O Líder Da Máfia escrita por Liah Rothchild


Capítulo 2
Alecssander


Notas iniciais do capítulo

Opa, você aqui de novo ?
É um prazer revê-lo ! Aqui vai mais um capítulo, espero que goste !

Boa leitura !



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/738827/chapter/2

 No domingo de manhã, o vento estava mais forte do que nos dias anteriores e eu fui obrigada a sair para comprar meu café matinal.

Enquanto caminhava tranquilamente pela calçada, tive a sensação de estar sendo seguida. Ao olhar para trás, vi dois homens a menos de cinco metros de mim usando sobretudos e óculos escuros idênticos e devido a isso comecei a caminhar mais rápido e quando olhei novamente para trás, eles estavam cada vez mais perto, quase me alcançando. Virei em um beco para despistá-los, mas acabei dando de cara com um terceiro homem.

— Senhorita, você vem conosco. - o homem que aguardava no beco disse. Pensei em pegar o spray de pimenta em minha bolsa, mas não funcionaria devido aos óculos escuros.

Merda.

Caminhei lentamente de costas e ao tentar sair do beco, os homens que estavam atrás de mim mais cedo me impediram, segurando meus braços, e eu soltei um pequeno grunhido como forma de reclamação.

— Você pode vir por bem... Ou por mal. - o homem que estava segurando meu braço direito disse dando um sorriso diabólico.

— Vão ter que me pegar primeiro ! - eu gritei chutando a perna do que estava à minha esquerda e quando ele afrouxou o aperto em meu braço, eu puxei o braço direito e tentei fugir, mas senti uma dor aguda em minha perna, percebendo que eles injetaram algum tipo tranqüilizante e de repente tudo ficou preto.

 

[...]

 

Ao abrir os olhos novamente tive que piscar várias vezes para conseguir me acostumar com a escuridão de um cômodo completamente vazio, a não ser pela cadeira em que eu estava sentada com as mãos amarradas atrás do corpo.

— Finalmente acordou. Achei que meus agentes tivessem te matado. - ouvi uma voz masculina que eu não sabia ao certo de onde vinha. Parecia que estava em todos os lados e em lugar nenhum ao mesmo tempo. 

— Quem está aí ? - perguntei com a voz firme. Eu não podia demonstrar medo.

— Sério que você não lembra de mim ? Agora fiquei chateado. - senti que a voz estava mais perto e então uma luz se acendeu no teto a alguns metros de mim e eu pude finalmente ver de quem pertencia a voz. Caminhando lentamente em minha direção, estava o mafioso procurado em todo os Estados Unidos que sorria de canto enquanto colocava as mãos no bolso de seu luxuoso blazer. 

— Eu não te conheço. Agora já pode me soltar. - continuei com a voz firme, quase sem nem piscar pois ele podia desaparecer a qualquer momento. Ele estalou a língua enquanto balançava a cabeça negativamente.

— Mentir é feio Darella. Se continuar assim, vai acabar igual seu pai. - ele cruzou os braços sem tirar o sorriso de canto do rosto. Senti a raiva subir em meu sangue. Ele havia tocado em meu ponto fraco e eu juro que se não estivesse amarrada, acabava com esse idiota agora mesmo. Ouvi uma porta ser aberta e provavelmente alguém entrou no cômodo, mas o homem em minha frente apenas ignorou.

— Você não sabe nada sobre mim, babaca. - cuspi as palavras.

— Tem razão Darella Melbourne, mãe presa e pai morto, estuda Física na melhor faculdade de New York e seu Q.I é relativamente elevado devido ao tempo que passa estudando diariamente. - ele disse tudo rapidamente seguido por um dar de ombros. Depois me encarou, sem tirar aquele sorriso nojento do rosto. - Realmente não sei nada sobre você.

— O que você quer de mim ? - infelizmente minha voz fraquejou nessa frase, o que fez o sorriso dele ficar ainda maior.

— Eu quero você, quero que saia comigo. Qualquer garota em sã consciência não teria me provocado naquela noite. Você foi bem corajosa, até fiquei impressionado. - ele chegou mais perto ficando frente à frente comigo. Revirei os olhos.

— Seu idiota. Qualquer um teria sentido o cheiro de álcool. Eu estava bêbada e agora você poderia ter a decência de me soltar e nós esquecemos essa conversa. - ele deu uma risada sarcástica.

— Não foi um pedido, Princesa. - ele deu ênfase com sarcasmo na última palavra e segurou meu queixo delicadamente, aproximando seu rosto do meu, o que me permitiu ver seus olhos castanhos que se assemelhavam com chocolate ao leite. Senti meu sangue fervendo, não só por sua audácia ao me chamar por aquele apelido tosco, mas principalmente por ser tão idiota - Primeira regra: eu não faço pedidos. Eu dou ordens. 

Ele achou que eu tremeria de medo, mas o que eu fiz realmente foi dar o mesmo sorriso de canto que ele esteve durante todo esse tempo, e como previsto essa não foi a reação que ele esperava, então se afastou.

— Primeira regra querido: eu não sigo ordens. - falei no mesmo tom que ele e pra finalizar sorri maldosamente. 

— Nossa... Não deixava. - ouvi uma voz masculina que acredito ter sido da pessoa que entrou mais cedo, seguida de uma risada baixa.

— Calado. - o homem em minha frente repreendeu a voz que se calou imediatamente.

Ficamos num silêncio mortal no cômodo ouvindo apenas nossas respirações. O homem em minha frente ficou me encarando sem expressão alguma no rosto por longos segundos, ou talvez até minutos, e então eu decidi perguntar algo que estava entalado na minha garganta:

— Naquela noite no hotel nós... É... - tentei mostrar a ele o que eu estava tentando dizer e depois de um tempo o bacaca enfim entendeu. 

— Ah, sim. Nós transamos loucamente aquela noite, fizemos sexo sem parar até o amanhecer e eu lembro até agora o quanto era prazeroso ouvir você gemendo em meu ouvido. - ele disse sério e ao ver a expressão de repugnância que eu fiz, começou a gargalhar dando a entender que o que ele disse não era verdade.

— Seu idiota. - eu disse bufando e revirando os olhos. 

— Não seja ingênua, eu não sou uma pessoa boa mas não chego ao ponto de ser estuprador. Você já estava desmaiada quando chegamos no hotel e eu ainda fiz o favor de não te deixar dormindo na rua. 

— Espera... Nós dormimos na mesma cama ?! - me exaltei.

— Claro que sim. - ele revirou os olhos. - Eu não iria dormir em uma cadeira dura sendo que tinha uma cama enorme bem do meu lado. 

Silêncio novamente. 

— Enfim, eu tenho mais o que fazer e não posso desperdiçar meu tempo aqui então-

— Então me solta. - eu o interrompi.  

— Você vai jantar comigo essa noite, te busco às sete em ponto e nem pense em fugir.

— E se eu disser não ? - o desafiei e ele deu um sorriso.

— Digamos que você não tem muita escolha. 

Ele começou a caminhar na direção contrária à minha e então eu senti aquela dor aguda em meu pescoço e tudo ficou preto novamente.

 

[...]

 

Acordei num pulo vendo que estava no meu quarto. Quando cheguei a pensar que tudo aquilo não passou apenas de um fruto da minha imaginação, vi a marca de agulha em minha perna e a dorzinha incômoda em meu pescoço denunciaram o contrário. Suspirei pesadamente.

Ao pegar meu celular percebi que faltava menos de duas horas para as sete e que passei o dia inteiro com aquele idiota. Eu estava faminta, então decidi colocar uma roupa qualquer e ir até a lanchonete mais próxima onde comi apenas um sanduíche. Fiquei pensando sobre o tal jantar com o babaca e no fim decidi que iria fugir dele, afinal, eu estava pouco me fodendo para  o ele e suas ameaças, então liguei para Rose dizendo que iria até a casa dela e ela aceitou super animada dizendo que convidaria Christine também.

Rose me atendeu com aquela simpatia extrema de sempre, o que só colaborou para que meu mal humor aumentasse drasticamente. Minutos depois Christine também chegou e ficamos assistindo filmes românticos, o que quase me fez vomitar. Às sete em ponto recebi uma ligação de um número bloqueado e fui até outro cômodo para atender.

— Você realmente achou que conseguiria fugir de mim ? - era a voz daquele babaca, que logo em seguida soltou uma risada fraca. - Estou na frente da casa da sua amiga.

— Como descobriu onde eu estou ? - perguntei seca.

— Eu posso descobrir o que eu quiser, não importa a circunstância. - ouvi ele rir e depois limpou a garganta. - Venha logo, odeio esperar.

— E quem disse que eu vou ? - o desafiei com indignação na voz.

— Dois dos meus agentes estão com suas amigas na mira agora mesmo. Sinta-se a vontade para olhar pela janela.

— Você não faria isso...- murmurei.

— É o que veremos. - e então ele desligou na minha cara. 

— Que inferno... - esbravejei dando um soco na parede e em seguida voltando para o quarto de Rose. - Preciso ir, nos vemos na faculdade. - e quando fui sair do quarto , olhei pela janela e realmente vi dois homens com armas apontadas em nossa direção no prédio ao lado.

Não esperei elas responderem e saí da casa de Rose apressadamente, vendo uma Range Rover preta com os vidros escuros estacionada bem na frente do portão. Abri a porta com raiva e brutalidade e entrei no carro de cara emburrada. 

— Vista isso, não podemos ser reconhecidos. - ele me entregou uma caixa com um vestido, um par de sapatos, uma bolsa e... Uma peruca ?! E ficou esperando. Fiquei o encarando por alguns segundos. - O que foi ?

— Vaza. - eu disse fazendo sinal para que ele saísse do carro e ele me encarou incrédulo.

— Sério isso ? - eu continuei o encarando e ele bufou saindo do carro e se apoiando na janela.

Esperei alguns segundos para ver se ele ia espiar e então comecei a trocar de roupa. O vestido era inteiro preto liso com alguns detalhes em renda na região dos ombros até o cós dos peitos. O sapato era um Louboutin preto e a bolsa era da Gucci. Eu nunca usei roupa de marca então senti que estava vestindo ouro. Bati duas vezes na janela e então o idiota entrou no carro, me analisando dos pés à cabeça.

— É... Até que está aceitável. - ele continuou parado me encarando e então eu bufei.

— Não tínhamos um jantar para ir ? 

Ele concordou com a cabeça e colocou seus óculos escuros e uma peruca loira -e eu juro que quase ri do quão ridículo ele ficou usando aquilo - e então me encarou. Ele esticou o braço e eu recuei de imediato, afundando no banco com uma expressão de repugnância, e então ele pegou o cinto de segurança atrás de mim e o fechou no encaixe.

— Se tem tanto nojo de mim, então não devia ter me provocado na boate. - ele disse, parecendo estar furioso.

— Eu estava bêbada ! O que é difícil de entender ? - gritei, ele ficou algum tempo em silêncio e então me encarou.

— Cale a boca e coloque a peruca. 

— Eu não vou colocar essa... Coisa.- cruzei os braços.

— Tudo bem, você que sabe. Mas se alguém me reconhecer e verem seu rosto, você também ficará na mira da polícia. - ele deu de ombros e eu coloquei a peruca a contra gosto.

— Vamos logo. - eu disse revirando os olhos com cara de tédio.

— Viu ?! Não ficou tão ruim. - ele virou meu rosto brutalmente me fazendo olhar o reflexo no espelho retrovisor. Depois de alguns segundos em silêncio, ele riu. - Eu estava sendo irônico.

— Idiota. - bufei.

Ele deu uma risada baixa e então começou a dirigir nos guiando pelas ruas movimentadas da Big Apple. Andamos por uns quinze minutos até ele parar em frente a um restaurante um pouco afastado da cidade onde as paredes eram de vidro e a única iluminação eram as próprias luzes do restaurante.

— Boa noite. Tenho uma reserva para o senhor e a senhora Fairchild. - o idiota disse para o atendente do restaurante.

Ele colocou a mão em minha cintura e me puxou para mais perto, como se eu fosse um objeto em exposição. Segundos depois, atendente nos guiou até a mesa mais afastada.

— O que gostariam de ped- a garçonete que veio nos atender ficou olhando atentamente para o idiota e então arregalou os olhos e colocou uma das mãos para trás.  - Você... Você... Você é-

— Sim. E se você digitar o último número da polícia no seu celular atrás de seu corpo... - ele não terminou a frase e então nós escutamos o som de uma arma sendo recarregada e a atendente estremeceu. - Já sabe. E eu espero que essa conversa fique apenas entre nós. 

— S-Sim senhor... - ela engoliu em seco.

— Bom, eu vou querer salmão ao molho branco, e você senhora Fairchild ? - o idiota sorriu como se o que tivesse acontecido há pouco fosse algo completamente normal.

— O mesmo. - eu disse sem expressão no rosto e a atendente que estava meio trêmula saiu de perto de nós.

— Então... Me fale sobre você. - ele disse apoiando o rosto na mão por cima da mesa como se estivesse interessado.

— Se você quer saber algo sobre mim é só pesquisar, não precisa que eu fale. - eu revirei os olhos. 

— Você é uma chata sabia ? - ele disse bufando.

— Vou considerar isso um elogio. - isso só o deixou mais irritado e eu me senti vitoriosa.

Ficamos em silêncio até a comida chegar e quando começamos a comer, o idiota em minha frente começou a olhar muito para os lados.

— Algum problema ? - perguntei, mais por educação do que por interesse.

— Os funcionários estão muito agitados e não param de olhar para cá. Tem alguma coisa errada. - e então ele pegou seu celular e digitou rapidamente o número de alguém. - Thompson, prepare sua equipe e deixe o carro na saída dos fundos. Tenho quase certeza de que temos um problema.

Quando ele desligou o celular e guardou rapidamente em seu bolso, pude ver ele levantando seu blazer e pegando sua arma, conferindo quantas balas estavam carregadas, tudo isso em baixo da mesa. Foi então que federais invadiram o restaurante e olharam diretamente para nossa mesa.

— Parado ! Você está preso ! - um deles disse e começou a vir em nossa direção.

— Eu sabia. - o babaca disse revirando os olhos.

Ele se levantou e atirou em uma das lâmpadas, e em seguida vários homens entraram e começaram a atirar em todas as luzes, até o restaurante ficar completamente escuro e eu não puder enxergar nada. Senti uma mão me puxar pelo braço, o que eu acredito ser a do babaca, e então começamos a correr em direção ao que parecia ser a saída. Ouvimos muitos tiros e gritos pelo restaurante inteiro, pois as pessoas não tinham saído, apenas se abaixado.

Por causa dos malditos saltos, eu acabei tropeçando e caindo, mas me surpreendi quando alguém se abaixou ao meu lado e então dois braços fortes me carregaram como se eu fosse uma princesa em perigo, e no momento em que ele foi se levantar, soltou um resmungo que eu não entendi o motivo.

— Ei, eu sei andar ! Me coloca no chão ! - gritei me debatendo. 

— Eu não posso deixar que você me atrase. - ele murmurou e eu tive que me esforçar para entender o que ele tinha dito por conta dos tiros.

— Por que os policiais estão atirando com pessoas inocentes aqui dentro ? - perguntei, quase gritando.

— Suponho que depois que alguém chamou a polícia, os garçons avisaram os clientes para que quando os federais chegassem era para eles entrar em baixo das mesas. 

O idiota empurrou uma porta onde estava escrito "saída de emergência" e quando já estávamos longe o bastante de toda a confusão, me colocou no chão e então corremos em direção ao carro que mal entramos e já acelerou em alta velocidade. Tanto eu quanto o babaca puxava-mos a respiração profundamente e quando olhei para o meu braço, estava coberto de sangue e ele também percebeu. 

— Você se machucou ?! - ele segurou meus braços com brutalidade e começou a examiná-los e foi aí que eu percebi os furos em seu blazer.

— Tira a mão de mim ! - gritei com raiva e então comecei a observar os furos em seu blazer, e ao que parece, todos tinham acertado o colete à prova de balas, mas então eu vi um furo em seu braço, e ao tocar, o babaca soltou um urro de dor.

— Que merda... - murmurei, e então o carro estacionou. - Você precisa de um médico, vamos para o hospital.

— Não seja idiota, não posso ir à um hospital, a polícia certamente estaria lá quando eu saísse.

O idiota abriu a porta e me puxou brutalmente pelo braço, fazendo o carro atrás de nós sair em disparada. O lugar em que estávamos era no meio do nada, sem ter nenhum tipo de vizinhança por perto e a casa era simples e parecia abandonada, mas quando entramos pude ver mais de mil tipos de armas e munições espalhados por todos os lados. Nós andamos por um corredor com várias portas, até que ele abriu uma em que era um cômodo todo branco e nele tinha apenas uma cama e um armário, o babaca sentou na cama e começou a tirar seu blazer, depois o colete, depois a gravata e a camisa, e então eu pude ver seu corpo bem definido com tantas cicatrizes que eu não conseguia contar. 

— Abra esse armário e pegue-

— Eu sei. - eu o interrompi e fiz o que ele pediu, pegando gafes, agulha, linha, seringas e remédios.

Peguei um banco e me sentei em sua frente, com a gaze comecei a limpar o sangue em volta da ferida e então a parte mais difícil: retirar a bala. Para ser bem sincera, estava fazendo aquilo na esperança de que ele me levasse embora e me deixasse em paz, porque se fosse por ele, eu o deixaria morrer. É um pensamento um tanto egoísta já que ele só levou esse tiro porque voltou para me ajudar, mas considerando que ele me sequestrou e tudo isso é por sua culpa, acabei não ligando.

— Isso vai doer. - murmurei.

E então peguei a pinça e retirei lentamente a bala do braço, os gritos dele me deixavam nervosa mas consegui tirar sem mais danos. Apliquei um remédio para dor em sua veia e passei um anestésico na ferida, então peguei a linha e a agulha e comecei a costurar o ferimento. Quando terminei, passei uma última gaze para retirar o anestésico e quando direcionei meu olhar para o idiota, o mesmo me encarava com um olhar surpreso.

— Achei que você estudava Física na faculdade. - ele disse enquanto eu ia guardar os remédios e gazes que restaram de volta no armário.

— E eu faço.

— Então como sabe fechar um ferimento de arma de fogo ? - eu o encarei.

— Isso não é da sua conta. - respondi seca. - Quero voltar para o meu apartamento.

— Eu te levo... - quando ele se levantou, eu o parei.

— Você não pode fazer esforço com esse braço por pelo menos quarenta e duas horas, isso inclui dirigir. Eu pego o metrô. 

— Estamos no meio do nada, não tem nenhum outro meio de transporte a não ser o carro.

— Onde é a estação mais próxima ? 

— À uns trinta quilômetros daqui.

— Merda... - murmurei me sentando no banco novamente.

— Você pode dormir aqui se quiser... - eu dei uma risada sarcástica.

— Não. Cadê os seus capangas ? Um deles pode me levar não é ? 

— Não. Eles estão fazendo ronda pela casa para não correr o risco da polícia entrar. - ele se escorou na parede.

— Mas um deles não vai fazer falta ! - protestei.

— Cada um está em um ponto estratégico e os outros agentes estão na cidade fazendo serviços por mim. Não tem como eles simplesmente deixarem seus postos apenas para atender aos seus desejos, Princesa. Ou você fica aqui, ou eu te levo ou então você anda até a cidade, mas a terceira opção está fora de questão por que eu não deixaria você sair sozinha à essa hora da noite. 

Fiquei o encarando por alguns segundos pensando nas minhas opções. Eu devia deixar ele me levar e arrebentar todo o braço dele novamente, mas percebi que se fizesse isso, teria desperdiçado meu tempo tratando daquele ferimento.

Suspirei, derrotada, e cheguei à conclusão de que ficar ali seria a melhor opção. O babaca saiu do quarto e voltou minutos depois com um colchão, que ele jogou no chão ao lado da cama e então eu me deitei ali. Apagamos as luzes e ficamos em silêncio no escuro, ouvindo apenas nossas respirações.

— Já dormiu ? - ele murmurou.

— Não.

E então ficamos em silêncio novamente.

— Tem uma coisa que eu quero te perguntar. - comecei.

— Pode falar. - ele disse com a voz rouca.

— Afinal, qual é o seu nome verdadeiro ? - ele deu uma risada fraca.

— Isso não é da sua conta.

— Mas é injusto. Você sabe sobre metade da minha vida e eu nem sei o seu nome.

Ele ficou em silêncio durante um bom tempo e então cheguei à conclusão de que ele tinha dormindo. Me virei no colchão e quando fechei os olhos para dormir, ouvi sua voz em um sussurro:

— É Alecssander.

— Então boa noite Alecssander.- eu sussurrei depois de alguns segundos em silêncio.

— Boa noite Darella.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Gostaram ? Não ?
Comentem o que acharam !
Desculpe qualquer erro.
Nos vemos no próximo capítulo !



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "O Líder Da Máfia" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.