enquanto tentava tirar aquele sorriso idiota do rosto. Darella nem imagina o quanto me faz bem.

Me levantei e fui até o banheiro, fazendo minha higiene matinal e vendo que eu definitivamente preciso cortar o cabelo e fazer a barba.

Ao voltar para o quarto, vejo Darella já com uma bandeja cheia de comida em cima de suas coxas. Fui me deitar ao seu lado, e assim que ela me viu, sorriu e ligou a TV.

Ela havia feito panquecas com manteiga, queijo e o suco de laranja que eu havia pedido. Dei um beijo em sua bochecha e começamos a comer.

No noticiário que ela havia colocado, passava coisas aleatórias, até ela apontar para a minha foto.

— Olha ! - disse, aumentando o volume.

A repórter dizia: " Há boatos de que Alecssander Al'Capone, o atual líder da máfia americana procurado na América inteira, está morando em Nova York, em um condomínio. Infelizmente, nossos policiais ainda não descobriram qual sua localização definitiva, mas assim que encontrarem, ele será preso e julgado. Acreditamos também que ele tenha sido o causador do acidente na fronteira de Nova York com Massachusetts, mas ainda estamos sem evidências. Assim que tivermos mais informações, anunciaremos aqui. Agora, a previsão do tempo..."

Revirei os olhos.

— Estão te culpando pelo acidente da Grace ? - Darella franziu o cenho.

— Essa gente não tem o que fazer e sempre arruma uma brecha para me culpar. - bufei.

— Que idiotas. - ela disse.

Ouvi meu celular vibrar na cômoda e estiquei o braço para pegá-lo. Era uma mensagem de Thompson, informando que o funeral de Grace seria em dois dias.

Suspirei.

— O que foi ? - Darella perguntou.

Mostrei a ela a mensagem e quando terminou de ler, voltou a me encarar.

— Você está bem ?

— Vou ficar.

Ela suspirou e segurou minha mão, dando um aperto de leve.

— Estou aqui, se precisar.

Dei um sorriso fraco.

— Eu sei.

 

[...]

 

— Se odeia isso, então por que não tira ? - perguntei, achando graça da situação.

— Porque Rosalya estará lá, e se me ver usando vestido e tênis, não ficarei viva por muito tempo. - ela disse terminando de ajeitar as presilhas das sandálias pretas de salto.

— E desde quando você se importa ? - cruzei os braços acima do peito e me apoiei no batente da porta do quarto de Darella. 

Ela parou para pensar por alguns segundos.

— Não me importo. 

— Se importa sim.

Ela bufou.

— Talvez eu me importe um pouco.

Soltei uma risada nasal.

— Já está pronta ? - mudei de assunto. - Eu gostaria de chegar no funeral antes que acabe.

Ela revirou os olhos.

— Estou pronta, vamos.

Analisei Darella dos pés à cabeça. Ela vestia uma camisa preta e uma saia branca que ia até seus pés, onde usava sandálias de salto e óculos pretos como os meus. Estava linda, como sempre. 

Ajeitei o terno e a conduzi até o elevador, onde iríamos até o estacionamento e seguiríamos para o Cemitério Nacional de Nova York.

Andando por entre os túmulos, comecei a suar frio. Eu estava nervoso, com medo do que veria. Porém, para minha surpresa e alívio, Darella segurou minha mão e entrelaçou nossos dedos como uma forma de transmitir segurança, e foi exatamente o que fez, porém não foi o suficiente. Só percebi que Darella havia parado de andar quando meu braço foi puxado para trás.

— Algum problema ? - perguntei.

— Eu que pergunto. Você está bem ?

— Sim, só... - fiz uma pausa, desviando o olhar para um pequeno buquê de flores amarelas sobre de um túmulo gasto e antigo. Vendo as beiradas das pétalas apodrecendo, parecia estar ali já têm alguns dias. - Não estou pronto para dizer adeus.

Darella suspirou.

— Não será um adeus. Grace sempre estará presente em nossas memórias. - ela fez uma pausa. Parecia estar escolhendo com cuidado suas palavras. - Tente lembrar dela como a pessoa que te ajudou em todos os momentos da sua vida, e não como a mulher que você discutiu antes do acidente.

Suspirei, voltando meu olhar para os olhos de Darella, que havia levantado os óculos escuros e colocado acima da cabeça. Depois de algum tempo hipnotizado por aquelas orbes azul esverdeado, assenti, e assim seguimos nosso caminho.

Finalmente chegamos no amontoado de gente, onde muitos, principalmente os parentes de Grace, choravam escandalosamente ao redor do caixão. Tinha muita gente ali, a maioria, pude perceber, eram da máfia.

Grace estava deitada dentro do caixão com os olhos fechados e uma fisionomia calma. Ela vestia um vestido branco que se destacava devido ao seu tom de pele, os cabelos negros e cacheados estavam caídos sobre os ombros e algumas flores foram usadas como presilhas para prender sua franja. Pude ver claramente um corte abaixo de seus olhos devido ao acidente, e isso me fez estremecer.

O pai dela, que era um homem negro de baixa estatura e cerca de cinquenta anos, veio em minha direção.

— Senhor Pines, meu pêsames por sua filha, eu sinto mui-

— Isso tudo é culpa sua ! - ele esbravejou, apontando um dedo em minha direção e me interrompendo. - Se ela não tivesse entrado nessa porcaria de máfia, nada disso teria acontecido ! Você é o culpado pela morte dela ! Você é o culpado pela morte da minha única filha ! 

— Senhor Pines - Darella disse de repente, fazendo nós dois encará-la. - Meus pêsames por Grace, eu a conheci há pouco tempo, mas a considerava muito. Sinto muito que tenha que passar por isso, mas até onde sabemos, ela sofreu um acidente à quilômetros daqui, então por favor, eu agradeceria se você não culpasse Alecssander num momento tão delicado como esse.

— Mas-

— Por favor. - ela o interrompeu. - Alecssander e Grace eram bons amigos. Eles jamais fariam mau um ao outro.

O senhor Pines suspirou, concordando. Murmurou um pedido de desculpas e se retirou, voltando para seus amigos e familiares.

— Você está bem ? - Darella perguntou num tom de voz baixo.

Apenas dei um sorriso fraco em sua direção, fazendo carinho com o polegar por cima de sua mão que estava entrelaçada na minha.

Depois de alguns minutos, um padre chegou e começou o funeral. Quando terminou, perguntou se alguém gostaria de dizer algo, e eu respirei fundo antes de me levantar e ir até ele.

— Perder um amigo é como perder uma parte de si mesmo - comecei. - Grace Pines foi muito mais que uma amiga para mim, ela foi como uma irmã, sempre disposta a me ajudar seja qual for a situação. Com seu sorriso contagiante e sua personalidade animada, ela era capaz de fazer o homem mais durão do mundo sorrir. Mas... - respirei fundo. Olhei na direção de Darella em busca de algum tipo de apoio, e a mesma me olhava de uma forma carinhosa, transmitindo a segurança que eu precisava para continuar o discurso. - Infelizmente, ela foi levada  de nós. Grace, foi uma honra te ter ao meu lado durante todos esses anos.  - suspirei, tentando controlar o nó que se formava na minha garganta. - Então, como eu havia dito, perder um amigo é como perder uma parte de si mesmo. Grace levou uma parte de mim quando se foi, uma parte que jamais será preenchida. Eu sinto não ter sido o amigo que ela merecia, mas ela com certeza foi muito mais do que uma amiga para mim. 

Assim que terminei, alguns aplausos baixos e sem ânimo foram ouvidos antes dos outros discursos. Voltei ao lado de Darella e ela voltou a segurar minha mão, dando um sorriso fraco.

— Você foi muito bem lá, estou orgulhosa. - sussurrou, o que me fez sorrir por alguns segundos.

Depois que todos os discursos foram feitos e o caixão foi enterrado, todos começaram a ir embora aos poucos. Os agentes Thompson, Collins, Campbell e outros vieram ver como eu estava antes que eu pudesse ir.

— Alecssander, sinto muito. - disse Rosalya, me dando um abraço rápido e sem muita proximidade. - Grace era muito importante para você, então, meus pêsames. De verdade.

Estranhei a gentileza vinda de Rosalya, mas agradeci mesmo assim.

— Fico feliz que finalmente tenha feito a barba e cortado o cabelo. - disse, de repente. - Seu cosplay de homem das cavernas já estava ficando estranho. E eu ainda te odeio.

Revirei os olhos.

— E aí está a Rosalya que eu conheço. - murmurei e ela sorriu antes de sair de perto e cumprimentar Darella com um abraço de urso. Quando se afastou, a olhou dos pés à cabeça e assentiu como sinal de aprovação. Achei graça, me lembrando do que Darella havia dito antes de virmos.

Depois que todos se foram, eu voltei ao lado do caixão de Grace, agora já enterrado, e fiquei encarando a grande lápide decorada com flores de pedra e o nome de Grace cravado no centro, junto da data de seu nascimento e morte. 

Darella apareceu ao meu lado e me entregou uma das duas flores brancas que estava segurando em cada mão.

— Eu não roubei. - disse ao ver meu olhar de dúvida, e revirou os olhos. - Comprei na entrada do cemitério.

Assenti. Darella ficou em silêncio e depositou a rosa na frente da lápide, esperando que eu fizesse o mesmo. 

Soltei um longo e demorado suspiro. Não consigo evitar de me sentir culpado pela morte de Grace, mas graças à Darella, tento me convencer de que a culpa não foi minha, desviando meus pensamentos para a garota alegre que conheci, a mesma garota que fazia parecer que o trabalho na máfia não era algo ruim, e de certa forma, funciona.

Depois de alguns minutos, depositei a rosa sobre o túmulo.

— Finalmente estou pronto para te deixar ir. - sussurrei passando a ponta dos dedos sobre a lápide novinha. Entrelacei meus dedos novamente aos de Darella e seguimos nosso caminho.

Quando chegamos no carro, longe de todos, foi quando desabei. Tirei os óculos escuros e deitei a cabeça no volante, chorando como uma criança. Aquela dor em meu peito era agonizante.

Depois de algum tempo, Darella me puxou para perto de si e me deu um abraço desajeitado, já que estávamos dentro do carro.

— Eu sinto muito. - ela sussurrou, passando os polegares abaixo de meus olhos para limpar as lágrimas.

Ficamos abraçados por alguns minutos até eu me afastar e ligar o carro.

— Vamos para casa, Princesa. Apenas vamos para casa.


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Notas finais do capítulo

Gostaram ? Não ? Comentem o que acharam !
Até o próximo capítulo !



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