Um Bonito Amor escrita por Brêh SF


Capítulo 45
Seria tarde demais?


Notas iniciais do capítulo

Hello!!!
Voltei com mais um capitulo...
Já estamos caminhando para o final, mas ainda há uma par de coisas para acontecer...
Vamos ler!



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Haviam se passado dois dias depois daquele episódio com Raul, ainda sinto suas palavras como facadas atravessarem o meu peito. Minha razão pede para que nunca o perdoe, mas meu coração diz que devo o perdoar, porque o amo, mas eu não posso ouvir meu coração, pois o que o Raul disse foi ruim e pior recusou o nosso filho, não, eu não poderia perdoá-lo. 

Eu tinha um encontro com a senhora Muller, ela já estava sabendo de tudo e queria falar comigo antes de viajar, pois viajaria exatamente hoje pela a noite para Paris.

Fui até sua casa.

— Olá querida, como você está? - Ela me perguntou ao me ver.

— Pois, nada bem como já lhe disse - Respondo sem muito ânimo.

— Oh minha querida, eu sinto muito pelo o que tenha acontecido com você e Raul. - Lamenta ela.

— Eu não imaginava que Raul pudesse reagir dessa maneira, a ponto de renunciar o nosso filho. - Digo, enfurecida.

— Eu confesso que fiquei confundida quando você me disse, porque não imaginaria que meu Raul seria capaz de negar o próprio filho, meu neto. - Ela disse pegando algumas xícaras da bandeja. - Aceita um café?

— Sim, obrigada. - Falo, estendendo minha mão para pegar a xícara com café.

— Mas, por que ele acha que o bebê não é dele?

— Bom, pensa que é de Raimundo, um amigo meu. Acontece que estava passando um tempo com ele o ajudando com seu trabalho de faculdade, mas tudo sem nenhuma intenção, eu juro pra você. Raimundo é apenas um amigo, mas Raul sempre o odiou. - Explico.

— Entendo. E o que pretende fazer?

Eu me levanto do sofá onde estava sentada e começo a olhar o jardim através da grande janela de vidro que havia naquela casa.

— Ainda não sei, mas não penso em perdoá-lo. - Digo pensando longe.

— Eu queria poder fazer alguma coisa para poder ajudá-los. - Diz Senhora Muller se aproximando de mim.

— Não se preocupe, embora ainda me doa, tentarei ficar bem. - Digo me virando para ela.

— Sei que tentará, mas não estará feliz. - Ela diz, e uma tristeza me invade. Volto a olhar o jardim.

— É verdade, talvez sem Raul eu não estarei completamente feliz. - Faço uma pausa e ponho a mão em meu ventre. - Mas, farei o possível por ser feliz com meu bebê, por ele serei feliz.

— Gilda... - A senhora me vira delicadamente para ela. - Não sei se aceitará, mas mesmo assim quero te fazer esse convite.

Ela disse e me levou novamente até o sofá em que estava antes. Sentamos.

— E qual é o convite? - Pergunto com uma certa curiosidade.

— Bom, você não gostaria de ir comigo para Paris? Digo, até passar toda essa mágoa, é um bom lugar para você pensar no que fazer e...

— É isso, eu irei com você! - Digo com entusiasmo.

— Você acha que pode?

— Sim, estou no último ano da faculdade e irei pedir transferência, minha mãe não verá problema, ela me apoiará, sei que sim. - Digo ainda mais entusiasmada.

— Que bom minha filha. Mas, e quanto a Raul? - Pergunta-me receosa.

— Precisamente para esquecê-lo quero ir com você, ele não merece meu amor. - Digo um pouco irritada. - Aliás, vou dá-lo uma nova chance.

— Como assim minha filha? - Senhora Muller me pergunta sem entender.

— Irei falar com ele mais uma vez, e irei pedir que recapacite, e se ele continuar pensando essas coisas de mim e continuar negando nosso filho, irei para sempre, pois não vou querer estar na mesma cidade que ele, não suportaria vê-lo outra vez. -  Digo pegando minha bolsa.

— Já vai?

— A Senhora viaja hoje a noite não é mesmo? - Ela acena positivo com a cabeça. - Irei até Raul e tudo depende do que ele irá me dizer dessa vez.

E simplesmente saio dali sem dar mais explicações. Realmente pensei muito antes de ir ao escritório de Raul, não queria ter que me humilhar, mas só faria isso pelo o bebê, tentaria uma nova chance pelo o bebê.

POV RAUL ON...

Eu não estava bem, já fazia dois dias em que não me concentrava no trabalho e, só pensava nela. Eu queria tanto poder acreditar nas palavras dela, mas as circunstâncias estavam mais evidentes, esse bebê que esperava não poderia ser meu, não poderia.

O pior é que não imagino Gilda sendo como as outras, ela parece ser tão diferente, mas a razão insiste de que eu não acredite nela, de que essas são muito mais perigosas e cautelosas e talvez por isso Gilda premeditou tudo certinho, fez com eu me apaixonasse por ela feito um louco, fez com eu mudasse meu carater e me tornasse um bobo para ela e depois fez o que fez.

Sinto que minha cabeça vai explodir se penso um minuto mais nisso.

— Senhor, há alguém ai fora e deseja falar com o senhor. - Disse Yamilex ao entrar na minha sala.

— Quem é? - Pergunto sem levantar minha cabeça, a qual eu a pressionava como se isso diminuisse a dor.

— Bom... é... é... - Yamilex parecia está com medo de dizer quem seria, e com isso teve minha atenção.

— De quem se trata Yamilex? - Pergunto outra vez.

— É...

— Sou eu Raul. 

Ela, não sei explicar a sensação que sentia em ver ela ali.

— O que faz aqui? - Pergunto demonstrando raiva.

— É... eu os deixo, com licença. - Disse Yamilex saindo da sala.

— Vim te dar uma última oportunidade de se desculpar e assumir que está sendo injusto comigo e.. com o nosso filho. - Ela dizia com tanta altivez.

— Me diga exatamente o que pretende Gilda Barreto? - Digo me aproximando lentamente dela. - Por acaso, é isso?

Puxo-a para perto de mim e a beijo com toda a paixão. Que saudades desses lábios, desse sabor doce de sua boca, eu queria permanecer ali e assim com ela e muto mais porque ela não recuou e simplesmente se entregou. Mas, logo me vem na cabeça de que ela me traiu e que é apenas mais uma como as outras.

— Raul... - Tentava dizer ela ofegante quando soltei seus lábios.

— Sabia. - Disse em um tom debochado, me afastando dela.

— O quê? - Pergunta-me sem entender.

— Que você é muito fácil, veja só, mesmo depois de termos brigado, aceitou que eu te beijasse. O que pensaria Raimundo se nos visse agora?

— Eu não acredito no que eu estou ouvindo. Você é um canalha Raul!!! - Esbraveja ela.

— Mulheres como você dão muito valor a homens canalha, não é mesmo? - Pergunto ainda com desdém.

— Mulheres com eu? Eu... eu não acredito que você, o homem que amei, amo seja capaz de me igualar a qualquer uma, você é o pior dos homens Raul. - Ela faz uma pausa e seca uma lágrima que insistia cair. - Sabe? Eu vim até aqui para tentar uma nova chance e recuperar aquele amor que foi tão bonito, mas vejo que perdi meu tempo.

— Sim, perdeu! Agora saia e me deixa tranquilo, você já faz parte do passado,  um passado que eu quero esquecer. - Digo com indignação.

— Nem nos meus piores pesadelos, eu poderia imaginar que você fosse esse tipo de homem. - Ela diz com a voz embargada.

— E eu jamais poderia imaginar que você fosse esse tipo de mulher, que trai, engana e tão cínica. - Rebato.

— Está bem, talvez foi um erro eu ter vindo até aqui, mas você vai se arrepender de tudo que me disse e vai sofrer amargamente por que jamais deixarei com que meu filho saiba quem é seu pai, e que você jamais chegará perto dele, por que eu não irei permitir. - Ela disse com toda fúria.

— Ah, deixa de cinismo, esse filho não é meu e não me importa o que você faz ou deixa de fazer. Me deixa em paz! - Digo me dirigindo para a porta para que ela saia.

— Sabe porque eu te correspondi no beijo? - Pergunta se aproximando de mim, séria. - Por que apesar de suas dúvidas, desconfianças e desprezo, eu ainda te amo, te amo com toda as minhas forças e por mais que eu tente te arrancar de meu coração, eu não posso, não consigo, porque eu te amo. 

Fiquei por um momento pensativo, as palavras dela realmente faziam efeito em mim, mas meu maldito orgulho recusava que eu a perdoasse.

— Vai embora. - Digo sem olhá-la.

— É isso o que quer? Que eu vá embora, com seu filho?

— Esse filho não é meu caramba! -  Digo confuso me afastando da porta.

— Sim, esse filho é teu e embora você se recuse a aceitar, ele é seu. Você foi o único homem na minha vida, o único a qual eu me entreguei de corpo e alma, você Raul. Eu lamento muito, que tudo tenha que acabar assim, mas talvez seja melhor. Irei embora sim, mas não somente de seu escritório, mas de sua vida, dessa cidade e você nunca mais saberá de mim e muito menos do meu filho, irei me encarregar de escondê-lo sua paternidade e você quando realmente cair em si e achar que pode ter direito sobre ele, será tarde demais, porque eu não deixarei que se aproxime e assim irei me vingar de você Raul, sabendo que quer conhecer seu filho, mas que não vai poder porque eu não vou deixar. Adeus!

E ela se foi, estava confuso e tentava entender tudo o que me dizia. Meu filho. Seria realmente meu? Ah, isso está me deixando maluco. Espera, ela disse que iria embora de fato da cidade e para onde iria? E se essa criança realmente for minha, o que eu vou fazer? Ah, eu não aguento mais isso.

Ainda dominado pela raiva e agora pelo o desespero de perdê-la para sempre, sai as pressas de meu escritório atrás dela.

— Senhor... - Me gritou Yamilex, ao me ver sair como um louco de minha sala.

Apenas sai correndo só queria alcançá-la. E assim que cheguei fora do prédio ela já pegava um táxi. Meu Deus, o que está acontecendo? Preciso esclarecer tudo isso, eu não quero perder a Gilda.

Rapidamente, voltei para o meu escritório e exigi a Yamilex que me passasse o contato de seu irmão, ele me fez acreditar em tudo isso, então ele teria de me explicar toda a verdade, nem que para isso teria de arrebentar com a cara dele. Com muito receio Yamilex me passou o contato de Raimundo.

Disquei os números em meu celular e em seguida começou a chamar.

— Alô!

— Landaeta?

— Ora, ora senão é Raul De La Peña...

— Deixa de ser irônico, e se encontre comigo daqui há uma hora em meu escritório. - Exigi.

— Está louco? Quem você pensa que é pra exigir isso, é claro que não vou. 

— Sim, virá, nem que eu tenha que ir até sua casa e fazer um escândalo, mas você terá que falar comigo. - Digo autoritário.

— Muito bem De La Peña, irei, me aguarde daqui há uma hora. Estou mesmo curioso sobre o que quer falar.

Apenas desligo e me sento em minha poltrona e novamente a dor de cabeça se faz presente e agora com mais força, busco uma medicação para sanar um pouco a dor e por alguns momentos fico de cabeça baixa, buscando me acalmar até que passe essa dor...

POV RAUL OFF...

Meu coração estava sangrando de tanta dor, quando Raul se tornou esse homem tão sem sentimentos, quando? Decidi que não iria chorar mais por ele, ele decidiu assim e assim será, a partir de agora Raul De La Peña não significará mais nada para mim, estou jogando no lixo todo esse amor que ele mesmo desprezou e jogou no lixo primeiro, iria esquecê-lo e seria apenas eu e meu filho, ele nunca saberá quem é seu pai e Raul jamais saberá dele, ele não merece que eu tenha compaixão, não mesmo.

Sigo para a Faculdade e peço minha transferência que rapidamente fora feita e dali segui para mansão para arrumar as malas.

Minha mãe, Raquel, Bruno e Rogério me fizeram mil perguntas e não queriam que eu fosse, mas eu já estava decidida e iria embora. Com muita luta, mãe Cecília me abençoou e me deu seu apoio, era o mínimo que ela poderia fazer uma vez que eu estava terminantemente decidida em ir.

Após alguns minutos antes de seguir para o aeroporto, Raimundo entra em meu quarto.

— Que susto Raimundo. - Digo ao vê-lo.

— Desculpa, é que sua mãe disse que eu poderia subir e a porta de seu quarto estava aberta. - Disse olhando em volta, as minhas malas. - Vai viajar?

— Sim, estou indo embora para sempre do México. - Digo colocando mais algumas coisas em minha mala.

— E para onde vai assim? - Pergunta.

— Isso, não posso te dizer Raimundo.

— Espera Gilda, por que está indo embora assim e porque não quer dizer para onde vai? - Ele pergunta um pouco desesperado.

— Eu quero esquecer tudo e se não tenho o amor de Raul, não me interessa está aqui sofrendo por ele, quero esquecê-lo e vou fazer isso bem longe, e não quero que ninguém saiba para que não chegue até os ouvidos dele. - Explico.

— Não Gilda, você não pode ir assim, olha e a faculdade você está no seu último ano e seus amigos, sua familia? - Pergunta claramente em desespero.

— Não fica assim Raimundo. Quanto a faculdade, eu já resolvi, e meus amigos e minha família vão todos estarem muito bem, mandarei notícias, não se preocupe. - Digo tentando tranquilizar ele.

Ele começa andar de um lado para o outro nervoso.

— Eu acho isso injusto, você não pode abandonar tudo por causa desse idiota do Raul. - Ele me segura com força pelo meus braços. - Não importa se ele acredita ou não em você, eu acredito, nós acreditamos, não importa o que o De La Peña pense, ele não te merece Gilda.

— Raimundo... me solta por favor, está me machucando. - Peço com um pouco de medo de sua reação.

— Desculpa Gilda, é que fiquei muito nervoso. - Diz aflito.

— Raimundo, não fica assim eu agradeço sua preocupação e não se preocupe eu mandarei notícias, já disse. - Digo afagando seus cabelos.

— Gilda, eu não quero que vá, por favor não vá. - Diz me abraçando forte.

— Tenho que ir Raimundo. - Me afasto dele. - Olha, vocês sempre saberão como irei está, não se preocupe. Bom, já está na minha hora. Fique bem Raimundo.

Dei um beijo em seu rosto e sai com algumas malas de meu quarto, foi meio estranho Raimundo ficou paralisado em meu quarto, mas eu não podia me atrasar mais, o vôo sairia em alguns minutos...

NARRADOR ON...

Raimundo estava frustrado com o que acabara de acontecer, não poderia permitir que Gilda fosse embora e ainda mais que estaria indo por sua causa porque ele inventou aquelas mentiras em que acreditou Raul, se ele não tivesse mentido, eles não estariam brigados e Gilda não precisaria ir embora.

Estava se sentindo tão culpado que se repreendia diversas vezes, de toda forma acabou a perdendo com ou sem o Raul acabou a perdendo e agora de vez. Ele queria impedir isso, e mesmo que tarde recapacitou e decidiu contar toda a verdade a Raul para que ele a impedisse de viajar, somente ele poderia impedir. E as pressas saiu para o escritório de Raul....

NARRADOR OFF...


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Notas finais do capítulo

Será que Raimundo recapacitou tarde demais?



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