Novas direções escrita por Aurora Vermelha


Capítulo 11
R u mine? -Detenção parte 2


Notas iniciais do capítulo

Olá meus amores! Como vocês estão? Bom, aqui estou eu aproveitando meu final de semana para postar mais um capítulo para vocês :)
Tenho uma notícia muito triste, o meu word está ruim, então tive que escrever esse capítulo em outra plataforma. A formatação não está igual a dos anteriores, mas vou tentar resolver isso o mais rápido possível.
Espero que gostem, e mais uma vez, desculpa pelo capítulo anterior ter sido tão pequeno.



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Bruno ficou com uma cara meio fechada, sem emitir nenhum som me abraçou friamente e deu um sorriso de lado. Estranhei, mas não perguntei nada. A professora que tomaria conta de nós nos mandou sentarmos em nossas respectivas cadeiras. Lucas se sentou com Bruno e Hugo ficou ficou no final da sala com duas meninas do primeiro ano. Me sentei sozinha na fileira ao lado da de Bruno. Ele estava meio triste, mas não queria demonstrar. 

—Então, caso pensem que a detenção vai ser moleza para vocês, estão muito enganados. Eu trouxe um material de artes -Disse a professora apontando para a caixa que se encontrava em cima da sua mesa com várias tesouras, barbantes, envelopes e canetas coloridas -e vocês vão ter que montar os convites para as visitas desse ano. Logicamente que não vamos usar todo esse material -Tirou o barbante da caixa e colocou perto do violão. 

—Não é melhor irmos para outra sala montar essas coisas? -Uma das meninas do primeiro perguntou. 

—Não temos mais nenhuma sala vaga. Todas as outras estão sendo usadas para aulas de reforço. 

—A escola é tão grande, tem certeza? -Resolvi me meter, falando mais alto do que gostaria. 

—Sim, senhorita -Se aproximou de mim com um olhar severo -Catarine. 

Arrepiei e me arrependi de ter perguntado algo. A professora de estatura média e cabelos brancos se virou para a caixa de artes a procura de algo que certamente não estava encontrado. Após alguns resmungos, avisou que teria que sair da sala para buscar os adesivos para fechar os envelopes dos convites. 

Lucas se levantou e pegou os papéis que estavam em cima da mesa e deu uma leve risada. 

—Duvido que alguém venha me visitar esse ano -Jogou o papel de volta na mesa -Ano passado nem meu pai quis vir me ver.

—Calma aí, vamos ter que fazer os convites de todos os alunos do internato? Isso é tortura -Hugo franziu a testa e se levantou para pegar a papelada. 

Como assim visita? Os amigos e familiares podem visitar os alunos? Minha cabeça se tornou um furacão de perguntas e nenhuma conseguia sair da minha boca.

—Ela não vai voltar, né? -Uma das alunas do primeiro ano perguntou. Ela tinha cabelo preto na altura dos ombros e um sorriso nada amigável. Estava sem uniforme, usava uma calça de couro preta e uma blusa preta molenga com uma caveira cortada nas costas. Sua pele era branca feito a neve.

—Vai -Os três meninos respondera ao mesmo tempo. 

—Olha, eu não me meti nessa detenção de propósito para ficar aqui fazendo convites não. Vim aqui para fazer o meu teste para a banda. Se for pra fazer isso eu dou meia volta e meto o pé daqui -Colocou os dois pés em cima da mesa. Sua voz era bastante desafiadora. 

—Eu também -Sua amiga se pronunciou pela primeira vez. -Na verdade, eu já tô saindo -E saiu de sala sem mais nem menos.

—Trouxa, a Meredith com certeza vai sentir falta dela aqui na detenção -Hugo riu. 

Me levantei e fui até a mesa olhar os convites. Tinha um texto enorme falando sobre a história do internato e no final, as datas e horários para visitas dos alunos. Estava escrito também que era completamente restrito para familiares. Meu coração apertou. Minha avó poderia me visitar, como a diretora havia dito, mas só com aquele papel na mão eu pude perceber que era real. Uma lágrima de saudade quis escorrer do eu olho, mas logo limpei e larguei o convite em cima da mesa. 

—Quero falar com você -Me dirigi a Bruno falando bem baixinho. 

—Não é uma boa hora -Suspirou indo até a guitarra azul. 

Fui atrás dele sem me importar com o que ele havia dito. 

—O que aconteceu? Sabe que pode me contar -Me sentei do seu lado. Estávamos no final da sala. 

—Ah, perdi a paciência com as meninas hoje. A Mariana contou pra Priscila que a gente estava pegando detenção de propósito para poder ensaiar, aí acabamos brigando feio -Deu os ombros. 

—A Priscila também não apoia, né? 

—Ninguém apoiaria, né Catarine, mas é a única forma que temos de ensaiar... Ah, sei lá, tô meio sem paciência pra elas duas e essas lições de moral que ficam dando. O Lucas não discute, só aceita. A Mariana tá dando um baita gelo nele. 

—Ah, duvido que fiquem muito tempo assim, logo logo estarão se agarrando pelas escadas do colégio -Soltei uma risadinha. 

—É, mas eu e a Priscila não. Ela insiste em dizer que eu ainda sou o mesmo de antes, que não mudei. Isso me deixa puto da vida, parece que não confia em mim. 

—E como você era antes? -Me senti bem interessada pelo passado de Bruno. 

—Eu era todo largado, não ligava pra escola. Só queria saber de beber e sair pegando geral. Quando entrei pro internato, tentei continuar com esse estilo de vida, mas eu sabia que não ia dar certo. Comecei a namorar com a Priscila, mas em pouco tempo eu fui, não aguentei e traí ela com a Yasmin -Deu um longo suspiro -Eu acabei me identificando demais com o jeito dela, toda fora da lei, diferente das meninas certinhas e tal, até comecei a namorar com ela, mas tu sabe né, ela me traiu também logo no início desse ano. 

Lembrei na hora da reação da Yasmin no café da manhã do dia seguinte da primeira festa do ano. Ela estava acabada. 

—É um ciclo vicioso -Respondi rapidamente.

—Sim, e quando eu senti na pele a dor da traição, vi o quanto eu fiz a Priscila sofrer. Por isso quis voltar. 

—Mas o sentimento não é o mesmo? 

—Pode até ser, mas ele diminui a cada vez que ela desacredita de mim. Eu não sou o mesmo de antes, sabe? Só que as vezes parece que ninguém acredita. 

—Eu acredito -Sorri. 

—Acredita porque não me conhecia antes. 

Eu não sabia mais o que dizer. Apenas o abracei e fiquei ali, servindo de consolo. Bruno estava realmente chateado, mas não havia nada que eu pudesse fazer para ajudar.

—Acho que no fundo ela tem medo de que eu traia ela outra vez. Que a detenção seja apenas o primeiro passo para eu voltar a ser quem eu era -Suspirou. 

—Sim, deve ser isso -O abracei com um pouco mais de força. -De qualquer forma, se você está feliz com a banda, ela não é ninguém para te impedir. Quem sabe se vocês não arranjarem outra maneira de ensaiar. Com certeza ela vai te apoiar. 

Bruno sorriu e deu um beijo na minha testa. Se soltou de mim e finalmente pegou a guitarra azul. 

—Vanessa, vem cá -Gritou para a menina do primeiro ano. 

A mesma se dirigiu até Bruno e sentou-se na nossa frente. Ele começou a tocar uns acordes e ela ficou tentando identificar a música. Lucas e Hugo correram para os outros instrumentos assim que ouviram a melodia para acompanhar. Lucas começou a tocar a bateria completamente empolgado. 

Eles estavam tocando r u mine?. Imediatamente comecei a cantarolar na minha cabeça enquanto esperava que Vanessa reconhecesse a música. Ao ver que ela estava demorando demais, comecei a cantar baixinho para ela pegar a letra. Ela fez uma careta estranha tentando identificar as minhas palavras.

—Para tudo -Lucas disse e todos obedeceram -Vanessa, você não conhece essa música? 

Ela fez que não com a cabeça.

—Que pecado -Hugo riu. 

—Cala a boca -Bruno lançou um olhar de reprovação para Hugo. 

—Qual foi, Bruno, não pode mais brincar não? -Hugo respondeu em tom de ironia. 

—Gente, acalma ai -Tentei intervir. 

—A garota não é obrigada a conhecer a música não -Bruno respondeu ainda encarando Hugo. 

—É só me dar a letra que eu pego rapidinho, mas se for pra ficar reclamando eu tô fora. 

Vanessa deu os ombros e franziu a testa. 

—Cat, você sabe essa, te vi aí sussurrando a música -Disse Hugo me encarando. -Canta aí com  a gente. 

Os outros dois meninos concordaram. Percebi que Vanessa ficou um pouco constrangida. Peguei um papel e uma caneta que estavam na caixa de artes e voltei correndo para o meu ligar. Escrevi a primeira estrofe da música no papel e entreguei para ela. 

—Ela que veio cantar com vocês. Só vou dar um suporte -Sorri para ela. 

—Que seja, vamos logo -Lucas dessa vez pareceu impaciente. 

Os meninos começaram a tocar, e em seguida, nós a cantar. Quando estávamos indo para o refrão, Vanessa parou, já que não tinha a letra completa e eu segui sozinha sem perceber. Quando me dei conta, a música já tinha acabado e Bruno estava aplaudindo o nosso talento. 

—Vanessa, gostei muito da sua voz. Por mim, você está dentro. Só que tem aprender a letra das músicas né -Soltou uma risadinha. 

—Catarine também poderia entrar né -Hugo disse. 

Senti um frio a barriga e a negação veio em seguida. Logo eu na banda dos meninos? Mariana e Priscila iriam me matar. 

—Não, que isso -Respondi. 

—Seria uma boa, Cat -Bruno me encarou -Você é boa. 

—Não quero me meter em problemas, mas se quiserem eu posso ajudar a ensaiar, sei lá -Disse me arrependendo em seguida. 

Os meninos começaram a zoar junto com Vanessa. 

—Deixa, ela tá se fazendo -Vanessa provocou rindo. 

Ignorei e fui até a minha mesa. Me sentei e fiquei encarando a janela da sala de música. Ela dava para o jardim da escola. Aquele maldito jardim que foi onde tudo aconteceu. Me perdi em meus pensamentos. 

—É um jardim cheio de histórias -Hugo disse se aproximando de mim. 

—Ih, desgruda -Respondi fechando a cara. 

Hugo riu e continuou do meu lado observando o jardim. 

—Sabe que vou me esforçar ao máximo para ter a sua amizade, não sabe? 

—Pode começar deixando de ser escroto com as pessoas -Respondi me virando para ele. 

—Eu não sou escroto, só não estou em um dia bom -Deu os ombros. 

—Ninguém está, pelo visto -Respondi encarando seus olhos azuis. 

—É, ninguém está -Se virou para Bruno que encarava sua guitarra azul por minutos. 

Ele se sentou em sua cadeira e abraçou Vanessa. Em seguida Meredith voltou enfurecida com outras três caixas cheias de material. Pelo visto teríamos que montar a decoração também. A noite ia ser bem longa. 


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Notas finais do capítulo

E aí meus amores!!! O que acharam? Comentem por favor ♥



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